segunda-feira, 24 de maio de 2021

REFLETINDO A PALAVRA - “Batismo de Cristo”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Consagrado para missão.
 
O povo de Deus estava em ansiosa expectativa (Lc 3,15). O tempo do Natal é chamado tempo da Epifania, isto é, manifestação do Senhor. A revelação de Jesus se dá em diversas manifestações. Como diz a epístola aos Hebreus: “Muitas vêzes e de muitos modos Deus falou, outrora, aos pais pelos profetas; agora, nestes dias que são os últimos, falou-nos por meio de seu Filho” (Hb 1,1-2). O Filho se manifesta e esta manifestação se dá de diversos modos e com destinação diferente: Encontramos a primeira manifestação aos pastores, os primeiros e os privilegiados. Depois se manifesta a todos os povos nas pessoas dos Magos. No seu batismo revela-se a todo o povo de Israel. A seguir se faz conhecer pelos discípulos nas bodas de Cana, como lemos no domingo após o batismo de Jesus. Este caleidoscópio de manifestações visa sempre mostrar de onde Ele veio e para que missão veio. Veio como luz para todos os povos, primeiro para seu povo. Veio como Palavra do Pai. É Palavra que discerne, orienta e atrai a uma transformação de purificação profunda, como uma mudança de água em vinho. Esta mudança acontece através da aceitação fiel de sua pessoa, pois todos os que crêem, terão a vida eterna. Os Magos voltam por outro caminho. A conversão é sempre uma mudança de caminho. 
Batismo de água e fogo. 
O batismo de Jesus não é o nosso batismo. Ele foi batizado e ungido pelo Espírito para uma missão. Nosso batismo é para nossa inserção em Cristo e com a Crisma recebemos a missão. Jesus ao descer às águas, santifica-as para nosso batismo. Em Cristo, há o germe da nova humanidade. João Batista diz que Ele batizará com á água e o fogo. Na verdade, os apóstolos receberam o Espírito sob forma de língua de fogo que purifica e dá a centelha de Deus. O rito do batismo da água é o momento em que, como Jesus, somos lavados e nos é dada a vida divina que é o fogo que queima e não se consome, como vemos em Êxodo, aparição a Moisés (Ex 3,2). Deus Pai fala da nuvem e diz “Tu és meu Filho Amado”. Esta filiação torna-se também a nossa, e com a característica de amor. Todo batizado é filho amado. Tem em si a cintila de Deus. 
Navegando em águas profundas 
Neste ano que terminou tivemos o Ano Vocacional a partir da nota batismal. É bom recordar o óbvio, mas, se prestarmos atenção, o batismo ficou lá no início de nossa vida. Mas ele é como a vida que temos todos os dias. Vivemos todo os dias a vida divina, temos o Espírito recebido no Batismo, exercemos a fraternidade. A oração pós-comunhão reza: “Dai-nos a graça de ouvir fielmente vosso Filho amado, para que, chamados filhos de Deus, nós o sejamos de fato”. Para que realizemos este programa, temos que ser “ungidos” como Jesus, pois assim saberemos, como proclama a primeira leitura de Isaias 42,6: “eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas”. Ser “ungido” não é ter dons especiais, mas fazer o que Jesus fazia, o que já é muito especial. Neste caso navegamos na água profunda de nossa filiação e divinização 
(Leituras: Isaías 42,1-4.6-7; 
Atos 10,34-38;Lucas 3,15-16.21-22) 
Homilia do Batismo do Senhor (11.01)
EM JANEIRO DE 20044

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