Evangelho segundo São Lucas 2,36-40.
Quando os pais de Jesus levaram o Menino a Jerusalém, a fim de O apresentarem ao Senhor, estava no Templo uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada
e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela, e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do Templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações.
Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré.
Entretanto, o Menino crescia, tornava-Se robusto e enchia-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele.
Tradução litúrgica da Bíblia
Teólogo(150-215)
Protéptico 1, 6-8; SC 2
O cântico novo: Ana proclamava
os louvores de Deus
Sendo do alto, o Verbo, a Palavra de Deus, era e é o divino começo de todas as coisas. Mas, agora que recebeu como nome «Aquele que foi consagrado», ou seja, «Cristo», eu chamo-Lhe «cântico novo» (Sl 33,144,149, etc.). O Verbo fazia-nos existir desde há muito, porque estava em Deus; por Ele, a nossa existência é boa. Ora, este Verbo acaba de aparecer aos homens, Ele que é Deus e Homem; Ele é para nós a causa de todos os bens. Tendo aprendido com Ele a viver bem, somos por Ele introduzidos na vida eterna. Porque, como nos diz o apóstolo do Senhor, «manifestou-se a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e aos desejos mundanos, para vivermos, no tempo presente, com temperança, justiça e piedade, aguardando a ditosa esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo» (Tit 2,11-13).
É este o cântico novo: a manifestação do Verbo que existia desde o princípio e que acaba de resplandecer entre nós. Porque Aquele que existia como Salvador desde sempre acaba de aparecer; Aquele que é Deus apareceu como mestre; o Verbo por quem tudo foi criado apareceu (cf Jo 1,10). Como Criador, Ele deu a vida no princípio; agora, tendo aparecido como Mestre, ensina-nos a viver bem, de maneira que um dia nos possa dar, enquanto Deus, a vida eterna. Não é a primeira vez que Ele tem piedade de nós por andarmos perdidos; foi assim desde o princípio.
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