terça-feira, 25 de maio de 2021

São Gregório VII, papa († 1086).

Biografia de Gregório VII 
Gregório VII (1020-1085) foi um dos papas mais notáveis da Idade Média, reformou as instituições eclesiásticas e reforçou a autoridade da Igreja em relação ao poder temporal. Hildebrando de Bonizio Ando-Brandeschi, futuro papa Gregório VII, nasceu em Soama, na toscana, Itália, entre 1015 e 1020. Filho do carpinteiro Bonozin, foi estudar no Mosteiro de Santa Maria, em Roma, onde seu tio era Abade. Torna-se o aluno predileto dos monges. Revela especial gosto pelo latim o que lhe permite estudar os textos das escrituras. Contexto histórico Nessa época, os dois poderes, espiritual e temporal, Igreja e Estado, estavam unidos, mas o segundo dominava o primeiro. As grandes famílias adquiriam bispados, abadias, e às vezes a própria sede apostólica, para seus filhos caçulas. Os prelados dessas igrejas e abadias privadas viviam no luxo e longe de se dedicar a Deus. Interessavam-se mais pelas guerras do que pela salvação da alma, vão à caça, Têm mulher e muitas vezes concubinas e esbanjam os bens da Igreja em festas. Nem todos os clérigos se conformavam com essa situação. Surgem então os reformistas. O mais importante de todos esses movimentos foi o de Cluny, na França. Alguns biógrafos acreditam que o futuro papa Gregório VII tenha vivido de perto a efervescência das ideias de Cluny. Em 1045, três papas coexistem: Benedito IX, Silvestre III e Gregório VI. Em 1046, no Concílio de Sutri, na Itália, o rei da Alemanha, Henrique III, depõe os três papas. Clemente II é eleito e a partir daí, só o rei é que deve nomear o papa. Clemente é apenas o primeiro de uma série de papas escolhidos por Henrique III. Quando Gregório VI foi deposto, Hildebrando era seu secretário, e seguiu com ele para o exílio em Colônia, na Alemanha. Foi preceptor do príncipe Henrique, filho de Henrique III. Carreira eclesiástica Entre 1048 e 1054, sob influência direta de Hildebrando e outros monges reformadores, o papa Leão IX desenvolve uma intensa reorganização da Igreja. Leão IX confia-lhe o cargo de subdiácono e depois o de tesoureiro e diretor do Mosteiro de São Paulo., onde se dedica à recuperação dos fundos delapidados e à restauração da disciplina. Em 1053, o futuro papa Gregório VII segue como embaixador do papa à França para tratar das heresias do arquidiácono Berengário, que negava a presença real de Cristo na hóstia consagrada. Em 1056 morre Henrique III. Henrique IV, com seis anos, é o sucessor. Sua mãe, Agnes de Politiers, torna-se regente. Hildebrando exerceu então grande influência sobre os pontífices que se sucederam até que foi nomeado arcebispo de Roma pelo papa Alexandre II. Papa Gregório VII e as reformas Em 1073, com a morte do papa Alexandre II, o povo aclamou Hildebrando como seu sucessor, escolha referendada pelos cardeais, com o nome de Gregório VII. Como papa, dedicou-se inteiramente a continuar a reforma moral do clero, iniciada por seus antecessores. E o faz com extremo cuidado e flexibilidade. Combateu os dois principais problemas que a igreja enfrentava: a "sinomia" – venda dos benefícios eclesiásticos, e o "matrimônio ou concubinato dos clérigos". Por toda parte e particularmente na Alemanha, a divulgação das leis não dá resultados. O decreto de 1074 só serve para acirrar os descontentamentos. Os padres alemães argumentavam que, “o papa quer obrigar pela força os homens a viver como anjos, recusando que a natureza siga seu curso ordinário, o que favorece o desregramento dos costumes”. Em 1075, promulgou um decreto que proibia, sob a pena de excomunhão, que qualquer clérigo receba a investidura de um bispado, abadia ou igreja das mãos da realeza ou dos nobres feudais. Gregório VII e Henrique IV O rei Henrique IV ignorou o decreto das investiduras promulgado pelo papa, pois sua pretensão era ser coroado imperador do Sacro Império Romano-Germânico pela Igreja, para com isso aumentar seu prestígio junto à nobreza. A relação entre o papa e rei se agravara mais ainda, quando um incêndio consumiu Milão, destruindo a catedral e várias igrejas. Os antirreformistas queriam escolher livremente um novo bispo. Em 1076, na assembleia de Worms, Henrique IV declara desposto o papa. O papa lança a excomunhão e a deposição do imperador. Em 1080, a assembleia de Brixen depõe Gregório VII e elege Gilberto, arcebispo de Ravena, que havia sido excomungado em 1078, e que ficará conhecido como o antipapa Clemente III. Em 1081, Gregório VII reúne o concílio e renova o ato de excomunhão contra o rei. Em maio de 1081, Henrique IV sitia Roma e junto aos muros é novamente coroado rei pelo papa Clemente III. Em 1083 consolida sua posição na Itália do Norte. Em 1083 toma uma parte de Roma e a Igreja de São Pedro. No ano seguinte, toma finalmente Roma e entroniza Clemente III. Gregório VII foge para Salermo, mas não renuncia o exercício do pontificado. Solicitado pelos que o rodeiam a designar um sucessor contra Clemente III, indica vários nomes, entre os quais o do abade de Montecassino, Desidério, que por imposição dos normandos, é feito papa em 25 de maio de 1085, após a morte de Gregório. Gregório VII faleceu em Salermo, Itália, no dia 25 de maio de 1085. Foi canonizado por Paulo V em 1606. A festa de São Gregório é celebrada em 25 de maio.

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