sábado, 31 de dezembro de 2022

Santa Columba, virgem e mártir († séc. IV)

Presa aos 16 anos em Sens, França,
resistiu a abandonar a Fé e 
foi decapitada por ordem do imperador Aureliano.
Esta é uma das mais célebres mártires de toda a Idade Média e o seu culto teve uma grande difusão. Entretanto, as informações históricas relativas a ela estão repletas de legendas, inclusive a própria Passio. Santa Colomba (ou Comba) é venerada por ter sido martirizada em Sens, no tempo do Imperador Aureliano (270-275). As suas Actas, escritas no século VIII, relatam que ela teve sempre grande horror aos ídolos. É apresentada como pertencente a uma nobre família pagã da Espanha, onde nasceu no século III. Para afastar-se do culto aos ídolos, deixou a família e entrou na França, inicialmente em Vienne, onde recebeu o Batismo, depois foi para Sens. Parece que seu verdadeiro nome era Eporita e que foi chamada Colomba devido sua inocência. Ao passar por Sens, durante suas guerras na Gália, o imperador Aureliano Lucio Domicio deu ordem para ser cumprida naquela cidade a perseguição aos cristãos, lei em vigor em todo o Império Romano. Colomba, por ser cristã, foi feita prisioneira e conduzida diante do imperador. A jovem de dezessete anos foi a única pessoa que encontrou graça a seus olhos, tal a nobreza de suas feições, reveladoras de ascendência ilustre. Foi em vão, porém, que ele tentou fazê-la renunciar ao seu voto de virgindade. Encolerizado, deu ordem que a aprisionassem em uma cela do anfiteatro, mas quando um libertino tentou violá-la, um urso do anfiteatro interveio para protegê-la, pondo em fuga os soldados. Como nenhum dos soldados quisesse intervir, Aureliano, enfurecido, ordenou que tanto a virgem quanto o urso fossem queimados, mas uma chuva providencial apagou o fogo já preparado. Após o urso fugir para a floresta, o obstinado imperador condenou Colomba à decapitação. O martírio ocorreu entre os anos 270 e 275. A mártir foi sepultada por um homem que havia recuperado a visão ao invocar sua intercessão. Muitíssimo venerada na França, em 620 o rei Lotário III fundou a célebre abadia real de Sainte Colombe-les-Sens sobre o túmulo da Santa mártir. Em 623 o bispo de Sens, São Lupo († 623), quis ser sepultado aos pés da mártir; em 853 o bispo Wessilone, ao consagrar a nova igreja, encontrou unidas as relíquias dos dois santos e mandou colocá-las em um precioso tecido, cujos fragmentos foram encontrados no século XIX e são conservados no tesouro da catedral. A igreja da abadia foi construída uma terceira vez e consagrada, em 1164, pelo papa Alexandre III, depois destruída em 1792 pelos adeptos da abominável Revolução Francesa. As ruínas do complexo abacial e da igreja foram adquiridas, em 1842, pelas religiosas da Santa Infância de Jesus e Maria, que ali edificaram sua Casa Mãe, salvaguardando os restos da antiga cripta. As relíquias de Santa Colomba já haviam sido transferidas para a Catedral de Sens em 1803. São numerosas as igrejas dedicadas a esta Santa mártir na França, Espanha, Flandres, Alemanha e Itália, onde o culto se difundiu particularmente em Rimini. No Martirológio Jeronimiano, bem como no Romano, a festa de Santa Colomba é celebrada no dia 31 de dezembro. Em Sens, devido a uma festa local que ocorre no último dia do ano, a sua celebração foi transferida para o dia 27 de julho, data da transladação das relíquias e da dedicação da sua igreja. Santa Colomba é invocada para obter chuva e é representada com um urso e uma pena de pavão substituindo a palma dos mártires. 
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