segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

31 de janeiro - Beata Candelária de São José

“A obra da Beata Candelária evidencia a teologia do consolo porque em seu agir transmitiu alegria ao doente, por isso Deus consolava através dela. O amor a Deus está intimamente unido com a caridade ao próximo. Ela testemunha que só o amor pode mudar a vida do ser humano. Convida-nos a nos preocupar com os doentes, aliviar a solidão dos anciões e os pobres.” Cardeal Saraiva Martins – Homilia de Beatificação – 27 de abril de 2008 
“Esta beatificação é muito importante porque é a primeira que se faz em solo venezuelano e esperamos que hajam muitas mais. O importante é que queiramos reafirmar nossa vivência cristã pelo caminho de Jesus Cristo que é o único para a felicidade. Ela personifica o triunfo da fé sobre a incredulidade, amor sobre ódio, solidariedade e misericórdia sobre o egoísmo e a indiferença, paz sobre a violência e a guerra''. Cardeal Jorge Urosa Sabino – Arcebispo de Caracas Susana Paz Castillo Ramírez, terceira filha de Francisco de Paula Paz Castillo e Maria do Rosário Ramírez, nasceu em Altagracia de Orituco (Estado Guárico, Venezuela), em 11 de agosto de 1863. Seu pai era um homem reto e honrado, de grande coração e profundamente católico; gozava do apreço e estima de todos os habitantes; possuía conhecimentos de medicina e os empregava para ajudar a muita gente. Sua mãe era uma pessoa piedosa, trabalhadora e honrada. Os pais deram a seus filhos uma educação tão esmerada quanto lhes permitia as circunstâncias de seu tempo. Sua instrução acadêmica, ainda que, escassa e deficiente, própria da época, não foi um impedimento para sua formação integral: frequentou uma escola particular onde deu seus primeiros passos na escrita e no cultivo de sua paixão pela leitura. Aprendeu também corte e costura e vários tipos de trabalhos manuais, especialmente bordados. Este aprendizado foi muito valioso para ela no futuro. Seu pai morreu quando Susana contava com 7 anos de idade. Quando sua mãe faleceu, Susana, que tinha 24 anos, assumiu as responsabilidades de cuidar da casa. Ao mesmo tempo, praticava a caridade com os doentes e feridos que recolhia e cuidava em uma casa semiabandonada, junto à igreja paroquial, pois no início do século XX a Venezuela viveu uma grande turbulência política, econômica e social como consequência da revolução pela libertação. Junto com outras jovens de sua vila, com o apoio de um grupo de médicos e do Pe. Sixto Sosa, pároco de Altagracia de Orituco, fundou um hospital para atender a todos os necessitados. Ali, em macas e catres de lona, que ela mesma confeccionava, os atendia. Com a fundação deste centro de saúde, em 1903, se deu início à família religiosa das Irmãzinhas dos Pobres de Altagracia, atualmente denominada Irmãs Carmelitas de Madre Candelária. Em 13 de setembro de 1906, com autorização do bispo diocesano, Madre Susana fez sua profissão religiosa tomando o nome de Candelária de São José, ela que desde muito jovem era devota de Nossa Senhora da Candelária. Em 31 de dezembro de 1910 a Congregação das Irmãzinhas dos Pobres de Altagracia nasceu oficialmente com a profissão das primeiras seis Irmãs pelas mãos de Mons. Felipe Neri Sendrea, que confirmou Madre Candelária como Superiora Geral. Em dezembro de 1916 ela emitiu seus votos perpétuos em Ciudad Bolívar. Após vários acontecimentos, a Beata decidiu abraçar a espiritualidade carmelitana e pediu para entrar na Ordem do Carmo como fundadora das Carmelitas Terceiras Regulares na Venezuela. No dia 25 de março de 1925 o pedido foi aceito e em 10 de julho de 1926, com algumas companheiras, recebeu o hábito carmelitano. Em 9 de agosto de 1926, Mons. Sixto Sosa, Bispo de Cumaná, nomeou-a Superiora Geral e Mestra de Noviças no Noviciado de Porlamar. Seguiram-se anos de trabalho intenso, também devido aos terremotos que atingiram a Venezuela. Muitas foram as obras fundadas por ela: hospitais e uma escola para crianças pobres em Altagracia de Orituco. Sua vida transcorreu entre os pobres; se distinguiu por uma profunda humildade, uma inesgotável caridade, uma profunda vida de fé, oração e amor à Igreja. Além de sua esmerada atenção com os enfermos, se preocupou com a educação das crianças, tarefa que deixou como legado às suas filhas carmelitas. A Madre Candelária era uma religiosa de caráter afável, recolhida, de olhar modesto; após uma conversação cordial e amena com ela, sempre ficava uma suavidade em quantos a ouviam. Outra característica sua era a alegria; tudo fazia com amor e uma confiança sem limites na Divina Providência. Seus grandes amores foram Jesus Crucificado e a Santíssima Virgem. Percorreu muitos quilômetros em busca de recursos para a manutenção de suas obras e fundando novas comunidades que responderam às necessidades do momento. Governou a Congregação durante 35 anos, desde sua fundação até o capítulo geral de 1937, quando a sucedeu no cargo a Madre Luísa Teresa Morao. Os últimos anos da Madre Candelária foram marcados pela dor e pela enfermidade. Entretanto, depois de deixar o cargo de Superiora Geral, aceitou continuar prestando seus serviços à Congregação como Mestra de Noviças. Tinha plena consciência de sua enfermidade, porém com incrível paciência suportava as dores e dava provas de conformidade com a vontade de Deus. Pedia ao Senhor poder morrer com o nome de Jesus nos lábios, e assim aconteceu. Na madrugada do dia 31 de janeiro de 1940, após pronunciar três vezes o nome de Jesus, entregou sua alma ao Criador, em Cumaná. Foi sepultada no cemitério de Santa Inês. O corpo da Beata foi exumado e colocado na Casa-mãe de Caracas. Em 22 de março de 1969 iniciou-se na cidade de Caracas seu processo de beatificação e canonização. Foi beatificada em 27 de abril de 2008.
Oração 
Ó Deus que vos alegrais em habitar nos corações puros, concedei-nos, por intercessão da beata Candelária de São José, viver, por vossa graça, de tal maneira que mereçamos ter-vos sempre conosco. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

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