sábado, 7 de setembro de 2024

Eugénia Picco Religiosa, Beata 1867-1919

Nasceu em Crescenzago, Milão (Itália) a 8 de Novembro de 1867. Seu pai era um excelente músico do teatro "La Scala" de Milão. Foi criada quase exclusivamente pelos avós e só encontrava os seus pais durante breves intervalos. Certa vez, a sua mãe voltou de uma viagem sozinha, anunciando a morte do marido, de quem nunca mais voltará a ouvir falar. Obrigada a viver com a mãe e o seu amante, cresceu num ambiente pouco religioso e moralmente malsão, convivendo com as aspirações mundanas da mãe, que a queria transformar numa famosa cantora. Todos os dias rezava na Basílica de Santo Ambrósio para pedir ajuda a Deus, quase sem O conhecer. Numa tarde de Maio de 1886, sentiu na sua alma a vocação para a santidade e, a partir desse momento, caminhou sempre rumo à perfeição. Quando tinha vinte anos fugiu de casa para entrar na Congregação das Pequenas Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, onde foi recebida com compreensão e carinho pelo seu fundador, Pe. Agostinho Chieppi. Começou o noviciado em 1888 e, seis anos mais tarde, emitiu a profissão religiosa perpétua. Simples e humilde, fiel e generosa, entregou-se sem reservas: às alunas do colégio, a quem ensinava música, canto e francês; às noviças, de quem foi mãe e mestra; às suas irmãs, como secretária-geral e conselheira. Em Junho de 1911 foi eleita Superiora-Geral, cargo que ocupou até à morte. Mulher corajosa, sábia e equânime, durante o seu governo desenvolveu uma actividade prudente que contribuiu para a consolidação definitiva do seu instituto. Foi mãe para todos, especialmente para os pobres e marginalizados, a quem servia com generosidade incansável, encontrando o apoio vital para a sua vida interior e a sua actividade apostólica na Eucaristia, seu grande amor, centro de piedade, alimento e alívio para os dias densos de oração e de cansaço. De saúde frágil, consumada por uma tuberculose óssea, em 1919 sofreu a amputação da perna direita e, a 7 de Setembro de 1921, morreu aceitando todos os padecimentos com paciência e amor. 
"Como Jesus escolheu o pão, algo tão comum, assim deve ser minha vida, comum, acessível a todos e, ao mesmo tempo, humilde e escondida, como é o pão". Estas palavras de Eugênia Picco brotam de uma profunda contemplação de Jesus, Pão de vida, entregue por nós. A esta contemplação Eugênia chegou por um longo e doloroso caminho. Nasceu em Crescenzago (Milão) em 8 de novembro de 1867 de José Picco e Adelaide del Corno. O pai é um excelente músico cego da “Scala” de Milão. A mãe é uma mulher frívola, que não ama seu marido, que prefere o dinheiro, o êxito, as viagens. Os avós cuidavam habitualmente de Eugênia; ela encontrava seus pais durante as breves pausas que se concediam entre uma tournée e outra, até que um dia a mãe volta sozinha, sem seu marido, dando-o por morto. Eugênia não saberia nada sobre seu pai. Daquele momento em diante a mãe obriga a filha a viver com ela e com seu amante, do qual teve outros dois filhos. Eugênia cresceu em um ambiente irreligioso e moralmente frouxo, tendo que conviver entre os desejos mundanos da mãe, que deseja que ela seja uma cantora famosa, e com o amante da mãe que a maltrata com frequência. «Perigos e ocasiões tanto em casa como fora», diria Eugênia recordando aqueles anos de tribulação e aquele «instintivo» anelo de rezar, de olhar para o alto, no silêncio da austera basílica de Santo Ambrósio de Milão, onde a cada dia ia pedir ajuda a Deus, quase sem conhecê-Lo. Até que uma tarde de maio de 1886 Eugênia sentiu dentro de si o chamado à santidade e daquele instante diante caminharia, com prontidão e fidelidade indefectível, para a perfeição. Aos vinte anos Eugênia decidiu amar a Jesus e ser santa. Ingressou na jovem Família Religiosa das Pequenas Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria fugindo de casa no dia 31 de agosto de 1887, sendo imediatamente acolhida, compreendida e amada pelo Fundador, o Venerável Agostinho Chieppi. Em 26 de agosto de 1888 iniciou o noviciado e em 10 de junho de 1891 emitiu a primeira profissão religiosa nas mãos do mesmo Fundador. Fez a profissão perpétua em 1º. de junho de 1894. Simples e humilde, fiel e generosa, se entregou sem reservas às alunas do Colégio de quem é mestra de música, canto e francês; às noviças de quem é mãe e mestra; às Irmãs como arquivista, Secretária geral e Conselheira. Em junho de 1911 foi eleita Superiora geral permanecendo no cargo até a morte. Mulher valente, fez o voto de cumprir com perfeição serena e tranquila os deveres de Superiora e isto para cumprir a vontade de Deus. Animadora sábia e prudente da Congregação das Pequenas Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, durante seu governo desenvolveu uma atividade iluminadora e prudente para uma organização definitiva do Instituto, propondo-se cumprir as diretrizes transmitidas pelo Fundador. Para todos era mãe, especialmente para os pobres e para os pequenos aos quais servia com caridade generosa e incansável. As necessidades e os dramas de muitos irmãos durante a grande guerra de 1915-1918 abriram ainda mais seu coração para acolher todo pranto, toda dor e toda preocupação social ou particular. Seu principal apoio, fonte vital de sua vida interior e de todo seu trabalho apostólico, era a Eucaristia, seu grande amor, centro de piedade, alimento, consolo e alegria em suas jornadas densas de oração e de cansaço. Jesus lhe infundia seu zelo pela salvação das almas; em seu ardente amor a Jesus encontramos a explicação de sua incessante atividade. De saúde débil, com um corpo consumido pela tuberculose óssea, em 1919 teve que se submeter à amputação da extremidade inferior direita. Irmã Eugênia se ofereceu para cumprir os planos de Deus sobre ela, pronta para qualquer imolação. Decidida a caminhar para a perfeição, isto se expressa em uma vida de mortificação, de pureza, de obediência, de heroísmo, de obras virtuosas, vivendo o comum e o mais humilde da vida de maneira extraordinária; este o clima em que se passou a existência de Irmã Eugenia Picco. Irmã Eugenia faleceu santamente no dia 7 de setembro de 1921. Sua fama de santidade sobreviveu e inclusive foi aumentando depois de sua morte. Por toda parte eram ouvidas expressões de admiração e veneração a ela, considerada por todos como exemplo de extraordinária virtude e modelo de piedade, zelo, prudência, espírito de sacrifício e sabedoria. Em setembro de 1945 foi iniciado o processo de beatificação. Em 20 de dezembro de 1999 foi publicado o decreto sobre o milagre atribuído à sua intercessão que reconheceu a cura prodigiosa de Camilo Talubingi Kingombe, da diocese de Uvira (ex Zaire), ocorrida em 25 de agosto de 1992. Em 7 de outubro de 2001 foi proclama beata.

Nenhum comentário:

Postar um comentário