domingo, 30 de junho de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Abrindo o Livro santo?”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Um gesto que dá vida
 
O início do ministério de Jesus se dá com este belo gesto de abrir o Livro Santo na sinagoga de Nazaré: “Levantou-se para ler. Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaias: abrindo-o encontrou o lugar onde está escrito: ‘O Espírito do Senhor está sobre mim’”. É um gesto normal em uma sinagoga, mas nesse momento é especial. O Messias prometido inicia sua missão anunciando o desígnio de Deus para seu povo. Revelou o que iria fazer para acontecer a grande redenção que Deus prometera. O livro aberto é uma missão conferida e proclamada. Por isso a Igreja preza muito a leitura solene na comunidade. E Jesus completa: “Hoje se realizou essa Escritura que acabaste de ouvir” (Lc 4,16-22). Abrir o Livro é proclamar a presença do Deus que age no hoje. Age através de seu Filho para a evangelização dos pobres e a transformação do mundo. Há uns tempos havia o conceito que a Bíblia precisava ser lida na realidade. Aí veio uma condenação deste tipo de leitura e que se chamava atenção para a leitura tradicional: um lugar sossegado, um ambiente favorável com técnicas ótimas. Muito bom, mas não sei se preenche a finalidade da Palavra que foi anunciada para salvação de todos os males. Vamos entender esta missão da Palavra quando entendemos que a “Palavra se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Habitou em nossa fragilidade e em nossos sofrimentos. Podemos e devemos ler na tradição, mas não podemos deixar de ler como nos foi transmitido pela revelação da Palavra de Deus. Vamos entender mais a Palavra quando o Livro for aberto para dar vida às situações de morte física ou espiritual. Assim ela foi escrita e conservada. O movimento encarnado da Igreja começou com a leitura do livro do Êxodo. Só compreenderemos a Palavra se a lermos e ouvirmos na história. A tendência em buscar só o espiritualizante é muito frágil, como o é, se nos fixamos só no material ou social. O gesto de abrir o Livro é um símbolo de deixar a Palavra encarnar-se na realidade em que vivemos, pois ali é que ela será caminho: “Vossa Palavra é luz no meu caminho” (Sl 119,105). Assim teremos a Vida. 
Em vez de ler, ouvir. 
A Palavra foi feita para ser ouvida. No momento atual da sociedade priorizamos a visão. Mas, conhecemos a Palavra: “Quero ouvir o que o Senhor vai falar” (Sl 84,8). Ver enriquece a inteligência. Ouvir leva ao coração onde decidimos. Temos pouca memória da Palavra porque pouco ouvimos ou ouvimos mal. Ela não penetra a vida. Temos dificuldade de conservar o silêncio interior. Por isso a Palavra não penetra nossas vidas nem nos move à conversão. Não adianta gritar a Palavra, falar sobre ela. É preciso que ela fale. Quantos se converteram ao ouvir a Palavra. Um grande desafio das comunidades é provocar que se ouça. Deste modo podemos estabelecer o diálogo com Deus e entrar na contemplação de seu mistério de Cristo. Ele quem fala quando se leem as Sagradas Escrituras (SC 7). Quando a Palavra chega de fato ao coração, o Espírito nos conduz à conversão e à consequente mudança do mundo. Se a Palavra não nos joga na realidade é porque não foi ouvida. 
Lendo a própria vida 
Nossa vida é como nós mesmos. Somente nos vemos nos espelho dos outros. A Palavra, comunicação de Deus, nos coloca diante Dele. Nele podemos nos conhecer. Deste modo na Palavra podemos ler nossa própria vida e compreender nossa realidade. Ela é o espelho no qual vemos nossa face desfigurada pelo mal e renovada pelo Espírito. Ela revela o homem ao homem (João Paulo II em R.H). Por ela sabemos quem somos, de onde viemos e para onde vamos. Maravilhosa Palavra que nos estimula a sermos mais humanos.
ARTIGO PUBLICADO EM SETEMBRO DE 2013

EVANGELHO DO DIA 30 DE JUNHO

Evangelho segundo São Marcos 5,21-43. 
Naquele tempo, depois de Jesus ter atravessado de barco para a outra margem do lago, reuniu-se uma grande multidão à sua volta, e Ele deteve-Se à beira-mar. Chegou então um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Ao ver Jesus, caiu a seus pés e suplicou-Lhe com insistência: «A minha filha está a morrer. Vem impor-lhe as mãos, para que se salve e viva». Jesus foi com ele, seguido por grande multidão, que O apertava de todos os lados. Ora, certa mulher que tinha um fluxo de sangue havia doze anos, que sofrera muito nas mãos de vários médicos e gastara todos os seus bens, sem ter obtido qualquer resultado, antes piorava cada vez mais, tendo ouvido falar de Jesus, veio por entre a multidão e tocou-Lhe por detrás no manto, dizendo consigo: «Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada». No mesmo instante estancou o fluxo de sangue e sentiu no seu corpo que estava curada da doença. Jesus notou logo que saíra uma força de Si mesmo. Voltou-Se para a multidão e perguntou: «Quem tocou nas minhas vestes?». Os discípulos responderam-Lhe: «Vês a multidão que Te aperta e perguntas: "Quem Me tocou?"». Mas Jesus olhou em volta, para ver quem O tinha tocado. A mulher, assustada e a tremer, por saber o que lhe tinha acontecido, veio prostrar-se diante de Jesus e disse-Lhe a verdade. Jesus respondeu-lhe: «Minha filha, a tua fé te salvou». Ainda Ele falava, quando vieram dizer da casa do chefe da sinagoga: «A tua filha morreu. Porque estás ainda a importunar o Mestre?». Mas Jesus, ouvindo estas palavras, disse ao chefe da sinagoga: «Não temas; basta que tenhas fé». E não deixou que ninguém O acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Quando chegaram a casa do chefe da sinagoga, Jesus encontrou grande alvoroço, com gente que chorava e gritava. Ao entrar, perguntou-lhes: «Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu; está a dormir». Riram-se dele. Jesus, depois de os ter mandado sair a todos, levando consigo apenas o pai da menina e os que vinham com Ele, entrou no local onde jazia a menina, pegou-lhe na mão e disse: «Talitha Kum», que significa: «Menina, Eu te ordeno: levanta-te». Ela ergueu-se imediatamente e começou a andar, pois já tinha doze anos. Ficaram todos muito maravilhados. Jesus recomendou-lhes insistentemente que ninguém soubesse do caso e mandou dar de comer à menina.
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João Paulo II 
Papa(1920-2005)  
Discurso aos jovens no Chile 1987/04/02 
«Ela ergueu-se imediatamente» 
Cristo entrou na casa onde a menina se encontrava, pegou-lhe na mão e disse-lhe: «Menina, Eu te ordeno: levanta-te». Queridos jovens, o mundo precisa da vossa resposta pessoal às palavras de vida do Mestre: «Eu te ordeno: levanta-te». Vemos que Jesus vem ao encontro da humanidade nas situações mais difíceis e mais dolorosas. O milagre na casa de Jairo mostra-nos o seu poder sobre o mal. Ele é o Senhor da vida, o vencedor da morte. Mas não podemos esquecer que, de acordo com o que nos ensina a fé, a raiz do mal, da doença, da própria morte, é o pecado, nas suas diversas formas. No coração de todos e de cada um de nós, esconde-se uma doença que nos afeta a todos: o pecado pessoal, que se enraíza mais e mais nas consciências à medida que se perde o sentido de Deus. Sim, queridos jovens, vigiai para não deixar enfraquecer em vós o sentido de Deus. Não podemos vencer o mal com o bem se não tivermos esse sentido de Deus, da sua ação, da sua presença, que nos convida a apostar sempre na graça, na vida, contra o pecado, contra morte. É o destino da humanidade que está em jogo. Daqui se conclui que temos de conhecer as implicações sociais do pecado para construirmos um mundo digno do homem. Há males sociais que criam uma verdadeira «comunhão do pecado» porque, juntamente com a alma, afundam a Igreja e, de certo modo, o mundo inteiro. Queridos jovens, combatei o bom combate da fé (cf 1Tm 6,12) pela dignidade humana, pela dignidade do amor, por uma vida nobre, uma vida como filhos de Deus. Vencer o pecado através do perdão de Deus é uma cura, é uma ressurreição. Não tenhais medo das exigências do amor de Cristo. Pelo contrário, temei o medo, a timidez, a ligeireza, a procura dos vossos próprios interesses, o egoísmo, tudo o que quer calar a voz de Cristo, que, dirigindo-se a cada um de nós, repete: «Eu te ordeno: levanta-te».

30 de junho - Beato Vasyl Vsevolod Velychkovskyj

Os servos de Deus, hoje inscritos no Álbum dos Beatos, representam todos os componentes da Comunidade eclesial: entre eles, encontram-se Bispos e sacerdotes, monges, monjas e leigos. Eles foram provados de muitas maneiras por parte dos seguidores das ideologias nefastas do nazismo e do comunismo. Amparados pela graça divina, eles percorreram até ao fim o caminho da vitória. É um caminho que passa através do perdão e da reconciliação; caminho que conduz à luz resplandecente da Páscoa, depois do sacrifício do Calvário. Estes nossos irmãos e irmãs são os representantes conhecidos de uma multidão de heróis anônimos, homens e mulheres, maridos e esposas, sacerdotes e consagrados, jovens e idosos que no decurso do século XX, o "século do martírio", enfrentaram a perseguição, a violência e a morte para não renunciar à sua fé. 
Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 
27 de junho de 2001 
O Beato ucraniano Vasyl Vsevolod Velychkovskyj, depois de passar por perseguições indescritíveis, morreu aos setenta anos em Winnipeg, no Canadá, em 1973. Aparentemente de morte natural; surpreendentemente, a autópsia estabeleceu que a morte ocorrera por uma dose de veneno de ação lenta, dada ao bispo antes de sua partida para o exílio, em 1972. Assim terminou sua odisseia. Vasyl Velychkovskyj nasceu em 1 de junho de 1903 em Stanislaviv (hoje Ivano-Frankivsk) na Ucrânia. Com apenas quinze anos de idade, ele participou da guerra da independência da Ucrânia (1918-1919), no final da qual ele entrou no seminário de Lviv (Lviv). Depois de receber o diaconato, ele entrou na Congregação do Santíssimo Redentor - Redentoresitas. Então, em 9 de outubro de 1925, ele recebeu sua ordenação sacerdotal e dedicou-se por mais de vinte anos às missões entre o povo simples das aldeias e cidades, não apenas na Ucrânia Ocidental.

Santa Adele de Orp-le-Grand, Abadessa – 30 de junho

          Santa Adele de Orp-le-Grand é uma religiosa do século VII.Filha de um merovíngio notável , ela recebeu o véu no Mosteiro de Nivelles, recentemente fundado por Santa Ida, viúva de Pepino, o Velho, e sua filha, Santa Gertrudes de Nivelles.
     Por volta de 640, Santa Adele fundou o priorado de Orp-le-Grand, na Bélgica. Durante o reinado de Childerico II , ela recebeu cada vez mais freiras, por isso mandou construir no vale um oratório dedicado a São Martinho e para lá transferiu sua comunidade.
     Uma tradição local diz que Adele, tendo ficado cega milagrosamente recuperou a visão. Quando ela morreu, por volta de 670, foi enterrada na cripta da Igreja de São Martinho. Suas relíquias foram colocadas em um relicário ainda preservado em Orp-le-Grand e uma procissão anual é organizada em sua homenagem no primeiro domingo de outubro, com a presença de muitos fiéis.
     Popularmente invocada para a cura de doenças da vista, ela é representada tradicionalmente com o hábito religioso.
     Existe uma imagem sua em terracota na Igreja de São Omer d’Houchin em Pas de Calais.
     Santa Adele é comemorada localmente em 30 de junho. Lugares de culto são dedicados a ele em Saint-Géry, Fromiée, Brye (Capela de Santa Adele) e Hemptinne.

Beato Januário Sarnelli, Presbítero (+1744), 30 de Junho

Januário Maria Sarnelli, filho do Barão de Ciorani, nasceu em Nápoles no dia 12 de setembro de 1702. Quando tinha 14 anos, acompanhou a beatificação de Francisco Régis e decidiu tornar-se um jesuíta. Foi logo desencorajado por seu pai, devido a sua pouca idade. Começou então os estudos de jurisprudência e se doutorou em leis eclesiásticas e civis em 1722. Logo se destacou na Associação dos Advogados e se inscreveu na Ordem dos Cavaleiros das Profissões Médico-Legais, dirigida pelos Pios Operários em São Nicolau de Toledo. Entre as normas desta associação, havia a obrigação de visitar os doentes no Hospital dos Incuráveis. E foi neste ambiente que ele se sentiu chamado ao sacerdócio.
Em setembro de 1728, tornou-se seminarista e foi encardinado pelo Cardeal Pignatelli, como clérigo na paróquia de Santana di Palazzo. No dia 4 de junho de 1729, com o objetivo de estudar em condições mais favoráveis, tornou-se interno no Colégio da Sagrada Família, conhecido como o Colégio Chinês, fundado por Mateus Ripa. No dia 8 de abril do ano seguinte, deixou o colégio e no dia 5 começou o noviciado na Congregação das Missões Apostólicas.
No dia 28 de maio de 1731, concluiu seu noviciado e a 8 de julho do ano seguinte, foi ordenado sacerdote. Durante esses anos, além de visitar o hospital, ele se empenhou em ensinar catecismo às crianças que já eram obrigadas a trabalhar. Visitava também os velhinhos no Asilo de São Januário e os condenados perpétuos e que se encontravam internados por doenças. Nesses anos, ele desenvolveu uma amizade com Santo Afonso de Ligório e entrou em contato com seu apostolado. Juntos eles se dedicaram a ensinar catecismo aos leigos adultos, organizando reuniões à noite.

MARTÍRIO DOS PRIMEIROS CRISTÃOS DE ROMA

Na primeira perseguição contra a Igreja, desencadeada pelo imperador Nero, depois do incêndio da cidade de Roma no ano 64, muitos cristãos foram martirizados com atrozes tormentos. Este facto é testemunhado pelo escritor pagão Tácito (Annales 15,44) e por São Clemente, bispo de Roma, papa, na sua Carta ao Coríntios (cap.5-6), do ano 96: “Deixemos de lado os exemplos dos antigos e falemos dos nossos atletas mais recentes. Apresentemos os generosos de nosso tempo. Vítimas do fanatismo e da inveja, sofreram perseguição e lutaram até à morte. Tenhamos diante dos olhos os bons apóstolos. Por causa de um fanatismo iníquo, Pedro teve de suportar duros tormentos, não uma ou duas vezes, mas muitas; e depois de sofrer o martírio, passou para o lugar que merecia na glória. Por invejas e rivalidades, Paulo obteve o prémio da paciência: sete vezes foi lançado na prisão, foi exilado e apedrejado, tornou-se pregoeiro da Palavra no Oriente e no Ocidente, alcançando assim uma notável reputação por causa da sua fé.

MARÇAL DE LIMOGES Bispo, Santo Século III

São Marçal era bispo de Limoges no século III. Não temos informações precisas sobre suas origens, data de nascimento e morte nem dos actos de seu bispado. Tudo o que sabemos dele é de Gregório de Tours. Durante o consulado de Décio e de Grato, sete bispos foram enviados de Roma para a Gália para pregar o Evangelho. Gatien foi mandado para Tours, Trofimo para Arles, Paulo para Narbonne, Saturnino para Toulouse, Denis para Paris, Austromoine para Cler-mont e Marçal para Limoges. Marçal estava sempre acompanhado de dois padres trazidos por ele do Oriente, então pensa-se que ele também tenha vindo de lá. Ele foi bem sucedido na conversão dos habitantes de Limoges, onde foi sempre venerado. A imaginação popular, criadora de lendas, logo transformou São Marçal em um apóstolo do século I. Enviado para a Gália pelo próprio São Pedro, ele teria evangelizado não apenas a província de Limoges, mas toda a Aquitânia. Ele fez muitos milagres, incluindo trazer um morto de volta à vida, tocando-o com uma vara dada por São Pedro. A “Vida de São Marçal”, atribuída ao Bispo Aureliano, seu sucessor, mas na verdade um trabalho do século XI, desenvolve esta versão lendária. Segundo ela, Marçal teria nascido na Palestina e teria sido um dos setenta e dois discípulos de Cristo, teria assistido a ressurreição de Lázaro, estava na Santa Ceia, foi batizado por São Pedro, etc.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE JUNHO

Oração da manhã para todos os dias
 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 –Domingo – S.Pedro e S. Paulo
Evangelho(Mt 16,13-19)“– Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?Pedro respondeu: – Sim, Senhor, tu sabesque eu te amo.”
Depois de Pedro ter afirmado três vezes que o amava, Jesus disse: “– Apascenta as minhas ovelhas”.A Pedro e aos outros que o amavam Jesus confiou o cuidado de seus irmãos.Queria  que seus enviados, antes de ensinar, organizar e guiar seus discípulos, os amassem, quisessem seu bem, e tudo fizessem por eles. E de fato, com seu amor transformaram o mundo, não pelo poder nem pela força. Se amamos Cristo, então também a nós,  e não apenas ao clero, ele confia o cuidado por seus seguidores e por aqueles que ainda não o conhecem. Cada um de nós, em nosso tempo e em nosso ambiente, deve assumir sua responsabilidade de enviado para amar e salvar o mundo. Ainda que isso nos custe, como custou para Pedro e todos os outros.
Oração
Senhor Jesus, tantas vezes tenho afirmado que vos amo. Mas, olhando para meu comprometimento com a missão que me confiastes, tenho de reconhecer que  não vos amo tanto assim. Preciso rever minha vida de discípulo vosso, assimilar mais vossa proposta de vida, prestar mais atenção às necessidadesdo mundo e principalmente dos que me rodeiam. Devo ocupar-me e preocupar-me com os que ainda não ouviram falar de vós, ou ainda não vos amam bastante. Se vos amar, o amor há de me ajudar a encontrar oportunidade e meios para vos anunciar e ajudar os que vos querem seguir. Preciso de muita ajuda, Senhor, para ser apóstolo como quereis. Para começar, preciso de muito mais amor e disponibilidade. Amém.

sábado, 29 de junho de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “São Pedro e São Paulo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
A chave e a espada
 
As imagens e pinturas dos apóstolos não retratam suas características humanas que mostrassem como teriam sido. Nós os identificamos por um símbolo que trazem. Pedro traz a chaves. Paulo tem a espada e o livro. Cada apóstolo tem seu símbolo. Estes símbolos lembram sua missão ou seu martírio. Celebrando S. Pedro e S. Paulo juntos, lembramos a mesma missão realizada em dois mundos diferentes como rezamos no prefácio da Missa: “Pedro, o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o evangelho da Salvação”. Pedro evangelizou os judeus e Paulo os pagãos. Sofreram o martírio em Roma, de modos diferentes: Pedro foi crucificado. Paulo, por ter direitos de romano, foi decapitado, nos mesmos dias. Unidos na missão, unidos no testemunho final. Unidos na celebração. A Igreja celebra-os com grande júbilo, também popularmente, pois os dois apóstolos nos deram as primícias da fé (oração). São eles nossa ligação imediata com o Senhor Jesus Ressuscitado do qual foram testemunhas. Quando lembramos o símbolo de Pedro, as chaves, pensamos mais em sua missão de fechar para conservar. Papa Francisco disse: "Prefiro uma Igreja acidentada por sair, do que uma doente por fechar-se”. A ordem é ir adiante. Foi justamente isso que fez Pedro e também Paulo de ir avante com a Palavra, defendendo os direitos de todos poderem crer em Jesus na liberdade. Eles batalharam muito pelo evangelho. Quem encontra Jesus não consegue ficar calado, com a Boa Nova só para si. Seu ardor missionário vem de sua fé incondicional. O evangelho mostra a profissão de fé que está no centro do texto do evangelho. Pedro esteve presente a todos os momentos de Jesus até à profissão de amor (Jo 21,17): “Tu sabes tudo, sabes também que te amo”, mesmo na fragilidade. A fé é um ato de amor. Paulo diz: “Guardei a fé”. Essa lhe foi tudo, a ponto de se tornar um com Cristo: “Não sou em que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). 
O Senhor esteve a meu lado 
Em seus momentos de dificuldade puderam sentir e proclamar a presença de Cristo a seu lado. Não o livrou do sofrimento, mas o preservou até mesmo o livrou da boca do leão. Tudo para que a mensagem fosse anunciada integralmente e ouvida por todas as nações. (2Tm 4,17). Presença é assegurada a todo aquele que crê. A fé os conduz a atitudes de fortaleza, constância e uma criatividade espiritual acima de todo limite. Levam a mensagem do evangelho como fruto de uma decisão de vida por Cristo. Não têm outros interesses. Esses homens tiveram que romper com um passado judaico que eles amavam. 
Uma missão que continua 
Rezamos a Deus, na liturgia de hoje, pedindo que Deus nos conceda “seguir os ensinamentos destes apóstolos que nos deram as primícias da fé” (Oração). Seu ensinamento conduziu a outros para a mesma missão. Como eles se puseram a serviço da palavra, convidam-nos também a levar adiante esta missão. Pedro e Paulo não são homens a serem admirados, mas imitados e continuados no serviço da Palavra, das comunidades para que Cristo seja tudo em todos (Cl 3,11). Rezamos pedindo para “continuar vivendo de tal modo na vossa Igreja, que perseverando na fração do pão e na doutrina dos apóstolos, e enraizados no vosso amor sejamos um só coração e uma só alma” (Pós comunhão). Os dois congregaram a única família de Cristo, unidos pela coroa do Martírio recebem igual veneração.
Leituras: Atos 12,1-11; Salmo 33; 
2Timóteo 4,6-8.17-18 Mateus 16,13-19 
1. A representação dos apóstolos se faz a partir de um símbolo e não de uma imagem figurativa. Pedro e Paulo são indicados pelas chaves e pela espada. São símbolos de sua missão: Pedro proclama a fé aos judeus, e Paulo aos pagãos. Unidos na missão e no testemunho. As chaves de Pedro abrem para ir adiante. A espada de Paulo é sua batalha pela fé. Seu ardor se baseia na fé incondicional. Eles unem a fé ao grande amor a Cristo. 
2. Em seu ministério sentiram sempre a presença de Cristo a seu lado livrando do sofrimento e preservando. Tudo para que a mensagem fosse anunciada integralmente. Esta presença é assegurada a todo aquele que crê. A força está em sua decisão por Cristo. Souberam romper para crescer. 
3. Pedimos a Deus para seguir os passos desses dois apóstolos. Continuamos sua missão no serviço da Palavra e das comunidades. Não basta admirar, é preciso continuar. 
Segredo do cofre 
Hoje é uma festa das grandes, pois temos dois grandes comemorados: São Pedro e S. Paulo. Os dois, por meios diferentes, congregaram a única família de Cristo. Os dois dedicaram sua vida a Cristo e a seu Evangelho. Os dois deram a vida por Cristo. Jesus esteve sempre a seu lado, libertando. Os dois apóstolos foram fortes no anúncio de Jesus. Paulo diz: Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Pedro é firme ao dizer: “Tu és o Messias, o Filho do Deus Vivo”! E falou como uma palavra de Deus. O segredo destes homens é sua fé em Jesus pelo qual batalham, pelo qual vivem e pelo qual dão a vida. Por isso podemos estar seguros que a Igreja, construída sobre bases tão firmes, nem o Inferno, com todos os capetas juntos, não poderão vencê-la. Vale a pena crer em Jesus. Pedro e Paulo o provam. É ter o segredo do cofre.
Homilia da S. de São Pedro e S. Paulo (30.06.2013)

EVANGELHO DO DIA 29 DE JUNHO

Evangelho segundo São Mateus 16,13-19. 
Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?». Eles responderam: «Uns dizem que é João Batista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas». Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo». Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus. Também Eu te digo: tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Leão Magno (461) 
Papa, doutor da Igreja 
Sermão 82, 6-7
Pedro e Paulo, sementes gloriosas da sementeira divina 
«É preciosa aos olhos do Senhor a morte 
dos que lhe são fiéis» (Sl 115,15). 
Uma religião cujo fundamento é o mistério da cruz de Cristo não pode ser destruída por nenhum tipo de crueldade. A Igreja não é diminuída pela perseguição, mas fortalecida por ela: o campo do Senhor fica coberto por uma seara cada vez mais rica, porque as sementes, caindo uma a uma, renascem multiplicadas. Milhares de mártires bem-aventurados testemunham a multiplicação da posteridade dessas duas gloriosas sementes da sementeira divina, os apóstolos Pedro e Paulo. Émulos de um e outro no seu triunfo, eles encheram a nossa cidade de Roma de uma multidão de púrpura, cujo brilho resplandece ao longe, e coroam-na com um diadema engastado com o esplendor de inúmeras pedras preciosas. Nós alegramo-nos, amados filhos, celebrando a memória e invocando a proteção de todos estes santos que Deus nos deu como exemplos de paciência e sustentáculos da nossa fé. Mas devemos alegrar-nos ainda mais pela glória eminente destes dois apóstolos, que foram seus pais. A graça de Deus elevou-os tão alto entre todos os membros da Igreja que, neste corpo de que Cristo é a cabeça, eles podem ser comparados à luz dos dois olhos. Quando pensamos nos seus méritos e virtudes, que ultrapassam tudo o que se pode dizer deles, não devemos preferir um ao outro nem dissociá-los. Porque a mesma eleição os tornou iguais, a mesma tarefa os tornou semelhantes, o mesmo fim os uniu. Como nós experimentámos e como os nossos predecessores atestaram, acreditamos e esperamos que as orações destes dois dignos protetores nos obtenham a misericórdia de Deus no meio das provações desta vida; assim, por muito esmagados que nos sintamos pelo peso dos nossos pecados, seremos elevados pelos méritos destes apóstolos.

29 de junho - Santa Ema de Gurk

Segundo alguns registros encontrados, Ema nasceu por volta do ano 980, na cidade de Karnten na Áustria e seus pais eram nobres cristãos. Levava o título de Condessa de Friesach-Zeltschach desde seu nascimento e foi apresentada à corte imperial de Bamberg por Santa Cunegunda. Ema contraiu núpcias com o Conde Guilherme de Sanngau, que pertencia a mais rica nobreza do Ducado da Carintia, uma belíssima região das montanhas austríacas, com quem teve dois filhos: Hartwig e Guilherme. No mesmo dia perdeu seu esposo e seus filhos, que foram assassinados. Depois disso, Ema viu-se sozinha com o patrimônio de uma família que não existia mais. Com a orientação espiritual do bispo de sua cidade, direcionou sua vida no sentido de auxiliar aos pobres e de fundar mosteiros, que colocou sob a regra dos beneditinos. Primeiro fundou o Mosteiro Feminino de Gurk e mais tarde o Mosteiro Masculino de Admont. Feito isto, em 1043 ingressou como religiosa no Mosteiro de Gurk. Entretanto não existem informações precisas se ela se tornou abadessa como outras fundadoras, ou se permaneceu uma simples monja beneditina. Foi tal a reclusão de Ema, que se tornou impossível pesquisar sobre ela sem usar os textos da tradição cristã. Era uma senhora refinada, discreta, generosa e muito piedosa. Era tão boa e benevolente com todos os pobres, que já era considerada uma santa em vida. Alguns contam que ela teria morrido em 27 de junho de 1045.

Santas Salomé e Judite, Monjas (+Século IX), 29 de Junho

Foi em meados do Século IX que Judite, filha do rei da Inglaterra decidiu abraçar a fé cristã na prática da solidão e intensos sacrifícios por amor a Nosso Senhor. Tudo começou quando Salomé, parenta próxima do rei, decidiu oferecer a Deus o seu amor, abandonando a corte real. A sua formosura era o reflexo das belas virtudes que lhe adornavam a alma. Duas empregadas dedicadas e fiéis, notando na senhora mudança muito grande, e querendo saber os motivos de seu recolhimento, interpelaram-na. Salomé, com suas santas argumentações, acabou despertando nelas igual desejo de pertencer só a Deus e de se afastarem do mundo. De comum acordo e sem se despedirem de pessoa alguma, empreenderam uma viagem à Terra Santa, onde, com muita devoção, visitaram os Santos Lugares. Salomé, que acompanhava o Divino Esposo no caminho da dor até o Monte Calvário, teve de percorrer ainda outro caminho, ainda mais doloroso para ela. Na viagem de regresso perdeu, pela morte, as fiéis companheiras. Firme, porém, era-lhe o propósito de não voltar mais à corte real da Inglaterra, e levar uma vida pobre e desconhecida no estrangeiro. Com muitas dificuldades chegou a Ratisbona, na Baviera (Alemanha), onde se aborreceu profundamente por causa de alguns galanteios à sua formosura. Humilhando-se diante de Deus, em fervorosas preces pediu que lhe tirasse os atrativos tentadores. Esta oração foi ouvida.

PEDRO DE ROMA Apóstolo, Papa, Mártir, Santo Século I

I. SIMÃO PEDRO,
como a maior parte dos seguidores de Jesus, era natural de Betsaida, cidade da Galiléia, às margens do lago de Genesaré. Era pescador, como o resto da família. Conheceu Jesus por intermédio de seu irmão André, que pouco tempo antes, talvez naquele mesmo dia, tinha passado uma tarde inteira em companhia de Cristo, juntamente com João. André não guardou para si o tesouro que tinha encontrado, “mas, cheio de alegria, correu a contar ao seu irmão o bem que tinha recebido”[1]. Pedro chegou à presença do Mestre. Intuitus eum Iesus… “Jesus, fitando-o…” O Mestre cravou o olhar no recém-chegado e penetrou até o mais íntimo do seu coração. Como teríamos gostado de contemplar esse olhar de Cristo, capaz de mudar a vida de uma pessoa! Jesus olhou para Pedro de um modo imperioso e tocante. Nesse pescador galileu, ou melhor, para além dele, Jesus via toda a sua Igreja através dos tempos. O Senhor mostrou conhecê-lo desde sempre: Tu és Simão, filho de João! E também conhece o seu futuro: Tu te chamarás Cefas, que quer dizer Pedro. Nestas poucas palavras condensavam-se a vocação e o destino de Pedro, a sua tarefa neste mundo. Desde o começo, “a situação de Pedro na Igreja é a da rocha sobre a qual se levanta o edifício”[2]. Toda a Igreja ― e a nossa própria fidelidade à graça – tem como pedra angular, como alicerce firme, o amor, a obediência e a união com o Sumo Pontífice; “em Pedro, robustece-se a nossa fortaleza”[3], ensina São Leão Magno. Olhando para Pedro e para toda a Igreja na sua peregrinação terrena, vemos que lhes podem ser aplicadas as palavras pronunciadas por Jesus: Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa, mas ela não desabou porque estava fundada sobre rocha[4]. Rocha que, com as suas debilidades e defeitos, um dia foi escolhida pelo Senhor: um pobre pescador da Galiléia e os seus sucessores ao longo dos séculos. O encontro de Pedro com Jesus deve ter impressionado profundamente os que o presenciaram, familiarizados como estavam com as cenas do Antigo Testamento. O próprio Deus tinha mudado o nome do primeiro Patriarca: Chamar-te-ás Abraão, que quer dizer Pai de uma multidão[5]. Também mudara o nome de Jacob pelo de Israel, que quer dizer Forte diante de Deus[6].

PAULO DE TARSO Apóstolo, Mártir, Santo Século I

A celebração dos 2000 anos do nascimento do grande apóstolo [São Paulo] dá-nos a ocasião para conhecermos mais em profundidade a sua vida e o admirável testemunho de Cristo e do Evangelho que nos deixou. São Paulo é um grande sinal da ternura de Deus não apenas para o seu tempo e para toda a história cristã, mas também para a nossa geração. Nele se revela como Deus pode mudar uma pessoa de fanático intolerante contra Cristo em apóstolo e testemunha apaixonado do mesmo Cristo que antes combatia. Porquê esta mudança? Ele considera que foi apanhado por Cristo e que é uma maravilha tê-lo conhecido (cf Fl 3). Por isso, nada lamenta do que deixou para trás, pois encontrou um bem muito mais precioso, a fé em Cristo e a graça do Seu Evangelho. Não quer outra coisa senão correr para diante em direcção à meta, para o prémio a que Deus, lá do alto, nos chama em Cristo Jesus. Paulo é testemunha da beleza e da força de vida que nos vem da fé em Cristo. O Livro dos Actos dos Apóstolos e as cartas que escreveu às comunidades cristãs comunicam-nos o grande amor que encontrou no Senhor e que ele mesmo se esforçou para dar a conhecer. Nos textos litúrgicos da solenidade dos santos Pedro e Paulo, encontramos vários elementos para conhecemos melhor este apóstolo. Na Carta aos Gálatas, reconhece que Deus o chamou pela sua graça e lhe revelou o seu Filho para que ele o anunciasse aos gentios. O próprio Jesus Cristo lhe revelou o Evangelho que ele comunicava aos outros (cf Gl 1, 11-20).

RAIMUNDO LULO Franciscano, Mártir, Bem-aventurado ca. 1235-ca. 1315

Raimundo Lulo nasceu por volta de 1235 em Palma de Maiorca, nas ilhas Baleares. Nascido no seio de uma família abastada, Raimundo consagrou toda a sua fortuna ― quando seus pais faleceram ― à evangeli-zação. Efectivamente, inflamado do zelo das almas, entrou na Ordem Franciscana Secular, tratou da fundação de um colégio onde vieram estudar os futuros mis-sionários, os quais ali aprendiam as línguas árabe e hebraica, visto que estes numerosos “estudantes” eram destinados à propagação da fé cristã nos países muçulmanos e em Israel. Homem de grande cultura, considerado por muitos como “um dos maiores génios da Idade Média, e sem dúvida o espírito mais original do seu tempo”, Raimundo Lulo viajou muito e encontrou-se mesmo, durante a sua vida com três Papas, para solicitar o apoio destes às suas iniciativas que nem sempre foram das mais felizes. Escreveu sobre quase todas as disciplinas humanas, sendo alcunhado “doutor iluminado”. A sua produ-ção imensa inclui obras de teologia, filosofia, ciência e pedagogia, romances filosóficos, poemas líricos e místicos da maior beleza. Foram-lhe atri-buídos tratados de magia e alquimia que não lhe pertencem, segundo alguns historiadores que tratam da Idade Média. Em 1311, assim resumia ele a sua vida: «Fui casado, tive filhos, fui rico, gostei do mundo e dos prazeres. Depois tudo deixei pela glória de Deus, pelo bem dos meus irmãos, e com vista na propagação da verdadeira fé. Aprendi o árabe e muitas vezes fui à terra dos Sarracenos. Pela minha fé fui flagelado e encarcerado. Durante 45 anos procurei interessar os chefes da Igreja e os príncipes cristãos no bem público.

Há 97 anos consagração da China à Nossa Senhora, Imperatriz da China-Santas Maria Du Tianshi e Madalena Du Fengju, Martires chinesas – 29 de junho 

Um fato miraculoso ocorreu em 1900 e foi aprovado pelas autoridades eclesiásticas em 1924. O bispo jesuíta Henri Lecroart propôs que fossem consagrados à Nossa Senhora a China, a Mongólia, a Manchúria e o Tibete, sob a invocação de Nossa Senhora Imperatriz da China.
Nossa Senhora, Imperatriz da China, também conhecida como Nossa Senhora de Sheshan
24 de maio de Nossa Senhora de Sheshan - Dia mundial da oração na China
     "O Dragão, vendo que fora precipitado na terra, perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino" (Ap 12,13).
     Ninguém ignora a férrea repressão na China vermelha a tudo que possa se referir a religião. Repressão, sobretudo, anticristã. Há dois santuários marianos nacionalmente famosos na China, Dong-Lu em Boading e Sheshan em Shangai. O Santuário de Nossa Senhora de Sheshan em Shangai está sob o controle da Associação Patriótica (a Igreja católica nacional infiel ao Papa, criada pelo Partido Comunista), o Santuário a Dong-Lu permanece firmemente com a Igreja Católica Romana, chamada "Igreja Subterrânea". Desde 1924, católicos chineses provenientes de todas as localidades da China, viajavam todos os meses de maio para Dong-Lu com a finalidade de venerar a Mãe Santificada de Cristo.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 29 DE JUNHO

Oração da manhã para todos os dias
 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
29 –Sábado – Santos: Pedro e Paulo
Evangelho (Mt 8,5-17)“Dize uma sópalavra e o meu empregado ficará curado.”
O homem que procurou Jesus não era judeu.Talvez o tivesse ouvido alguma vez. Mas acreditou em seu poder, e certamente aceitouseu ensinamento e sua proposta de vida.Jesus elogiou sua fée, aos que se consideravam povo escolhido de Deus, lembrou que a salvação é para todos e só para os que se deixam iluminar por Deus.Não basta pertencer à igreja: é preciso viver do jeito de Jesus.
Oração
Senhor Jesus, reconheço que tenho sido privilegiado. Agradeço a bondade com que me acolhestes como discípulo. Ajudai-me a corresponder ao vosso favor. Fortalecei minha fé e meu amor; e dai-me fidelidade para nunca vos abandonar. Hoje, Senhor, quero orar por tantos homens e mulheres que ainda não vos conhecem. Iluminai seu coração, para que vos sigam mesmo sem vos conhecer. Amém.

sexta-feira, 28 de junho de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “A liberdade que salva”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Desapegar-se – não odiar
 
Quando se fala de religião, fé, moral e espiritualidade, dá-se a impressão de proibição, com um solene não. Embora pareça bloqueio, é libertação do que nos oprime para a escolha de algo que liberta. Quando ouvimos Não matar, entendemos libertar para dar vida e ter vida. Jesus, ao mostrar as exigências de seu seguimento, quer tudo ou nada. Tem que pensar antes de assumir o seguimento, como explica através das parábolas do rei que vai para a guerra e tem que avaliar seu poder de força e o construtor da torre analisar suas condições para a construção. E completa com a explicação: “Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo” (Lc 14,33). Não dá para seguir Jesus pela metade, colocando reservas a seu ensinamento. Isso é um péssimo contributo para a evangelização, apresentando um Jesus retalhado e um evangelho espedaçado. O desapego não significa ódio à família nem a si mesmo nem aos bens. A cultura do tempo de Jesus falava por opostos. Trata-se de dar preferência, de acordo com a o pensamento hebraico. Que Jesus e sua Palavra sejam o ponto de partida da vida e o sentido de tudo que fazemos. É isto que dá vida. Vimos na história do jovem rico que a exigência de Jesus não lhe agradou. Jesus gostou dele. O moço era uma pessoa boa (Mt 19,17). A solução está em colocar família, bens e a própria vida no seguimento de Jesus. Nossa fé perde a força de testemunho quando a vivemos por pedaços. Apresenta a cruz como o modo de segui-lo: “Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meus discípulos” (Lc 14,27). Carregar a cruz significa caminhar com o mesmo amor de serviço com o qual Ele nos deu a redenção. 
O corpo pesa sobre a alma 
Vivemos a condição humana marcada pela fragilidade espiritual fruto do pecado original e dos pecados que acrescentamos à maré de males que há no mundo. Ensinados pela Sabedoria podemos conhecer o desígnio de Deus. Ela nos ensina que, se temos dificuldades de conhecer o que há na terra, como investigar os céus? (Sb 9,16). O autor reconhece que o corpo corruptível torna pesada a alma e a tenda de argila oprime a mente que pensa (Sb 9,15). O salmo 89 reflete esta fragilidade do ser humano comparando-o à erva e ao sono da manhã. Tudo passa e tudo é frágil. Mas já podemos conhecer o desígnio de Deus, pois nos foi dada a Sabedoria do Espírito Santo. O homem é frágil, mas tem a consistência do Espírito que age nele. E o Sábio conclui que nossos caminhos se tornam retos e aprendemos a agradar a Deus. É o que pudemos ver na carta de Paulo a Filemon. Nela mostra que a fé penetra as decisões humanas. A fé pode orientar nossa vida em todos seus segmentos. Mesmo que pese sobre nós a fragilidade, podemos ter a força da fé. 
A fé destrói barreiras 
Rezamos no salmo: “Ensinai-nos a contar nossos dias dai ao nosso coração sabedoria” (Sl 89). E rezamos na oração da missa: “Concedei aos que creem em Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna”. Depois de fazermos a mudança de vida nós o escolhemos. A fé em Jesus destrói as barreiras e os pesos que sofremos por conta da natureza humana frágil e pecadora. Depois de termos escolhido Jesus, temos mais condições de acertar do que riscos de errar. Os erros que cometemos não atingem a substância de nossa alma no seu relacionamento com Deus. Em cada missa recebemos o Corpo do Senhor que é purificação e sustento. Somos ensinados por Deus. 
Leituras:Sabedoria 9.13-18;Salmo 89; 
Fm 9b-10.12-17; Lucas 14,25-33 
1. Religião não tem o sentido negativo, mas libertador Para seguir Jesus é preciso pensar bem porque segui-lo pela metade não dá certo. Chama a isso renúncia. Não significa ódio, mas a preferência que damos a Ele. A solução é colocar família, bens no seguimento de Jesus. Carregar a cruz significa caminhar como o mesmo amor de serviço pelo qual nos deu a redenção. 
2. Vivemos a fragilidade humana marcada pelo pecado. Ensinados pela Sabedoria podemos conhecer os desígnios de Deus. O corpo corruptível torna pesada a alma. Pela Sabedoria do Espírito Santo podemos conhecer o desígnio de Deus. Ele orienta a vida em todos os segmentos. 
3. Rezemos no salmo: “Ensinai-nos a contar nossos dias e dai ao nosso coração sabedoria”. A fé em Jesus destrói as barreiras e os pesos que sofremos por conta da natureza frágil e pecadora. Temos mais condições de acertar do que de errar. Os erros que temos não atingem a substância de nossa alma. 
Vai dar com os burros n’água! 
É triste a gente fazer um projeto sem pensar bem e ver que errou por falta de juízo. Sem sabedoria não podemos ir longe, como Jesus explica através da parábola do construtor sem calculo e do rei guerreiro sem previsão. Jesus propõe que O sigam. Se aceitarmos temos que assumir para valer, pois do contrário, não vai dar certo. Ter a sabedoria é seguir Jesus. Temos dificuldades no seguimento de Jesus porque “o corpo corruptível torna pesada a alma a tenda de argila oprime a mente que pensa” (Sb 9,14). Quando nos dispomos seguir Jesus temos que calcular se vamos assumir a renúncia total do que temos. Se não, não podemos ser seus discípulos. Não há fé pela metade. Ela orienta tudo, como podemos ver em Paulo e Onésimo, o escravo fugido que Paulo convertera Seguir Jesus significa desapegar-se dos afetos, dos bens, de si mesmo e seguí-lo carregando a cruz que é caminhar como Ele caminhou. 
Homilia do 23º Domingo Comum (08.09.2013)

EVANGELHO DO DIA 28 DE JUNHO

Evangelho segundo São Mateus 8,1-4
Ao descer Jesus do monte, seguia-O uma grande multidão. Veio então prostrar-se diante dele um leproso, que Lhe disse: «Senhor, se quiseres, podes curar-me». Jesus estendeu a mão e tocou-o, dizendo: «Eu quero: fica curado». E imediatamente ficou curado da lepra. Disse-lhe Jesus: «Não digas nada a ninguém; mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta a oferta que Moisés ordenou, para que lhes sirva de testemunho». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João Crisóstomo 
(345-407) 
Presbítero de Antioquia, 
bispo de Constantinopla, 
doutor da Igreja 
Homilia sobre São Mateus 
«Jesus estendeu a mão e tocou-o, dizendo: 
"Eu quero: fica curado"». 
Jesus não disse simplesmente: «Eu quero, fica curado». Fez outra coisa: «Estendeu a mão e tocou-o». Ora, podemos perguntar: uma vez que o curava por um ato da sua vontade e por uma palavra, por que razão o tocou com a mão? Parece-me que não é senão para mostrar que Ele não é inferior, mas superior à Lei e que, doravante, nada é impuro para quem é puro. A mão de Jesus não ficou impura ao tocar no leproso; pelo contrário, o corpo do leproso é que foi purificado pela santidade daquela mão. É que Cristo não veio só para curar os corpos, mas para elevar as nossas almas até à santidade; aqui, Ele ensina-nos a cuidar da nossa alma, a purificá-la, sem nos preocuparmos com as abluções exteriores. A única lepra que temos a recear é a da alma, isto é, o pecado. Quanto a nós, prestemos a Deus contínuas ações de graças. Agradeçamos-lhe não só os bens que Ele nos deu, mas também os que concedeu aos outros; deste modo, destruiremos a inveja, alimentando e fazendo crescer o nosso amor ao próximo.

Beatos Severiano Baranyk e Joaquim Senkivskyj, Presbíteros Ucranianos e Mártires (1941).

Martirológio Romano: na cidade de Drohobych, na Ucrânia, os Beatos Severiano Baranyk e Joaquim Senkivskyj, sacerdotes da Ordem de São Josafá e mártires, que, em tempos de perseguição contra a fé, com seu martírio, foram partícipes da vitória de Cristo. Em 1941.

Padre Severiano nasceu na Ucrânia. Em 1905, ingressou no noviciado e em 1907 fez a primeira profissão na Ordem Basiliana de São Josafá. Foi ordenado sacerdote em 1915. Sua atividade pastoral se desenvolveu em Zhovka, e foi eleito superior do mosteiro de Drohobych. Em 1939, chegaram as tropas soviéticas, porém, Severino permaneceu junto à sua grei.
Os agentes do serviço secreto soviético o prenderam em 1941 e o enviaram ao cárcere da cidade de Drohobych, na Galícia ucraniana. Quando chegaram as tropas alemãs, descobriram que os presos haviam sido assassinados. Seu corpo nunca apareceu, pois, segundo os testemunhos recolhidos no processo da causa, foi cozinhado vivo e, depois, foi servido aos prisioneiros.

SÃO PAULO I, PAPA

Paulo, caso único na Igreja, foi o primeiro Papa a suceder seu irmão, Estêvão II, também Papa, após seu falecimento, no século VIII. Este homem bondoso governou a Igreja, cujas terras foram invadidas pelos Lombardos, mas recebeu ajuda dos Francos. Paulo I salvou muitas relíquias cristãs dos saques.
São Paulo I foi Papa entre 29 de maio de 757 a 28 de junho de 767 e irmão do Papa Estêvão II. Outro caso encontraremos entre os irmãos Bento VIII e João XIX. Paulo I era romano, filho de Constantino, que era um simples trabalhador de olaria, mas que, em sua sabedoria, soube proporcionar aos filhos (treze ao todo) uma educação que jamais teve. Órfão desde tenra idade, foi educado, como seu irmão, na escola patriarcal de Latrão. Através de um acordo com Desidério, rei dos Lombardos, conseguiu manter os Estados Papais. Salvou relíquias das catacumbas e combateu o iconoclasmo, abrigando os monges do Oriente que eram perseguidos pelos iconoclastas. Eleito papa, Paulo I escreveu logo ao rei Pepino, dos Francos, comunicando sua nomeação "por unânime escolha do povo". Pepino respondeu com palavras encomiásticas e lhe enviou um cacho de cabelos de sua filhinha Gisela, irmã do futuro Carlos Magno, pedindo ao Papa que aceitasse ser padrinho da pequena princesa.

Santa Vicência Gerosa, Virgem e Cofundadora - 28 de junho

     Santa Vicência nasceu em 29 de outubro de 1784 em Lovere, Itália, e foi batizada com o nome de Catarina; começou a estudar nas Beneditinas de Gandino, em Val Seriana, mas a saúde frágil a impediu de continuar e teve que voltar para Lovere. Este foi, em sua vida, o primeiro de muitos projetos que as circunstâncias revolviam continuamente.
     Reservada e tímida, durante um período viveu contente atrás do balcão do pequeno comércio da família. Ela jamais havia pensado em tornar-se uma ‘fundadora’. O seu horizonte era Lovere, cidade do norte da Itália sujeita à República de Veneza. A empresa comercial que a família geria garantia aos Gerosa uma vida abastada. Mas, sob o ciclone napoleônico os negócios entram em crise, enquanto Lovere passava do domínio veneziano ao francês na República Cisalpina.
     A crise econômica levou à morte seu pai, depois sua irmã Francisca e por último, em 1814, também sua mãe. Apesar da tragédia pessoal, com ânimo e fé inabalável ela aceitou tudo com resignação. Confiante em Deus sofreu no silêncio do seu coração, encontrando forças na oração e na penitência.
     Quando Napoleão caiu, Lovere passou para o domínio do Império dos Habsburg. Naquele período, Catarina se dedicou ao ensino gratuito para jovens pobres, atividade de assistência e de formação religiosa encorajada por dois párocos sucessivos. Este empenho local lhe bastava, porque se revelava muito rico de estímulos e de desafios.
     Eis que surge outro projeto que mudou o curso de sua existência. Em 1824, iniciou uma amizade com Bartolomea Capitanio, jovem professora de 17 anos, nascida também em Lovere. Desde menina Bartolomea pensava em dedicar-se à caridade junto aos pobres e aos doentes. Por isso se diplomou professora no colégio das Clarissas de sua cidade natal.

IRINEU DE LYON Bispo, Mártir, Santo + 166

Santo Irineu era discípulo de São Policarpo, bispo de Esmirna, e quase contemporâneo dos apóstolos. Era sacerdote de Lyon, quando o santo bispo Potino ali foi martirizado pela metade do segundo século, com um grande número de fiéis. Esses mártires, consultados pelos cristãos da Ásia Menor, se haviam cabalmente pronunciado contra a heresia dos montanistas. Mas como não ignorassem que todas as Igrejas do mundo estão obrigadas a concordar com a Igreja Romana, escreveram ao Papa Eleutério que ocupava, então, o lugar de príncipe dos Apóstolos. Escolheram para levar as cartas a Roma o mais ilustre personagem do clero de Lyon e Viena, Santo Irineu, que recomendaram vivamente ao Papa, louvando seu zelo pela lei de Jesus Cristo. Muito se admira quando se pensa que em tempo tão calamitoso, no mais aceso da perseguição, estando já morto o bispo Potino, e, por conseguinte, viúva esta igreja, e quando os principais vultos do clero, presos e encerrados em horríveis calabouços, esperavam de uma hora para outra serem degolados ou atirados às feras, tivessem querido privar esta cristandade desolada de pessoa tão necessária, o que nos leva a crer que esta legação tinha ainda por objectivo o interesse de sua igreja.

LEÃO II Papa, Santo + 683

O papa Leão II era filho de um médico chamado Paulo e nasceu na Sicília. Os outros poucos dados que temos sobre ele foram extraídos do seu curto período à frente do governo da Igreja de Roma, quase onze meses. Em 681, ele já estava em Roma, onde exercia a função de esmoler-mor da Igreja. Era um homem extremamente culto, eloquente, professor de ciências, profundo conhecedor de literatura eclesiástica. Além de falar fluentemente o grego e o latim, era especialista em canto e salmodia. Por tudo isso os historiadores entendem que ele deve ter sido um mestre em alguma escola teológica cristã, de seu tempo e sua região. Foi eleito dias após a morte do
papa Ágato. Mas o centro do império, em Constantinopla, opunha-se à sua posse, por não ter tido tempo suficiente para influenciar na escolha do sucessor ao pontificado, como seria mais conveniente aos interesses dos bispos do Oriente. Então, num verdadeiro ato de chantagem, o imperador exigiu uma compensação financeira. Um ano demoraram as negociações entre Roma e Constantinopla, até que o imperador desistiu da absurda exigência e o papa Leão II pôde assumir o governo da Santa Sé, sendo consagrado em 17 de agosto de 682.

VICÊNCIA GEROSA Religiosa, Fundadora, Santa 1784-1847

Religiosa e fundadora do 
Instituto das Irmãs de Maria Menina.
Catarina Gerosa nasceu em 29 de outubro de 1784, em Lovere, no norte da Itália. Reservada e tímida, viveu um período da sua infância atrás do balcão do pequeno comércio da família. De saúde muito débil, não podia estudar. Modesta e caridosa, vivia uma espiritualidade simples, desenvolvida na missa, que frequentava todos os dias. Os anos seguintes à invasão napoleónica da Itália mudaram sua vida. A crise económica levou à morte primeiro seu pai, depois sua irmã Francisca e, por último, em 1814, também sua mãe. Apesar da tragédia pessoal, com ânimo e fé inabalável, Gerosa aceitou tudo com resignação. Confiante em Deus, sofreu no silêncio do seu coração, encontrando forças na oração e na penitência. Teve o grande amparo de seu confessor e orientador espiritual, que pediu ajuda a Gerosa nas actividades religiosas desenvolvidas pela paróquia às jovens carentes. Com zelo, ela organizou um oratório feminino com encontros de orações e palestras religiosas. Foi lá que, em 1824, conheceu Bartolomeia Capitanio. Era uma jovem professora de dezassete anos, nascida também numa família humilde, em Lovere. Desde menina, pensava em dedicar-se a praticar a caridade aos pobres e aos doentes. Por isso se diplomou professora no colégio das clarissas de sua cidade natal. Conheceram-se por meio do pároco, porque ele queria que Gerosa criasse alguns grupos de orações para jovens. Ele sabia que Bartolomeia havia criado uma escola para instruir e dar formação religiosa às meninas pobres e abandonadas.

BEATA MARIA PIA MASTENA

Maria nasceu em Verona e, com 20 anos, entrou para a Congregação das Irmãs da Misericórdia, mas continuou a lecionar. Após fazer uma experiência de sete meses, na clausura das Cistercienses, em 1932 fundou as Religiosas da Santa Face, para "fazer o rosto de Cristo sorrir entre os homens". 
Beata Maria Pia Mastena 
Mediante o Batismo somos inseridos em Cristo, Luz do mundo, luz bem visível e iluminadora foi a que fez brilhar a beata Maria Pia Mastena, a qual viveu a sua condição de religiosa, na busca contínua de levar ao rosto dos irmãos, o esplendor da Sagrada Face, por ela tão amada. O rosto do homem, sobretudo quando é deturpado pelo pecado e pelas misérias deste mundo, só poderá resplandecer quando for conforme ao de Cristo, martirizado na Cruz e transfigurado pela glória do Pai. Madre Mastena sentiu a forte tensão missionária de "levar o Rosto de Jesus aos homens de todo o mundo, aos lugares mais pobres e abandonados". Olhando para a santidade da beata Madre Mastena é legítimo reconhecer nela uma grande artista que soube imprimir em si mesma a Imagem de Cristo, assumindo, mediante a prática de tantas virtudes, o "Rosto dos rostos", o Rosto mais belo que possa haver entre os filhos dos homens. Ela conseguiu fazer transparecer, pelas suas características pessoais, o Rosto do Senhor nas expressões da misericórdia, da caridade, do perdão, do serviço a tempo inteiro às pessoas mais necessitadas.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 28 DE JUNHO

Oração da manhã para todos os dias
 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
28 –Sexta-feira – Santo Irineu
Evangelho (Mt 8,1-4)“– Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar. Jesus. estendeu a mão, tocou nele e disse: – Euquero, fica limpo.”
O leproso era um homem abandonado, temido e evitado. Jesus acolheu-o, estendeu a mão para ele, e purificou-o de seu mal. Sabemos de nossa fraqueza e maldade. Mas podemos ter confiança. Cristo acolhe-nos, e purifica-nos com seu poder divino. Leva-nos de volta para a união com ele e com todos. Purifica-nos e podemos amar e ser amados na família, na comunidade, na sociedade.
Oração
Senhor Jesus, somente vós podeis libertar-me do meu mal, purificar-me e dar-me  vida nova. Cheio de confiança eu vos procuro. Eu vos adoro e reconheço como meu Senhor. Não mereço nada, mas vosso amor é infinito, e quereis salvar-me. Aqui estou diante de vós. Estendei vossa mão, tocai nesta minha pobre humanidade, purificai-me, e dai-me a alegria feliz de estar convosco. Amém.

quinta-feira, 27 de junho de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Toma e devora!”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
O pequeno livro
 
Mês da Bíblia! Por que? Para estimular o amor, a leitura e a vivência da Palavra de Deus. Todos os dias são dias da Palavra, mas para que isso aconteça, lembramos um mês em particular. Por que setembro? Porque nesse mês, no dia 30, celebramos S. Jerônimo que amava a Escritura e foi o tradutor para o latim. DIzia: “Desconhecer as Escrituras é desconhecer Cristo”. Diante deste estímulo a um sempre maior amor às Santas Escrituras, vamos ouvir o Apocalipse de São João. É a experiência que tem da Palavra: “A voz dos céus que eu tinha ouvido tornou então a falar-me: ‘Vai, toma o livrinho aberto da mão do Anjo que está em pé sobre o mar e sobre a terra’... Ele então me disse. ‘Toma-o e devora-o; Ele te amargará o estômago, mas em tua boca será doce como o mel’... Quando o engoli, porém, meu estômago se tornou amargo. Disseram-me então: ‘É necessário que continues ainda a profetizar contra muitos povos, nações, língua e reis”’ (Ap. 10,8-11). Para João a Palavra é como alimento. Ela é para ser devorada como com grande fome. Há muitos modos de nos aproximarmos da Palavra de Deus. O importante é que ela penetre nossas vidas. Sem alimento o corpo morre. Sem a Palavra morre nossa alma. Ela não é um livro de leitura, mas a leitura do livro da Vida. É a leitura que dá Vida. Não se passa pela Palavra sem ser alimentado. Diante da necessidade da Palavra, na imagem do alimento, vemos como a Palavra, sendo única, em cada um produz um fruto diferente. Como a chuva, que sendo a mesma produz efeitos diferentes em cada ser. Cada flor, mesmo diferente, recebeu a mesma água. Produz sabores diferentes, perfumes inigualáveis, cores fascinantes. Assim é a Palavra que sai da boca de Deus. Precisamos da Palavra: “Não só de pão vive o homem, mas de toda Palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4,4;Dt 8,3). 
Força da Palavra 
“A Palavra de Deus é viva e eficaz” (Hb 4,12). Como a Palavra não são apenas letras, mas vida, penetra nossa vida dando-nos vida e oferecendo os caminhos para a Vida. Ela realiza o que anuncia, pois está unida a Quem a pronunciou. Como escreve Isaias: “Ela é como a chuva... não torna a mim sem fruto; antes ela cumpre a minha vontade e assegura o êxito da missão para a qual enviei” (Is 55,10-11). A eficácia exige a abertura do coração. Se nos abrimos ela age em nós, como Jesus explica na parábola da semente: “O que cai em terra boa são os que, tendo ouvido a Palavra com o coração nobre e generoso, conservam-na e produzem fruto pela perseverança” (Lc 8,15). A força da Palavra não é só o ensinamento que gera, mas sua própria condição de estar unida a Quem a pronuncia que é Deus.
Doce amargo 
“Ela será doce na boca”, diz João. A Palavra é tão bonita e gostosa. Encanta o coração. Mas... quando chega ao estômago, é amarga, pois exige a mudança e atinge o íntimo de nossas decisões. Viver a Palavra é colocar-se como alvo do ódio do mal personificado em tantos inimigos que recusam Jesus. Os que testemunham a Palavra que vivem, passam pelo que Cristo passou: “Eles venceram pelo Sangue do Cordeiro e pela Palavra que testemunharam, desprezaram a própria vida até à morte” (Ap 12,11). Quanto mais perseguidos, mais perseguem a vitória pela Palavra, como dizia Jesus: “Devo receber um batismo, e como me angustio até que esteja consumado!” (Lc 12,50).O maior fruto da Palavra de Deus em nós é a força de comunicá-la a todos os povos. Mesmo perseguidos, há sempre o desejo de levar adiante a Palavra: “É necessário que continues a profetizar contra muitos povos, nações e línguas e reis” (Ap 10,11).
ARTIGO PUBLICADO EM SETEMBRO DE 2013

EVANGELHO DO DIA 27 DE JUNHO

Evangelho segundo São Mateus 7,21-29. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Nem todo aquele que Me diz "Senhor, Senhor" entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus. Muitos Me dirão no dia do Juízo: "Senhor, não foi em teu nome que profetizámos e em teu nome que expulsámos demónios e em teu nome que fizemos tantos milagres?". Então lhes direi bem alto: "Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade". Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; mas ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é como o homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se e foi grande a sua ruína». Quando Jesus acabou de falar, a multidão estava admirada com a sua doutrina, porque a ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Gregório Magno 
(540-604) 
Papa, doutor da Igreja 
 Livro XI, SC 212 
«Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim,
vós que praticais a iniquidade» 
«Dele dependem o que engana e o enganado; leva os conselheiros à loucura, e entontece os juízes» (Jb 12,16-17). 
Se todo o homem que tenta enganar o seu próximo é injusto, e se a Verdade diz aos injustos: «Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade», em que sentido se diz aqui que o Senhor conhece aquele que engana? Para Deus, conhecer significa observar e aprovar; portanto, Ele conhece o homem injusto porque o observa e o julga – pois como poderia julgar que um homem é injusto se não observasse? –, mas não conhece o homem injusto porque não aprova a sua conduta. Conhece-o, pois, porque o apanha em flagrante delito, e não o conhece, porque não o reconhece aos olhos da sua sabedoria. Do mesmo modo, diz-se de todo o homem verdadeiro que ele não conhece a falsidade, não porque não saiba censurar outro por uma palavra falsa, mas porque esse mesmo engano, se o conhece em análise, não o conhece em amor, no sentido em que não o comete; mas, se for cometido por outro, é capaz de o condenar.