sexta-feira, 31 de maio de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Estarei sempre convosco”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Comer com o coração.
 
Jesus quis estar sempre conosco e nos alimentar com sua Pessoa e Palavra. Para isso tomou o pão e o vinho. O pão é bonito, gostoso, fortificante e dá vida. O vinho dá o sentido do sangue e da festa. Naquela noite Ele Se reuniu com os seus. Por que Jesus escolhe o alimento para realizar tão grande mistério da salvação? De um modo muito humano, podemos dizer que fez o que podemos entender. Para recordar a libertação do Egito, Deus mandou que celebrassem a ceia. A refeição tomada juntos é um sacramento da comunhão humana e assumido por Jesus para o sacramento da comunhão com Ele. O gesto fundamental da vida de Jesus, que iria conservar a memória de Sua Morte e Ressurreição é expresso no gesto de comunhão entre os participantes. Jesus quis assumir a realidade do pão para entendermos o que se realizava no mistério. O pão que comemos passa para nosso organismo, alegra, sustenta e dá vida. Assim acontece com o mistério da Eucaristia. Jesus é o Pão da Vida que sustenta, dá vida e nos alegra. Na última ceia disse que o pão era Seu Corpo e o vinho, Seu Sangue. Assim, quando e recebemos este pão e este vinho, estamos em comunhão com os outros, porque entramos em comunhão com Deus. Por isso, a ceia de Jesus preenche nossos desejos e, por meio de nós, sacia a fome de tantos pelo mundo.
Vinde Adoremos! 
Celebramos recentemente a festa de Corpus Christi. Levamos Jesus solenemente pelas ruas para a adoração de todos. Nós que acreditamos, sentimos a alegria em adorar, amar e reconhecer o quanto Deus nos amou dando-nos a Eucaristia para alimento e presença. Esta devoção se firmou pelos anos de 1264. Contudo, não podemos contemplar a Hóstia Santa sem esquecer de tudo o que Jesus quis nos dar e ensinar com este mistério tão grande de um Deus que se fez Homem. Ele se fez pão para a vida do mundo. Ele deu a vida e se dá no Pão Eucarístico, nossa Páscoa. A Eucaristia é também um ensinamento. Não basta partir o pão entre os irmãos, celebrando a Eucaristia. É preciso fazer o que Jesus fez no momento e depois com Sua vida: partiu o pão e o repartiu. Lembramos aqui o milagre da multiplicação dos pães. Com poucos pães alimentou a multidões. Ensina que podemos, com o pouco que temos, saciar o mundo. A Eucaristia não divide, mas multiplica. Só vamos entender o mistério da Eucaristia quando colocarmos em prática a solidariedade. A fé, se não tiver obras, é morta em si mesma, diz S. Tiago (2,17). 
Um Deus esquecido. 
Cantamos na Bênção do Santíssimo: “Bendito! Louvado Seja! O Santíssimo Sacramento!” Há uma estrofe que diz: “Fazei-nos, Virgem Maria, sacrários vivos da Eucaristia!”. O que significa sacrário vivo? Existe o sacrário de mármore, de madeira e até de ouro onde são conservadas as Hóstias consagradas. Ali está Jesus para ser adorado, amado, venerado com todo afeto. Somos sacrários vivos porque temos Jesus em nós, para ser amado, adorado, venerado com todo amor. Adorar Jesus presente no outro pela Eucaristia é viver o mandamento do amor no cuidado da pessoa do outro, no socorro aos necessitados, no respeito ao ser humano que abriga o próprio Jesus. Cuidando do próximo estamos cuidando de Jesus. Nossa ligação com a Eucaristia não é somente a partir do momento da comunhão. Como Jesus assumiu a natureza humana, estamos participando de sua Vida. Em sua Humanidade está a nossa. Nossa carne foi ressuscitada com Ele. Está unida à divindade quando Jesus se faz Pão para nós. Já estamos unidos a Ele na Eucaristia.
ARTIGO PUBLICADO EM MAIO DE 2013

EVANGELHO DO DIA 31 DE MAIO

Evangelho segundo São Lucas 1,39-56. 
Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: 
«Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor». 
Maria disse então: 
«A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre».
Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João Paulo II 
Papa(1920-2005)  
Encíclica «Dives in Misericordia» §9 
(trad.©copyright 
Libreria Editrice Vaticana,rev.) 
«A sua misericórdia se estende 
de geração em geração» 
«Cantarei eternamente as misericórdias do senhor» (Sl 88,2). No cântico pascal da Igreja repercutem-se, com a plenitude do seu conteúdo profético, as palavras que Maria pronunciou durante a visita que fez a Isabel, esposa de Zacarias: «A sua misericórdia estende-se de geração em geração». Tais palavras abrem, já desde o momento da encarnação, uma nova perspectiva da história da Salvação. Após a ressurreição de Cristo, esta nova perspectiva passa para o plano histórico e, ao mesmo tempo, reveste-se de um sentido escatológico novo. Desde então, sucedem-se sempre novas gerações de homens na imensa família humana, em dimensões sempre crescentes; sucedem-se também novas gerações do Povo de Deus, assinaladas pelo sinal da cruz e da ressurreição, o mistério pascal de Cristo, revelação absoluta daquela misericórdia que Maria proclamou à entrada da casa da sua parente. Mãe do Crucificado, Maria é aquela que conhece mais profundamente o mistério da misericórdia divina. Conhece o seu preço e sabe quanto é elevado. É neste sentido que lhe chamamos Mãe da misericórdia, Nossa Senhora da Misericórdia, capaz de descobrir, primeiro através dos complexos acontecimentos de Israel, e depois daqueles que dizem respeito a cada um dos homens e à humanidade inteira, a misericórdia da qual todos se tornam participantes, segundo o eterno desígnio da Santíssima Trindade, «de geração em geração». Mãe do Crucificado e do Ressuscitado, tendo experimentado a misericórdia de um modo excecional, «merece» igualmente tal misericórdia durante toda a sua vida terrena e, de modo particular, aos pés da cruz do Filho. Em seguida, através da participação escondida e, ao mesmo tempo, incomparável na missão messiânica de seu Filho, foi chamada de modo especial para tornar próximo dos homens o amor que o Filho tinha vindo revelar: amor que encontra a sua mais concreta manifestação com os que sofrem, os pobres, os que estão privados de liberdade, os cegos, os oprimidos e os pecadores, conforme explicou Cristo (cf Lc 4,18; 7,22).

31 de maio - Beato Nicolau Barré

O povo que estava acampado no deserto tinha sede (Ex 17, 3). O espetáculo do povo espiritualmente sedento estava também sob o olhar de Nicolau Barré, da Ordem dos Mínimos. O seu ministério colocava-o continuamente em contato com pessoas que, vivendo no deserto da ignorância religiosa, corriam o perigo de ir beber na fonte corrompida de algumas ideias do seu tempo. Eis por que ele sentiu o dever de se tornar um mestre espiritual e um educador para todos aqueles que alcançava com a sua ação pastoral. Para ampliar o seu raio de ação, fundou uma nova família religiosa, as Irmãs do Menino Jesus, com a missão de evangelizar e educar a juventude abandonada, a fim de lhe revelar o amor de Deus e comunicar em plenitude a Vida divina, e de contribuir para a edificação das pessoas. O novo Beato não cessou de enraizar a sua missão na contemplação do mistério da Encarnação, pois Deus sacia a sede daqueles que vivem em intimidade com Ele. Mostrou que uma ação feita em nome de Deus não podia deixar de unir a Deus, e que a santificação passa também através do apostolado. Nicolau Barré convida cada um de nós a ter confiança no Espírito Santo, que guia o Seu povo no caminho do abandono a Deus, da abnegação, da humildade, da perseverança mesmo nas provações mais difíceis. Essa atitude abre à alegria da caminhada rumo à experiência da ação poderosa de Deus vivo. Papa João Paulo II - Homilia de Beatificação - 07 de março de 1999. Nicolau Barré nasceu em Amiens (França), em 21 de outubro de 1621 e morreu em Paris em 31 de maio de 1686, cercado por sua comunidade, no convento dos Mínimos da Praça Real.

Santa Petronila, Mártir (Século I), 31 de Maio

O prenome Petronila é um diminutivo do prenome Pedro ou Petrus. Ela era descendente de Titus Flavius Petro, avô do imperador romano Vespasiano.
Como muitos dos santos dos primeiros tempos da Igreja, não se conhece praticamente muita coisa da vida de Petronila. As únicas informações seguras que há são o nome que ela trazia e o fato de ser uma mártir: estas duas indicações figuram num afresco do Século IV encontrado na basílica subterrânea das catacumbas de Roma.
Este afresco, um dos mais antigos da cristandade, encontra-se atrás da abside da basílica que o Papa Sirício (cujo papado durou de 384 a 399) mandou construir, entre 390 e 395, na Via Adreatina, conhecida como Via Domitilla. Neste afresco figura a inscrição PETRONELLA MART.
O sarcófago que conservava os restos da santa foi transferido para a basílica pontifical pelo Papa Paulo I, em 757 e se encontra, desde então, na Basílica de São Pedro.
De acordo com a tradição, Santa Petronila seria filha espiritual de São Pedro Apóstolo, pois teria sido batizada por ele. Chegou mesmo a ser dito, na *Legenda Áurea, que Petronila seria filha biológica de São Pedro. Todavia, o mais provável é que tudo não passe apenas de uma coincidência entre os dois prenomes.

CAMILA BATISTA DA VARANO Religiosa, Mística e Beata 1458-1524

O príncipe Júlio César de Varano, senhor do ducado de Camerino, era um fidalgo guerreiro e alegre, muito generoso com o povo e sedutor com as damas. Tinha cinco filhos antes de se casar, aos vinte anos, com Joana, filha do duque de Rimini, que completara doze anos de idade. Tiveram três filhos. Criou todos juntos no seu palácio de Camerino, sem distinção entre os legítimos e os naturais. Camila era sua filha primogénita, fruto de uma aventura amorosa com uma nobre dama da corte. Nasceu em 9 de abril de 1458. Cresceu bela, inteligente, caridosa e piedosa. Tinha uma personalidade sedutora e divertida, apreciava dançar e cantar. Tinha herdado o temperamento do pai, motivo de orgulho para ele, que a amava muito. Ainda criança, depois de ouvir uma pregação sobre a Paixão de Jesus Cristo, fez um voto particular: derramar pelo menos uma lágrima todas as sextas-feiras, recordando todos os sofrimentos do Senhor. Porém tinha dificuldade para conciliar o voto à vida divertida que levava, quando não conseguia vertê-la sentia-se mal toda a semana.

FÉLIX DE NICÓSIA Frade capuchinho, Santo (1715-1888)

Nasceu do matrimónio de Filipe Amoroso e Carmela Pirro, em Nicósia (Itália), a 5 de Novembro de 1715. A família era pobre mas muito religiosa. A proximidade do convento dos Capuchinhos deu-lhe a possibilidade de frequentar aquela comunidade, conhecer os religiosos e admirar o seu estilo de vida. Ao frequentar o convento sentia-se cada vez mais fortemente atraído por aquela vida: alegria na austeridade, liberdade na pobreza, penitência, oração, caridade e espírito missionário. Quando completou vinte anos pediu ao Superior do Convento de Nicósia para interceder junto do Padre Provincial de Messina a fim de que pudesse ser acolhido na Ordem como leigo porque, dado que era analfabeto, não podia ser admitido como clérigo, mas sobretudo porque aquele estado mais condizia à sua índole humilde e simples. Recebeu resposta negativa não só então mas também às repetidas solicitações nos oito anos sucessivos. Contudo o seu desejo nunca diminuiu. Em 1743, ao saber que o Padre Provincial de Messina estava em Nicósia para uma visita, pediu para lhe expor o seu desejo. Finalmente o Provincial acolheu-o na Ordem, enviando-o ao Convento de Mistretta para o ano de noviciado. No dia 10 de Outubro de 1744 emitiu a profissão. Foi devoto de Jesus Crucificado e teve um culto particular pela Eucaristia. Concluiu a sua vida terrena no dia 31 de Maio de 1787. Foi beatificado pelo Papa Leão XIII a 12 de Fevereiro de 1888. Canonizado em 2005.

Visitação da Bem-aventurada Virgem Maria - 31 de maio

     Na Festa da Visitação de Nossa Senhora, o segundo mistério gozoso do Rosário, também a Festa do 'Magnificat', se estende e expande a alegria messiânica da salvação. Maria, Arca da Nova Aliança, é recebida por Isabel como a Mãe do Senhor. A Visitação é o encontro entre a jovem mãe, Maria, a serva do Senhor, e o antigo símbolo de Israel expectante, Isabel. A solicitude amorosa de Maria, com a sua viagem apressada, expressa o ato de caridade. João, que pulou no ventre de sua mãe, já começa sua missão precursora. O calendário litúrgico leva em conta a narrativa do Evangelho que coloca a visitação dentro dos três meses da Anunciação e o nascimento de João Batista. (M. Rom.)

31 DE MAIO – MARIA VISITA SUA PRIMA ISABEL

O último dia de maio, todo ele consagrado a Maria, é encerrado com uma festa Mariana: a visita de Maria à sua prima Isabel. Qual foi o motivo dessa visita? Mencionemos alguns: 
Oferecer seus préstimos à futura mãe de João Batista, pois toda gestante precisa de um acompanhamento caridoso. 
Levar a notícia do próximo nascimento de Jesus e João, conforme lhes foi anunciado pelo Anjo. Portanto, uma visita missionária.
Comentar os últimos acontecimentos no Templo com Zacarias, as expectativas e os preparativos para o nascimento de João e de Jesus, seu noivado com José, e tantos detalhes que somente as mulheres sabem descobrir e ampliar. 
Enfim, desabafar-se mutuamente em diálogos descontraídos, também com os vizinhos e vizinhas. 
Lição: Aprendamos com Maria a fazer visitas de caridade, de reconciliação e de paz.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio Sauter CSsR

Nossa Senhora das Milicias

Nossa Senhora a Cavalo,
Patrona da cidade de Scicli, Sicília

     Segundo a tradição católica, em 1091, na planície de Donnalucata, perto de Scicli, na Sicília, os sarracenos estavam prestes a desembarcar em Isola Bella, então sob domínio normando com Ruggero D'Altavilla à frente. Os sarracenos, liderados pelo emir Belcane, queriam resgatar os tributos da ilha, tornando-a assim uma região que lhes pertenceria. Assim que chegaram às margens de Donnalucata, os ciclitanos e os normandos, povos católicos, invocaram a ajuda da Virgem, que apareceu em um cavalo branco disfarçada de gloriosa guerreira, derrotando os sarracenos e libertando a Sicília.
     A tradição é confirmada pelos Códigos Ciclitanos. No entanto, Nossa Senhora não aparece em um cavalo branco, mas em uma nuvem tão brilhante quanto o sol. Os normandos participam da batalha, ao lado do povo de Scicli, mas a presença de Ruggero D'Altavilla não é conhecida
     Sem saber a data exata da aparição, os fiéis católicos ciclitanos veneram a Virgem no último sábado de maio; foi originalmente comemorada nos dias próximos à Páscoa, conforme decreto mencionado abaixo.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 31 DE MAIO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
31– Sexta-feira – Visitação de Nossa Senhora
Evangelho (Lc 1,39-56)“A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espíritose alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a pequenez de suaserva.”
Como Isabel, todos nós através dos séculos temos anunciado: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!” Maria não nos contradiz, mas reconhece agradecida o favor de Deus, que olhou para ela, tão pequena, e a amou e escolheu. Aprendamos com ela. Reconheçamos o favor de Deus a nós, seu amor gratuito a nós tão pequenos. Com Maria, louvemos e bendigamos ao Senhor.
Oração
Senhor meu Deus, uno-me a Maria, a mãe de Jesus, e peço que elame ensine agradecer. Que eu comece por reconhecer tudo que fizestes por mim, sem levar em conta minha pequenez tão grande. Por mim mesmo nada posso, mas porque me amais  posso participar de vossa vida divina. É a maior grandeza e a maior felicidade que poderia esperar. Maria, uno-me a vós para bendizer a misericórdia de Deus. Amém.

quinta-feira, 30 de maio de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “O Espírito domina a Terra”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Renovai a face da terra
 
A narrativa da Vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes tem um aspecto que nos passa despercebido: “Ali estavam judeus devotos de todas as nações do mundo e que falavam línguas diferentes” (At 2,5.8). Olhando o mapa, vemos que eram pessoas do mundo conhecido. De Jerusalém os raios indicavam todas as direções. O Espírito é para todos e fala todas as línguas. Todos podem entender a linguagem do Espírito. Não se trata de falar em línguas diferentes, mas que todas as línguas estão abertas à língua do Espírito Santo. A língua do Espírito é a mensagem do Evangelho de Jesus que os apóstolos começam a anunciar. Falar em muitas línguas é capacidade de transmitir o evangelho de acordo com a fé e a cultura do povo. A uniformidade da Igreja está na fé e não em formas exteriores ou leis. O Evangelho pode ser vivido por todos os povos e este evangelho purifica as culturas do que elas possam ter de maligno contra Deus e contra a pessoa humana. É o que chamamos de superstição. Este Evangelho que é anunciado vai ser renovador se não é embebido das culturas que o anunciam, mas cheios da liberdade que o Espírito inspira. Não foi assim a evangelização no tempo das descobertas e continua em parte na concepção do primeiro mundo. Há partes imutáveis e partes que podem ser diferentes. 
Realidades transformadas 
A mensagem do Evangelho é referente à vida do mundo em todas suas dimensões. É a renovação total do universo. E esta vai acontecer na renovação dos corações, por isso a pregação dos apóstolos chama logo para a conversão: “Arrependam-se, e cada um seja batizado em nome de Jesus Cristo para o perdão dos pecados” (At 2,38). O arrependimento é o princípio da adesão. Os pecados são as atitudes que destroem a si mesmo, às pessoas e à natureza, rompendo a relação com Deus. Ser batizado é mergulhar-se na vida de Cristo para que o mundo tenha a Vida. Há muitas sementes do Evangelho semeadas entre os povos, pois Deus é um excelente agricultor que sempre espalhou as boas sementes pelo mundo. A renovação apreciará todos esses valores e os promoverá à graça do Evangelho. Foi esta a decisão dos apóstolos quando se viram na dificuldade da pregação aos pagãos e judeus. Nem tudo que era bom para os judeus era bom para os pagãos batizados. Por isso se propuseram dois caminhos diferentes já no início da vida da Igreja. A uniformidade estava na fé em Jesus. Todos fazerem do mesmo modo é uma falsa uniformidade. 
Soprando as brasas 
Celebramos a Vinda o Espírito Santo como encerramento do Tempo Pascal. Chegamos ao máximo da pregação de Jesus: “Convém que eu vá, senão não virá a vós o Espírito Santo (Jo 16,7). Ele vos recordará e ensinará tudo o que vos ensinei (Jo 14,26). Paulo escrevendo a Timóteo dizia: “... Convido-o a reavivar o dom de Deus que está em você pela imposição das minhas mãos” (2 Tm 1,6). Esta advertência é feita à Igreja neste momento, de esperança da restauração da Igreja com Papa Francisco. É um tempo forte para reavivar as chamas do Espírito lançadas sobre o mundo no dia de Pentecostes. A Igreja precisa de uma conversão profunda para sair de si mesma e deixar lugar ao Espírito que nos orientará na melhor maneira de renovar nosso coração e o coração do mundo. O mundo vai crer em nós na medida em que deixamos o Evangelho transparente. Sua beleza supera os séculos e indica os tempos futuros.
ARTIGO PUBLICADO EM MAIO DE 2013

EVANGELHO DO DIA 30 DE MAIO

Evangelho segundo São Marcos 14,12-16.22-26. 
No primeiro dia dos Ázimos, em que se imolava o cordeiro pascal, os discípulos perguntaram a Jesus: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?». Jesus enviou dois discípulos e disse-lhes: «Ide à cidade. Virá ao vosso encontro um homem com uma bilha de água. Segui-o e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa: "O Mestre pergunta: onde está a sala em que hei de comer a Páscoa com os meus discípulos?". Ele vos mostrará uma grande sala no andar superior, alcatifada e pronta. Preparai-nos lá o que é preciso». Os discípulos partiram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito e prepararam a Páscoa. Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, recitou a bênção e partiu-o, deu-o aos discípulos e disse: «Tomai: isto é o meu corpo». Depois, tomou um cálice, deu graças e entregou-lho. E todos beberam dele. Disse Jesus: «Este é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado pela multidão dos homens. Em verdade vos digo, não voltarei a beber do fruto da videira até ao dia em que beberei do vinho novo no Reino de Deus». Cantaram os salmos e saíram para o monte das Oliveiras. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Boaventura 
(1221-1274) 
Franciscano, doutor da Igreja 
Tratado da preparação para a Missa 
O prodigioso mistério da Eucaristia 
Quando te aproximares da mesa do banquete celeste, examina-te a ti mesmo, seguindo o conselho do apóstolo (cf 1Cor 11,28). Examina bem com que fé te aproximas. Antes de mais, vê que fé deves ter na verdade e na natureza deste sacramento da Eucaristia. Tens de acreditar firmemente e sem qualquer dúvida no que a fé católica ensina e proclama: que, no momento em que são pronunciadas as palavras de Cristo, o pão material e visível presta homenagem, por assim dizer, ao Criador e dá lugar, sob a aparência visível dos acidentes, ao Pão vivo que desce do Céu para o ministério e o serviço sacramental. O pão material deixa de existir e, ao mesmo tempo, sob os seus acidentes, várias coisas existem de facto de modo prodigioso e inefável. Em primeiro lugar, a carne puríssima e o corpo sagrado de Cristo, que foram gerados pela ação do Espírito Santo no seio da gloriosa Virgem Maria, foram suspensos na cruz, depositados no túmulo e glorificados no Céu. Como a carne não vive sem sangue, este sangue precioso, que jorrou felizmente na cruz para a salvação do mundo, está também necessariamente presente. E, como não há verdadeiro homem sem uma alma racional, a alma gloriosa de Jesus Cristo, que supera em graça e glória toda a virtude, toda a glória e todo o poder, em quem «estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento» (Col 2,3), está também ali presente. Finalmente, como Cristo é verdadeiro Homem e verdadeiro Deus, Deus está ali presente na glória da sua majestade. Estas quatro realidades, tomadas em conjunto e distinguidas umas das outras, estão plena e perfeitamente contidas nas espécies de pão e de vinho; tanto no cálice como na hóstia, e não menos num do que no outro, de modo que nada falta num que deva ser compensado no outro, e tudo se encontra em cada um dos dois por um mistério sobre o qual «teríamos muito a dizer» (Heb 5, 11). Mas basta acreditarmos que cada uma das espécies contém o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, rodeado pelo concurso dos anjos e pela presença dos santos.

Marta Maria Wiecka abençoada, Irmã Vicentina Festa: 30 de maio

(*)Nowy Wiec, Polônia, 12 de janeiro de 1874
(+)Sniatyn, Polônia, 30 de maio de 1904 
Nascidana Polônia em 2008, ela nasceu na Polônia em 1874. Filha da Caridade, dedicou-se com amor incansável aos enfermos, servindo em hospitais de várias cidades. Sua vida foi marcada por uma infame calúnia, que enfrentou com heroica paciência. Morreu aos 30 anos, em 1904, vítima de tifo petequial contraído enquanto tratava doentes. Seu túmulo tornou-se um lugar de peregrinação para muitos, que invocaram sua intercessão e obtiveram graças. Marta Anna Wiecka nasceu em 12 de janeiro de 1874 em Nowy Wiec, em território polonês, na área então ocupada pela Prússia. Ela era a terceira de 13 filhos, três dos quais morreram muito jovens e cinco em tenra idade. A família Wiechi foi uma das mais proeminentes do país. Seu pai, um rico proprietário de terras (100 hectares de terra), ocupou a maior parte de seu tempo à frente da empresa. Compreende-se, portanto, como toda, ou quase toda, a família foi confiada à mãe, que logo ensinou suas três filhas mais velhas a dar sua contribuição à família. Marta ficou com os irmãos, que chegaram pontualmente dois ou três anos depois. Por isso, aprendeu muito cedo o que significava ser dedicado, paciente, mediador em pequenas brigas infantis, sono interrompido, atenção e senso de responsabilidade, emergências, etc., etc. Poderíamos definir sua infância como um presente para os outros, mas não totalmente desprovida daquela leveza que a idade exige. Aliás, muito inclinada para a vida de relacionamentos, Marta tinha à sua volta um pequeno grupo de amigos dos quais era a líder natural. Era ela a alma dos seus jogos, aquela que propunha as mais variadas iniciativas.

Beato Carlos Liviero

Deus manifestou-se também a nós, nos nossos tempos, e transmitiu aqui o seu Espírito porque os seus Apóstolos nos tinham anunciado, nas nossas casas, naquela sucessão viva e ininterrupta que desde o cenáculo de Jerusalém alcançou este povo que Deus amou com o coração daquele pastor santo que agora com alegria inefável a Igreja nos convida a chamar Beato: é Carlos Liviero! Amigo de Deus e Profeta: são estas as características da fisionomia do Beato Carlos, bispo desta amada diocese, que surpreendem particularmente. Amigo de Deus: o que são os santos senão os amigos de Deus? São amigos porque o conhecem, amam, encontram, seguem, partilham com Ele alegrias e esperanças. A amizade requer reciprocidade e resposta: tudo isto Carlos Liviero viveu em relação ao seu Deus com experiência absoluta e comprometedora de comunhão e de amor, daquele amor a que o Evangelho desta solene celebração exorta: "Se alguém me tem amor, há de guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos morada" (Jo 14,23). Profeta: desta experiência com o seu Deus, ele não quis fazer um tesouro só para si, mas obediente, despojou-se inteiramente de si mesmo para enriquecer muitos. Antes de tudo, enriqueceu-os com a riqueza maior que um homem deve desejar, o Espírito de Deus, que ele comunicou no anúncio evangélico incansável e incondicionado.

Nossa Senhora das Milicias

Nossa Senhora a Cavalo, 
Patrona da cidade de Scicli, Sicília
  Segundo a tradição católica, em 1091, na planície de Donnalucata, perto de Scicli, na Sicília, os sarracenos estavam prestes a desembarcar em Isola Bella, então sob domínio normando com Ruggero D'Altavilla à frente. Os sarracenos, liderados pelo emir Belcane, queriam resgatar os tributos da ilha, tornando-a assim uma região que lhes pertenceria. Assim que chegaram às margens de Donnalucata, os ciclitanos e os normandos, povos católicos, invocaram a ajuda da Virgem, que apareceu em um cavalo branco disfarçada de gloriosa guerreira, derrotando os sarracenos e libertando a Sicília.
     A tradição é confirmada pelos Códigos Ciclitanos. No entanto, Nossa Senhora não aparece em um cavalo branco, mas em uma nuvem tão brilhante quanto o sol. Os normandos participam da batalha, ao lado do povo de Scicli, mas a presença de Ruggero D'Altavilla não é conhecida
     Sem saber a data exata da aparição, os fiéis católicos ciclitanos veneram a Virgem no último sábado de maio; foi originalmente comemorada nos dias próximos à Páscoa, conforme decreto mencionado abaixo.
     O simulacro da Santíssima Virgem está guardado na Igreja Matriz de Scicli.
     Todos os anos, no último sábado de maio, às 20h30, a representação sagrada do evento acontece na praça principal de Scicli.

Santa Dinfna, Virgem e mártir – 30 de maio

 

Martirológio Romano: Em Geel, no Brabante, Austrásia, no território da moderna Bélgica, Santa Dinfna, virgem e mártir.   
     A Irlanda, aconchegada nas águas azuis do Atlântico, foi evangelizada por São Patrício e há séculos é conhecida como a Ilha dos Santos. Uma relação dos santos irlandeses preencheria um calendário da Santa Igreja. Mas, infelizmente, estes santos são desconhecidos pela maior parte dos católicos. Um exemplo de santo esquecido ou desconhecido é Santa Dinfna.
     A "Vita Sancta Dimpnae" foi escrita entre 1238 e 1247 por um cônego da Colegiada de Santo Alberto de Cambrai, França, de nome Petrus Van Kamerijk, sendo Bispo de Cambrai Guy I. O autor mesmo menciona que se baseou na tradição oral popular. Portanto, não há dados comprobatórios da narração feita por ele.
     Há na Irlanda uma igreja, Chilldamhnait ou Kildowner, situada na parte sul da ilha, cujo nome significa Igreja de Dinfna. Segundo antiga tradição, Dinfna veio do antigo reino de Oriel e fundou a igreja no século VII. Nessa igreja ela atendia os doentes. Dinfna morreu em Geel, Bélgica. A igreja foi restaurada no século XVII, mas a igreja original está atualmente em ruínas.      
     De acordo com a "Vida", Santa Dinfna nasceu no século VII, em Clogher, no Condado de Tyrone, Irlanda, quando o país havia sido evangelizado. Porém, o seu pai, um pequeno rei de Oriel, ainda era pagão. Sua mãe, de família nobre, era cristã e notável por sua beleza e piedade.
     Como sua mãe, Dinfna era um exemplo de beleza e de virtude, a "joia" de seu lar, favorecida desde o nascimento com graças especiais. Desde muito pequena Dinfna foi entregue aos cuidados de uma piedosa cristã, que a preparou para o Batismo.  O Padre Gereberno administrou-lhe o Sacramento e aparentemente fazia parte da família, pois foi ele quem deu as primeiras noções de escrita, bem como das verdades da religião, à pequena Dinfna.

Beata Matilde do Sagrado Coração Tellez Robles, Religiosa, Fundadora (+1902), 30 de Maio

Matilde Téliez Robles nasceu em Robledillo de la Vera (Cáceres - Espanha) no dia 30 de maio de 1841, um dia de plenitude primaveril inundado pela luz da solenidade litúrgica de Pentecostes. Ela recebeu as águas do batismo na igreja paroquial no dia seguinte do seu nascimento. Era a segunda dos quatro filhos de Félix Téliez Gómez e de sua esposa Basiléa Robles Ruiz. No mês de novembro de 1841, seu pai, devido a sua profissão de escrivão, se estabeleceu com a sua família em Béjar (Salamanca). Nesta cidade de Béjar, importante pela sua indústria têxtil, a pequena Matilde vai crescendo; recebe uma formação cultural de base, própria da sua classe social média, e uma boa formação religiosa, iniciada no ambiente profundamente cristão do seu lar. Guiada por sua mãe, já desde pequenina começa a amar intensamente o Senhor e a exercitar-se na prática da oração e nas virtudes, com uma meiga devoção a Nossa Senhora e uma grande misericórdia pelos necessitados e os pecadores. Ainda muito jovem, quando tudo na vida lhe sorria, Matilde faz a sua opção radical e definitiva por Cristo. Decidiu-se consagrar toda a sua existência a Ele, trabalhando com empenho constante e generoso em busca de corações que o amem. Sua mãe compreende e apóia sempre a aspiração da filha, mas seu pai lhe deseja um futuro diferente. Obriga-a a engajar-se na vida da sociedade, limita o tempo que Matilde transcorre na igreja, desejando vê-la realizada na vida matrimonial.

FERNANDO III Rei de Castela e Leão, Santo 1198-1252

Fernando nasceu na vila de Valparaíso, em Zamora, Espanha, no dia 1o de agosto de 1198. Era filho do famoso Afonso IX de Leão, que reinou no século XII. Um rei que brilhou pelo poder, mas cujo filho o suplantou pela glória e pela fé. A mãe era Barenguela de Castela, que o educou dentro dos preceitos cristãos de amor incondicional a Deus e obediência total aos mandamentos da Igreja. Assim ele cresceu, respeitando o ser humano e preparando-se para defender sua terra e seu Deus. Assumiu com dezoito anos o trono de Castela, quando já pertencia à Ordem Terceira Franciscana. Casou-se com Beatriz da Suábia, filha do rei da Alemanha, uma das princesas mais virtuosas de sua época, em 1219. Viúvo, em 1235, contraiu segundo matrimónio com Maria de Ponthieu, bisneta do rei Luís VIII, da França. Ao todo teve treze filhos, o filho mais velho foi seu sucessor e passou para a história como rei Afonso X, o Sábio, e sua filha Eleonor, do segundo casamento, foi esposa do rei Eduardo I da Inglaterra. Essas uniões serviram para estabilizar a casa real de Leão e Castela com a realeza germânica, francesa e inglesa. Condizente com sua fé, evitou os embates, inclusive os diplomáticos, e aplacou revoltas só com sua presença e palavra, preferindo ceder em alguns pontos a recorrer à guerra. Sob seu reinado foram mudados os códigos civis, ficando mais brandos sob a tutela do Supremo Conselho de Castela, instituiu o castelhano como língua oficial e única, fundou a famosa Universidade de Salamanca e libertou sua nação do domínio dos árabes muçulmanos.

SANTA JOANA D’ARC Guerreira do Altíssimo

Recebendo de Deus a missão de libertar 
a França do jugo dos ingleses, 
a admirável donzela de Orleans enfrentou 
o martírio para o cumprimento dessa sublime missão 
***** 
O Reino Cristianíssimo da França, aquela que era chamada a Filha Primogénita da Igreja, em 1429 estava prestes a desaparecer. Justamente castigada por Deus com quase cem anos de guerras contra os ingleses, como consequência do pecado de revolta contra o Papado, cometido no início do século XIV por seu Rei Filipe IV, o Belo, e pela elite da nação. Seu território estava reduzido a menos da metade e os ingleses cercavam a cidade de Orléans, última barreira que lhes impedia a conquista do resto do país. O herdeiro do trono, o delfim Carlos, duvidava da legitimidade de seus direitos, e seus capitães e soldados estavam desmoralizados. É significativo o seguinte relato dessa lamentável situação: "O Analista de Saint Denis, começando a narração do ano de 1419, escrevia: 'Era de se temer, segundo a opinião das pessoas sábias, que a França, essa mãe tão doce, sucumbisse sob o peso de angústias intoleráveis, se o Todo Poderoso não se dignasse atender do alto dos Céus as suas queixas. Assim apelou-se para as armas espirituais: cada semana faziam-se procissões gerais, cantavam-se piedosas ladainhas e celebravam-se Missas solenes. Em sua terrível decadência, sentindo-se incapaz de salvar-se a si mesmo, o Delfim guardava sua fé no Deus de Clóvis, de Carlos Magno e de São Luís, a sua confiança na Santíssima Virgem" [1].

JOSÉ MARELLO Bispo, Santo 1844-1895

José Marello nasceu em 26 de Dezembro de 1844, em Turim, Itália. Seus pais, Vincenzo e Ana Maria, eram da cidade de São Martino Alfieri. Quando sua mãe morreu, ele tinha quatro anos de idade e um irmão chamado Vitório. Seu pai, então, deixou seu comércio em Turim e retornou para sua cidade natal, onde os filhos receberiam melhor educação e carinho, com a ajuda dos avós. Aos onze anos, com o estudo básico concluído, quis estudar no seminário de Asti. O pai não aprovou, mas consentiu. José o frequentou até o final da adolescência, quando sofreu uma séria crise de identidade e decidiu abandonar tudo para estudar matemática em Turim. Mas, em 1863, foi contaminado pelo tifo, ficando entre a vida e a morte. Quase desenganado, certo dia acordou pensando ter sonhado com Nossa Senhora da Consolação, que lhe dizia para retornar ao seminário. Depois disso, sarou e voltou aos estudos no seminário de Asti, do qual saiu em 1868, ordenado sacerdote e nomeado secretário do bispo daquela diocese. José e o bispo participaram do Concílio Vaticano I, entre 1869 e 1870. Posteriormente, acompanhou o bispo por toda a arquidiocese astiniana. Com uma rotina incansável, ele atendia todos os problemas da paróquia, da comunidade e das famílias. Muitas vezes, pensou em tornar-se um monge contemplativo, entretanto sua forte vocação para as necessidades sociais o fez seguir o exemplo do carisma dos fundadores, mais tarde chamados de "santos sociais", do Piemonte.

Maria Celina Abençoada da Apresentação - Festa: 30 de maio

Pobre Clara , 
clarissa aos dezoito anos 
e morta pouco depois em Talence (França). 
É chamada a “Santa dos perfumes” ou 
a “Santa de Bordéus”. 
Beatificada em 2007.
(*)Nojals, França, 24 de maio de 1878 – 
(+)Bordeaux, França, 30 de maio de 1897 
Marie-Céline da Apresentação da Bem-Aventurada Virgem Maria (nascida Jeanne-Germaine Castang), freira professa da Segunda Ordem de São Francisco, nasceu em 24 de maio de 1878 em Nojals (França) e morreu em 30 de maio de 1897 em Bordeaux (França). Declarada "venerável" em 22 de janeiro de 1957, um milagre atribuído à sua intercessão em 16 de dezembro de 2006 foi reconhecido. Ela foi beatificada em 16 de setembro de 2007 na catedral de Bordeaux. Jeanne-Germaine Castang nasceu em 24 de maio de 1878 em Nojals, no sul da França, a quinta de doze filhos, em uma família pobre, mas profundamente cristã. Desde a infância, a paralisia a privava do uso de uma perna, deixando-a manca. Apesar disso, ela não deixou de se tornar útil ao máximo nas tarefas domésticas e no cuidado dos irmãos mais novos, especialmente após a morte prematura de sua mãe e a entrada de sua irmã mais velha no convento.

Corpus Christi 'Eis o Mistério da Fé'

"Anunciamos, Senhor, a vossa morte, e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus" 
Na Solenidade do Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo popularmente conhecida como Corpus Christi, a ser celebrada na quinta-feira, 3, a Igreja Católica manifesta publicamente o “mistério da fé” que, como ensina o Catecismo, é a “fonte e ápice da vida cristã”. “Na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa”, reforça o Catecismo. Instituída por Jesus Cristo na Última Ceia, a Eucaristia perpetua o sacrifício da cruz na Igreja ao longo dos séculos. Essa verdade é expressa com clareza nas palavras com que o povo, durante a missa, após a consagração do pão e do vinho, responde à proclamação “Eis o mistério da fé”, dizendo, “Anunciamos, Senhor, a vossa morte, e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus”. Quando a Igreja celebra a Eucaristia, o acontecimento central de salva- ção se faz realmente presente e “realizase também a obra da nossa redenção”, como expressou São João Paulo II, na encíclica Ecclesia de Eucharistia (2003). 
“Esta é a fé que as gerações cristãs viveram ao longo dos séculos, e que o magistério da Igreja tem continuamente reafirmado com jubilosa gratidão por dom tão inestimável”, acrescentou. O santo sacrifício eucarístico torna presente não só o mistério da paixão e morte de Jesus, mas também o misté- rio da sua ressurreição. Por estar vivo e ressuscitado é que Cristo pode tornarse “pão da vida” (Jo 6, 35.48). 

NOSSA SENHORA DA VISITAÇÃO

Maio é o mês dedicado à particular devoção de Nossa Senhora. A Igreja o encerra com a Festa da Visitação da Virgem Maria à santa prima Isabel, que simboliza o cumprimento dos tempos. Antes ocorria em 02 de Julho, data do regresso de Maria, uma semana depois do nascimento e do rito da imposição do nome de São João Batista.A referência mais antiga da invocação de Nossa Senhora da Visitação pertence a Ordem franciscana, que assim a festejavam desde 1263, na Itália. Em 1441, o Papa Urbano VI instituiu esta festa, pois a Igreja do Ocidente necessitava da intercessão de Maria, para recuperar a paz e união do clero dividido pelo grande cisma.A Bíblia narra que Maria viajou para a casa da família de Zacarias logo após a anunciação do Anjo, que lhe dissera "vossa prima Isabel, também conceberá um filho em sua idade avançada. E este é agora o sexto mês dela, que foi dita estéril; nada é impossível para Deus". (Lc 1, 26, 37). Já concebida pelo Espírito Santo, a puríssima Virgem foi levar sua ajuda e apoio à parenta genitora do precursor do Messias Salvador.
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ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE MAIO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30– Quinta-feira – Corpo e Sangue de Cristo
Evangelho (Mc 14,12-16.22-26)“– Tomai, isto é meu corpo.... Isto é meu sangue, o sangue da aliança, que é derramadoem favor de muitos.”
Jesus oferece aos seus, a todos nós, pão e vinho, seu corpo e seu sangue, toda a vidaque partilhou conosco: gestação, nascimento, da infância à maturidade, morte e sepultura. Ele se entrega para nos fazer participantes de sua vida divina.Quando obedecemos a sua ordem e vivemos a eucaristia, devemos fazer o que ele fez (1Cor 11,24-26): entregar-nos como ele se entregou ao Pai para a salvação de todos.
Oração
Senhor Jesus, tantas vezes tenho participado da Eucaristia, mas ainda falta muito para que eu a viva como o desejais. Aumentai minha fé, meu amor, minha entrega por vós ao Pai para a salvação de todos. Ajudai a mim e a meus irmãos a crescer na união que esperais de nós, para que nossa comunidade, nossa igreja seja como a quereis.Fazei de nós uma só família, um só coração na plena unidade do amor. Amém.

quarta-feira, 29 de maio de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Vinda do Espírito Santo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Plenitude dos Mistérios Pascais (prefácio)
 
O Espírito Santo, mandado por Jesus, desce sobre os apóstolos com uma grande teofania (manifestação de Deus) como no Monte Sinai (Ex 19,11). Lá era o nascimento do povo da Aliança; agora é o nascimento do povo da Nova Aliança. As chamas de fogo sobre os apóstolos simbolizam o Espírito Santo. Sua vinda é a plenitude da revelação de Deus Trindade e de Sua ação em nós. Atribuímos as ações às três Pessoas da Trindade, mas sempre na Unidade. Naquele dia iniciou-se o Tempo do Espírito. Ele é a presença e a total habitação divina na humanidade assumida pelo Verbo de Deus. Com Sua Vinda, Deus é definitivamente Emmanuel, Deus conosco. Onde está o Espírito, a Humanidade divinizada é capaz de transmitir o mesmo Espírito e de divinizar os homens redimidos (1Cor 15,49). O Espírito transforma a Humanidade ressuscitada e glorificada de Jesus, em fonte única do próprio Espírito como proclama o texto de Atos (Atos 2,32-33); É um renascer em Deus (S. Irineu), dar a vida a todos os povos e de fazê-los participar da Nova Aliança. Torna-nos capazes de receber Deus assim como a farinha que só se torna massa, se receber a água; faz de nós Corpo de Cristo. Precisamos deste orvalho para produzir frutos. O Senhor confiou ao Espírito Santo o cuidado de sua criatura, daquele homem que caíra nas mãos dos ladrões e a quem, cheio de compaixão enfaixou as feridas. Mesmo não tendo sido ainda revelado no Antigo Testamento, os patriarcas e profetas receberam o Espírito de Deus para suas missões. O Espírito está continuamente recriando, regenerando, ressuscitando. Assim acontece com os apóstolos. Eles levam o Espírito Santo aos homens com a missão de efundir o fruto da cruz, reunir a família de Deus como morada trinitária, unir os homens frágeis e pecadores ao Resuscitado. Faz do povo, Igreja. No dia da Ressurreição Jesus dá o Espírito Santo para a reconciliação que é missão de unir todos. Ele acompanha os apóstolos em suas missões. O Espírito vem para todos os povos. 
Renovai as maravilhas
Deus, ao dar o Espírito Santo aos apóstolos, usou o fogo como símbolo. O Espírito não tem uma imagem. Por que o fogo? Ele é irresistível e fascinante; Indomável e incontrolável. Toca, sem ser tocado; Doma e não é domável. Purifica e não contamina. Comunica-se a todos e a cada um; Doa-se, mas não diminui; Aquece não se resfria. Rezamos para que se renovem as maravilhas do início da pregação do Evangelho (oração). Por isso rezamos no salmo: “Enviai o vosso Espírito, Senhor, e renovai a face da terra!” A renovação vai nos levar a compreender melhor o mistério do sacrifício eucarístico e nos manifestar toda sua verdade (Oferendas). Sua missão é realizar a união da Igreja. 
Dons do Espírito 
Pelo Sacramento da Crisma recebemos o Espírito Santo como Dom. Depois da imposição das mãos e da oração, o bispo reza: “Recebe o Espírito Santo como Dom de Deus”. Essa foi a promessa de Jesus. Por isso rezamos: “Cresçam em nós os dons do Espírito e o alimento espiritual que recebemos aumente em nós a eterna redenção” (Pós-comunhão). O Espírito é fonte de todos os dons. Sua ação em nós nos faz reconhecer Jesus como o Senhor. A partir deste dom a cada um, nos é dada a abundância os dons para o bem comum. Por em ação o dom é dar espaço para que o Espírito dinamize em nós sempre maiores dons para a edificação do Corpo de Cristo. Pelo Espírito, façamos frutificar os dons que nos foram confiados e os restituamos multiplicados ao Senhor. 
Leituras:Atos 2,1-11;Salmo 103;
1Cor 12,3b-7.12-13; João 20,19-23 
1. A Vinda do Espírito é o nascimento do povo da Aliança, como a antiga aliança no Sinai. É a Plenitude da Revelação. As chamas simbolizam o Espírito. Iniciou-se o tempo do Espírito. Mas a Trindade age sempre em conjunto. O Espírito transforma a Humanidade glorificada em fonte única do Espírito. O Senhor confiou ao Espírito o cuidado de sua criatura ferida. Ele faz do povo, Igreja. Jesus dá o Espírito para a reconciliação. 
2. O Pai usou o símbolo do fogo como símbolo do Espírito por suas qualidades. Pedimos que o Espírito renove a face da terra. Ele vai levar-nos a compreender melhor o sacrifício eucarístico. Sua missão é realizar a união da Igreja. 
3. Pelo Sacramento da Crisma recebemos o Espírito como Dom. Pedimos que seus dons cresçam em nós. O Espírito é fontes de todos os dons para o bem comum da edificação do Corpo de Cristo. Usar os dons é multiplicá-los mais ainda. 
Reforma geral 
Encerrando o Tempo Pascal, temos a festa da Vinda do Espírito Santo. Dizemos festa de Pentecostes. Pentecostes significa 50 dias. Por isso, vamos dizer Vinda do Espírito Santo. Esta verdade está intimamente ligada à Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, como também de sua Ascensão. É um mesmo e único mistério visto de lados diferentes. A Vinda do Espírito Santo é um momento de renovação do universo. Rezamos: “Enviai o vosso Espírito e Renovareis a face da terra”. O Espírito Santo é dado para a reconciliação do Universo. É uma reforma geral. Como vamos fazer isso para ajudar o Espírito Santo? Cada um use os dons que tem para o bem de todos, pois formamos um só corpo. Ninguém vive sozinho e trabalha só para si. No Espírito estão todos os dons e Ele distribui com generosidade, para o bem comum. 
Homilia de Pentecostes (19.05.2013)

EVANGELHO DO DIA 29 DE MAIO

Evangelho segundo São Marcos 10,32-45. 
Naquele tempo, Jesus e os discípulos subiam a caminho de Jerusalém. Jesus ia à sua frente. Os discípulos estavam preocupados e aqueles que os acompanhavam iam com medo. Jesus tomou então novamente os Doze consigo e começou a dizer-lhes o que Lhe ia acontecer: «Vede que subimos para Jerusalém e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas. Vão condená-lo à morte e entregá-lo aos gentios; hão de escarnecê-lo, cuspir-Lhe, açoitá-lo e dar-Lhe a morte. Mas ao terceiro dia ressuscitará». Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Mestre, nós queremos que nos faças o que Te vamos pedir». Jesus respondeu-lhes: «Que quereis que vos faça?». Eles responderam: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda». Disse-lhes Jesus: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu vou beber e receber o batismo com que Eu vou ser batizado?». Eles responderam-Lhe: «Podemos». Então Jesus disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis batizados com o batismo com que Eu vou ser batizado. Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem está reservado». Os outros dez, ouvindo isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João. Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós: quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos; porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Beato Guerric de Igny
(1080-1157) 
Abade cisterciense 
Primeiro sermão para o Domingo de Ramos 
«O Filho do homem não veio para ser servido, 
mas para servir» 
O homem tinha sido criado para servir o seu Criador. Haverá coisa mais justa que servir Aquele que nos pôs no mundo, sem o qual não teríamos a existência? Haverá coisa mais feliz que servi-lo, pois servi-lo é reinar? Mas o homem disse ao seu Criador: «Não servirei» (Jr 2,20). «Então sirvo-te Eu», disse o Criador ao homem. «Senta-te e Eu servir-te-ei, lavar-te-ei os pés». Sim, Cristo, «servo bom e fiel» (Mt 25,21), Tu foste verdadeiramente servo, servo em fé e verdade, em paciência e constância. Sem tibieza, lançaste-Te, qual gigante, na via da obediência (cf Sl 18,6); sem fingimento, deste-nos sobretudo, depois de tantos cansaços, a tua própria vida; maltratado, inocente, humilhaste-Te e não abriste a boca (cf Is 53,7). Está escrito e é verdade: «Aquele servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou ou não fez segundo a sua vontade, levará muitas vergastadas» (Lc 12,47). Mas, pergunto-vos, que ações dignas deixou por cumprir este servo? Que omitiu Ele do que devia ter feito? «Tudo o que faz é bem feito», comentam aqueles que observam a sua conduta; «faz os surdos ouvir e os mudos falar» (Mc 7,37). Mas, se cumpriu todas as ações que são dignas de recompensa, como sofreu então tanta indignidade? Ofereceu as costas ao chicote, recebeu uma quantidade inimaginável de chicotadas atrozes, por todo o lado o seu sangue correu. Foi interrogado no meio de opróbrios e de tormentos, como escravo ou malfeitor que é submetido a interrogatórios para que lhe seja arrancada a confissão de um crime. Ó detestável orgulho do homem que desdenha servir, a quem só humilha o máximo exemplo da servidão do seu próprio Deus! Sim, meu Senhor, pois muito sofreste Tu a servir-me, é justo e equitativo que, de ora em diante, tenhas repouso e seja o teu servo a servir-Te: chegou a sua vez. Venceste, Senhor, este servo rebelde; estendo as mãos para que mas ligues a Ti, curvo a cabeça para receber o teu jugo. Permite que Te sirva. Recebe-me como teu servo para sempre, ainda que servo inútil se não tiver em mim a tua graça; envia-ma, pois, do teu santo Céu, para que me assista nos meus trabalhos (cf Sb 9,10).

São Félix de Nicósia RELIGIOSO, +1787

Nasceu em Nicosia, Sicília, no ano de 1715, de uma família pobre, mas animada de profunda fé e temor a Deus, unidos a uma grande laboriosidade. O pai começava o dia participando da missa e o encerrava com uma visita ao SS. Sacramento. A mãe, quando dava um pedaço de pão aos filhos, convidava-os a deixar um pouco para os pobres, educando-os desse modo, no amor aos mais necessitados. Félix com a idade de 20 anos pediu para ser admitido no convento dos frades Capuchinhos. Obteve resposta negativa. Mas não desistiu: rezou, implorou, pediu novamente até que, depois de sete anos de provas, em 1743, é admitido na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Frei Félix não precisou de uma transformação no noviciado: pobreza, penitência, humildade, obediência, união com Deus na oração e no trabalho, toda uma vida animada e iluminada no amor de Deus e ao próximo, ele procurou viver também na vida religiosa, numa atmosfera franciscana. Passou quarenta e três anos de vida religiose e gostava de se chamar “o jumentinho do convento”. Passava dia após dia pelas ruas e becos da cidade e pelas localidades próximas, com uma batina velha e remendada, os pés descalços, cabeça descoberta sob a chuva ou sol quente da Sicília, sacola nos ombros o terço nas mãos e o coração em Deus.

Beata Elias de São Clemente

A vida de Irmã Elias nos deixa numa espécie de constrangimento pela sua simplicidade, na qual podemos ver uma profunda experiência de Deus e grande humanidade. "O pensamento de que eu vivo para Ti, meu Deus, deve me fazer feliz em todos os eventos. Peço-Te, meu bom Jesus, com todo o meu coração a graça do desapego de todas as coisas deste mundo e viver apenas para Ti, de não desejar nada para mim, mas viver como se eu fosse sozinha no mundo. Dá-me graça, ó meu Deus, para penetrar nos segredos mais íntimos do teu Coração ardente, e viver aqui desconhecida para qualquer olhar humano vivo e até para mim mesma; faça que eu aja conduzida diretamente por Ti, fale inspirada por Ti, viva de Teu respiro, e as batidas do meu coração se fundam com as batidas divinas do Teu.”

29 de maio - São Paulo VI - Papa

Santo Papa Paulo VI escreveu: “É no meio das suas desgraças que os nossos contemporâneos precisam de conhecer a alegria e de ouvir o seu canto”. Hoje, Jesus convida-nos a voltar às fontes da alegria, que são o encontro com Ele, a opção corajosa de arriscar para O seguir, o gosto de deixar tudo para abraçar o seu caminho. Os Santos percorreram este caminho. Fê-lo Paulo VI, seguindo o exemplo do Apóstolo cujo nome assumira. Como ele, consumiu a vida pelo Evangelho de Cristo, cruzando novas fronteiras e fazendo-se testemunha d’Ele no anúncio e no diálogo, profeta duma Igreja extroversa que olha para os distantes e cuida dos pobres. Mesmo nas fadigas e no meio das incompreensões, Paulo VI testemunhou de forma apaixonada a beleza e a alegria de seguir totalmente Jesus. Hoje continua a exortar-nos, juntamente com o Concílio de que foi sábio timoneiro, a que vivamos a nossa vocação comum: a vocação universal à santidade; não às meias medidas, mas à santidade. 
Papa Francisco – Homilia de canonização 
 14 de outubro de 2018

São Maximino de Trier, Bispo Festa: 29 de maio

(*)Silly, Bélgica, final do século 3 – 
(+)Poitiers, França, 12 de setembro de 349 
Ele era bispo de Trier na época do governo dos filhos de Constantino, o Grande e era um ferrenho opositor do arianismo. Santo Atanásio deu asilo a seu amigo e companheiro de luta em Trier de 335 a 337. Ele morreu quando voltava de uma viagem a Constantinopla. Seu sucessor, São Paulino, teve seus restos mortais transferidos para Trier em 29 de maio de 353. Uma abadia beneditina foi erguida em seu túmulo no século VI, que mais tarde se tornou a Abadia Imperial de San Massimino. A igreja de São João foi mais tarde dedicada a ele. Sua cabeça está agora preservada na igreja paroquial no distrito de Trier-Pfalzel. Ele é considerado o santo padroeiro contra os perigos do mar, da chuva e do perjúrio. Ele é reverenciado especialmente na Alsácia e na área ao redor de Trier. Ele é frequentemente retratado na companhia de um urso, que segundo a lenda matou o cavalo (ou burro ou mula) que carregava sua bagagem durante uma viagem a Roma e que ele teria forçado a substituir a besta morta no transporte de seus pertences. 
Martirológio Romano: Em Trier, na Gália Belga, na atual Alem

MARIA ÚRSULA LEDOCHOWSKA Religiosa, Fundadora, Santa 1865-1939

"Soubesse só amar! Arder, consumar-se no amor" ― assim escreveu Júlia Ledóchowska antes dos votos religiosos aos 24 anos de idade. No dia da sua Profissão, mudou o nome para Maria Úrsula de Jesus, que tomou aquelas palavras como orientação para toda a sua vida. Na sua família houve vários homens de Estado, militares, eclesiásticos e pessoas consagradas, comprometidas na história da Europa e da Igreja. Outros dos seus irmãos escolheram a vida consagrada e Maria Teresa foi beatificada em 1975; tinha fundado o Sodalício de São Pedro Claver e o seu irmão Vladimiro, foi Superior-Geral dos Jesuítas. Nos vinte e cinco anos de vida no convento, em Cracóvia, Maria Úrsula atraiu as atenções com o seu amor ao Senhor, pelo talento educativo e sensibilidade perante as necessidades dos jovens, nas difíceis condições sociais, políticas e morais daquele tempo. Quando as senhoras foram autorizadas a frequentar a Universidade, conseguiu organizar o primeiro pensionato na Polónia, onde as estudantes podiam encontrar um lugar seguro para a vida e para o estudo, além de uma sólida formação religiosa. Mostrou a mesma sensibilidade ao andar, com a bênção de Pio X, em trabalho no coração da Rússia, hostil à Igreja. Quando partiu, acompanhada de outra religiosa e ambas vestidas de burguesas, para Pietroburgo, partiu sem saber que caminhava para um destino desconhecido e que o Espírito Santo a guiava por caminhos que não previra.