sábado, 31 de agosto de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Fazendo memória
 
Não assistimos a uma Semana Santa. Devemos dizer: Celebramos o Mistério Pascal de Cristo, isto é, sua Vida, Morte, Ressurreição, Ascensão e Glória junto ao Pai. Ao celebrarmos tão preciosa presença redentora de Jesus, Filho de Deus, aprendemos e participamos de seu Mistério. A participação nos dá a Vida. Pela fé realiza-se em nós o que aconteceu em Jesus. Cristo vive em nós e nós vivemos sua Vida. Isto acontece pela Memória que torna presente o que aconteceu em Cristo. O termo memória é próprio da celebração cristã, vinda do judaísmo. Moisés manda celebrar a Páscoa na saída do Egito. Isso será um memorial para vós (Ex 12,14). O judeu, ao celebrar a Páscoa, diante do pedido de explicação do porquê da celebração, responde: “Eu era prisioneiro do Egito e Deus com mão forte me salvou” (Ex 12,26-27). Paulo ensina: “Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória. Todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor até que Ele venha” (1Cor 11,25). Paulo diz que recebeu esse ensinamento pela tradição. Jesus dissera na Ceia: “Fazei isto em minha memória (Lc 22,19). É o Espírito quem realiza a Memória. Pela Palavra de Deus conhecemos o Mistério. Por nossa adesão de fé estamos em Cristo. Vivemos Seu Mistério e o anunciamos por nossas atitudes e palavras. Participar não é ir à Igreja, mas deixar que o Espírito nos conduza. Não estamos fazendo de conta na Celebração. O ato litúrgico tem a presença do que aconteceu com Jesus. Não é uma repetição do fato acontecido, mas presença de sua ação redentora. Pois Ele mandou que fosse assim. 
Um caminho de redenção 
A oração do inicio da celebração da Sexta-Feira Santa nos leva a dizer: “Ó Deus, foi por nós que o Cristo, vosso Filho, derramando o seu sangue, instituiu o mistério da Páscoa. Lembrai-vos sempre de vossas misericórdias e santificai-nos pela vossa constante proteção”. Celebramos um único Mistério na Ceia, na Morte, Sepultura e Ressurreição. É a passagem (Páscoa) de Cristo ao Pai. Cristo realizou a redenção da humanidade de uma vez por todas ao entregar-se ao Pai pelo mundo. Cristo, em sua Páscoa, uniu a Si todos nós. Ninguém ficou ausente de seu sacrifício. Ele levou cativo o cativeiro (Ef 4,8), isto é, tomou para Si os que eram prisioneiros do mal. Jesus não é um personagem a mais da história. Ele é a presença de Deus que a restaura. Ao celebramos os sacramentos, de modo particular a Eucaristia, temos presente e participamos misticamente de todos os bens espirituais que nosso Redentor nos conquistou. Ele venceu o mal e a morte. 
Até que Ele venha 
A Semana Santa não se mede pela dore pelo sentimento, mas pela consciência de um mistério que nos toca pessoalmente. O que é para toda Igreja, é para cada um individualmente. Para Cristo aconteceu em fatos, para nós acontece através dos símbolos. Os símbolos não são só figuras. São ações visíveis que explicam o invisível. No Tríduo Pascal a celebração culmina na liturgia da Vigília Pascal, não qual celebramos a Ressurreição. Sem ela, a morte de Cristo, seria uma morte a mais. As leituras nos colocam na promessa e na realização do desígnio de Deus para Cristo em nossa salvação. A Ressurreição é a explosão da força redentora da qual participamos. Por ela recebemos a Vida. Rezamos no Domingo da Páscoa: “Por vosso Filho, vencedor da morte, abristes hoje para nós as portas da eternidade. Concedei que, celebrando a Ressurreição do Senhor, renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos na luza da Vida nova” (oração). O Mistério Pascal acontece em nós.
ARTIGO PUBLICADO EM ABRIL DE 2014

EVANGELHO DO DIA 31 DE AGOSTO

Evangelho segundo São Mateus 25,14-30. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «Um homem, ao partir de viagem, chamou os seus servos e confiou-lhes os seus bens. A um entregou cinco talentos, a outro dois e a outro um, conforme a capacidade de cada qual; depois, partiu. O que tinha recebido cinco talentos fê-los render e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebera dois talentos ganhou outros dois. Mas o que recebera um só talento foi escavar na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. Muito tempo depois, chegou o senhor daqueles servos e foi ajustar contas com eles. O que recebera cinco talentos aproximou-se e apresentou outros cinco, dizendo: "Senhor, confiaste-me cinco talentos: aqui estão outros cinco que eu ganhei". Respondeu-lhe o senhor: "Muito bem, servo bom e fiel. Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes. Vem tomar parte na alegria do teu senhor". Aproximou-se também o que recebera dois talentos e disse: "Senhor, confiaste-me dois talentos: aqui estão outros dois que eu ganhei". Respondeu-lhe o senhor: "Muito bem, servo bom e fiel. Vem tomar parte na alegria do teu senhor". Aproximou-se também o que recebera um só talento e disse: "Senhor, eu sabia que és um homem severo, que colhes onde não semeaste e recolhes onde nada lançaste. Por isso, tive medo e escondi o teu talento na terra. Aqui tens o que te pertence". O senhor respondeu-lhe: "Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei e recolho onde nada lancei; devias, portanto, depositar no banco o meu dinheiro, e eu teria, ao voltar, recebido com juro o que era meu. Tirai-lhe, então, o talento e dai-o àquele que tem dez. Porque, a todo aquele que tem, dar-se-á mais e terá em abundância; mas, àquele que não tem, até o pouco que tem lhe será tirado. Quanto ao servo inútil, lançai-o às trevas exteriores. Aí, haverá choro e ranger de dentes"». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Narsés Snorhali 
(1102-1173) 
Patriarca arménio 
Segunda parte, §§ 694-700 ; SC 203
Dá-me a graça de Te agradar 
com os meus talentos!

Eu era como o servo mau
que nada ganhou com os seus talentos;
e até o ultrapassei,
porque perdi o dom da graça.

Não dobrei o teu talento,
não quadrupliquei os dois, não decupliquei os cinco,
a fim de poder reinar
sobre as dez cidades do sensível.

Mas enterrei o único talento na terra,
envolvendo-o no véu dos vícios;
não pus o dinheiro no banco
para que pudesses dele retirar juros.

A Ti, Salvador da minha alma,
quero, chorando, dizer o seguinte:
«Pois que ainda está nas minhas mãos fazer o bem,
dá-me a graça de Te agradar através dele».

Assim ouvirei a frase jubilosa
que ouviu o servo fiel:
«Entra na casa celeste,
na alegria do teu Senhor!».

Beato Alfredo Ildefonso Schuster, cardeal, arcebispo de Milão

"Parece que as pessoas não se deixam mais convencer pela nossa pregação, mas, diante da santidade, ainda se ajoelham, acreditam e rezam. Parece que as pessoas são inconscientes diante das realidades sobrenaturais e indiferentes aos problemas da salvação. Mas se um verdadeiro Santo passar pela rua, vivo ou morto, todos correm para vê-lo". Nesta espécie de testamento espiritual, deixado aos seminaristas moribundos, encerra-se toda a essência da santidade de Alfredo Ildefonso Schuster, monge de coração, antes de ser pastor de almas na cidade de Milão, para aonde a Igreja o enviara. Dois dias depois de pronunciar estas palavras, no cortejo fúnebre que acompanhava seu caixão, de Venegono a Milão, todos se uniram e acorreram para ver a passagem de um Santo. 
Um verdadeiro filho de São Bento 
Natural de Roma, filho do mestre alfaiate dos Pontífices, quando criança Ildefonso ajudava a Missa perto do Vaticano. Ao ficar órfão de pai, entrou para a residência estudantil de São Paulo fora dos Muros, onde teve como mestres o Beato Plácido Riccardi e o Padre Bonifácio Oslander. Educado à oração, ao silêncio e à ascese, sentiu o desejo de se tornar monge beneditino na mesma Abadia. Em poucos anos, Alfredo tornou-se mestre dos Noviços, Prior claustral e abade ordinário. Durante seus anos de estudo, sem se descuidar dos seus deveres, conseguiu também se dedicar à arte sacra, à arqueologia e à história monacal e litúrgica, pela qual era apaixonado. Ao formar-se em Filosofia, no Colégio de Santo Anselmo, e receber o Doutorado em Teologia, foi ordenado sacerdote, em 1904. Logo a seguir, foram-lhe confiados os cargos mais onerosos, como o de Reitor do Pontifício Instituto Oriental, e a missão de Visitador apostólico na Lombardia, Campânia e Calábria. Em 1926, pregou os exercícios espirituais ao então arcebispo Roncalli - futuro Papa João XXIII – do qual celebrou o rito fúnebre.

Santos José de Arimateia e Nicodemos, discípulos do Senhor

Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus, rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus da Cruz. E Pilatos lho permitiu. Então foi e tirou o corpo de Jesus. Com ele foi também Nicodemos, que anteriormente, se encontrara às ocultas de noite com Jesus, levando quase cem arráteis de um composto de mirra e aloés. Tomaram, pois, o Corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus costumavam fazer, na preparação para o sepulcro. Havia um horto naquele lugar, onde Jesus fora crucificado e, no horto, um sepulcro novo, no qual ninguém ainda havia sido posto. Ali, pois, por causa da preparação da festa dos judeus e por aquele sepulcro estar perto, depositaram Jesus” (João 19,38-42). No Evangelho de João encontramos a reconstrução mais precisa da deposição e sepultamento bastante incomum de Jesus, uma vez que, em geral, os corpos dos condenados eram deixados pelos romanos na cruz, até serem lançados em uma fossa comum. Porém, Jesus recebeu um tratamento diferente, graças a José, que usou sua influência para obter seu corpo e o enterrar em um sepulcro, que ele havia comprado para si. Contudo, ele teve que se apressar, porque em breve seria a Páscoa judaica, e ele não poderia participar da festa porque estava impuro, por ter entrado em contato com um cadáver. Por isso, foi ajudado por Nicodemos, que levou uma grande quantidade de óleos perfumados.

Beatos Edmigio Primo Rodriguez, Amalio Zariquiegui Mendoza e Valerio Bernardo Herrero Martínez Religiosos Lassalistas, mártires Festa: 31 de agosto

† Almeria, Espanha, 31 de agosto de 1936
 
Martirológio Romano: Em Almería, na Espanha, os beatos Edmigio (Isidoro) Primo Rodríguez, Amalio (Giusto) Zariquiegui Mendoza e Valerio Bernardo (Marciano) Herrero Martínez, mártires, que, irmãos das Escolas Cristãs, foram mortos durante a perseguição por ódio aos a fé. 
Durante os trágicos acontecimentos da guerra civil espanhola (1936-1939) as complicações surgidas, a partir de 1936, afectaram também a vida da Diocese de Almeria, situada numa das zonas mais pobres de Espanha. O grupo dos mártires de Almeria é formado pelo Bispo de Almeria, Diego Ventaja Milán, pelo Bispo de Guadix-Baza, Manuel Medina Olmos e por sete Irmãos das Escolas Cristãs: Aurelio María, José Cecilio, Edmigio, Amalio, Valerio Bernar do , Teodomiro Joaquín e Evencio Ricardo. 
Irmão EDMIGIO (Isidoro Primo Rodríguez) 
Nasceu em Adalia, província de Valladolid e diocese de Palência, em 4 de abril de 1881. Entrou no noviciado em 3 de agosto de 1898, recebendo o hábito religioso e o novo nome em 8 de outubro do mesmo ano. . Emitiu os votos perpétuos em 11 de agosto de 1911. Depois de concluir os estudos, lecionou em diversas casas; finalmente, em 1933, foi transferido para o Colégio San José, em Almeria.

Beato Pedro Tarrés i Claret

Nasceu no dia 30 de Maio de 1905 em Manresa (Espanha), numa família crente e exemplar. Recebeu o sacramento do Batismo a 4 de Junho do mesmo ano, a Confirmação em 1910 e a primeira comunhão em 1913. Estudou com os Padres Jesuítas. Era um adolescente de caráter aberto e alegre, amoroso com os pais e com as duas irmãs, amante da natureza e contemplativo, místico com alma de poeta. Graças à obtenção de bolsas de estudo, pôde fazer os estudos secundários e universitários, formando-se em medicina, no ano de 1928, na Universidade de Barcelona; funda, de acordo com o seu companheiro, Dr. Gerardo Manresa, o sanatório de Nossa Senhora "de la Merced", em Barcelona. Faz parte, com fervoroso zelo apostólico, da Federação dos Jovens Cristãos, que pertencia à Ação Católica, como a tinha perspectivado o Papa Pio XI: oração, estudo, ação sob a orientação da hierarquia local. Para ele o segredo da vida espiritual era a devoção Eucarística e o amor filial à Mãe de Deus. Em 1925 falece o seu pai e, pouco tempo mais tarde, sua mãe sofre um desastre que a torna inválida para sempre. Emitiu o voto de castidade em 1927 com a aprovação do seu diretor espiritual. Durante o exercício da profissão médica foi exemplar na caridade e na vida de piedade, tratando os doentes com familiaridade respeitadora e com uma alegria contagiosa. Com a revolta nacional, em 1936, conseguiu obter a tutela da polícia para preservar a integridade do Mosteiro de Monserrat da ferocidade dos anarquistas. Refugiou-se em Barcelona e teve a oportunidade de levar às escondidas a comunhão aos perseguidos pelas milícias vermelhas. Em 1938 teve que se alistar no exército republicano como médico. Em Janeiro de 1939 regressa da frente da guerra.

31 de agosto - Santo Aristides de Atenas

Aristides de Atenas, filósofo apologista grego e patrístico do período anterior ao Concílio de Niceia, faleceu por volta do ano 134 e é autor do mais antigo escrito apologético cujo texto se conserva. A literatura apologética visa defender a religião cristã dos escritos do paganismo e das heresias. Os dados sobre sua vida e obra são escassos. Segundo Eusébio de Cesaréia o filósofo ateniense teria entregue ao Imperador Romano Adriano (76-138) livros compostos em defesa da religião cristã, aproveitando-se da admiração do imperador pela escola de Alexandria e os filosofia ateniense. A primeira apologia do cristianismo, teria sido escrita na época do reinado (117-138) de Adriano, e só conhecida dos contemporâneos após sua descoberta no século XIX e publicada pelos Mequitaristas de S. Lázaro, de Veneza (1878) com o título Ao imperador Adriano César de parte do filósofo ateniense Aristides. Poucos anos depois (1891) R. Harris descobriu no monastério de Santa Catarina do Monte Sinai, uma tradução síria dessa apologia. A apologia de Aristides visa a mostrar que os cristãos são os únicos detentores da verdadeira noção de Deus, demonstrando as inconsistências das concepções dos deuses Caldeus, Gregos e Egípcios. Demonstra, ainda, o carácter elevado da vida moral cristã em profundo contraste com as corruptas práticas pagãs. O tom é nobre e calmo e procura testemunhar a razoabilidade do cristianismo mais por um apelo aos factos do que por subtis argumentações.

31 de agosto - São Raimundo Nonato

Raimundo nasceu em Portell, na Catalunha, Espanha, em 1200. Seus pais eram nobres, porém não tinham grande fortuna. O seu nascimento aconteceu de modo trágico: sua mãe morreu durante o trabalho de parto, antes de dar-lhe à luz. Por isso Raimundo recebeu o nome de Nonato, que significa não-nascido de mãe viva, ou seja, foi extraído vivo do corpo sem vida dela. Por isso é festejado, no dia 31 de agosto, como o patrono das parteiras e obstetras. Nonatus significa em Latin non–natus (não nascido) tendo em vista que ele foi retirado do ventre de sua mãe já morta com um faca ( tipo uma cesariana de emergência ) pela parteira e escapou. Alguns estudiosos acham que ele foi retirado com uma navalha e apresentava nas costas pequenas marcas de cortes do referido instrumento. Dotado de grande inteligência, fez com certa tranqüilidade seus estudos primários. Ainda menino, teve de guardar o gado e, durante seus anos de pastor, visitava constantemente uma ermida de São Nicolau, onde se venerava uma imagem de Nossa Senhora de quem era devotíssimo. Conta-se que, durante as horas que passava aos pés de Maria, um anjo lhe guardava o rebanho. O pai, percebendo os dotes religiosos do filho, tratou de mandá-lo administrar uma pequena fazenda de propriedade da família. Com isso, queria demovê-lo da idéia de ingressar na vida religiosa.

Deposição do precioso cinto da Ssma. Mãe de Deus em Constantinopla (séc. VI), 31 de Agosto

Sobre o evento da trasladação do precioso cinto (faixa) da Santa Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, há duas referências a respeito: pode ter sido realizada pelos reis Arcadius ou Teodósio II, e foi transferido de Jerusalém para Constantinopla, sendo depositado no interior de um nicho de ouro. Transcorridos 410 anos, o rei Leão, o sábio, abriu este nicho buscando a cura para a sua rainha que se encontrava sob a possessão de um espírito impuro. Encontrou então este precioso cinto da Santa Mãe de Deus que começou a irradiar uma luz não criada. Havia um selo de ouro no qual estava indicado o dia e o ano em que fora trasladado para Constantinopla. Depois de se prostrar com grande devoção, o Patriarca tomou em suas mãos o precioso cinto e o estendeu sobre o corpo da rainha que, imediatamente se sentiu libertada. Todos começaram então a glorificar a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e agradecer à sua mãe que é a protetora fiel de todos os cristãos, nossa ajuda e intercessora em cada instante de nossas vidas. 
 Tradução e publicação neste site com permissão de Ortodoxia.org
 Trad.: Pe. André

Nossa Senhora de La Vang

       Durante a maior parte do século XVII, o Vietnã esteve em guerra por várias lutas de poder e domínio. No século XVIII, a mais forte dentre elas foi conduzida pelos três irmãos Tay Son. Com pequeno intervalo, derrubaram sucessivamente os senhores de Nguyen e derrotaram os senhores de Trinh, restaurando a unidade nacional pela primeira vez desde o declínio da dinastia Le. Um dos irmãos Tay Son foi aclamado rei com o nome de Quang Trung. Em 1792 ele morreu e deixou o reino ao filho que se tornou o Rei Canh Thinh. Entretanto, Nguyen Anh continuou a revolta tentando reclamar o trono. Ao tentar fugir dos rebeldes Tay Son, em 1777, refugiou-se na ilha de Phu Quoc, onde D. Pedro Pigneau de Behaine, da Sociedade das Missões Estrangeiras, dirigia um seminário para jovens das terras vizinhas. O bispo convenceu-o a pedir auxílio a Luís XVI de França. O Rei Canh Thinh soube que Nguyen Anh recebia apoio do missionário francês e teve receio que os católicos vietnamitas apoiassem o seu reinado. Começou a pôr restrições à prática do catolicismo na região. Em 17 de agosto de 1798, o Rei Canh Thinh promulgou um édito anticatólico e uma ordem para destruir todas as igrejas católicas e seminários. Começou uma perseguição aos católicos vietnamitas e aos missionários que durou até 1886. Mesmo depois de Nguyen Anh ter conseguido recuperar o trono como Rei Gia Long (1802-1821), os seus sucessores, Rei Minh Mang (1821-1840), Rei Thieu Tri (1841-1847) e Rei Tu Duc (1847-1884), o último imperador Nguyen, a intensa campanha contra os católicos continuou ordenando castigos que iam desde queimarem as suas caras, até a morte por diversos métodos cruéis para os católicos vietnamitas e os padres missionários. 

ORAÇÕES - 31 DE AGOSTO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
31 – Sábado – Santos: Aristides, Nonato, Amado
Evangelho (Mt 25,14-30)A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade.”
Cada um de nós tem sua capacidade espiritual e naturalconforme odom de Deus. E preciso entender que o mais importantenão é quanto talento recebi, mas como o coloco a serviço de Deus e dos irmãos. Aliás, o mais importante não é quanto faço, mas, sim o amor com que o faço.Não posso contar com êxito em todas as iniciativas, mas, se nascerem do amor,algum bem sempre haverá.
Oração
Senhor meu Deus, agradeço a vida que me destes, os dons do corpo e da alma, poder conhecer, amar e fazer, forças e saúde. Ajudai-me a viver da melhor maneira possível esta vida, à espera da vida que me prometeis para sempre. Guiai-me sempre no caminho certo, usando para o bem todas as possibilidades que me dais. Perdoai-me, porque muitas vezes não fiz por vós tudo que podia. Amém.

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Bendito o que vem em nome do Senhor”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Seguindo com alegria Cristo
 
Celebramos o início da Semana Santa com a preparação ao Tríduo Pascal de Jesus no qual celebramos a Ceia, a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. O Domingo de Ramos é uma síntese deste mistério mostrando a Paixão e a Glória de Jesus. A liturgia destes dias tem origem em Jerusalém como podemos ler no “Diário de Etéria”, escrito do final do século IV (380), que testemunhou esta liturgia. Esta tem caráter geográfico e é celebrada onde aconteceram os fatos. Os evangelistas narram que Jesus veio de Betfagé, no Monte das Oliveiras. Este monte é um local bíblico de grande importância. Ali iniciou sua caminha final para a realização do desígnio do Pai. Ele é o grande rei que vem tomar posse de sua cidade (Sl 47,3). Apresenta-se na humilde, como diz Zacarias (Zc 9,10). O povo O acolhe e coloca-Lhe mantos para que Ele passe. É uma entrada gloriosa. Jesus aceita a glorificação do povo, mas a assume como serviço. Até hoje, a sofrida Igreja de Jerusalém faz esta caminhada festiva. As orações da celebração conduzem os fiéis a perceberem que a caminhada continua até à Jerusalém Celeste. Esta glória prenuncia a glória da Ressurreição. O sofrimento de Cristo não é um fim de tudo, pois Deus não O abandona no poder da morte, como anuncia Pedro no dia de Pentecostes (At 2,31). A celebração lembra que não podemos parar na morte. A liturgia de hoje ensina que Cristo continua entrando para ser acolhido. O povo O aclama. A palavra “Hosana” significa – salvai-nos! Ele é rei aclamado até na cruz: rei dos judeus. A antífona diz que as crianças cantavam. Infelizmente calaram a boca das crianças na Igreja. O altar deve continuar a ser o colo da mãe Igreja para as crianças. 
Exemplo de humildade 
A Paixão é o momento em que Cristo imprime em si com mais grandiosidade nossa humanidade realizando em Sua vontade humana a vontade Divina. A segunda leitura, que é um hino da Igreja primitiva, é uma profissão de fé em Jesus sofredor e glorioso. É o processo de transfiguração da humildade à glória. O homem foi feito imagem e semelhança de Deus. Na Encarnação que culmina na Paixão, Ele se faz imagem e semelhança do homem escravo do pecado, servo sofredor na morte vergonhosa da cruz. Por isso Deus o superexaltou. O nome que está acima de todo nome é a Sua Divindade. O próprio nome de Jesus revela o Pai, Deus é salvação. Ele foi o cordeiro mudo. Humilha-se e tem confiança no socorro de Deus. Como o Servo sofredor, cantado por Isaias (Is 50,4-7) ouve a voz de Deus e tem consciência de sua missão. Jesus em Seu sofrimento ouve a vontade do Pai. Ensina-nos que a humildade é estar aberto a Deus cada manhã. 
Não calar a voz do povo 
A entrada de Jesus em Jerusalém foi um momento em que o povo pôde soltar a voz e acolher Jesus como o Messias: “Bendito o que vem em nome do Senhor”... “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia” (Mt 21,9.13). O povo escolhe quem o salva. Não se pode dizer que na Sexta-Feira o mesmo povo o condena. Podemos dizer que será ele a acolher as Palavras de Pedro no dia de Pentecostes. Deus está do lado do povo e o leva a manter-se de cabeça erguida e ter autonomia de sua consciência. Deus abre seus ouvidos para ouvir Sua voz. Como o Servo, aprende com o sofrimento a confortar os que sofrem. O povo é solidário e socorre os abatidos. Por isso resiste com a cabeça erguida. É pacífico e tem confiança que seu sofrimento não é o fim, mas a passagem para a Glória. 
Leituras: Mateus 21,1-11;Isaias 504-7;
Salmo 21; 
Filipenses 2,6-11; Mateus 27,11-45 
1. O Domingo de Ramos é uma síntese do Mistério Pascal celebrando a glória e a dor da Paixão. A liturgia tem caráter geográfico, celebrada onde aconteceram os fatos. O monte das Oliveiras é importante na Bíblia. Jesus vem na humildade tomar posse de sua Cidade. As orações da celebração conduzem os fiéis à Jerusalém Celeste. As crianças O aclamam. 
2. A Paixão é o momento da maior manifestação da humanidade de Jesus. Ele se faz imagem e semelhança do homem escravo do pecado, servo sofredor na morte vergonhosa da cruz. Por isso Deus O exaltou. Humilha-Se e tem confiança em Deus. Ensina que a humildade é estar aberto a Deus. 
3. A entrada em Jerusalém foi o momento em que o povo pôde soltar a voz e acolher Jesus como o Messias. O povo escolhe quem o salva. Deus está ao seu lado e o leva a manter a cabeça erguida e ter autonomia de sua consciência. É pacífico e tem confiança que seu sofrimento não é o fim,mas a passagem para a glória. 
Há dores que vem para bem 
É fascinante contemplar a entrada de Jesus em Jerusalém. Ele era o Rei esperado. Veio em nome do Senhor. O povo vibrou como se estivesse se libertando. Era o Profeta prometido. Mas Jesus corresponde a outras esperanças. Ele é o Servo que vai sofrer pelo povo. Assumiu completamente a condição humana a ponto de se sentir abandonado por Deus em seu sofrimento. Rezou: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes”. Ali, Nele, estava a humanidade dominada pelo mal. Seu sofrimento vem para o bem, pois Deus o ressuscitou. A jubilosa entrada se concretiza na sua gloriosa ressurreição. Nós vamos nos alegrar com Ele, em nossa coragem de segui-Lo até na morte. 
Homilia do Domingo de Ramos (13.04.2014)

EVANGELHO DO DIA 30 DE AGOSTO

Evangelho segundo São Mateus 25,1-13. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O Reino dos Céus pode comparar-se a dez virgens, que, tomando as suas lâmpadas, foram ao encontro do esposo. Cinco eram insensatas e cinco eram prudentes. As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as prudentes, com as lâmpadas, levaram azeite nas almotolias. Como o esposo se demorava, começaram todas a dormitar e adormeceram. No meio da noite, ouviu-se um brado: "Aí vem o esposo; ide ao seu encontro". Então, as virgens levantaram-se todas e começaram a preparar as lâmpadas. As insensatas disseram às prudentes: "Dai-nos do vosso azeite, que as nossas lâmpadas estão a apagar-se". Mas as prudentes responderam: "Talvez não chegue para nós e para vós. Ide antes comprá-lo aos vendedores". Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o esposo. As que estavam preparadas entraram com ele para o banquete nupcial; e a porta fechou-se. Mais tarde, chegaram também as outras virgens e disseram: "Senhor, senhor, abre-nos a porta". Mas ele respondeu: "Em verdade vos digo: não vos conheço". Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora».
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Agostinho 
(354-430) 
Bispo de Hipona (norte de África), 
doutor da Igreja 
Sermão 96, 9 
«Segue-Me» (Mt 9, 9) 
Neste mundo, isto é, na Igreja, que segue a Cristo, Ele diz a todos: «Quem quiser vir após Mim, renuncie a si mesmo». E esta injunção não é para as virgens, com exclusão das mulheres casadas; para as viúvas, com exclusão das esposas; para os monges, com exclusão dos esposos; para os clérigos, com exclusão dos laicos. É toda a Igreja, todo o Corpo de Cristo, todos os seus membros, diferenciados e repartidos segundo as suas tarefas próprias, que deve seguir Cristo. Que toda ela O siga, ela que é única, ela que é a pomba, ela que é a esposa (cf Ct 6,9); que O siga, ela que foi resgatada e enriquecida com o sangue do Esposo. A pureza das virgens tem aqui o seu lugar; a continência das viúvas tem aqui o seu lugar; a castidade conjugal tem aqui o seu lugar. Que todos estes membros sigam a Cristo, cada um segundo a sua categoria, cada um segundo a sua classificação, cada um à sua maneira. Que renunciem a si mesmos, isto é, que não se apoiem em si próprios; que levem a sua cruz, isto é, que suportem no mundo, por Cristo, tudo o que o mundo lhes infligir. Que O amem a Ele, o único que não desilude, o único que não está enganado, o único que não Se engana. Que O amem porque o que Ele promete é verdadeiro. Mas, porque Ele não o dá agora, a fé vacila; pois continua, persevera, suporta, aceita esta demora, e terás levado a tua cruz.

30 de agosto - Beato Alfredo Ildefonso Schuster

"Não tenho outra recordação para vos deixar a não ser um convite à santidade. Parece que as pessoas já não se deixam convencer pela nossa pregação; mas perante a santidade, ainda creem, ainda se ajoelham e rezam... Não vos esqueçais de que o diabo não tem medo dos nossos campos desportivos e das nossas salas de cinema: ao contrário, tem medo da nossa santidade". "Para que a tempestade não arraste a barca, não servem nem a diplomacia, nem as riquezas, nem o poder secular, mas unicamente a santidade apostólica, tácita como o fermento, humilde, pobre'. "Se alguém me ama, ele observará minha palavra e meu Pai o amará e nós iremos até ele, e faremos nele a nossa morada" (Jo 14,23). O amor por Cristo, expresso em um serviço incansável à Igreja, é o coração da espiritualidade e da atividade apostólica de Alfredo Ildefonso Schuster, por muitos anos Pastor incansável da Arquidiocese de Milão. "Um homem de oração, estudo e ação - chamou-o, Monsenhor Giovanni Battista Montini, em seu discurso na entrada na arquidiocese – não tinha outro objetivo do que a salvação espiritual do seu povo". O espírito de oração e contemplação, próprio da tradição beneditina em que se formou, animou seu ministério pastoral. A espiritualidade monástica, apoiada pela meditação diária da Sagrada Escritura, foi expandido tanto como a cooperação ativa com a Santa Sé e no generoso serviço à comunidade Ambrosiana, ele sempre edificada e confortado com a celebração assídua e devoção dos Sagrados Mistérios e o exemplo de uma vida clara e coerente. O cardeal Schuster ofereceu ao clero milanês um brilhante exemplo de como a contemplação e a ação pastoral podem ser harmonizadas. Ele continua a apontar hoje para cada sacerdote e cada pessoa chamada para trabalhar na vinha do Senhor, o valor supremo do amor a Deus, o fundamento da comunhão fraterna e do apostolado. "No final - ele escreveu - o que importa para a verdadeira grandeza da Igreja e dos seus filhos é o amor”. 
Papa João Paulo II – Homilia de beatificação – 
12 de maio de 1996

30 de agosto - Beato Padre Eustáquio Van Lieshout

“Padre Eustáquio foi para Belo Horizonte enjeitado, ninguém sabia onde colocar Padre Eustáquio. Ele foi para Belo Horizonte com a obrigação de não fazer milagre. Pois para Deus não tem isso. Ele fez… trocou nome de rua, trocou nome de bairro, trocou nome de igreja, trocou tudo… para ver o que é a pessoa marcada por Deus. Padre Eustáquio com o seu ‘Saúde e Paz’ chegou a todas as famílias, de JK até o mais simples e pobre dos cristãos.“ 
Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo, Arcebispo Emérito de Belo Horizonte.
Nascido na Holanda em 1890 e ordenado sacerdote em 1919, o Beato Eustáquio desembarcou no Rio de Janeiro em 12 de maio de 1925. Seu destino: o povoado de Água Suja, no Triângulo Mineiro.
Situado às margens do Rio Bagagem, aquele local sofria dos males comuns às regiões de mineração muito afastadas, sendo marcado por enormes necessidades espirituais e materiais. O farol que iluminava a vida dura dos mineiros era o antigo santuário de Nossa Senhora da Abadia, onde se fixou o padre vindo da Europa.
Nos seus dez anos em Água Suja - cujo nome foi mudado para Romaria - ele iniciou a edificação do Santuário de Nossa Senhora da Abadia, que se tornou um grande centro de peregrinação.
Em Romaria, como nas cidades onde atuou depois, dedicou-se com extremo desvelo aos pobres e aos enfermos. Nas suas visitas às casas de seus paroquianos, servia até mesmo de médico e enfermeiro dos doentes.
Assim comportou-se o Padre Eustáquio durante seus 24 anos de sacerdócio. Com uma diferença: ele era o escravo de todos os necessitados, e não apenas de seus paroquianos.
Em Romaria, o Padre Eustáquio já fez algumas curas consideradas milagrosas. Mas foi em Poá (SP), para onde foi transferido, tomando posse como pároco em fevereiro de 1935, que esse dom começou a brilhar com maior intensidade, e sua fama de santidade começou a se espalhar irresistivelmente pelo Brasil inteiro.

São Pamáquio, senador romano

Senador romano cristão, em 387, Pamáquio tornou-se monge e decidiu dedicar a sua vida aos pobres. Foi um dos fundadores de uma hospedaria, na foz do rio Tibre, que acolhia, gratuitamente, peregrinos pobres e enfermos. Contribuiu para a construção da Basílica dos Santos João e Paulo, no Célio. 
† Roma, 410 
Martirológio Romano: Em Roma, comemoração de São Pamáquio, senador, homem que se distinguiu pelo zelo na fé e pela generosidade para com os pobres, cuja piedade para com Deus foi responsável pela construção da basílica com o seu título no monte Célio. 
É a figura senatorial, um dos líderes do partido cristão no Senado, responsável pela fundação da basílica com o antigo título de Byzante al Celio, depois dos Santos João e Paulo. As figuras de Pammachio (cultor fidei, como o indicava uma epígrafe) e de sua esposa Paulina são quase certamente aquelas vistas aos pés de um dos mártires homônimos, na pintura do oratório subterrâneo. Mas a memória de Pammachio está também no senodochio do Porto (Portus Traiani, perto de Ostia), cujos restos mortais foram revistos por GB de Rossi. Era amigo de São Jerônimo, que o menciona extensivamente em sua correspondência, e com sua piedosa esposa distinguiu-se muito pela caridade e pelas virtudes domésticas. Quando Paulina morreu, ela adquiriu o hábito de asceta e se entregou inteiramente ao serviço dos pobres, gastando com eles sua imensa riqueza. A fundação do hospício (398) ocorreu aproximadamente dois anos após a morte de Pauline. São Paulino de Nola também celebra este piedoso cuidado de Pammachio. Ele morreu durante o cerco de Alaric (410).

Santos Félix sacerdote e Adauto, mártires, na via Ostiense

Identificados como irmãos, pela tradição, foram enterrados no cemitério de Comodila. Uma antiga Passio narra que, na época de Diocleciano, enquanto Félix era levado para o martírio, ajuntou-se a ele um homem (Adauctus=adjunto), que se declarou cristão, com o qual partilhou o mesmo destino.
A informação mais certa sobre os santos Felice e Adautto vem de um poema de S. Dâmaso que nos conta apenas que Felice e Adautto eram irmãos e sofreram o martírio. Isso provavelmente aconteceu sob Diocleciano e eles foram enterrados em uma cripta no cemitério de Commodilla, perto de San Paolo Fuori le Mura. Esta cripta, transformada em basílica, foi restaurada e possui um dos mais antigos afrescos cristãos primitivos, no qual os dois mártires estão juntos com os santos Pedro, Paulo e Estêvão. Segundo uma lenda da Passio do século VII, enquanto o presbítero Félix era levado à execução, apareceu um estranho declarando que queria partilhar o seu destino. Os dois foram decapitados e como o nome do estranho permanecia desconhecido ele foi chamado de "adauctus" (acrescentado), de onde veio Adautto.
Etimologia: Felice = feliz, do latim 
Emblema: Palma 
Martirológio Romano: Em Roma, no cemitério de Commodilla, na Via Ostiense, os santos mártires Felice e Adáutto, que, por terem dado testemunho de Cristo juntos com a mesma fé inabalável, correram juntos vitoriosos para o céu.

Santa Margarida Ward, Mártir da Inglaterra - 30 de agosto

Margarida Ward nasceu em Congleton, Cheshire, em torno de 1550, no seio de uma distinguidíssima família inglesa. Pouco se sabe de sua vida, somente que nos últimos anos viveu na casa da nobre senhora Whitall, da qual era dama de companhia. Margarida era católica, e soube que haviam prendido o sacerdote Guilherme Watson, que estava encarcerado e submetido a contínuos sofrimentos. Estava em curso a perseguição da sanguinária Isabel I contra os católicos, e a tortura era uma prática usual. Margarida decidiu visitá-lo repetidas vezes, para ajudá-lo e confortá-lo. Watson, que escreveu a obra conhecida como "Quodlibets", já tinha estado preso uma primeira vez, porém logo, em um momento de debilidade pelas torturas sofridas, tinha consentido participar do culto protestante, e por isso fora libertado. Porém amargamente arrependido desta ação, se retratou publicamente e declarou ser católico, e foi novamente preso e levado para a prisão de Bridewel. Depois de várias visitas, que suavizaram a vigilância do carcereiro, Margarida levou uma corda para poder escapar. Na hora fixada, o barqueiro que se havia comprometido a transportar o sacerdote rio abaixo, se negou a levar a cabo seu trabalho.

Santa Gaudência, Virgem e mártir- 30 de agosto

No Martirológio Hieronimiano de 30 de agosto, depois de alguns mártires romanos, é relatada esta lição: “Gaudentiae virginis et aliorum trium”. Esta menção é a única notação antiga que temos de Gaudenzia. Alguns críticos acreditam que não se trata de um mártir romano, mas sim de uma transcrição incorreta de copistas, portanto Gaudenzia deveria ser identificada com o mártir romano Cândida, lembrado por Geronimiano em 29 de agosto. No entanto, esta afirmação não está suficientemente comprovada. 
Autor: Gian Domenico Gardini 
Fonte: Biblioteca Sanctorum

Beata Maria Ràfols

A história de Maria Ràfols é de uma mulher que fez grandes coisas através do silêncio e a da humildade, feita toda caridade e em pobreza, tanto material como espiritual. A sociedade da época a pagou com o desprezo, o cárcere e o desterro. Teve que esperar a sua morte para se começasse a reconhecer o valor de sua existência. Sua Congregação, atualmente expandida por todo o mundo, se dedica à educação, ao apostolado e à saúde, campos nos quais a mesma se destacou. Uma cristã autêntica e sublime, porém, também uma mulher forte, valente, empreendedora, de comportamento exemplar com os feridos da guerra, os enfermos do hospital e os meninos da Inclusa. Maria Ràfols nasceu em Vilafranca de Penedès, em 05 de novembro de 1781, em Molí d'En Rovira, lugar simples e humilde, filha de agricultores catalães. Pouco depois de seu nascimento e batismo, em 07 de novembro, a família se mudou para outro moinho, o Molì de Mascaró, em Bleda, onde a menina passou sua infância. Não se sabe muito sobre esse período, porém, é provável que fosse pobre e humilde, como qualquer outra menina camponesa. Muitos testemunhos falam de sua candura e piedade. Em 1794, quando tinha apenas nove anos de idade, morreu seu pai e sua mãe contraiu novo matrimônio, e a família se mudou para Garraf. A situação econômica parece que melhorou, pois há registro de que Maria Ràfols estudou interna em um colégio de Barcelona (Colégio de l'Ordre de Nostra Senyora).

Beata Maria dos Anjos Ginard Martí, Virgem e Mártir – 30 de agosto

Poucos dias depois do martírio de Josep Tápies Sirvant e seis companheiros, também a Irmã Maria dos Anjos Ginard Martí rematou a sua consagração a Jesus Cristo oferecendo a sua vida, ceifada pelas balas, em Dehesa de la Villa, perto de Madrid. A Beata Maria dos Anjos foi uma religiosa exemplar, destacando-se entre as suas numerosas virtudes o amor à Santíssima Eucaristia e ao Rosário, assim como a sua particular devoção aos primeiros cristãos, cujo martírio venerava.
Cardeal José Saraiva Martins – 
Homilia de Beatificação 29/10/2005
      A Irmã Maria dos Anjos Ginard Martí, religiosa da Congregação das Irmãs Zeladoras do Culto Eucarístico, nasceu no dia 3 de abril de 1894 em Llucmajor (Baleares). Era a terceira de nove filhos do casal Sebastián e Margarita, e passou a sua infância nas Canárias, para onde o seu pai tinha sido transferido. Desde menina sentiu-se inclinada a uma profunda piedade, fruto da educação recebida de seus pais, e logo desejou se consagrar ao Senhor na vida religiosa, seguindo o exemplo das duas irmãs de sua mãe. Após o regresso da sua família a Maiorca, embora tivesse o desejo de tornar-se religiosa, teve que esperar. Por necessidade aprendeu a confeccionar chapéus e a bordar a fim de, com o seu esforço pessoal, contribuir e suprir as carências de uma família tão numerosa.

Tecla da Turquia Virgem, Mártir,Santa séc. III

Não se sabe exactamente se foi em Isaúria ou na Licaónia, Turquia, o local onde a virgem mártir Tecla nasceu. O que se sabe é que é uma das figuras mais importantes dos tempos apostólicos, muito celebrada entre os gregos. Tudo começou quando, um dia, ao ouvir uma conversa sobre o valor da castidade entre o apóstolo Paulo e seu anfitrião Onesíforo, a jovem e pagã Tecla foi tocada no coração pelo discurso do santo. Ficou tão impressionada que, naquele exacto momento, resolveu não mais se casar. Mas o faria muito em breve, pois havia sido prometida a um jovem de nome Tamiris. Quando a jovem resolveu desmanchar o casamento, tanto sua família como a do noivo fizeram de tudo para demovê-la da ideia. Tecla, porém, se manteve firme na convicção de se converter. Isso despertou a ira de seu noivo Tamiris que conseguiu a prisão e a tortura de São Paulo por influenciar a jovem, o que eles consideravam ser uma atitude demoníaca por parte do apóstolo. Nem assim Tamiris conseguiu que Tecla abandonasse os ensinamento de Cristo, que agora seguia. Ela foi algumas vezes procurar Paulo no cárcere para lhe dar apoio e solidariedade. Com essa atitude, deixou seu ex-noivo ainda mais irado.

Santa Joana Jugan (1792-1879)

Religiosa francesa, 
fundadora da Comunidade 
das “Irmãzinhas dos Pobres”.
Joana Jugan lembra a misericórdia de Deus para com os pobres. Fundadora das Irmãzinhas dos Pobres, em 1830, foi beatificada por João Paulo II, no dia 3 de outubro de 1982. Natural da França, nasceu em 1792 e morreu em 1879. Durante toda sua vida, ela procurou identificar-se totalmente com os pobres e necessitados. Por ocasião de sua beatificação, João Paulo II afirmou: "Na nossa época, o orgulho, a busca da eficiência e a tentação dos meios poderosos dominam facilmente o mundo e por vezes, infelizmente, a Igreja. Criam obstáculos à implantação do reino de Deus. Por isso a fisionomia espiritual de Joana é capaz de atrair os discípulos de Cristo e de lhes encher os corações de simplicidade e humildade, de esperança e de alegria evangélica, vindas de Deus e do esquecimento próprio" (apud J. Leite, op. cit., vol. II, p. 524). Por ocasião de sua morte, havia cerca de 2.400 Irmãzinhas dos Pobres dedicadas ao serviço dos excluídos e a congregação espalhara-se por mais de dez países. Actualmente as irmãzinhas encontram-se presentes em mais de 30 nações, nos cinco continentes, e são cerca de 5 mil religiosas no mundo inteiro. 

Beato João Giovenale Ancina Bispo Festa: 30 de agosto

Bispo oratoriano, amigo 
de São Francisco de Sales. 
Homem de grande eloquência. 
(*)Fossano, Cuneo, 1 de outubro de 1545
(+)Saluzzo, Cuneo, 30 de agosto de 1604 
Elevado à honra dos altares por Leão XIII em 9 de fevereiro de 1890, Giovanni Giovenale Ancina foi um dos primeiros discípulos de São Filipe Néri”. No Oratório de Roma, em contato com o Padre Filippo, Ancina encontrou o caminho pelo qual planejaria fielmente toda a sua existência: para o Oratório, principal obra apostólica da Congregação, trabalhou com inteligência e dedicação, colocando seus talentos como um homem de letras e um artista, bem como um estudioso das ciências teológicas e um pregador admirado, também estavam ao seu serviço. Chamado de volta a Roma em 1596, foi escolhido pelo Papa como Bispo de Saluzzo. 
Etimologia: João = o Senhor é beneficente, dom do Senhor, do hebraico Emblema: Equipe pastoral 
Martirológio Romano: Em Saluzzo, no Piemonte, o beato Giovanni Giovenale Ancina, bispo, que, outrora médico, foi um dos primeiros a ingressar no Oratório de São Filipe Neri.

Beata Bronislava da Polônia - Festejada 30 de agosto

Nasceu em 1230, no castelo de Kamien, na Silésia, de uma importante família polonesa; seu avô havia fundado o mosteiro premonstratense de Zwierzyniec, perto de Cracóvia, onde a tia de Bronislava, Gertrudes, tinha entrado, tornando-se posteriormente a priora de Imbramowice. Bronislava também era prima do dominicano São Jacinto e relacionada com São Jacek e o Beato Czeslaw. Ela cresceu numa atmosfera profundamente influenciada pelas Cruzadas e o amor a Cruz norteou sua vida. Bronislava entrou no convento das religiosas Norbertinas em Zwierzyniec com a idade de dezesseis anos, onde ela foi logo depois eleita prioresa. Sua vida espiritual era orientada pela devoção à Paixão de Nosso Senhor e de Sua Santa Cruz. Para poder meditar com maior fruto os mistérios da Paixão de Jesus, Bronislava se retirava em uma colina de Sikornik, não distante do mosteiro, que agora se chama Colina de Santa Bronislava, e onde em 1702 foi erigida uma capelinha em sua honra. Quando a peste chegou à Polônia, ela dedicou-se a ajudar os doentes e a confortar os moribundos. Durante a crise política que tomou conta da Polônia, o convento de Zwierzyniec teve de ser abandonado em várias ocasiões, pois ele se situava fora da muralha de Cracóvia e, portanto, era vulnerável a ataques. Nessas ocasiões as religiosas eram obrigadas a procurar abrigo das hordas de saqueadores em outras casas religiosas ou nas profundezas das florestas.

ORAÇÕES - 30 DE AGOSTO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 – Sexta-feira – Santos:Adauto, Gaudêncio, Rosa de Santa Maria
Evangelho (Mt 25,1-13)Portanto, ficai vigiando, pois não sabeis qual será o dia, nem a hora.”
O início da parábola é até gracioso. Logo, porém, vemos que fala de coisa muito séria. Lembra-noscomo é tão breve nossa vida, e que não sabemos quando chegará nossa morte. E mais ainda, que não podemos prever nada com certeza, nem os perigos nem as boas oportunidades. Convida-nos Jesus a estar sempre preparados e atentos para suas inesperadas passagens por nossa vida.
Oração
Senhor meu Deus, ajudai-me dar ao que é mais importante naminha vida pelo menos a mesma importância que se dá aos negócios.Vós me ofereceis a vida e um caminho para a felicidade agora e para sempre. Fazei-me atento aos perigos, e mais atento ainda aos vossos convites e às oportunidades de crescer no bem na verdade e no amor.Que eu não deixe a lâmpada apagar-se. Amém. 

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Desde cedo eu vos busco”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Sede de Deus
 
Rezamos o salmo no qual o fiel derrama seu coração mostrando sua sede de Deus. Integrado com a natureza, usa a imagem do animal sedento que se enlouquece pela busca d’água: “Como a corsa suspira pelas águas correntes, suspira igualmente minh’alma por vós, ó meu Deus. Minha alma tem sede de Deus e deseja o Deus vivo” (Sl 41,2-3). Este salmo reflete o sofrimento de um sacerdote do templo que fora afastado para um lugar distante. Arde-lhe o desejo de estar diante de Deus no templo. A sede de Deus é a saciedade da alma sedenta. Quanto mais recebe essa água, mais sede terá para ter mais desejo ainda. É impossível crescer em Deus se não se vive deste desejo. O desejo é a força da espiritualidade. Esta sede é de Deus e não de coisas. É tão triste não ter esta sede. É por isso que as coisas criadas não saciam e não satisfazem. Esta sede de Deus e desejo de tê-Lo, cria em nós sempre maior vazio para ser mais preenchido e saciado. O povo no deserto, conforme lemos no livro do Êxodo 17,3-7, estava sem água e murmurava contra Deus. Moisés bate no rochedo com o mesmo bastão com que abrira o mar. Dali jorra água.. S. Paulo comenta que a rocha é Cristo de onde sai a água viva (1Cor 10,4). A sede de Deus que temos é a mesma que Cristo tem de nos dar a água viva, como lemos no diálogo com a samaritana. Ali está Ele, sentado à beira do poço. Vem a samaritana buscar água. É Jesus que lhe pede água: “Dá-me de beber!” A mulher diz: “Se conhecesses o dom de Deus e quem te diz: ‘dá-me de beber’, tu é que Lhe pedirias e Ele te daria água viva...” Ela diz: “Senhor dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede e nem tenha de vir mais aqui para tirá-la” (Jo 4,1-42). A sede que temos de Deus origina-se na incomensurável sede de amor que Ele tem por nós 
Saciai-nos de manhã 
Jesus, depois de dar a fé à samaritana, sente-se saciado e repousado, tanto que dispensa a comida que os discípulos lhe trazem. Quando estamos saciados por Deus as demais buscas perdem seu domínio sobre nós. É justamente o que diz Jesus ao Satanás na tentação que sofreu no deserto: “Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4,4).. É o que vemos nos santos e nas pessoas desapegadas de tudo e até de si mesmas. Precisam de tão pouca coisa. Mesmo na espiritualidade podemos estar saciados com bens espirituais que não sustentam. Vemos nos antigos monges que lhes bastava repetir o nome de Jesus, ou Senhor, tende piedade! O esvaziamento dá veemência à sede de Deus. O esvaziamento leva a abrir-se para dar mais espaço: S. Agostinho diz: Se queres, por exemplo, encher um recipiente e sabes ser muito o que tens a derramar, alargas a abertura. Se o alargares ficará com maior capacidade para receber. Deste mesmo modo Deus, com o adiar, amplia o desejo. Por desejar, alarga-se o espírito. 
Direito de filho. 
Nesse tempo de Quaresma temos a oportunidade maior de nos dedicarmos a buscar a Deus dando espaço a sempre maior desejo. É preciso dar-se tempo de ficar com o Pai. Não tenhamos medo de esvaziar nosso interior do desnecessário para que tenhamos o único e que permanece. É o direito de filho, gastar tempo com o Pai que tem tempo para os filhos. S. Agostinho continua: “É esta a nossa vida: exercitemo-nos pelo desejo. O santo desejo nos exercita, na medida em que cortamos nosso desejo do amor do mundo. Dilatemo-nos para Ele, e Ele, quando vier, encher-nos-á. Seremos semelhantes a Ele; porque O veremos como é”.
ARTIGO PUBLICADO EM ABRIL DE 2014

EVANGELHO DO DIA 29 DE AGOSTO

Evangelho segundo São Marcos 6,17-29. 
Naquele tempo, o rei Herodes mandara prender João e algemá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, a mulher do seu irmão Filipe, que ele tinha tomado por esposa. João dizia a Herodes: «Não podes ter contigo a mulher do teu irmão». Herodíades odiava João Batista e queria dar-lhe a morte, mas não podia, porque Herodes respeitava João, sabendo que era justo e santo, e por isso o protegia. Quando o ouvia, ficava perturbado, mas escutava-o com prazer. Entretanto, chegou um dia oportuno, quando Herodes, no seu aniversário natalício, ofereceu um banquete aos grandes da corte, aos oficiais e às principais personalidades da Galileia. Entrou então a filha de Herodíades, que dançou e agradou a Herodes e aos convidados. O rei disse à jovem: «Pede-me o que desejares e eu to darei». E fez este juramento: «Dar-te-ei o que me pedires, ainda que seja a metade do meu reino». Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei de pedir?». A mãe respondeu-lhe: «Pede a cabeça de João Batista». Ela voltou apressadamente à presença do rei e fez-lhe este pedido: «Quero que me dês sem demora, num prato, a cabeça de João Batista». O rei ficou consternado, mas, por causa do juramento e dos convidados, não quis recusar o pedido. E mandou imediatamente um guarda, com ordem de trazer a cabeça de João. O guarda foi à cadeia, cortou a cabeça de João e trouxe-a num prato. A jovem recebeu-a e entregou-a à mãe. Quando os discípulos de João souberam a notícia, foram buscar o seu cadáver e deram-lhe sepultura. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Liturgia bizantina 
Ode e versículos das matinas de 29/08 
Precursor de Cristo tanto na morte como na vida 
Profeta nascido dum profeta, batizaste o Senhor, foste «a voz que clama no deserto: convertei-vos» (Mt 3,2), e repreendeste Herodes pelos seus ímpios deboches. Por isso, correste a anunciar o Reino de Deus aos que estavam cativos na morada dos mortos. Percursor e profeta, batizaste e foste mártir sendo voz do Verbo, seu mensageiro, sua chama; tu, que foste o maior dos profetas, segundo o testemunho de Deus (cf Mt 11,9), implora ao Senhor que salve de todas as provações e desgraças os que festejam com amor a tua memória resplandecente. Vinde todos os povos, celebremos o profeta e mártir que batizou o Salvador, ele que, qual anjo encarnado, repreendeu Herodes pela sua ligação injusta, condenando a sua ação errónea. Mas, por causa de uma dança e de um juramento, cortaram a venerável cabeça daquele que anunciou nos infernos a boa nova da ressurreição de entre os mortos e que sem cessar intercede junto do Senhor pela salvação da nossa alma. Vinde todos os fiéis, celebremos o profeta e mártir que batizou o Salvador: fugindo para o deserto, aí encontrou repouso, alimentando-se de gafanhotos e de mel silvestre. Ele repreendeu o rei que violava a lei; e a nós, timoratos, exortou dizendo: «Convertei-vos, porque o Reino está próximo».

29 de agosto - Santa Joana Maria da Cruz (Jeanne Jugan)

Pela sua obra admirável ao serviço das pessoas idosas mais necessitadas, Santa Joana Maria da Cruz é também um farol para guiar as nossas sociedades que devem redescobrir sempre o lugar e a contribuição única desta fase da vida. Nascida em 1792 em Cancale, na Bretanha, Jeanne Jugan preocupava-se com a dignidade dos seus irmãos e irmãs em humanidade, que a idade tornou vulneráveis, reconhecendo neles a pessoa de Cristo. "Olhai para o pobre com compaixão, dizia ela, e Jesus olhará para vós com bondade, no vosso último dia". Este olhar de compaixão sobre as pessoas idosas, baseado na sua profunda comunhão com Deus, Jeanne Jugan levou-a através do seu serviço jubiloso e abnegado, exercido com doçura e humildade de coração, querendo ser ela mesma pobre entre os pobres. Jeanne viveu o mistério de amor aceitando, em paz, a obscuridade e o despojamento até à morte. O seu carisma é sempre atual, quando tantas pessoas idosas sofrem múltiplas pobrezas e solidões, sendo por vezes até abandonadas pelas suas famílias. O espírito de hospitalidade e de amor fraterno, fundado numa confiança ilimitada na Providencia, no qual Jeanne Jugan encontrava a fonte nas Bem-Aventuranças, iluminou toda a sua existência.

Santos Verono e Verona de Mainz Festa: 29 de agosto

(+)Mogúncia, 870 
VERONO, padroeiro de LEMBEEK, e VERONA, sua irmã, santos. 
Verono teria vivido no século. IX, mas o primeiro testemunho da sua existência chegou-nos dois séculos depois através da obra do monge Olbert (falecido em 1048), abade de Gembloux, famoso fundador, escritor e bibliotecário. Por volta de 1020 ele escreveu uma "Historiaventionis et miraculorum S. Veroni". Aprendemos lá que em 1004 o pároco de Lembeek, uma aldeia localizada perto de Had em Brabante, recebeu vários avisos em sonho do próprio S. Veroni para não partir mais. esqueceu o seu túmulo, do qual revelou a localização precisa. Algumas escavações trouxeram à luz o corpo e também uma placa com o nome do santo e a data da sua morte, 15 das Calendas de Fevereiro (= relíquias de 18 de Janeiro), piedosamente recolhidas, atraíram numerosos peregrinos e as curas milagrosas nunca cessaram.

Santa Sabina, romana, cujo título, fundado no monte Aventino, venera o seu nome

Perseguição e martírio
 
À noite, as duas mulheres iam às Catacumbas, onde, na época, os cristãos se reuniam, clandestinamente, por causa das perseguições. O II século d.C. foi um dos períodos mais sangrentos para as Comunidades cristãs, que, repetidamente, eram objeto de violências e abusos. Quando Serápia foi presa e torturada à morte, Sabina foi descoberta. Levada diante do Prefeito Elpídio, que lhe deu a possibilidade de se retratar, a mulher não teve nenhuma dúvida em rejeitar a proposta, pelo contrário, confessou a sua firme fé em Jesus Cristo. Por isso, foi condenada à morte por decapitação. Seu martírio ocorreu por volta do ano 120. 
Basílica de Santa Sabina no Aventino 
As relíquias das duas mártires encontram-se na Basílica romana de Santa Sabina, no bairro do Aventino; a basílica foi fundada, entre os anos 422 e 432, por Pedro de Ilíria, sobre as ruinas de um antigo Titulus Sabinae. Ali, em Santa Sabina, os Papas celebram a primeira estação da Quaresma e fazem a homilia na Quarta-feira de Cinzas. Naquele lugar, São Domingos fundou, em 1219, a Ordem dos Pregadores. Um dos filhos mais famosos dos Dominicanos é Santo Tomás, que foi docente naquele Convento, adjacente à Basílica. Santa Sabina é representada com um livro, uma palma e uma coroa, segundo uma das suas primeiras reproduções (século VI), que se encontra na igreja de Santo Apolinário Novo, em Ravenna.

Santa Maria da Cruz, Fundadora das Pequenas Irmãs dos Pobres

Maria Helena MacKillop nasceu em Fizroy, Melbourne (Austrália), em 15 de janeiro de 1842. Foi batizada seis semanas depois. Seu pai, Alexandre MacKillop, era escocês e havia sido educado no Colégio Escocês em Roma e na Faculdade Kincardineshire Blair para o sacerdócio, mas, na idade de 29 anos, pouco antes de sua ordenação, deixou os estudos e decidiu emigrar para a Austrália. Chegou a Sidney em 1838. Sua mãe, Flora MacDonald, deixou a Escócia e chegou a Melbourne em 1840. Eles se casaram em Melbourne em 14 de julho de 1840 e tiveram oito filhos. Destes, Donald se tornou sacerdote Jesuíta e trabalhou entre os aborígines no Território do Norte. Maria, a mais velha, foi educada por seu pai e em escolas privadas. Ela recebeu sua Primeira Comunhão em 15 de agosto de 1850 com apenas 8 anos. Em fevereiro de 1851, Alexandre MacKillop hipotecou suas terras e suas ferramentas de trabalho e sustento para realizar uma viagem à Escócia, que durou uns 17 meses. Ele foi um pai e marido amoroso, porém não tinha habilidade para o campo, por isso nunca foi capaz de progredir. Durante muitas oportunidades a família teve que sobreviver com pequenos ganhos obtidos pelas crianças.

Santa Beatriz de Nazaré, Cisterciense - 29 de agosto

Às vezes (a alma) tem outro modo de amor, em que empreende a tarefa de servir a Nosso Senhor de maneira totalmente gratuita só com amor, sem um porquê”. (1)
     Nos mosteiros belgas do século XI havia o costume de admitir para o coro as jovens de boas famílias da alta burguesia. As outras, incultas, entravam somente na qualidade de conversas. Recebiam ajuda de famílias importantes, como os Brabantes ou Tirlemont. Beatriz nasceu no seio desta última família.
     Nós conhecemos a vida de Beatriz por uma biografia escrita por um capelão do Mosteiro de Nazaré, no século XIII. Ele não chegou a conhecê-la, mas para esta biografia se serviu dos escritos dela mesma em flamengo medieval: o Livro da vida, que era um diário seu e recolhia os 20 anos anteriores a sua estrada no Mosteiro de Nazaré; são notas que escreveu sendo já priora e seu tratado místico chamado Dos sete modos de Amor. Somente o seu tratado chegou até nós. O anônimo capelão se serviu também, para escrever a biografia, dos dados comunicados pelas monjas que a conheceram, fundamentalmente das recordações da irmã de Beatriz, Cristina, a qual lhe sucedeu como priora.
     Beatriz era a mais nova de seis irmãos e nasceu em Tirlemont, a uns 20 km de Louvaine, na diocese de Liége, Bélgica, no ano 1200. Seu pai, o Beato Bartolomeu, ao falecer sua esposa ingressou na Ordem de Cister como leigo cisterciense. Ele ajudou a construir outros três mosteiros de monjas, como o de Oplinter e o de Nazaré.