No dia 29 de abril de 2001 Sua Santidade
Papa João Paulo II proclamou-a Bem-aventurada.
Catarina Volpicelli, Fundadora das Servas do Sagrado Coração, pertence à classe dos «apóstolos, dos pobres e marginalizados», que no século XIX para Nápoles foram um luminoso sinal da presença de Cristo «Bom Samaritano», que se aproxima de cada homem que sofre no corpo e no espírito, para derramar sobre suas feridas, o óleo da consolação e o vinho da esperança (cf. Missal Romano, 2° ed. Italiana, Roma 1983, Prefácio comum VIII, p. 3752).
Nascida em Nápoles, no dia 21 de janeiro de 1839, Catarina recebeu no seio de sua família de alta bur-guesia, uma sólida formação humana e religiosa. No colégio educandário San Marcelino, sob a guia sábia de Margarida Salatino (futura fundadora com o Beato Ludovico da Casoria das Irmãs Franciscanas Elisabetinas Bigie), aprendeu letras, línguas e músi-ca, o que não era frequente para as mulheres do seu tempo.
Guiada então pelo Espírito do Senhor, que lhe reve-lava o projecto de Deus através da voz dos sábios e santos directores espirituais, Catarina que, no entan-to, julgava-se mais importante que a sua irmã, a brilhar na sociedade frequentando teatros e espectá-culos de danças, renunciou com prontidão os eféme-ros valores de uma vida elegante e despreocupada, para aderir com generosa decisão a uma vocação de perfeita santidade.
O encontro ocasional com o Beato Ludovico da Caso-ria em 19 de Setembro de 1854, em «La Palma» em Nápoles, foi como afirmou a mesma Bem-aventurada: «um momento singular de graça providencial, de caridade e de predilecção do S. Coração, enamorado pelas misérias de sua humilde serva».O Bem-aventurado a associou à Ordem Franciscana Secular e indicou como único objectivo de sua vida, o culto ao Sagrado Coração de Jesus, convidando-a para permanecer em meio à sociedade, na qual deveria «ser pescadora de almas».
Guiada, então pelo seu confessor, o barnabita Pe. Leonardo Matera, em 28 de maio de 1859, Catarina entrou entre as Adoradoras Perpétuas de Jesus Sacramentado, saindo porém com pouco tempo, por graves motivos de saúde.
O desígnio de Deus sobre Catarina era outro, havia bem entendido o Beato Ludovico da Casoria que muitas vezes dizia: «O Coração de Jesus é a tua obra, Catarina!».
Sob a indicação do seu Confessor, Catarina conhece o bilhete mensal do Apostolado da Oração da França, recebendo através dele noticias detalhadas da nascente associação com o diploma de Zeladora, sendo o primeiro que chegou na Itália. Em Julho de 1867, Pe. Ramière visita o Palácio de Largo Petrone em Nápoles, onde Catarina pensava estabelecer a sede de suas actividades apostólicas, para «fazer renascer nos corações, nas famílias e na sociedade o amor por Jesus Cristo».
O Apostolado da Oração, será o ponto central da espiritualidade de Catarina, que a impulsionará a cultivar o seu ardente amor pela Eucaristia, através do qual será instrumento de Acção Pastoral sob as dimensões do Coração de Cristo, abrindo-se a cada homem, sempre a serviço da Igreja, dos últimos e dos sofredores.
Com as primeiras Zeladoras, no dia 1° de Julho de 1874, Catarina funda o novo Instituto das Servas do Sagrado Coração, aprovado antes pelo Cardeal Arcebispo de Nápoles, o Servo de Deus, Sisto Riario Sforza, e em seguida aos 13 de junho de 1890, pelo Papa Leão XIII, que concede à nova família religiosa o «Decreto de louvor».
Preocupada pela sorte da juventude, abriu o orfanato das «Margherite», fundou uma biblioteca circulante e instituiu a Associação das Filhas de Maria, com a sábia guia da venerável Maria Rosa Carafa Traetto († 1890).
Em breve tempo abriu outras casas: em Nápoles, no Palácio San Severo e depois na Sapienza, em Ponticelli, onde as Servas distinguiram-se na assistência às vítimas da cólera em 1884, em Minturno, em Meta di Sorrento e em Roma.
Aos 14 de maio de 1884 o novo Arcebispo de Nápoles, o Cardeal Guglielmo Sanfelice, OSB, consagrou o Santuário dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, que a Volpicelli havia construído ao lado da Casa Madre, destinando-o particularmente à adoração reparadora pedida pelo Papa, para sustentar a Igreja, num período difícil para a liberdade religiosa e para o anúncio evangélico.
A participação de Catarina no primeiro Congresso Eucarístico Nacional, celebrado em Nápoles em 1891 (19-22 de Novembro) foi um acto culminante do Apostolado da Fundadora e das Servas do Sagrado Coração. Naquela ocasião, realizou uma rica exposição de paramentos sacros destinados às igrejas necessitadas, organizou a Adoração Eucarística na Catedral e foi a animadora daquele movimento, levando muitas pessoas à confissão e «Comunhão geral».
Catarina Volpicelli morreu em Nápoles no dia 28 de Dezembro de 1894, oferecendo a sua vida pela Igreja e o Santo Padre.
A causa de Beatificação e Canonização das eminentes testemunhas de caridade do Coração de Cristo, após a instrução do Processo Ordinário nos anos 1896-1902 na Cúria Eclesiástica de Nápoles, foi oficialmente introduzida naquele tempo, à Sagrada Congregação dos Ritos aos 11 de Janeiro de 1911.
Em 25 de marco de 1945 o Santo Padre Pio XII, declarava as virtudes heróicas de Catarina, atribuindo-lhe o título de Venerável.
Em 28 de junho de 1999, Sua Santidade João Paulo II, aprova a leitura do decreto da sua Beatificação.
No dia 29 de abril de 2001 Sua Santidade Papa João Paulo II proclamou-a Bem-aventurada.
No dia 6 Dezembro de 2008 o Santo Padre Papa Bento XVI dispõe a promulgação do Decreto a respeito do milagre para a Canonização.
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