terça-feira, 25 de junho de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Mestres porque discípulos”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORSTA NA PAZ DO SENHOR
No colo do Pai
 
A prova dos nove de nossa fé e de nosso conhecimento religioso não está em nossos diplomas, mas no desejo que temos de levar aos outros o que sabemos e vivemos. Assim fizeram os primeiros discípulos que encontraram Jesus. Foram logo dizer aos outros. Os dois discípulos passaram o dia com Jesus e Andre foi dizer a seu irmão Simão Pedro: “‘Encontramos o Messias’. E o conduziu a Jesus” (Jo 1,40-42). Quem não se lembra de sua catequista da primeira comunhão? Que dedicação! Hoje, com maiores exigência, há um empenho muito grande em aprofundar a catequese, dedicar mais tempo, ter novos métodos e novas esperanças. Os documentos da Igreja insistem constantemente na formação do povo de Deus. Catequese não se limita unicamente a aulas de catecismo, mas ela está presente em todas as atividades da Igreja. As igrejas antigas com sua arquitetura, vitrais, esculturas, mosaicos e afrescos eram um catecismo. Muitas de nossas ideias provêm desta catequese vinda de longínquos tempos. Jean Delumeau, historiador, diz que as mães ensinavam catecismo para os filhos na ponta dos dedos, dizendo: ‘olha lá filhinho, aquela é a Mãe do Céu’. Ainda se faz assim com os pequeninos. O catecismo começa no ventre materno. Se maldades podem influenciar as crianças, quanto mais influenciará o que é bom, como a palavra boa, a atitude amorosa e a oração sobre o filhinho. A primeira catequese é o colo do Pai do Céu. Celebrando missa de crianças, perguntei, no dia do batismo do Batismo do Senhor, qual era a missão de Jesus. Uma menininha de 5 anos se levantou e disse: “Ele veio mostrar o carinho do Pai”. É noção básica da catequese: sentir-se no colo do Pai. Atualmente há crianças que vêm para a catequese sem saber o mínimo de religião. Não sabem rezar nada, não participam da liturgia nem antes nem durante nem depois da catequese. Faltou o colo do Pai. É um grande prejuízo para a sociedade, pois não aprenderão a ser irmãos, pois não se sentem filhos.
Muitos mestres 
Aprendi que, quanto mais sábio se é, mais se tem o prazer de aprender. Ninguém se considere completo, pois é sabedoria sempre ser discípulo e aprendizes. A sede de Deus é já um modo de ser saciado. Buscar aprender já é um dom. A abertura para o espiritual, sem nenhum desprezo da ciência humana, é sinal de sabedoria. Temos grandes pensadores que excluem o aspecto religioso, quando não usam sua capacidade para destruir o coração dos jovens. Quanto bem poderiam fazer! Não precisa ser sectário, mas sagitário: tocar os corações para que possam crescer por inteiro, não somente uma parte. O ser humano não pode ser manco apoiando-se só no humano que passa. A sabedoria é estar aberto a sempre aprender. Há muitos mestres. Diz o profeta: “Ele me desperta para que eu ouça como discípulo” (Is 50,4). O verdadeiro mestre é o que sabe aprender do discípulo.
Ensinar porque sabe 
O verdadeiro discípulo não supera o mestre. Basta ser como o mestre (Mt 10,24-25). A convivência com Jesus na fé faz de cada um mestre com Ele. “Quem vos ouve, a mim ouve” (Lc 10,16). Uma vez que aprendemos a Palavra viva, aprendemos também as palavras que Ele nos transmitiu. Assim nascem os catequistas. Todo aquele que conhece o Senhor, tudo faz para que Ele seja conhecido e amado. Esta é a prova que o conhecemos e vivemos com Ele. A necessidade de ensinar não é uma opção pastoral, mas é uma resposta à grata experiência que temos de estar com Ele. Se faltam catequistas é porque há poucos cristãos.
ARTIGO PUBLICADO EM AGOSTO DE 2013

EVANGELHO DO DIA 25 DE JUNHO

Evangelho segundo São Mateus 7,6.12-14. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, não vão eles calcá-las aos pés e voltar-se para vos despedaçarem. Portanto, o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-lho vós também: esta é a Lei e os profetas». Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que leva à perdição e muitos são os que seguem por eles. Como é estreita a porta e apertado o caminho que conduz à vida e como são poucos aqueles que os encontram!». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Guigues o Cartuxo 
(1083-1136) 
Prior da Grande Cartuxa 
Carta sobre a vida contemplativa,3,6-7 
Procurai lendo, batei rezando, 
e entrareis contemplando! 
A doçura da vida bem-aventurada é procurada na leitura, encontrada na meditação, pedida na oração e saboreada na contemplação. É por isso que o próprio Senhor diz: «Procurai e encontrareis, batei e abrir-se-vos-á» (Mt 7,7): procurai lendo, encontrareis meditando; batei rezando, entrareis contemplando. A leitura apresenta à boca uma espécie de alimento sólido, a meditação mastiga-o e tritura-o, a oração obtém o sentido do gosto, a contemplação é a própria doçura que deleita e restaura. A leitura alcança a casca, a meditação penetra no miolo, a oração exprime o desejo e a contemplação saboreia a doçura obtida. A mente vê que não pode alcançar por si mesma a tão desejada doçura no conhecimento e na experiência. Quanto mais profundo é o seu coração, mais distante lhe parece a altura de Deus; então humilha-se e refugia-se na oração. Refleti durante muito tempo no meu coração, e na minha meditação acendeu-se um fogo, o desejo de Te conhecer melhor; quando partes para mim o pão da Sagrada Escritura, revelas-Te nessa fração do pão (cf Lc 24,30-35). Quanto mais Te conheço, mais quero conhecer-Te, não apenas na casca da letra, mas no sabor da experiência. Não o peço, Senhor, em razão nos meus méritos, mas por causa da tua misericórdia. Com efeito, reconheço que sou pecador e indigno, mas «até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos» (Mt 15,27). Dá-me, pois, Senhor, o penhor da herança futura, ao menos uma gota de chuva celeste para saciar a minha sede, porque ardo de amor.

Beata Doroteia de Montau, Viúva e reclusa – 25 de junho

A célebre contemplativa Doroteia Swartz de Montau, nasceu em Gross Montau, Prússia (Matowy Wielkie) a oeste de Marienburgo (Malbork) no dia 6 de fevereiro de 1347, e morreu em Marienwerder (*), em 25 de junho de 1394.   Marienburgo, Marienwerder e Dantzig pertenciam aos cavaleiros teutônicos, então no auge do seu poder. Ela viveu sob a sua jurisdição e foram eles que introduziram o processo de sua canonização em 1404. Era filha de um fazendeiro holandês, Willem Swartz. Antigas biografias relatam que desde muito jovem ela mortificava o próprio corpo e recebera os estigmas invisíveis, disfarçando a dor que lhe causavam. Com a idade de dezesseis anos se casou com Adalberto de Dantzig (Gdansk), homem maduro, artesão armeiro abastado, mas muito temperamental, de caráter violento. Quando tinha 31 anos, Dorotéia teve seus primeiros êxtases e o esposo não tinha paciência com suas experiências místicas e a maltratava. Levando a vida matrimonial com paciência, humildade e gentileza, conseguiu mudar pouco a pouco o caráter do esposo. O casal fez frequentes peregrinações a Colônia, Aachen e Eisiedeln.  Em 1390, eles resolveram visitar os túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo em Roma. Mas Adalberto, impedido por uma enfermidade, permaneceu em casa, aonde veio a falecer.

25 de junho - Santos Domingos Henares e Francisco Do Hien Chiéu

São Domingos Henares bispo missionário dominicano e seu catequista Francisco Do Hien Chiéu fazem parte do glorioso grupo de 64 mártires vietnamitas e chineses beatificados por Leão XIII em 07 de maio de1900 e do grupo de 117 mártires canonizados pelo Papa São João Paulo II em 19 de junho de 1988. Domingos nasceu em Baena, na diocese de Córdoba (Espanha), em 19 de dezembro de 1765, de pais pobres. Ainda jovem, o Senhor o chamou para servi-lo na Ordem dos Frades Pregadores, da qual vestiu o hábito no convento de Santa Croce, em Granada em 1783. Sentindo o desejo de consagrar sua vida às missões, assim que fez sua profissão religiosa, tornou-se afiliado à província dominicana das Filipinas, à qual foi confiada a evangelização do leste de Tonkin (Vietnã). Depois de se preparar para o apostolado no famoso convento de Ocana, Domingos partiu de Cádiz em 1785 com outros confrades, incluindo Santo Ignazio Delgado y Cebriàn, e chegou às Filipinas em 9 de julho de 1786, após uma longa e árdua jornada. Em Manila, enquanto frequentava cursos de teologia, foi encarregado de ensinar cartas na faculdade de São Tomé.

Beata Maria Lhuillier, Virgem e mártir - 25 de junho

Martirológio Romano: Em Laval, França, Beata Maria Lhuillier, virgem e mártir, que, recebida na Congregação das Irmãs Hospitalárias da Misericórdia, durante a Revolução Francesa foi decapitada por manter-se fiel aos votos religiosos da Igreja (1794).

Maria Lhuillier nasceu em Arquenay, França, em 18 de novembro de 1744. Cresceu analfabeta e logo ficou órfã. Depois de servir uma senhora do lugar, foi trabalhar no convento de São Juliano das Canonisas Regulares Hospitalárias da Misericórdia de Jesus. Foi enviada ao hospital de Château Gontier e em 1778, depois de muitos sofrimentos e humilhações, ela foi admitida na profissão religiosa deste Instituto como Irmã conversa, tomando o nome de Maria de Santa Mônica.
     Quando a Revolução Francesa eclodiu, em fevereiro de 1794, as religiosas foram obrigadas a abandonar o hospital e a refugiar-se em Laval, no ex-convento das Ursulinas.
     Acusada de distribuir parte da roupa limpa do hospital a pessoas necessitadas, Maria Lhuillier foi presa e conduzida diante de uma comissão. O juiz declarou que ignoraria aquela infração se a religiosa prestasse o juramento de "Liberdade e Igualdade", porém ela não quis fazê-lo. O juiz a ameaçou com a guilhotina, e a quantos seguissem seu exemplo, porém ela permaneceu corajosa e disse: "Tanto melhor para mim e para minhas Irmãs. Assim teremos a alegria de morrer por nossa fé, e mais rápido poderemos ver a Deus”.

São Máximo de Turim

Máximo nasceu depois da metade do século IV, na região do Piemonte, na Itália. Não se sabe muito sobre sua vida, mas seu legado está entre os mais importantes da Igreja. Era discípulo de dois grandes santos: Eusébio de Vercelli e Ambrósio de Milão, sob a orientação de ambos fundou a diocese de Turim, da qual foi nomeado o primeiro bispo. Deixou obras literárias muito respeitadas, como o livro que reuniu seus numerosos "sermões e homilias", um total de oitenta e nove. Seu estilo claro, persuasivo e de uma refinada e sutil ironia, exortava os paroquianos a unirem-se para lutar contra o exército dos bárbaros pagãos que atormentavam os pacatos habitantes. De personalidade firme e decidida, com caráter manso e benévolo, diante da invasão dos bárbaros chegou a propor aos seus fiéis, amedrontados pela aproximação do inimigo destruidor, empunhar as armas do jejum, da oração e da misericórdia para enfrentá-lo. Aos medrosos e acovardados, que pensavam em abandonar a cidade, pregou que seriam injustos e pífios se abandonassem a mãe no perigo, pois a pátria é sempre uma doce mãe.

São Próspero da Aquitânia

Próspero da Aquitânia 
(em latim: Prosper Aquitanus) 
ou Próspero Tiro (c. 390 – c. 465) 
foi um escritor cristão e discípulo 
de Agostinho de Hipona. 
Próspero era natural da Aquitânia e parece ter sido educado em Marselha. Em 431 ele apareceu em Roma para entrevistar o Papa Celestino I sobre os ensinamentos de Agostinho; não há nenhum traço dele até 440, o primeiro ano do pontificado do Papa Leão I, que tinha estado na Gália, onde deve ter encontrado Próspero. De qualquer forma, Próspero logo estava em Roma, ligado ao papa em alguma posição de secretário. Genádio de Marselha (De script. eccl. 85) repete a tradição de que Próspero ditou as famosas cartas de Leão I contra Eutiques. A data de sua morte não é conhecida, mas sua crônica apareceu em 455, e o fato do cronista Conde Marcelino mencioná-lo no ano de 463 parece indicar que sua morte ocorreu pouco depois desta data. Próspero era um leigo, mas impôs a si mesmo o ardor das controvérsias religiosas de sua época, defendendo Agostinho e propagando a ortodoxia. Os pelagianos foram atacados num apaixonante poema de cerca de 1000 linhas, Adversus ingratos, escrito em cerca de 430.

São Guilherme de Vercelli, padroeiro da Irpínia

Adolescente decidido
 
Às vezes, 14 anos são suficientes para escolher a vida que se quer viver, renunciando àquela que se tem. Assim foi Guilherme, um adolescente de Vercelli. Com 14 anos, fez uma coisa semelhante àquela que Francesco faria em Assis, mais de cem anos depois. Deixou a vida de opulenta riqueza da sua família, renunciou ao título nobiliário, vestiu uma túnica rude e partiu descalço e sozinho. 
Uma experiência de peregrinação 
Guilherme tinha os pés torturados de tanto andar. Seu destino era Santiago de Compostela e, depois, um dia, a Terra Santa. Compostela torna-se uma etapa obrigatória de peregrinação para o homem do primeiro milênio. Por volta do ano 1099, Guilherme partiu para o Santuário espanhol: fez cinco anos de caminhada, de pão e água, de cilício, dormindo no chão, de colóquio íntimo com Deus e de ardente anúncio do Evangelho ao longo do caminho. A outra etapa de qualquer peregrinação, na época, era a Terra de Jesus. Então, Guilherme voltou para a Itália com o objetivo de partir para Jerusalém. Porém, o homem que planeja se defronta com as surpresas de Deus. O jovem encaminhou-se para o sul da Itália em busca de um navio.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 25 DE JUNHO

Oração da manhã para todos os dias
 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
25 –Terça-feira – Santos: Próspero, Luano, Adalberto
Evangelho(Mt 7,6.12-14) “Não deis aos cães as coisas santas, nem atireis vossas pérolasaos porcos; para que eles não aspisem com os pés...”
Palavras de Jesus que podem parecer estranhas e duras. Não sabemos em que contexto exatamente ele as proferiu. Podemos, então, interpretá-las como aviso de prudência a nós que queremos ser apóstolos. Não podemos querer que as pessoas se convertam de uma hora para outra. Temos de preparar o terreno, inclusive com muita oração, para encontrar o melhor jeito de as evangelizar.
Oração
Senhor, dai-me um zelo muito grande, uma grande vontade de vos fazer conhecido de todos. Mas, dai-me também paciência para esperar a hora e o lugar certo, a sabedoria das palavras justas, e um pouco de vossa capacidade de atração. Que seu seja prudente e compreensivo, que mais ofereça solução do que imponha obrigações. E fazei que os ame muito, sem nunca os condenar. Amém.

segunda-feira, 24 de junho de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Salvação aberta a todos”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
E
PADRE JOSÉ OSCAR BRANDÃO(+)
REDENTORISTAS NA PAZ DO SENHOR
Entrando pela porta estreita
 
A celebração de hoje é um convite a viver com autenticidade. Em Sua caminhada a Jerusalém Jesus responde à pergunta: “São poucos os que se salvam?” Responde que se deve entrar pela porta estreita. Muitos tentarão e não vão conseguir. Não se trata de dureza ou dificuldade, mas de autenticidade. Há uma só porta para entrar no Reino. Jesus mostrou esta porta: “Eu sou a porta das ovelhas... quem entrar por mim será salvo. Entrará e sairá e encontrará pastagem” (Jo 10,7.9). Esta pastagem simbólica é o banquete do Reino. Diz também que muitos ficarão de fora e começarão a dizer que sempre estiveram com Ele. Por que não os conhece? Porque não basta estar com Ele, é preciso viver sua Palavra e ter uma fé coerente. A prática religiosa superficial não é suficiente para a salvação, pois procuramos outros fundamentos para a vida fora a fé. Procuramos ideologias, comodidades e opiniões cômodas que criam em nós a raiz do pecado. Vemos como se praticam tantos erros e colocam sobre eles uma capa de uma religião que não incomoda nem exige mudanças que ferem o egoísmo. A fé em Jesus cobra conversão e coerência de vida com a Palavra de Deus. Por isso diz: Muitos virão de longe para o banquete da vida, enquanto muitos ficarão fora: Os últimos serão os primeiros. Os que vieram de longe são os pagãos que creram e viveram. A porta estreita é Jesus. Todo aquele que pratica o Evangelho passa pela porta porque vive já no Reino de Deus. Os que ficam fora são os que têm uma fachada religiosa, mas não vivem o Evangelho. São piedosos, mas não convertidos a Cristo. 
Revisando nossa vida 
A Igreja como um todo, e cada um pessoalmente, necessita de uma contínua revisão e conversão para que sempre mais apareçam desenhados em nossa vida e em nossas pessoas, os traços de Jesus Cristo. Por isso necessitamos de correção, como nos ensina a Carta aos Hebreus (12,5-13). Correção não significa castigo, mas chamada a tomar cuidado com os atalhos que desviam do caminho. Está escrito: “O Senhor corrige aquele que ama. Endireitai os caminhos para que não se extravie o que é manco, mas seja curado” (Hb 12.10.12). Os mandamentos não são proibições, mas indicações dos melhores caminhos para passar pela Porta. O medo da correção e da conversão é causado pela exigência de mudar de vida. Os defeitos e vícios criam raízes. É preciso cortar fundo. Rezamos nesta Eucaristia: Tornai-nos fervorosos e “transformai-nos com vossa graça”. Assim poderemos participar do banquete aberto a todos entrando pela porta que é Jesus. 
Há últimos que serão os primeiros
Somos rápidos em colocar medidas aos outros e lentos em aplicá-las a nós. Exigimos dos outros o que pouco cobramos de nós. Jesus disse certa vez que vemos o cisco no olho do irmão e não vemos a trave que está diante de nossos olhos (Mt 7,3-4). Corremos o risco de fazer uma religião de fachada. Na Igreja há sempre pessoas que são novos convertidos que tem muita boa vontade. Ou há pessoas que vem de outras comunidades. Encontram rejeição dos que mandam nas comunidades. Isaías diz virão outros de longe (Is 66.20-21). A oração da missa pede para “fixarmos os corações onde se encontram as verdadeiras alegrias” (Oração). Celebramos o dia dos catequistas e dos leigos. A coerência de vida é melhor escola. É preciso não ensinar uma religião de fachada, só de atos externos sem uma opção por Jesus. 
Leituras: Isaias 66,18-21; Salmo 116; 
Hebreus 12,5-7.11-13;Lucas 13,22-30. 
1. São poucos os que se salvam? Jesus responde que se deve entrar pela porta estreita. Esta porta é Jesus. Ele é a passagem para o Pai. Para passar por Jesus temos que viver Sua Palavra e ter uma fé coerente, sem ideologias, sem comodidades. A prática religiosa superficial não é suficiente para a salvação. A fé em Jesus cobra conversão e coerência de vida. Todo aquele que pratica o Evangelho passa pela porta. 
2. A Igreja e cada um necessitam de revisão e conversão para que apareçam desenhados em nossa vida os traços de Jesus. Por isso necessitamos de correção. Corrigir não é castigo, mas chamar a atenção para o caminho. Os mandamentos são boas indicações. Sair dos vícios exige mudança. 
3. Gostamos de colocar médias aos outros e não as aplicamos a nós. Corremos o risco de uma religião de fachada. Há na Igreja os convertidos e os que vem de fora com muita boa vontade. Encontram rejeição nas comunidades. Jesus afirma que alguns ficarão de fora e os de longe entrarão. 
Aprenda emagrecer 
Perguntaram a Jesus se eram muitos os que se salvavam. Respondeu: “Fazei todo esforço para passar pela porta estreita, pois muitos tentarão e não conseguirão”. Depois ficarão batendo na porta. E Jesus não abre porque não sabe quem são. E foi gente que esteve com ele. Mas outros, vindos de longe, entrarão. Que porta estreita é essa? Não se trata de uma gordura física, nem dos sofrimentos passados por Jesus, ou de uma religião apertada, exigente. Ele diz: “Eu sou a porta. Quem entra por mim, será salvo” (Jo 10,9). Quem são os que não conseguirão? Os que viveram com Jesus e não assumiram, ficarão fora. “Virão outros de longe assentar-se à mesa do Reino” (Lc 13,29). Não basta saber sobre Jesus, é preciso viver Jesus. A fé não é uma ideologia sobre Jesus, nosso pensamento sobre Ele, mas o pensamento de Jesus em nós. 
Homilia do 21º Domingo Comum (25.08.2013)

EVANGELHO DO DIA 24 DE JUNHO

Evangelho segundo São Lucas 1,57-66.80. 
Naquele tempo, chegou a altura de Isabel ser mãe e deu à luz um filho. Os seus vizinhos e parentes souberam que o Senhor lhe tinha feito tão grande benefício e congratularam-se com ela. Oito dias depois, vieram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome do pai, Zacarias. Mas a mãe interveio e disse: «Não, ele vai chamar-se João». Disseram-lhe: «Não há ninguém da tua família que tenha esse nome». Perguntaram então ao pai, por meio de sinais, como queria que o menino se chamasse. O pai pediu uma tábua e escreveu: «O seu nome é João». Todos ficaram admirados. Imediatamente se lhe abriu a boca e se lhe soltou a língua e começou a falar, bendizendo a Deus. Todos os vizinhos se encheram de temor e por toda a região montanhosa da Judeia se divulgaram estes factos. Quantos os ouviam contar guardavam-nos em seu coração e diziam: «Quem virá a ser este menino?». Na verdade, a mão do Senhor estava com ele. O menino ia crescendo e o seu espírito fortalecia-se. E foi habitar no deserto até ao dia em que se manifestou a Israel. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Agostinho(354-430) 
Bispo de Hipona (norte de África), 
doutor da Igreja 
Sermão 293,3 para a natividade de João Batista 
«Imediatamente se lhe abriu a boca e 
começou a falar, bendizendo a Deus» 
Zacarias cala-se e perde a fala até ao nascimento de João, precursor do Senhor, que lhe devolve a fala. O silêncio de Zacarias significa que a profecia desapareceu e que, antes do anúncio de Cristo, está como que escondida e fechada, abrindo-se ao seu advento, tornando-se clara para a chegada daquele que estava profetizado. A fala devolvida a Zacarias aquando do nascimento de João corresponde ao véu rasgado aquando da morte de Jesus na cruz (cf Mt 27,51). Se João se tivesse anunciado a si mesmo, a boca de Zacarias não se teria reaberto. A fala é-lhe devolvida por causa do nascimento daquele que é a voz. Com efeito, perguntaram a João, que já anunciava o Senhor: «Tu, quem és?» E ele respondeu: «Eu sou a voz que clama no deserto» (Jo 1,22-23). A voz é João, enquanto o Senhor é a Palavra: «No princípio era o Verbo» (Jo 1,1). João é a voz durante algum tempo; Cristo é o Verbo no princípio, Ele é o Verbo eterno.

SANTOS JOÃO E FESTO, MÁRTIRES, NA VIA SALÁRIA ANTIGA

São poucas as informações sobre a vida destes dois mártires romanos, provavelmente comemorados juntos no dia da sua morte. Segundo algumas fontes, João era um sacerdote, decapitado na época de Juliano, o Apóstata. Ambos foram sepultados em um cemitério, ao longo da Via Salária antiga. 
Santos João e Festo, Mártires de Roma 
Festa: 24 de junho 
Pouco se sabe sobre a vida desses dois mártires romanos, que provavelmente foram lembrados juntos no dia de suas mortes. De acordo com algumas fontes, João era um sacerdote que foi decapitado na época de Juliano, o Apóstata. Ambos estão enterrados em um cemitério ao longo da antiga Via Salaria. 
Martirológio Romano: Em Roma, na antiga Via Salaria, os Santos João e Festo, mártires.

São Vicente Lebbe, Missionário (+ 1940), 24 de Junho

Frédéric-Vincent Lebbe (1877 - 1940) é um missionário belga da Ordem dos Lazaristas. Enviado à China, promoveu uma Igreja Católica verdadeiramente chinesa.  

Biografia
Frédéric Lebbe nasceu em Gand, na Bélgica, em 19 de agosto de 1877. Durante a sua infância, ele leu a história de Jean-Gabriel Perboyre, missionário lazarista martirizado na China em 1840. Decidiu, então, tornar-se missionário e partir para a China, adotando o nome (religioso) de Vicente. Em 1895, entrou para o seminário dos Lazaristas em Paris. Em 1901, foi transferido para o vicariato apostólico de Pequim. Nessa época, os missionários cristãos, tolerados desde 1844 e oficialmente autorizados a se instalar naquela região depois dos tratados de Tianjin, em 1860, exerciam seu apostolado livremente, sendo, porém, fortemente ligados aos interesses dos Estados Unidos e das potências européias, especialmente a França para os católicos. Imediatamente, Vicente foi persuadido de que, como missionário, deveria se tornar chinês no idioma, na vida quotidiana, nas vestimentas e mesmo no patriotismo para poder exercer eficazmente seu ministério.

Natividade de São João Batista, Precursor do Senhor Festa: 24 de junho - Solenidade

(*)Ain Karem, Judeia 
(†) Machaerus-Transjordânia, século 1 
João Batista é o único santo, além da Mãe do Senhor, cujo nascimento no céu também é celebrado como seu nascimento segundo a carne. Ele foi o maior dos profetas porque foi capaz de apontar para o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. A sua vocação profética desde o ventre materno está rodeada de acontecimentos extraordinários, cheios de alegria messiânica, que preparam o nascimento de Jesus. João é o Precursor de Cristo com suas palavras e sua vida. O Batismo de Penitência que acompanha o anúncio do fim dos tempos é uma figura do Batismo segundo o Espírito. A data da festa, três meses após a Anunciação e seis antes do Natal, corresponde às indicações de Lucas. 
Patrono: Monges 
Emblema: Cordeiro, Machado 
Martirológio Romano: Solenidade da Natividade de São João Batista, precursor do Senhor: já no ventre de sua mãe, cheio do Espírito Santo, alegrava-se com a vinda da salvação humana, seu próprio nascimento era uma profecia de Cristo Senhor, nele brilhava tanta graça que o próprio Senhor dizia sobre ele que nenhum dos nascidos de mulheres era maior do que João Batista.

SÃO JOÃO BAPTISTA Festividade do seu nascimento

As festas dos Santos são geralmente
 o aniversário da morte, isto é, 
do nascimento à vida eterna. 
São João Batista faz excepção desta regra, pelo motivo de ter vindo ao mundo em estado de santidade, isento da lei do pecado original. Sabemos que seu nascimento foi um acontecimento extraordinário, acompanhado de fatos igualmente extraordinários, como o relatam os santos Evangelhos. A narração bíblica do nascimento do Precursor de Jesus Cristo, feita sob a inspiração do Divino Espírito Santo, é tão clara e circunstanciada, que não há mister acrescentar coisa alguma. Em Hebron, nas montanhas da Judeia, oito milhas além de Jerusalém, vivia um casal — Zacarias e Isabel. Ambos justos diante do Senhor. Não tinham filhos, o que muito os afligia, e eram já idosos. Zacarias, sacerdote, um dia em que estava desempenhando seu ministério no templo de Jerusalém, entrou no santuário para queimar o incenso, enquanto o povo orava no adro. Apareceu-lhe então, à direita do altar dos perfumes um Anjo. Zacarias ficou atónito. O Anjo, porém, lhe disse: “Não temas Zacarias, porque Deus ouviu a tua oração. Tua mulher dar-te-á um filho, a quem darás o nome de João. Grande será a tua alegria e muitos se regozijarão pelo nascimento do menino, porque será grande diante do Senhor. Não beberá vinho, nem bebida alguma fermentada, e será cheio do Espírito Santo. Reconduzirá os filhos de Israel, em grande número, a Deus. Ele próprio o precederá em espírito e com o poder de Elias, a fim de preparar ao Senhor um povo perfeito”. Zacarias disse ao Anjo: “Como saberei com certeza que isso vai acontecer? Já estou velho e minha mulher já vai adiantada em anos”. Respondeu-lhe o Anjo: “Eu sou Gabriel e meu lugar é diante de Deus. Ele é que me manda trazer esta feliz nova. Mas como não deste crédito a estas minhas palavras, ficarás mudo, até o dia em que tudo isto se cumprir”.

Beata Raingarda de Semur, Viúva, religiosa - 24 de junho

Nobre dama medieval
 ingressando em um Mosteiro
     Raingarda de Semur nasceu c. 1075. Era filha de Godofredo III, Senhor de Semur e de Ermengarda de Montagu. Por volta de 1093 desposou Pedro Mauricio de Montboissier. Montboissier é um castelo cujas ruinas se elevam ainda agora na Alvernia, França.
      A maior glória deste matrimônio são os filhos, Raingarda teve oito: o primeiro foi Arcebispo de Lyon; quatro foram abades beneditinos, um dos quais é São Pedro o Venerável, abade de Cluny; um morreu jovem; Hugo teve duas filhas que se juntaram a avó quando esta ingressou no Mosteiro de Marcigny; e Eustáquio, o único a perpetuar o nome da família.
     Raingarda entregou-se completamente nos cuidados de sua numerosa família, conservando no fundo do coração a pena de não se ter desapegado inteiramente do mundo. Com solicitude recebia no castelo os monges que por ali passavam.

MARIA GUADALUPE GARCIA ZAVALA Religiosa, Fundadora, Beata (1878-1963)

Religiosa mexicana, fundadora 
das 
Irmãs de Santa Margarida Maria e dos Pobres. 
Beatificada em 2004.
Maria Guadalupe Garcia Zavala nasceu em 27 de abril de 1878 em Zapopan, Jalisco, México. Foram seus pais Fortino Garcia Zavala e Refugio de Garcia. Quando criança, ela era conhecida pela sua piedade e fez visitas frequentes à Basílica de Nossa Senhora de Zapopan, que se encontrava ao lado da loja de artigos religiosos dirigida por seu pai. Seu amor por Deus foi particularmente demonstrado em seu amor pelos pobres. 
“Não” ao matrimónio, “sim” a Jesus 
Com transparência e simplicidade fora do comum, Maria tratava a todos com igual amor e respeito. Ainda jovem planeou casar-se com Gustavo Arreola, mas de repente rompeu seu noivado quando tinha 23 anos. O motivo: Maria “ouviu” que Jesus a chamava a amá-Lo sem partilha, de maneira exclusiva, con-vidando-a à vida religiosa, e ela acreditou plena-mente nesta chamada, entregando-se plenamente na assistência aos pobres e doentes.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 24 DE JUNHO

Oração da manhã para todos os dias
 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
24 –Segunda-feira – Santos: João Batista, Fausto, Firmo
Evangelho (Lc 1,57-66.80)“Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho.”
Em geral o nascimento de uma criança é uma alegria para a mãe e o pai. Imagino que muito grande foi a alegria de Isabel e Zacarias, eles que havia muito tempo tinham perdido as esperanças. E mais: o menino que nascia era especial, era prenúncio da chegada da salvação prometida, encarregado de preparar o caminho para o Salvador esperado. Pensando bem: cada criança é uma promessa.
Oração
Senhor, hoje vos peço por todas as mães e por todos os pais que esperam o nascimento de uma criança. Aumentai sua alegria, aliviai seus temores, dai-lhes um amor muito grande. Não vos esqueçais que precisam de ajuda no cumprimento da tarefa que estão assumindo. Precisam de sabedoria e paciência para acompanhar essa criaturinha na descoberta da vida e de vossos projetos. Amém.

domingo, 23 de junho de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Nem todos compreendem”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Um caminho chamado pessoa
 
No mês vocacional lembramos também a vida religiosa, isto é, os consagrados a Deus por um vínculo particular. É uma vocação na Igreja que tem uma razão e uma missão. Jesus convida todos a serem seus discípulos, mas não impõe que se viva como viveu: casto, obediente e pobre, numa missão itinerante em dedicação total. Jesus ao falar seja da riqueza, seja do poder ou da castidade, causou espanto aos discípulos. Jesus respondeu: Aos homens não é possível, mas a Deus, tudo é possível (Mc 11,27). Em outro lugar: Nem todos compreendem (Mt 19,11). Não há um momento em que Jesus tenha instituído a vida religiosa. Não são Palavras. É o próprio Jesus que é o inspirador deste modo de vida. É Nele que compreendemos este modo particular de ser discípulo. Como Jesus é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6), o discípulo que O segue neste caminho torna-se como que uma visualização desta palavra. Sua própria pessoa e modo de viver tornam-se testemunho. Quando se diz que a vida religiosa é testemunha dos bens futuros, está proclamando que os valores terrenos são bons, mas não completos. Os eternos são melhores. Não se trata de uma instituição, mas de uma vida. Nem sempre se compreende esta vida. Mas o maior risco está dentro dela mesma. Se não entendemos o que seja, perde o caráter de testemunho e passa a ser contratestemunho e inútil. A instituição deve ser um sinal fulgurante daquilo que cada um vive em sua consagração. Vivemos o risco de se proclamar uma verdade e viver outra. A renovação da vida religiosa sempre passa por uma renovação das estruturas. Não há modo de ser pobre se a instituição é rica. Se cultivarmos o individualismo não podemos ser obedientes nem ser castos se não vivemos o amor doação com totalidade. O que faz a diferença é a opção por ser pobre pelos pobres. 
Iluminando com luz própria 
Em Mateus encontramos as palavras: “Se o Sal se tornar insosso, com que o salgaremos?... Brilhe vossa luz diante dos homens, para que, vendo vossas boas obras, glorifiquem fosso Pai que está nos Céus” (Mt 5,13.16). O discípulo consagrado manifesta-se não pelo hábito nem pelas estruturas da cultura religiosa mas pelo seu interior. O hábito não faz o monge, diz o provérbio. É o interior que com hábito ou sem, ele pode dar um testemunho de sua vida de relacionamento com Deus e de dedicação aos pobres. S. Paulo fala de revestir-se de Cristo, mas como opção de vida. O hábito e a estrutura religiosa são bons, mas não podem dar um testemunho falso.
Contínua busca 
O seguimento de Jesus para serem suas testemunhas coloca-nos em disposição de contínua busca do melhor modo de sê-lo. A vida religiosa está em contínua evolução. Do contrário se torna um museu ou uma ideologia. A busca de uma maior união a Deus vai exigir caminhar sempre para algo novo, pois Jesus é a novidade que o Espírito realiza em nós. Contemplamos atualmente a tendência ao esvaziamento ou a uma volta ao passado naquilo que é secundário: vestes e tradições. Há muita gente boa, madura, cheios de Deus. Podemos estar vazios. Há algo que não pode faltar: a força de comunhão fraterna e a busca de um encontro com o povo de Deus. Não podemos estar voltados para nós mesmos. A vida religiosa não é um fim em si. É difícil fazer uma contínua revisão das formas e direções. Mas direção da contemplação amorosa pelo povo de Deus não pode faltar. Luz é para ser colocada no alto e sal para salgar. Por isso Maria é o modelo acabado do religioso: sempre em Jesus e por todos.
ARTIGO PUBLICADO EM AGOSTO DE 2013

EVANGELHO DO DIA - 23 DE JUNHO

Evangelho segundo São Marcos 4,35-41. 
Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse aos seus discípulos: «Passemos à outra margem do lago». Eles deixaram a multidão e levaram Jesus consigo na barca em que estava sentado. Iam com Ele outras embarcações. Levantou-se então uma grande tormenta e as ondas eram tão altas que enchiam a barca de água. Jesus, à popa, dormia com a cabeça numa almofada. Eles acordaram-no e disseram: «Mestre, não Te importas que pereçamos?». Jesus levantou-Se, falou ao vento imperiosamente e disse ao mar: «Cala-te e está quieto». O vento cessou e fez-se grande bonança. Depois disse aos discípulos: «Porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?». Eles ficaram cheios de temor e diziam uns para os outros: «Quem é este homem, que até o vento e o mar Lhe obedecem?». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Agostinho(354-430) 
Bispo de Hipona (norte de África), 
doutor da Igreja 
Discursos sobre os salmos, Salmo 25, n.° 2 
«Levantou-se então uma grande tormenta
 e as ondas eram tão altas que enchiam a barca de água» 
Também nós navegamos num lago onde não faltam o vento nem as tempestades; as tentações quotidianas deste mundo quase submergem a nossa barca. De onde vem tudo isso, senão do facto de Jesus estar a dormir? Se Jesus não estivesse adormecido dentro de ti, não sofrerias tais tempestades, mas fruiriras de uma grande tranquilidade interior, porque Jesus velaria contigo. Que quer dizer Jesus estar adormecido? Significa que a tua fé em Jesus está caída no sono. Levantam-se tormentas no lago: vês os maus prosperar e os bons sofrer ; é uma tentação, um entrechocar de ondas. E dizes para contigo: «Ó meu Deus, é isto a tua justiça, prosperarem os maus e serem os bons abandonados ao sofrimento?» Sim, dizes a Deus: «É isto a tua justiça?» E Deus responde: «É isso a tua fé? O foi que Eu te prometi? Tornaste-te cristão para singrares neste mundo? Atormentas-te com o destino dos maus aqui, ignorando o seu destino no outro mundo?». Porque falas assim e és sacudido pelas ondas do lago e pela tempestade? Porque Jesus dorme em ti; ou seja, porque a tua fé em Jesus adormeceu no teu coração. Que farás para seres libertado? Acorda Jesus e diz-Lhe: «Mestre, não Te importas que pereçamos? As incertezas da travessia do lago atribulam-nos; estamos perdidos». E Ele despertará, isto é, recuperarás a fé; e, com a ajuda de Jesus, refletirás e perceberás que os bens concedidos hoje aos maus não são duradouros; são bens que lhes escaparão durante a vida ou que eles terão de abandonar no momento da morte. Mas o que a ti te for prometido ficar-te-á para a eternidade [...]. Vira pois as costas àquilo que se desmorona e volta o teu rosto para o que permanece. Quando Cristo acordar, a tempestade deixará de te abalar o coração, as ondas não afundarão a tua barca, porque o vento e as ondas ficarão sob o comando da tua fé, e o perigo desaparecerá.

23 de junho - Beato Pedro Tiago de Pêsaro

Pedro, provavelmente, nasceu em Pêsaro no ano de 1447. Pouco se sabe sobre sua família, que alguns historiadores chamam de Gaspari. Ainda muito jovem entrou para a comunidade do Convento dos Agostinianos de Valmanente, primeira casa agostiniana fundada em 1238. Neste convento foi-lhe incutido o elemento carismático que o caracteriza: o estudo como caminho para a sabedoria, a virtude e o ministério apostólico. Após a conclusão do noviciado, emitiu sua profissão temporária e foi enviado para realizar os estudos necessários ao ministério sacerdotal e seguir uma carreira acadêmica de acordo com o rigoroso e exigente programa prescrito pela Ordem Agostiniana. Após a ordenação ao sacerdócio, foi inserido na vida conventual com o compromisso de continuar seus estudos e orientar os jovens estudantes da Ordem. Em 1472, foi o mestre dos estudantes em Perugia. Em 1473, foi enviado para ensinar no Estúdio Agostiniano de Florença. Em 1482, recebe o título de Mestre em Teologia, em Rimini. Participou de dois Capítulos Gerais: em 1482, em Perugia e em 1486, em Siena. Em 1492, depois de deixar o ensino da escola, por obediência, concordou em ir pregar a Quaresma em Montefalco, onde foi eleito provincial pelos frades de Piceno. Quando o mandato de três anos expirou, ele renunciou ao cargo de Prior de Bolonha e preferiu retornar à solidão de Valmanente, de onde saiu apenas para levar as boas novas ao povo que inflamavam os corações e produziam frutos da vida eterna. Sua vida, portanto, terminou não pelo desgaste de anos, mas, provavelmente, pelo cansaço e penitência.

23 de junho - Beata Maria Raffaella Cimatti

"Bendito seja Deus... Ele não me negou a sua misericórdia"(Sl 65, 20). 
A Divina Misericórdia é a chave para a leitura da espiritualidade simples e profunda de Maria Raffaella Cimatti, uma religiosa das Irmãs Hospitaleiras da Misericórdia. Da infinita misericórdia de Deus, da qual fala o salmista, ela inspirou sua ação, especialmente a serviço dos pobres e sofredores. Esta mulher, hoje elevada às honras dos altares, consumiu-se na total consagração a Deus e no serviço silencioso e cotidiano aos enfermos. Ela vivia com um espírito de sacrifício e com disponibilidade sempre pronta tanto para as tarefas diárias humildes, quanto para a escuta e recepção daqueles que recorriam a ela por conselho ou conforto, e as tarefas de responsabilidade para as quais ela era repetidamente chamada. Em nosso tempo, marcado não apenas pela indiferença e pela tentação de fechar-se às necessidades dos outros, essa humilde religiosa constitui um brilhante exemplo de feminilidade plenamente realizada no dom de si. Ela proclama e testemunha a esperança evangélica, manifestando aos que sofrem no corpo e no espírito a face de "Deus, o Pai misericordioso e Deus de toda a consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações" (2 Cor 1, 4).
Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 
12 de maio de 1996

SS. ZACARIAS E ISABEL, PAIS DE S. JOÃO BATISTA

“No tempo de Herodes, rei da Judeia, havia um sacerdote chamado Zacarias, que pertencia à classe sacerdotal de Abias; Isabel, sua mulher, também era descendente de Arão. Ambos eram justos aos olhos de Deus, obedecendo, de modo irrepreensível, todos os mandamentos e preceitos do Senhor. Mas, eles não tinham filhos, porque Isabel era estéril e ambos tinham idade avançada” (Lc 1, 5-7). Hoje, a Liturgia celebra a festa de um casal de Santos, o primeiro, depois de Maria e José, do qual falam as Escrituras. O Evangelho de Lucas começa, exatamente, com a história destes dois esposos, que eram justos diante de Deus, fiéis e observantes. Porém, tinham um espinho no coração por não poder conceber um filho. Naquela época, a esterilidade também era uma causa de marginalização.

Beata Maria Rafaela (Santina) Cimatti, Virgem – 23 de junho

Esta religiosa desenvolveu com inteligência e serenidade um serviço constante e heroico em favor dos aflitos e dos doentes. “Quando não estava atenta no cuidado dos enfermos, rezava diante do Santíssimo Sacramento e suas mãos, quando não estavam a serviço do próximo, desfiavam as contas do Rosário”.
    Santina Cimatti nasceu em Faenza, no dia 6 de junho de 1861. Seu pai era agricultor e a mãe tecelã. Foi dotada pela natureza de um rosto sorridente, sereno e de belas feições, iluminado por olhos profundos.
     Como a família logo precisou do seu trabalho, pode dedicar pouco tempo aos estudos. Para ajudar na economia familiar, ajudava a mãe como tecelã, ou se ocupava nos trabalhos da casa.
     Após a morte do pai em 1882, Santina assumiu a educação dos irmãos e também era catequista na sua paróquia. Tornou-se indispensável que Santina permanecesse junto à mãe até que esta encontrasse um trabalho digno na casa de um sacerdote.
     Quando seus dois irmãos, Luís e Vicente, entraram na Congregação Salesiana, recém fundada por Dom Bosco (eles também morreram em odor de santidade), Santina sentiu-se livre para realizar suas aspirações religiosas.
     Em novembro de 1889, ingressou no Instituto das Irmãs Hospitalárias da Misericórdia, na casa mãe de São João de Latrão, em Roma. Tomou o nome de Maria Rafaela, e em 1883 foi enviada ao Hospital de São Bento em Alatri, onde iniciou sua formação de enfermeira. Em 1905, emitiu seus votos finais.

MARIA DE OIGNIES Leiga, Beata 1177-1213

Mística belga (+ 1213), que viveu 
com seu marido João em estado 
de permanente castidade.
A diocese de Liege celebra a festa de Santa Maria de Oignies, uma mulher de virtude e de admirável santidade. Ela era natural de Nivelle, filha de pais que não não faziam parte da alta sociedade no mundo, se bem que ricos. Desde a sua juventude, ela nutriu um tal desprezo pelos prazeres em que normalmente se envolvem as pessoas que não sentem necessidades, que ela não se importava nem dos enfeites naturais para as jovens, nem da amenidade das companheiras da sua idade. Nada mais lhe agradava tanto como a solidão, onde ela se consagrava inteiramente à meditação sobre as coisas divinas. Mas os seus pais incomodavam-na frequentemente, e muitas vezes procuravam desviá-la dos seus intentos com zombarias. Por isso mesmo aconteceu, quando ela completou os seus catorze anos, que eles a casassem a um jovem proveniente duma excelente família, que também possuía grande fortuna e que se chamava João. Esta decisão foi para Maria ocasião de grande aflição, pois ela preferiria consagrar a sua virgindade ao seu divino Esposo: mas ela pensou acolheria com amor a sua obediência aos pais talvez mais do que o sacrifício que ela pudesse fazer pela sua consagração virginal. Por isso mesmo ela prometeu continuar enquanto esposa a dar a Deus as mesmas graças e orações, como se tivesse continuado solteira e consagrada. Aliás, ela sentia como consolação a esperança de poder continuar, talvez mais livremente a servir Deus, pensando que lhe seria fácil ganhar a afeição de seu marido e fazer com que este concordasse com as suas maneiras de ver, deixando-a continuar as suas devoções habituais de quando solteira. E, graças a Deus, assim aconteceu, conforme a sua esperança e sincero desejo: ela adquiriu um tal poder sobre o espírito do marido que ela continuou as suas devoções como antes e ainda com mais fervor do que antes.

JOSÉ CAFASSO Director espiritual de Dom Bosco, Santo 1811-1860

Trabalhando sem nenhum alarde, 
o Pe. Cafasso realizou um extraordinário 
apostolado ao combater os erros da época; 
constituiu-se num esteio para 
a formação dos sacerdotes. 
José Cafasso nasceu em Castelnuovo d’Asti (hoje Castelnuovo Dom Bosco) em 1811. Uma sua irmã foi mãe de outro santo, São José Alamano, fundador da comunidade dos Padres da Consolata. Desde pequeno José era chamado pelos seus concidadãos de il Santeto, por causa de sua atracção para a virtude e coisas santas. Aos 16 anos entrou para o seminário e vestiu por primeira vez a sotaina. Assim o descreve Dom Bosco, que o encontrou nessa idade: “De pequena estatura, olhos brilhantes, ar afável e rosto angelical”. Providencial encontro com São João Bosco Dom Bosco o viu na porta da igreja de sua cidade, durante uma quermesse, e impressionado com a aparência do jovem seminarista, quis conversar com ele. Propôs-se então a mostrar-lhe algum dos espectáculos da feira. E narra deste modo o episódio: “[José Cafasso] fez-me um sinal para eu me aproximar, e começou a perguntar-me minha idade, meus estudos; se havia já recebido a Primeira Comunhão; com que frequência me confessava; aonde ia ao catecismo, e coisas semelhantes. Fiquei como encantado ante aquela maneira edificante de falar; respondi com gosto a todas as suas perguntas; depois, quase como para agradecer sua afabilidade, repeti meu oferecimento de acompanhá-lo a visitar qualquer espectáculo ou novidade. — Querido amigo — disse ele —, os espectáculos dos sacerdotes são as funções da igreja; quanto mais devotamente se celebrem, tanto mais se tornam agradáveis. Nossas novidades são as práticas da Religião, que são sempre novas, e por isso é necessário frequentá-las com assiduidade; eu só estou esperando que abram a igreja para poder entrar. Animei-me a seguir a conversação, e acrescentei: — É verdade o que o Sr. diz; mas há tempo para tudo: tempo para a igreja e tempo para divertir-se. Ele pôs-se a rir, e terminou com estas memoráveis palavras, que foram como o programa das acções de toda sua vida: — Quem abraça o estado eclesiástico entrega-se ao Senhor, e nada de quanto teve no mundo deve preocupá-lo, mas sim aquilo que pode servir para a glória de Deus e proveito das almas”[1].

BENTO MENNI Sacerdote, Religioso, Santo 1841-1914

Angelo Hércules Menni nasceu no dia 11 de março de 1841, em Milão, na Itália, sendo o quinto dos quinze irmãos. A família do casal de negociantes Luiz e Luíza era de cristãos fervorosos, onde se rezava o Rosário todas as noites, se praticava a caridade e todos os sacramentos. Foi esse ambiente familiar, somado a quatro episódios, que fizeram o jovem Angelo optar por tornar-se um sacerdote. Foram eles: a oração diária diante de um quadro de Maria, a Santíssima Mãe de Jesus; alguns exercícios espirituais aos dezassete anos de idade; os conselhos de um eremita de sua cidade natal; e o exemplo dos irmãos de São João de Deus tratando os soldados que chegavam à estação de Milão, feridos na batalha de Magenta, serviço que ele próprio praticou. Aos dezanove anos de idade, entrou na Ordem Hospitaleira de São João de Deus, trocando o nome de baptismo pelo de Bento. Iniciou os estudos filosóficos e teológicos no Seminário de Lodi e depois foi concluí-los no Colégio Romano, actual Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Foi ordenado sacerdote em 1866. Nessa ocasião, o papa Pio IX confiou-lhe a difícil missão de restaurar a Ordem Hospitaleira na Espanha; aliás, a escolha não poderia ter sido mais feliz. Este jovem religioso, que tinha apenas vinte e cinco anos, chegou em Barcelona em 1867. Ali começou a restauração da Ordem, que tinha sido suprimida pelo liberalismo, tanto na Espanha como em Portugal. Depois de dar nova vida à Ordem na Espanha, continuou com a sua restauração em Portugal e no México, já no princípio do século XX.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 23 DE JUNHO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado. 
23 –12º Domingo do tempo comum 
Evangelho(Mc 4,35-41) “O vento cessou e houve uma grande calmaria. Então Jesus perguntou aos discípulos: − Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” 
Podemos pensar que, ao relembrar essa passagem, Marcos queria mandar uma mensagem às primitivas comunidades que enfrentavam tantas dificuldades e perseguições. Não deviam temer nem desesperar. Podiam ter fé e confiar que Jesus estava presente, mesmo que aparentemente dormisse. Ele é Senhor, tem todo o poder divino para nos livrar e guiar, e ainda hoje está sempre entre nós. Nossos tempos não são nem melhores nem piores que os de antigamente. Ainda agora há cristãos morrendo por causa de sua fé em Jesus, e são muitos os que procuram combater com todas as forças a propagação do evangelho. Diante disso, não podemos, como os apóstolos, ficar encolhidos e medrosos no fundo da barca. Jesus ainda manda nos ventos e nas ondas. 
Oração 
Senhor Jesus, sempre achamos que nossos tempos são os piores; por isso preciso lembrar-me sempre de vossa presença. Estais conosco e sois Deus: decidistes salvar a humanidade, nada e ninguém vos poderá impedir de o fazer. Não sei como o fareis, mas o certo é que sabeis o que e quando o fazer. Renovo minha fé em vosso poder e em vosso amor misericordioso. Não permitais que nos apavoremos diante das dificuldades criadas pelo mal, que parece tão forte. Dai-nos coragem diante dos perigos, sabedoria e agilidade para encontrar saídas, firmeza para fazer o necessário no tempo certo. Estais conosco no mesmo barco; podemos ficar bem tranquilos. A vitória final será vossa e dos que estão convosco. Amém.

sábado, 22 de junho de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Assunção da Mãe de Deus”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Evangelho segundo Maria
 
Maria não escreveu um evangelho com papel e tinta, mas com sua pessoa. Aliás, é missão de cada pessoa ser um evangelho vivo. Em Maria podemos ler o evangelho de Jesus. Sua Assunção gloriosa ao Céu é uma prova que viveu plenamente as palavras de Jesus: “Quem ouve minhas palavras e crê Naquele que Me enviou tem a vida eterna” (Jo 5,24). Todos têm esta possibilidade. Além dessa oferta de Jesus, como Mãe de Deus, acompanhou seu Filho na Ressurreição (1Cor 15,23). Não convinha que seu corpo visse a corrupção dizem os apóstolos no dia de Pentecostes: “Nem sua carne experimentou a corrupção (At 2,31). A Maria podemos aplicar essas palavras, pois seu corpo estava unido ao corpo do Filho, desde sua encarnação. Por isso podemos professar a Assunção da Mãe de Deus pelo fato de estar unida à carne de Seu Filho que ressuscitou e foi glorificado. Professamos esta fé quando rezamos no prefácio: “Preservastes da corrupção da morte Aquela que gerou, de modo inefável vosso próprio Filho feito homem, autor de toda vida”. Ela é o evangelho da Vida. O salmo canta esta vitória de Maria: “Entre cantos e festa e com grande alegria ingressam no palácio real. Cheia de graça a Rainha está à vossa direita” (Sl 44,15-16). Ela é evangelho no acolhimento da vontade de Deus “Faça-se em mim, segundo tua Palavra” (Lc 1,38). Ela, redimida em sua concepção, no fim da vida recebeu o fruto total da redenção que é a glorificação. Jesus é o servidor. Maria o reproduz no momento da anunciação com as palavras: “Eis a serva do Senhor”. Seguidora de seu Filho é a primeira discípula. Ensina como seguir Jesus que diz: “Aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe” (Mt 12,49). Maria não só tem o parentesco humano, mas também o parentesco espiritual como discípula. Não diminui, mas aumenta sua força evangelizadora. 
Espiritualidade do corpo 
Maria se torna modelo da espiritualidade do corpo porque levou seu corpo, com a graça de Deus, à perfeita união com a Graça presente nela, pois é a cheia da Graça (Lc 1,28). A união da Divindade e da Humanidade em Cristo nos ensina a grandiosidade da natureza humana que é também matéria, carne. Maria ensina também a viver a plenitude da natureza humana carnal na maior glória da santidade possível ao ser humano. Ela é também uma escola para a espiritualidade do corpo. Todos podem viver a presença de Deus em si, sem que isso “anule” a natureza humana que é elevada e dignificada. A Assunção de Maria demonstra que, como em Seu Filho, seremos glorificados em nossos corpos como ensina Paulo: “Se somos filhos, somos também herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, pois sofremos com Ele para também com Ele sermos glorificados (Rm 8,17). Devemos aprender que a santidade se vive no corpo com suas as tendências. 
Um projeto para o mundo 
Sua Assunção é um estímulo para o mundo, como rezamos: “Acendei em nossos corações o desejo de chegar até Vós” (Oferendas). O mundo tende à Ressurreição: “Em Cristo todos reviverão” (1Cor 15,22). O canto de Maria é um grande projeto de transformação. Cantando as maravilhas de Deus, canta as maravilhas da misericórdia de Deus para a transformação do mundo revertendo o poder em serviço, o orgulho em humildade e a riqueza em caridade misericordiosa. Assim se projeta a vitória de Cristo e o cumprimento total de sua missão que é entregar o Reino a Deus, Seu Pai, destruindo todo poder de morte. 
Leituras:Apocalipse 11,19ª;12,1.3-6ª.10ab;
Salmo 44;
 1Coríntios 15,20-27ª; Lucas 1,39-21 
1. Maria escreveu o evangelho com sua pessoa e sua vida. Sua Assunção prova que tem a vida eterna porque acreditou. Como Mãe acompanhou o Filho na Ressurreição. Não convinha que seu corpo conhecesse a corrupção. Rezamos: “Preservaste da corrupção da morte aquela que gerou vosso Filho”. Redimida em sua concepção, recebeu a glorificação como fruto da redenção. Faz-se serva do Senhor, como o Filho é servo. Maria tem também o parentesco espiritual com Jesus. 
2. Maria se torna modelo da espiritualidade do corpo porque levou seu corpo à perfeita união com a Graça presente nela, pois é cheia da Graça. Maria ensina a viver a plenitude da natureza carnal na glória possível ao ser humano. A Assunção demonstra que seremos glorificados com Cristo. 
3. A Assunção de Maria é um estímulo para o mundo que tende para a Ressurreição. O cântico de Maria é um projeto de transformação fundado na misericórdia de Deus que transforma o poder em serviço, o orgulho em humildade e a riqueza em caridade misericordiosa. É a vitória de Cristo que entrega o mundo a Deus seu Pai. 
Enxergando longe
Nossa Senhora foi levada para o Céu em corpo e alma. Toda gloriosa ela está junto de seu Filho que não se separa da Mãe. Ela acompanha o Filho na Ressurreição e na Ascensão. Ela é a mulher que é revestida do Sol, que é Cristo; Tem a lua debaixo de seus pés. As doze estrelas da coroa são os doze apóstolos do Filho. Simboliza a Igreja que a rodeia. Ela é a Mãe do Senhor, como a chama Isabel. Senhor é Deus. Ela tem o Filho que dá o Espírito Santo: “Isabel, cheia do Espírito Santo, exclamou: Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre”. Em sua clareza de espírito Maria diz: “O Senhor fez em mim maravilhas”. Tudo que dizemos de Maria, em sua Assunção, refere-se também a nós. Por isso, quando a vemos gloriosa, contemplamos nosso futuro. Quanto mais amamos Nossa Senhora, mais unidos estamos ao nosso futuro em Deus e mais transformamos o mundo. 
Homilia da Assunção de Nossa Senhora (18.08.2013)

EVANGELHO DO DIA 22 DE JUNHO

Evangelho segundo São Mateus 6,24-34. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. Por isso vos digo: não vos preocupeis, quanto à vossa vida, com o que haveis de comer, nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; o vosso Pai celeste as sustenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Quem de entre vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à sua estatura? E porque vos inquietais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam; mas Eu vos digo: nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. Se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao forno, não fará muito mais por vós, homens de pouca fé? Não vos inquieteis, dizendo: "Que havemos de comer? Que havemos de beber? Que havemos de vestir?" Os pagãos é que se preocupam com todas estas coisas. Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso. Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações. A cada dia basta o seu cuidado». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Afonso-Maria de Ligório 
(1696-1787) 
Bispo, doutor da Igreja 
Maneira de conversar com Deus 
«Não vos preocupeis» 
Pensa nisto: o teu Deus ama-te mais do que tu te amas a ti próprio; por isso, nada tens a temer. «O Senhor cuida de mim» (Sl 39,18), repetia David, e este pensamento reconfortava-o. Diz, tu também: «Nos teus braços, Senhor, me entrego, sem admitir outra preocupação que não seja amar-Te e agradar-Te: aqui me tens, pronto a fazer tudo o que quiseres. Tu tens mais do que o simples desejo de me fazer o bem: fá-lo-ás realmente; por isso, a Ti entrego o cuidado da minha salvação, já que me mandas depositar toda a minha esperança em Ti: "Em paz me deito e logo adormeço, pois só Tu, Senhor, me fazes viver em segurança" (Sl 4,9)». «Sê digno da bondade do Senhor» (Sab 1,1): com estas palavras, o Sábio exorta-nos a confiar na misericórdia de Deus muito mais do que a temer a sua justiça. De facto, Deus está muito mais inclinado a abençoar do que a castigar, segundo as palavras de São Tiago: «A misericórdia triunfa sobre o juízo» (Tg 2,13). Daí a recomendação do apóstolo São Pedro: «Confiai-Lhe todas as vossas preocupações, porque Ele cuida de vós» (1Pd 5,7). Abandonemo-nos sem reservas à bondade de Deus, mas, sobretudo, confiemos na preocupação extrema que Ele tem pela nossa salvação.