Evangelho segundo São Marcos 4,26-34.
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra.
Dorme e levanta-se, noite e dia, enquanto a semente germina e cresce, sem ele saber como.
A terra produz por si, primeiro a planta, depois a espiga, por fim o trigo maduro na espiga.
E quando o trigo o permite, logo se mete a foice, porque já chegou o tempo da colheita».
Jesus dizia ainda: «A que havemos de comparar o Reino de Deus? Em que parábola o havemos de apresentar?
É como um grão de mostarda, que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes que há sobre a terra;
mas, depois de semeado, começa a crescer e torna-se a maior de todas as plantas da horta, estendendo de tal forma os seus ramos que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra».
Jesus pregava-lhes a palavra de Deus com muitas parábolas como estas, conforme eram capazes de entender.
E não lhes falava senão em parábolas; mas, em particular, tudo explicava aos seus discípulos.
Tradução litúrgica da Bíblia
(1894-1967)
carmelita,
fundador de Notre Dame de Vie
«A união transformadora»
O Reino de Deus é como a semente
que germina e cresce
Não podemos exigir que a graça divina revele todas as suas virtualidades no período de crescimento. Nem a semente que morre nem o delicado caule que cresce mostram com precisão o que guardam. A germinação e o crescimento ocorrem no caos ou, pelo menos, no mistério. Só o pleno desenvolvimento expõe as propriedades da vida e a qualidade do fruto.
Depois dos períodos obscuros que nos dissimularam algumas das suas propriedades, a graça revela as suas riquezas essenciais na união transformadora, mostrando-nos que realiza uma transformação por semelhança com o amor a Cristo Jesus. O desenvolvimento exterior de Cristo Jesus nas almas assume formas diversas, porque esta graça de Cristo é multiforme e brilha com reflexos variados, mas a transformação em Cristo deve ser real e profunda, e afirmar-se pela semelhança que o amor cria na vontade, nos pensamentos, nos sentimentos e na atividade exterior. Divinização da natureza humana, tornando-nos filhos de Deus, encarnação da vida divina, tornando-nos cristãos -- eis o duplo realismo que a união transformadora promove quando é verdadeira e autenticamente cristã.
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