Evangelho segundo São João 15,1-8.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor.
Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo aquele que dá fruto, para que dê ainda mais fruto.
Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei.
Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim.
Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer.
Se alguém não permanece em Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará. Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem.
Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido.
A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos tornareis meus discípulos».
Tradução litúrgica da Bíblia
(1894-1967)
Carmelita, fundador de Notre Dame de Vie
«O santo no Cristo total»
«Se alguém permanece em Mim
e Eu nele, esse dá muito fruto»
«Fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça» (Jo 15, 16). esta declaração de Jesus, proferida na Última Ceia, vem na sequência das suas afirmações sobre os laços que, a partir daquele momento, O unem aos seus apóstolos: «Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer». O ramo vive da seiva que sai da videira. A sua função é transformar a seiva em frutos. É essa a sua razão de ser. Assim, se o ramo não dá fruto, é natural que seja cortado e lançado ao fogo: tal é a ordem das coisas.
Jesus sublinha este facto para indicar que a fecundidade é a razão da escolha dos seus apóstolos e da sua ação sobre eles. Eles devem ir pelo mundo e dar fruto, para glória do Pai. O mundo para onde Ele os envia é mau, perigoso e perseguidor. Por isso, Jesus reza por eles, não para «que os tires do mundo, mas que os livres do mal» (Jo 17,15). Após a sua ressurreição, Jesus dirá ainda: «Tal como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós» (Jo 20,21).
Não há dúvida, portanto, de que a obra de santificação realizada por Jesus nos seus apóstolos, os misteriosos laços de graça que criou com eles e os poderes surpreendentes que lhes conferiu estão ordenados à missão dos apóstolos no mundo. A plenitude da graça e a plenitude dos poderes que Ele conferiu visam fazer apóstolos que prossigam a missão de Jesus. Eles foram escolhidos por Ele e serão transformados pelo seu Espírito, para se tornarem outros Cristos aqui na Terra e para darem fruto no mundo.
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