quarta-feira, 3 de julho de 2024

SANTO EUTÍQUIO

Eutíquio foi condenado ao martírio no IV século. Após uma privação prolongada de comida e sono, foi finalmente lançado em um precipício. As notícias que temos sobre ele se encontram no epitáfio, colocado pelo Papa Dâmaso sobre seu túmulo, no cemitério de São Sebastião, na Via Ápia, em Roma.
Na época do imperador Constantino, Santo Eutíquio foi martirizado em Alexandria, na Quaresma de 356, quando Jorge, bispo ariano, usurpador da sé de Alexandria, auxiliado por soldados, desencadeou a perseguição aos cristãos. 
Santo Atanásio, na Apologia de sua fuga e na Historia Arianorum ad Monachos, narra como, após a semana da Páscoa até a oitava de Pentecostes, virgens foram presas, bispos acorrentados e as casas de viúvas e órfãos foram despojadas, cristãos sequestrados à noite. Dentre estes, os arianos também sequestraram Eutíquio, um subdiácono, que prestou um excelente serviço à Igreja de Alexandria, e com chicotes feitos de pele de touro o açoitaram com tanta crueldade que o deixaram moribundo. Não permitiram que suas feridas fossem cuidadas, de modo que, quando o sentenciaram a trabalhar nas minas (as horríveis minas de Phoeno) o mártir não conseguiu chegar ao local, porque, dilacerado pela dor das feridas, faleceu no caminho. 
Atanásio, com um estilo que revela um horrorizado testemunho visual, narra muitas outras infâmias e atrocidades cometidas pelos arianos, especialmente por instigação de Jorge, que indevidamente o substituiu como patriarca e que, mais tarde, foi massacrado por uma multidão. Eutíquio é mencionado em 26 de março no Martirológio Romano. Foi Barônio quem o inseriu e atribuiu a ele esta data, tomando emprestado o registro da ‘Passio’ de Atanásio, mas talvez a confundindo com a do bispo homônimo mencionado nos martirológios gregos entre 27 e 28 de março. Barônio também registra outros mártires desta perseguição furiosa e bárbara, colocando-os (por conjectura) em 21 de maio.

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