Evangelho segundo São Mateus 18,15-20.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se o teu irmão te ofender, vai ter com ele e repreende-o a sós. Se te escutar, terás ganhado o teu irmão.
Se não te escutar, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão fique resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas.
Mas, se ele não lhes der ouvidos, comunica o caso à Igreja; e se também não der ouvidos à Igreja, considera-o como um pagão ou um publicano.
Em verdade vos digo: tudo o que ligardes na Terra, será ligado no Céu; e tudo o que desligardes na Terra, será desligado no Céu.
Digo-vos ainda: se dois de vós se unirem na Terra para pedirem qualquer coisa, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos Céus.
Na verdade, onde estão dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles».
Tradução litúrgica da Bíblia
Apologético, 39, 1-9
Somos chamados irmãos
Formamos um só corpo através da nossa comunidade de crenças, da nossa unidade de disciplina e da nossa comunhão de esperança. Marchamos juntos como um exército, para sitiar a Deus e forçar a sua mão com as nossas orações. Esta violência é agradável a Deus. Também rezamos pelos imperadores e os seus ministros, pela atual situação do mundo e pela paz. Reunimo-nos para recordar as Sagradas Escrituras, nas quais, consoante as circunstâncias, encontramos esclarecimentos ou advertências. Estas palavras sagradas alimentam a nossa fé, elevam a nossa esperança, fortalecem a nossa confiança e reforçam a nossa disciplina; nelas se fazem exortações, correções e juízos divinos.
Se existe uma espécie de fundo comum, este não é constituído por uma soma de taxas, como se a religião fosse objeto de comércio. Cada um paga o seu modesto tributo todos os meses, no dia em que quer, na medida em que pode e se quiser. Ninguém é obrigado a fazê-lo; cada um contribui espontaneamente com a sua parte. Esta prática da caridade é o que mais nos distingue junto de algumas pessoas: «Vede como se amam!», dizem, pois eles detestam-se mutuamente. «Vede como estão dispostos a morrer uns pelos outros».
Pela lei da natureza, nossa mãe comum, também somos vossos irmãos, mas com quanta mais razão são chamados irmãos e considerados como tais aqueles que reconhecem Deus como seu único Pai, que beberam do mesmo Espírito de santidade e que, tendo saído do mesmo seio da ignorância, se maravilharam com a mesma luz da verdade.
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