Já foi uma dificuldade convencer as pessoas que deviam receber a comunhão nas mãos e depois levá-la à boca. As observações iam da dignidade em tocar o Corpo de Cristo até as questões de higiene.
Hoje algumas pessoas ficam perplexas diante do fato de rezarem o Pai Nosso de mãos dadas, darem o abraço da paz com aperto de mãos e depois receberem nas mãos o Cristo. Perguntaram: “E a higiene onde fica?”
É de se pensar, porque muitas pessoas não têm higiene e andam com as mãos em estado pouco recomendável. Falta de hábito de higiene, falta de percepção, questão cultural? Às vezes distribuindo a comunhão, vemos mãos rabiscadas com caneta, anotações de endereço, telefones e outros. Não temos o que fazer a não ser conscientizar as pessoas.
Os judeus tinham muitos ritos de purificação através de abluções e com água diferente. Jesus porém comentou que só as abluções não purificam e o que mancha o homem é o que vem de dentro, porque aí repousa a maldade, os maus sentimentos.
Não podemos nos impressionar por causa desses acidentes de percurso que não deviam acontecer. O fato de darmos as mãos e, às vezes mãos não bem limpas, certamente não vai causar dificuldade numa comunhão. Sei que há pessoas preocupadas demais com isso, pois não bebem sem lavar de novo o copo, lavam os pratos e talheres que devem estar limpos, lavam as mãos uma centena de vezes por dia; são casos de consciência perplexa em que um psicólogo seria de grande ajuda.
Não condenamos quem tem essa hesitação nesses momentos da missa, mas comentamos que não há o que temer e com que se preocupar se a consciência está em paz. Se alguém não se sente bem nesses momentos, não podemos obrigá-lo a participar desses ritos; recomendamos que fique em um cantinho do local da celebração para não interromper a cerimônia e provocar interrogações.
O bom senso é o que comanda nessas situações. Precisamos porém cuidado com um velado jansenismo ou farisaísmo que podem estar embutidos nessas preocupações.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
EDITORA SANTUÁRIO
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