Comungar é receber Jesus, mas é um ato de profunda participação. Ao levarmos nossa oferta ao Pai, recebemos como resposta o Corpo de Cristo. Eucaristia é ação de graças, é alimento.
Já passamos por muitos exageros. Paulo adverte naquele tempo para que comessem em suas casas, alguma coisa estava acontecendo nas celebrações deles. Passamos pelo exagero do jansenismo, onde não se podia comungar com qualquer sombra de pecado. Passamos pelo longo jejum de preparação e outros tantos.
Hoje a Igreja facilitou para que se tenha uma maior participação. Não é a confissão que regula sua comunhão, mas é o seu estado pessoal, segundo sua consciência. Estando sem pecado grave, a Igreja abre-nos esse tesouro para que possamos ter a vida em plenitude. Assim podemos comungar se participamos de uma segunda missa.
Trata-se de uma comunhão consciente e não de devocionismo. Alguns comungam por devoção, sem saber o que fazem. Não podemos esquecer que comunhão gera um compromisso de fraternidade e de vivência da fé em comunidade. Muitos ficam descontentes porque estão em situação de quem não deve comungar por falta de coerência de sua vida com a fé. Vivem certa situação que, comungando traz mais problemas do que bênçãos e assim mesmo querem comungar. Não percebem que estão indo contra aquilo que a comunhão significa: compromisso com a comunidade, testemunho de vida de fé.
É impressionante como o povo passa à frente a necessidade de comungar, principalmente a de fazer a primeira comunhão. Encontramos adultos que não sabem nada sobre eucaristia e querem confessar e comungar. Que valor vai ter essa comunhão para essa pessoa?
Um mínimo de catequese faz-se necessário para que alguém possa se aproximar da eucaristia. Avisamos muitas mães que se amarguram porque o filho portador de deficiência, que impede ter consciência do que vai fazer, não fez primeira comunhão ou não comunga sempre. Ele não precisa, está com Deus e a comunhão não vai acrescentar nada. Nem falemos das mães que tiram um pedacinho da hóstia que receberam e colocam na boca de seu filho de colo. Essa história de dizer que o filho fica doente não passa mesmo de história, uma boa explicação e a criança sossega.
Há muitas pessoas comungando por hábito e depois não fazem nada para transformar sua vida e ajudar os outros. Como é que Jesus se arruma com tantas desigualdades sociais provocadas por pessoas que comungam sempre? É tempo de perceber que não se trata só de “tomar hóstia”, mas de distribuir também o seu pão.
Pe. Hélio Libardi,
C.Ss.R.
EDITORA SANTUÁRIO
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