O povo hebreu, nosseus primeiros tempos, foi para o Egito. Foram acolhidos pelo filho querido de Jacó que fora vendido e agora era o homem poderoso do país. Eram 70 pessoas e eram pastores. Depois de 400 anos já eram uma grande população e se tornaram escravos do Faraó para construir cidades. Era grande o sofrimento. Deus ouviu o clamor de seu povo e mandou Moisés para libertá-lo. No momento crucial da libertação, depois das pragas com que Deus feriu o Egito, houve a morte dos primogênitos dos egípcios. Nessa acasião, Deus mandou fazer uma ceia que seria um memorial para sempre desta graça da libertação, como lemos em Êxodo capítulo12. Esta ceia já tradicional entre os pastores, tomou novo sentido, pois, com o sacrifício do cordeiro celebraram a Páscoa. Esta refeição ritual tornou-se um memorial que deveria ser celebrado sempre para que cada um se sentisse libertado pessoalmente por Deus, na pessoa de seus ancestrais. Esta celebração tomou formas novas durante os séculos, mas manteve o fundamental. Este permanece até hoje com diversos ritos. Entre os ritos há carne do cordeiro, lembrando o cordeiro sacrificado cujo sangue foi passado nos umbrais das portas; há também o pão ázimo, pão sem fermento, pois não houve tempo para fermentar a massa. Era o pão da amargura. Há ainda o molho agridoce de cor de tijolo pra lembrar a dureza da vida que suportaram. Adicionavam-se ervas amargas para recordar as amarguras que sofreram. Durante a ceia é narrada a história do povo. Assim cada um se sente parte desta história e participante desta libertação. Cantavam-se cânticos de louvor ao Deus que tantos benefícios lhes fizera. Esse rito mantém a unidade do povo e sua sobrevivência. Essa ceia se faz uma vez por ano e é o marco central de sua vida e o sinal da esperança do futuro Messias.
O que fez Jesus
Jesus, como membro de um povo que Ele tanto amava, pois o Pai escolhera este povo por puro amor para que ele mantivesse vivas as promessas e um dia fosse o povo que daria ao mundo o Salvador. Jesus “crescia e tornava-se robusto; enchia-se de sabedoria e a graça de Deus estava com Ele” (Lc 2,38). Era um hebreu que vivia a fé e participava da vida religiosa de seu povo. Durante sua vida realizou todos os anos esta ceia. Durante a última ceia, deu-lhe novo sentido: agora o pão não lembra a libertação do Egito, mas a libertação em seu sangue, pois Ele é o cordeiro cujo sangue liberta da morte. Fazei isto em memória de mim e de tudo o que fez para nos salvar. A ceia cristã não é mais a ceia pascal hebraica, mas esta é o pano de fundo. Quando Paulo ensina sobre Eucaristia, a ceia cristã já se distanciara da ceia hebraica como rito, pois este é celebrado só pelos judeus.
Eucaristia é ceia
Quando nos reunimos para a Eucaristia fazemos uma ceia, muito simbólica, mas tem mesa, toalha, pão e vinho e diversos ritos que nos unem à Morte, Ressurreição, Ascensão de Jesus e o dom do Espírito. Por mais que seja sacrifício da cruz, não perde o caráter de ceia, pois o pão partido significa o Cristo que se entrega na cruz para ser alimento redentor de todos. Nesta ceia lembramos todos os acontecimentos salvadores, pela palavra proclamada e pelos ritos celebrados nós nos tornamos participantes de tudo o que fez para nossa salvação. É como se fisicamente estivéssemos ali. Pela fé estamos mais presentes ainda, pois fomos libertados por Ele individualmente e como povo.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM ABRIL DE 2012
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