Como estamos distantes de conhecer a riqueza desta Divina Pessoa, o Espírito Santo! Um pregador disse uma frase importante que virou página de folhinha, tão nova pareceu: “Hoje temos poucos santos, porque temos pouca devoção ao Espírito Santo”. Já foi um passo reconhecer a importância do Espírito na Igreja, mas Ele não é um santo a mais no calendário. Estamos em um processo magnífico de maior conhecimento da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Pela fé proclamada nos Concílios de Nicéia e Constantinopla rezamos: “Creio no Espírito, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho, é adorado e glorificado. Ele que falou pelos profetas”. Depois que Jesus foi glorificado, enviou-nos o Espírito Santo para nos conduzir à verdade plena. Ele é o Espírito da Verdade (Jo 16,13). Jesus é a Verdade (Jo 14,6). E diz na ceia: “O Espírito, que o Pai enviará em meu nome, é que vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que Eu vos disse” (Jo 14,26). Jesus ensinou a Verdade, mas é o Espírito Santo que nos fará entender as palavras de Jesus e dará a capacidade de mantê-las sempre vivas na Igreja. Como o Cristo se aniquilou e assumiu a forma de escravo, despojando-se de toda a manifestação da divindade (Fl 2,6), mais ainda o Espírito que nem forma visível possui para que não nos fixemos na forma, mas em seu dinamismo. Vivemos nossa fé na recordação de um fato histórico da vida de Cristo e sua celebração nos sacramentos. É o Espírito que faz a memória e torna os fatos históricos de nossa salvação presentes com força redentora. Ele nos conduz à realização plena. Ele tira o véu que de nosso olhar espiritual para compreender o mistério.
Espírito Santo silencioso
Parece que temos medo do Espírito Santo. Ele é o silêncio no amor. Não justifica o silêncio que se faz dele, pois em seu silêncio é o autor da Vida em nós. Ele é distribuidor de todos os dons. É incontrolável em sua ação, rico na distribuição de seus dons para o bem de todos. É a força dinâmica que movimenta e faz crescer a Igreja. É por isso que se tem medo Dele. Ele nos desacomoda e nos lança para maiores empreendimentos do Evangelho no mundo. Somente os que foram tomados pelo Espírito e corresponderam a seus impulsos, fizeram mudanças significativas na Igreja. Uns preferem ficar na praia que se lançar em grandes vôos, como lemos em Fernão Capelo Gaivota. Como seria bom se O conhecêssemos mais. Conhecer não significa fazê-Lo a nossa imagem e nos servirmos Dele para nosso egoísmo doentio.
O Pentecostes de cada missa.
Nós também recebemos o Espírito Santo e temos nosso Pentecostes em cada celebração da Eucaristia e dos Sacramentos. Todo o sacramento tem imposição das mãos com força sacramental que não depende de nós. Pedimos na prece eucarística que venha o Espírito sobre o pão e o vinho para que se tornem o Corpo e Sangue de Cristo. E também que venha e nos faça Corpo de Cristo. Queremos muitos dons, mas este é o dom fundamental e sua missão. Infelizmente preferimos nossa oração em lugar da oração do Espírito que ora em nós com palavras que não possuímos. O Pai entende sua oração (Rm 8,26-27). Abrir-se a Deus nos conduz à loucura do Espírito que é fogo que queima e aragem que refresca e nos introduz no repouso de Deus que é nosso Paraíso.
ARTIGO PUBLICADO EM MIO DE 2015
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