quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

O Menino Jesus de Santa Teresa, a história do “Lloroncito”

       A grande Santa Teresa de Ávila introduziu essa devoção em seus conventos, e a partir deles espraiou-se por toda a Espanha e depois pelo mundo. Seu discípulo e co-fundador do ramo carmelita masculino reformado, o sublime São João da Cruz, entusiasmava-se tanto com esse mistério de um Deus feito homem, que, durante o período de Natal, levava a imagem do Menino Jesus em procissão, e bailava com ela ao colo. Compôs também tocantes poesias sobre a Natividade.
     Mas tal devoção não se limitava aos claustros. Já Fernão de Magalhães, quando descobriu as Filipinas, levava consigo uma dessas imagens de Jesus Menino, e lá a deixou, sendo ela venerada até hoje na ilha de Cebu.
     A grande santa, mística, doutora da Igreja, era uma grande devota da infância de Jesus. Prova disso é a presença da imagem do Menino Jesus em cada uma das suas fundações carmelitanas. Assim, surgiram nos conventos carmelitas várias invocações do Menino Jesus, como El Peregrinito, El Lloroncito, El Fundador, El Tornerito e El Salvador.
     Inclusive existe uma tradição que diz que a preciosa imagem do Menino Jesus que hoje é venerada na igreja de Nossa Senhora da Vitória em Praga, República Checa, pertenceu à religiosa reformadora da Ordem do Carmelo.     Entre os tesouros de valor espiritual que a Santa há uma que chama a atenção entre as demais: a conhecida como “El Lloroncito”.
     A bela imagem - que recorda justamente ao Menino Jesus de Praga, que com sua mão direita abençoa e com a esquerda sustenta um globo representando o universo - se encontra no Convento São José de Toledo, uma das fundações de Teresa de Jesus.
     A efígie, que mede somente 20 centímetros de altura, foi talhada em madeira e data do século XVII, foi levada pela Santa a Toledo quando fundou o Convento nesta cidade em 1569, sendo sua quinta fundação.
     De acordo com uma tradição carmelitana, a pequena imagem é chamada “El Lloroncito” porque quando Santa Teresa de Ávila deixou o Convento de Toledo, o rosto do Menino Jesus se transformou. Assim está escrito no museu do convento que resguarda este tesouro:
     “No dia 8 de junho de 1580 se despedia Santa Teresa de suas religiosas de Toledo, para dirigir-se à Segóvia. O coração, naturalmente afetuoso, da Santa, sofria cruelmente nestas despedidas, em especial quando pensava que não as havia de vê-las (suas filhas) novamente. Nem ela nem suas queridas religiosas se enganavam desta vez, pois todas pressentiam que a Madre chegava ao término de sua jornada na terra. Segundo piedosa tradição, até uma imagem do Menino Jesus se associou ao duelo das monjas, derramando lágrimas ao despedir-se a Santa de seu querido convento de Toledo. Desde então chamam esta imagem com o carinhoso nome do ‘Niño Lloroncito' (o Chorãozinho)”.
     Como todo Menino Rei, a imagem conta também com um belo enxoval com várias túnicas bordadas, complementos de ourivesaria, sapatos e chocalhos, que eram peças habituais do dote das religiosas.
“Eu sou Jesus de Teresa” 
    Outra tradição também fala do encontro pessoal que teve Santa Teresa com o Menino Jesus.
     Conta-se que o fato ocorreu no Mosteiro da Encarnação em Ávila, em um dia que a Madre descia as escadas e tropeçou, enquanto um precioso menino lhe sorria. Madre Teresa, surpresa por ver uma criança dentro do Convento, lhe pergunta: “Quem sois?”. Ao que o menino lhe responde com outra pergunta: “E quem sois tu?”. A Madre lhe disse: “Eu sou Teresa de Jesus”. E o menino, com um amplo e luminoso sorriso, lhe diz: “Pois, eu sou Jesus de Teresa”.
(GPE/EPC)
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Irmã Lúcia, vidente de Fátima, e o Menino Jesus  
    “Em 10 de Dezembro de 1925 apareceu-me a Virgem Santíssima, a seu lado, suspenso numa nuvem luminosa, o Menino Jesus. A Virgem Santíssima pousou a mão em meu ombro. Nesse momento, mostrou um Coração cercado de espinhos que tinha na outra mão.
     “Ao mesmo tempo disse o Menino: ‘Tem pena do Coração de tua Mãe Santíssima. Está coberto de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Lhe cravam, sem haver quem faça um ato de reparação para os tirar’.
     “Em seguida, disse-me a Virgem: ‘Olha, minha filha, o Meu Coração cercado de espinho que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar. Diz que todos aqueles que durante 5 meses (consecutivos), no Primeiro Sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão,
rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhe, na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas'”.
 
Retirado do Livro: A Verdadeira História de Fátima – Padre João de Marchi

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