Evangelho segundo São Marcos 9,30-37.
Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos caminhavam através da Galileia. Jesus não queria que ninguém o soubesse;
porque ensinava os discípulos, dizendo-lhes: «O Filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens, que vão matá-lo; mas Ele, três dias depois de morto, ressuscitará».
Os discípulos não compreendiam aquelas palavras e tinham medo de O interrogar.
Quando chegaram a Cafarnaum e já estavam em casa, Jesus perguntou-lhes: «Que discutíeis no caminho?».
Eles ficaram calados, porque tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior.
Então, Jesus sentou-Se, chamou os Doze e disse-lhes: «Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servo de todos».
E, tomando uma criança, colocou-a no meio deles, abraçou-a e disse-lhes:
«Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe; e quem Me receber não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou».
Tradução litúrgica da Bíblia
Monge, bispo de Cesareia da Capadócia,
doutor da Igreja
Homilia sobre a humildade, 5-6
«Quem quiser ser o primeiro será
o último de todos e o servo de todos»
Lembra-te de que «Deus resiste aos soberbos e dá a graça aos humildes» (Jo 4,6). Tem presente a palavra do Senhor: «Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado» (Mt 23,12). Se achas que tens alguma coisa boa, reconhece-a, mas sem esquecer as tuas faltas; não te engrandeças com o bem que hoje fizeste, nem esqueças o mal recente ou passado; se o presente é para ti motivo de glória, lembra-te do passado e assim destruirás esse estúpido abcesso! Se vires o teu próximo pecar, não consideres mais do que a falta que ele cometeu e pensa também no bem que faz ou fez; se examinares o conjunto da tua vida e não te prenderes a coisas fragmentárias, descobrirás muitas vezes que é melhor do que tu; é que é assim que Deus examina o homem. Lembremo-nos disso muitas vezes, para nos preservarmos do orgulho, abaixando-nos, para sermos elevados.
Imitemos o Senhor, que desceu do Céu até ao aniquilamento total. Mas, depois de tal aniquilamento, fez resplandecer a sua glória, glorificando com Ele os que com Ele tinham sido desprezados. Tais eram, com efeito, os seus primeiros discípulos, que, pobres e nus, percorreram o universo sem palavras de sabedoria nem séquitos faustosos, mas sós, errantes e sofredores, vagabundos por terra e por mar, vergastados, apedrejados, perseguidos e, finalmente, levados à morte. Tais são os divinos ensinamentos do nosso Pai. Imitemo-los, para chegarmos, também nós, à glória eterna, ao perfeito e verdadeiro dom de Cristo.
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