Evangelho segundo São Marcos 16,15-18.
Naquele tempo, Jesus apareceu aos Onze e disse-lhes: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura.
Quem acreditar e for batizado será salvo; mas quem não acreditar será condenado.
Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem: expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas línguas;
se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados».
Tradução litúrgica da Bíblia
Monge cisterciense, doutor da Igreja
1.º Sermão para a festa da conversão de São Paulo, 1,6
«Que hei de fazer, Senhor?»
É natural, bem-amados irmãos, que a conversão do «mestre das nações» (1Tm 2,7) seja uma festa que todos os povos celebram com alegria. Com efeito, inúmeros foram os rebentos que brotaram dessa raiz: uma vez convertido, Paulo tornou-se instrumento da conversão de todo o mundo. Quando ainda vivia na carne, mas não segundo a carne (cf Rm 8,5s), converteu muitos a Deus através da sua pregação; nos dias de hoje, em que vive uma vida mais feliz junto de Deus, não cessa de trabalhar para a conversão dos homens pelo seu exemplo, a sua oração e a sua doutrina.
Esta festa é uma grande fonte de benefícios para quantos a celebram. Como haveremos de desesperar, seja qual for a enormidade das nossas faltas, quando sabemos que «Saulo, entretanto, respirando sempre ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor», se transformou subitamente em «instrumento de eleição»? (At 9,1.15). Quem poderá dizer, sob o peso do seu pecado: «Não posso erguer-me para levar uma vida melhor» quando, na mesma estrada por onde o conduzia o seu coração sedento de ódio, o perseguidor encarniçado se tornou subitamente um pregador fiel? Esta conversão mostra-nos, num único e magnífico dia, a misericórdia de Deus e o poder da sua graça.
Eis, portanto, meus irmãos, um modelo perfeito de conversão. «O meu coração está firme, ó Deus, o meu coração está firme; que hei de fazer?» (Sl 57,8; At 9,6). Palavra breve mas tão cheia, viva, eficaz e digna de ser atendida! Como são poucas as pessoas estão nessa disposição de obediência perfeita, tendo renunciado à sua vontade a ponto de o seu próprio coração já não lhes pertencer! E como são poucas as pessoas que procuram a cada instante, não o que desejam, mas o que Deus quer, e Lhe dizem sem cessar: «Que hei de fazer, Senhor?».
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