No Tempo Pascal celebramos com muitos símbolos que, por causa de nosso desconhecimento, perdem muito de sua força educativa, diminuindo a participação. Como a liturgia ficou distante do povo, esses símbolos saíram da cultura espiritual. Necessitamos continuar essa caminhada e passar para a vida o que os símbolos nos trazem. Somos chamados a vivê-los para que se tornem vida. Estamos, neste Tempo Pascal, buscando compreendê-los. Refletimos sobre o fogo novo e sobre a água. Tomamos, agora, o termo Vida que é fundamental no mistério de Cristo. Jesus, vindo do Pai para nos levar a Ele, sempre buscou dar vida através dos milagres, das palavras e, sobretudo com a ressurreição da menina (Mc 5,41) e de Lázaro (Jo 11,43). Se Ele pode dar a vida é porque Ele é a Vida. Vive em união permanente com o Pai, como diz: “Assim como o Pai que vive, me enviou, e Eu vivo pelo Pai”; e quer nos levar a viver esta mesma vida: “Assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim” (Jo 6,57). A partir desta certeza é que compreendemos quando diz: “Aquele que crê em mim tem a vida eterna... quem comer deste pão viverá eternamente... O pão que Eu darei é minha carne para a vida do mundo” (Jo 6,47.51). Crer é ter a Vida. Comer a carne e beber o sangue Dele é ter a vida eterna e ter a ressurreição (Jo 6,54). A morte e a ressurreição de Jesus são a garantia da verdade de suas palavras. Se ele não ressuscitasse vã seria nossa fé (1Cor 15,14). Por que as pessoas aceitam Jesus como Vida? Não há dúvida que seja por um dom de Deus: “Ninguém pode vir a mim, se isto não lhe for concedido pelo Pai” (Jo 6,65). Mas provém de um busca pessoal de sentido para a vida: “Se alguém tem sede venha a mim e beba” (Jo 7,37). O desejo de Deus é colocado em nós por Deus. Jesus é a Vida: “Nele está a Vida e a Vida era a luz dos homens (Jo 1,4) ... a todos que O receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus” (12).
Cordeiro que tira o pecado
Quando inicia sua pregação, Jesus convida à conversão para a realização da vida do Reino. João Batista O apresenta como o Cordeiro que tira o pecado do mundo. No Antigo Testamento o cordeiro era usado para os sacrifícios purificatórios. Era a profecia sobre Jesus que, sacrificado em sua morte, tirou o pecado do mundo. O pecado é a rejeição de Deus como Pai e Jesus como seu Filho enviado para a salvação. João escreve: “Todo aquele que nega o Filho também não possui o Pai. O que confessa o Filho também possui o Pai” (1Jo 2,23). Aceitar o convite do Pai a crer em Jesus nos encaminha para a vida e “o sangue de Jesus purifica do pecado (1Jo 1,7). Não crer é não ter a Vida.
Conversão para a Vida
Em suas pregações, depois de narrar que Jesus morreu e ressuscitou para a remissão dos pecados, os apóstolos insistem sobre a conversão para a remissão dos pecados. Diz Pedro: “Convertei-vos, e seja cada um de vós batizado em nome de Jesus Cristo, para a remissão dos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo”. Temos a vida a partir de sua entrega ao Pai. Como recebeu a Vida na Ressurreição, Ele a dá a todos os que Nele creem.
Na celebração pascal, não buscamos ovos de coelho, mas o Cristo vivo que nos dá a Vida. Nossa missão de VIVOS é anunciar que esta Vida é o desabrochar da pessoa para a plenitude do ser humano recriado em Cristo.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM ABRIL DE 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário