quarta-feira, 22 de março de 2023

REFLETINDO A PALAVRA - “Maria na vida espiritual”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Maria do povo de Deus.
 
Desde agosto de 2005 estamos refletindo, de modo orgânico, sobre a vida espiritual. Fizemos um caminho espiritual, como um curso de espiritualidade a conta-gotas. Temos ainda alguns temas para apresentar. Hoje procuro refletir a presença de Maria na vida espiritual. Por que o cristão católico e também o cristão oriental dão tanta importância à presença de Maria na vida cristã tanto na celebração quanto na vida espiritual privada? No calendário oficial do Brasil temos 7 festas de Nossa Senhora; Temos alguns santuários e tantas igrejas como o nome de Maria; Maria é invocada sob muitos títulos. Esses dados refletem algo importante. O que o povo de Deus crê, é um critério de fé. A Tradição da Igreja, os Santos Padres, a teologia, a liturgia, o ensinamento dos Papas, corroboram com a Bíblia na garantia da fé. A forte recusa, que encontramos em determinados grupos, também mostra que a doutrina é importante, pois se não o fosse, não necessitaria de tanto barulho. Para viver a espiritualidade é preciso, primeiramente, aceitar que Maria faz parte do povo de Deus. É uma filha de Israel; foi escolhida por Deus para ser Mãe do Messias; viveu a fé do povo de Israel e a fé em seu Filho, pois esteve presente com Ele em todos os momentos importantes da Redenção, como por exemplo, no nascimento, ao pé da cruz e na vinda do Espírito. Ela estava com os discípulos. Era uma pessoa humana agraciada por Deus com o dom de ser Mãe de seu Filho que é Deus. Era uma pessoa na normalidade da vida. Recebeu, por vontade de Deus, o dom da concepção imaculada e da virgindade perpétua. Podia ser mas foi assim e foi ela. Como seu Filho, viveu a condição do povo, na simplicidade, educando o Homem-Deus, Jesus. Ser privilegiada não a exclui da realidade humana. Faz parte da espiritualidade, reconhecê-la como mulher, mãe, esposa, viúva, trabalhadora, participante da vida comum como em Cana, nas festas de Jerusalém. 
Maria com o povo de Deus 
Maria não pode ser reconhecida somente como uma mulher no povo de Israel que passou pela vida de Cristo. Alguns pensam: ‘Maria foi a mulher usada por Deus para Jesus nascer, e basta’. Ela faz parte do povo da Nova Aliança. Ela é cristã como cada cristão, em sua missão única, com um carisma particular e com uma posição singular nesse povo. Ela, pela sua concepção imaculada, é a primeira redimida. Ela é o membro mais importante do Corpo de Cristo, pois ela O gerou. Ela ocupa o lugar de proeminência por ouvir a Palavra de Deus e por em prática acolhendo no seio a Palavra Eterna que se fez carne e na vivência da Palavra: Minha mãe ouve minha palavra e põe em prática (Lc 8,21). Ao pé da cruz nos foi dada por Mãe. Em Pentecostes é fecunda pelo Espírito, gerando os novos filhos.
Maria pelo povo de Deus 
Disse o Papa em Israel: “Como fruto da Redenção alcançada pela morte e ressurreição do seu Filho, ela foi elevada à glória eterna e coroada Rainha dos Céus. Com grande confiança no poder de sua intercessão, nos voltamos agora a ti, com alegria nos nossos corações e amor pela nossa gloriosa e sempre Virgem Mãe”. Maria, mulher do povo, cristã, agora, elevada aos Céus em corpo e alma, por fazer parte do Corpo de Cristo, tem uma missão muito especial: interceder pelo povo de Deus. Por isso dizemos: “Rogai por nós, pecadores”. Ela pode rezar por nós, conseguir-nos as graças, porque em vida sempre se interessou por todos. Agora, conosco como membro de Cristo, por nós, junto do Filho na glória, pode interceder por nós. Ela é modelo e exemplo de vida humana e cristã. É estímulo no caminho espiritual. Maria não pode ficar fora do caminho do cristão, pois está intimamente unida a Cristo e a seu povo.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM MAIO DE 2009

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