PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA MISSIONÁRIO REDENTORISTA 53 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
Enviai vosso Espírito
A História da Salvação se faz através das grandes teofanias de Deus que se faz presente para revelar seu mistério e nos atrair à comunhão com Ele. Desde a criação, tem repetidas vezes aberto os tesouros de sua misericórdia. Em nossa salvação manifestou-se em seu Filho como Homem-Deus. Foi uma manifestação prolongada. Não foi ruidosa, mas como o orvalho sobre a relva (Dt 32,2). Deus quer salvar pela ternura. Se não for por amor, mas pelo temor não muda o coração (S.Afonso). A teofania de Pentecostes tem algo a ver com a teofania de Deus no Sinai quando nasce o povo (Ex 20,18-21). O Espírito vem como libertador de todas as pressões. Ali, diante do Espírito, está reunido o universo, representado pela diversidade dos povos. Geograficamente eles fazem um círculo a Jerusalém. Renovando esse momento pela celebração memorial de Pentecostes, a manifestação toca o coração e realiza aquela mudança monumental que aconteceu nos apóstolos. De tímidos e escondidos, saem com o vigor que vem até nós. Hoje e sempre, Igreja está em permanente súplica: “Vinde, Espírito Santo e enchei o coração dos vossos fiéis com a luz de vosso amor”. Por quê? O Espírito Santo é vida em nós. Ele é o respiro espiritual como o ar (Jesus o chama de vento – Jo 3,8) que mantém a vida. Pedir o Espírito é pedir que a vida se mantenha. Rezamos para que santifique a Igreja e o mundo para que se realizem em nós o que se realizou no início da pregação do evangelho (Oração).
Santificais a vossa Igreja
Jesus, em seu Mistério Pascal, deu o Espírito fazendo a unidade de todos os momentos de salvação, como no anúncio, na Cruz, na Páscoa e em sua Glorificação. Por isso, na celebração litúrgica rezamos: “Deus, que enriqueceis a vossa Igreja com os bens do Céu, conservai a graça que lhe deste para que cresçam os dons do Espírito”. Não confundamos dons pessoais com os dons eclesiais. Os dons do Espírito são a vida que dá à Igreja em seu ministério fundamental que é servir o Senhor e anunciar a graça do Evangelho. Existem os dons pessoais que enriquecem a Igreja na comunidade e são maravilhosos para a conversão e oração. Quem acolhe o dom, seja para a Igreja parceiro na evangelização e criativos na caridade para com os necessitados. Quem se fecha não tem o Espírito de Deus. A santificação se faz pela vitória contra todo o mal, vencendo toda divisão para que todos sejam o Corpo de Cristo. Santificação não é só um momento espiritual, mas a vida do Corpo de Cristo que somos nós (Rm 12,5). O Espírito não é uma devoção pessoal, mas é ser fiel envolvido na evangelização pela palavra e pela ação.
Pela graça e pela pregação
Ao morrer, Jesus nos dá o Espírito. Na primeira aparição Jesus dá a paz que é a plenitude dos dons de Deus. Depois diz: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles serão perdoados, a quem não os perdoardes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20,19.22). É o dom da Redenção que chega a todos na paz universal. Nesse momento os discípulos são enviados com todo o poder de Cristo: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio” (Jo 19,21). A missão de Cristo para a implantação do Reino de Deus está nas mãos dos discípulos que agem no Espírito Santo. O fenômeno maravilhoso da compreensão do Evangelho está na reunião da variedade das línguas e na confissão da mesma fé. É a plenitude do mistério Pascal (prefácio). Todos ficaram cheios do Espírito Santo e proclamavam as maravilhas de Deus (At 2,4.11).
Leituras: Atos 2,1-11;Salmo 103;1
Coríntios 12,3b-7.12-13;João 20,19-23
1. Pedir o Espírito é pedir que a vida se mantenha.
2. Os dons do Espírito são a vida da Igreja para anunciar a graça do Evangelho a todos.
3. A missão de Cristo está nas mãos dos discípulos que agem no Espírito Santo.
Vento Sem Poeira
Engraçado! Deus apronta cada leréia! Acho que entende bem nossa cabeça. Quanto mais confuso, mais claro. Veja a criação do mundo: Do nada saiu tudo. Escolhe pessoas de seio morto para ser mãe de um povo. Só por Deus! Jesus, para ser proclamado o Senhor, nasceu escondido num estábulo. O Espírito que é silêncio, vem no meio de uma ventania. O vento sopra onde quer, mas não precisa exagerar.
Acho que para seguir o Espírito e o jeito de Deus, temos que fazer mais confusão. O normal não anuncia nada. Dizemos: Já sabia. Os apóstolos saíram tinindo depois daquele momento. Quando mais confuso o avesso do bordado, mais precioso é o desenho.
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