Evangelho segundo São João 1,1-18.
No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus.
No princípio, Ele estava com Deus.
Tudo se fez por meio dele e sem Ele nada foi feito.
Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens.
A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam.
Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João.
Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele.
Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem.
Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu.
Veio para o que era seu e os seus não O receberam.
Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade.
João dá testemunho dele, exclamando: «Era deste que eu dizia: "O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim"».
Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça.
Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.
A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer.
Tradução litúrgica da Bíblia
Teólogo(150-215)
Protréptico I, 5-7; SC 2 bis
O cântico novo do Verbo
Este descendente de David que existia antes de David, o Verbo de Deus, tendo desprezado a lira e a cítara, instrumentos sem alma, rege o Universo pelo Espírito Santo; e rege em especial essa abreviatura do mundo que é o homem, alma e corpo. Ele toca para Deus este instrumento de mil vozes, e canta em sintonia com este instrumento humano: tu és para mim cítara, flauta e templo. Enviando o seu sopro a este belo instrumento que é o homem, o Senhor fê-lo à sua imagem, pois Ele próprio está em sintonia com este instrumento de Deus que é todo harmonia, afinado e santo, sabedoria supraterrena e Palavra do alto.
Qual é o objetivo deste instrumento, o Verbo de Deus, do Senhor e do seu cântico novo? Abrir os olhos aos cegos e os ouvidos aos surdos, reconduzir os coxos e os perdidos à justiça, mostrar Deus aos homens, acabar com a corrupção, vencer a morte, reconciliar os filhos desobedientes com o Pai. Este instrumento de Deus ama os homens: o Senhor tem misericórdia, instrui, exorta, adverte, salva, protege e, por fim, como recompensa da nossa confiança, promete-nos o reino dos Céus. De nós, quer apenas uma coisa: a nossa salvação.
Eis, pois, nas vossas mãos o objeto da promessa, eis este amor pelos homens: recebei a vossa parte de graça. E não penseis que o meu cântico de salvação é novo como uma casa é nova, pois ele já existia «de manhã cedo» (Sl 118,147) e «no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus» (Jo 1,1). Eis o cântico novo da aparição que acaba de brilhar entre nós, do Verbo que estava no princípio e que já existia. Com efeito, acaba de aparecer Aquele que já existia como Salvador; apareceu Aquele que era Senhor no Ser, porque «o Verbo estava em Deus» (Jo 1,1); apareceu o Verbo, pelo qual todas as coisas foram criadas.
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