terça-feira, 25 de janeiro de 2022

REFLETINDO A PALAVRA - “Este é o meu mandamento”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
Jesus é a novidade 
Jesus veio na condição humana. E era tido como o Filho do carpinteiro, amigo de publicanos e pecadores. Sofreu uma forte rejeição da classe dominante e ao mesmo tempo teve a aceitação espontânea do povo simples. Por que? Ele era alguém que não passava desapercebido. Diante dEle, tinham que tomar uma posição. Simeão profetizara: “Ele será posto como sinal de contradição” (Lc 2,34). Ou é aceito ou é recusado. Pregava uma doutrina nova comprovada com milagres! Os soldados que foram prendê-lo no templo disseram “ninguém jamais falou como este homem” (Jo 7,46). Ele incomodava muito aos inimigos. Mais que uma doutrina, a pessoa é que era a novidade. Os discípulos amaram sua doutrina, mas percebe-se que mesmo após a ressurreição estão embaralhados. O que os prende é a pessoa de Jesus que reconhecem como Deus. Pedro diz claramente: “Tu és o Filho de Deus”! (Mt 14,33). Não é um pregador a mais, um mestre a mais. Ele é o NOVO. NEle se abriu o Céu e Deus Se faz presente no mundo de modo visível. A sociedade, às vezes, tem Jesus como um grande da história que é objeto de nosso estudo e pesquisas que provocam curiosidade. Na história apareceram grandes homens e fundadores de novos caminhos com muitas novidades. Mas Ele é a novidade, depois uma doutrina nova. 
Lei nova 
Jesus nasceu de um povo que em uma longa história de escolhas de Deus e de alianças com Ele. Não podemos entender Jesus sem colocá-lO dentro desse contexto histórico. Ele mesmo diz que não veio mudar a lei mas, cumpri-la até o fim. Por outro lado, o Antigo Testamento perde todo o sentido se não converge para Cristo. A lei e os profetas falam dEle (Jo 5,46). Em Cristo, contudo, começa o tempo da plenitude. Os tempos estavam maduros quando Jesus veio. Ele se coloca acima da lei, do tempo e das tradições. “O Filho do Homem é também senhor do sábado” (Mt 12,08). Jesus é muito claro: “Eu vos dou um novo mandamento” (Jo 13,34) – “o meu mandamento é que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12). Há algo pessoal que Jesus quer ensinar: com Ele começa um novo tempo, faz mesmo correções à lei com aquela expressão “eu porém vos digo” que encontramos no sermão da montanha. Jesus coloca o fundamento da lei nova no amor. Há um só amor: o amor a Deus e o amor ao próximo. “Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mt 22,40). 
Amor eterno
A missão de Jesus foi revelar o Pai e nos introduzir na vida da Trindade. Como Ele é a revelação, nós o acolhemos como pessoa e a partir dEle, seu ensinamento. Ao aceitá-lo nós nos unimos a sua vida e também ao Seu relacionamento com o Pai, que é amor. Esse amor é o próprio ser de Deus, pois “Deus é amor”, diz S. João. Esse amor está em Deus e rege todas as ações de Deus no seio da Trindade e também em suas ações em relação a nós. Desde a criação, história, redenção, vida de Igreja, tudo é ordenado pelo amor. Jesus, dá-nos viver esse amor. Nós nos relacionamos com Ele no amor e vivemos com os outros no amor. Vivemos assim a vida eterna: “se alguém Me ama, o Pai o amará e viremos a Ele e nele faremos nossa morada” (Jo 14,23). “E dEle temos este mandamento, que quem ama a Deus ame também a seu irmão” (1Jo 4,21). Vivamos o amor!
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM AGOSTO DE 2005

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