PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA MISSIONÁRIO REDENTORISTA 53 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
Trindade Santa ensina
A Trindade nos foi revelada por Jesus. No Antigo Testamento havia ação conjunta do Pai, Filho e Espírito Santo, mas não o conhecimento. Por isso, os que seguem o A. Testamento sem admitir o Novo Testamento como continuação da revelação, não são cristãos. Jesus acaba por ser um profeta, ou um grande, mas não como Filho de Deus, revelador e salvador. Um com o Pai e o Espírito. Ele mesmo disse: “São estas as palavras que vos falei, estando ainda convosco, que importava que se cumprisse tudo o que de Mim estava escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos!” (Lc 24,44). O Espírito Santo continua a missão de Jesus: “O Espírito me glorificará, porque receberá do que é meu e vos anunciará” (Jo, 16,14). A Igreja não cuidou de anunciar a missão do Espírito. Vivemos o tempo do Espírito, que na Trindade tem a missão de santificação. Da Santíssima Trindade aprendemos a viver a vida cristã e a vida na Igreja, pois em Deus temos a vida, o movimento e o ser (At 17,28). Ela é o espelho e a vida da Igreja. Tudo o que realizamos, iniciamos com o sinal da cruz: “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. O mistério da salvação, do qual participamos, está em perfeita comunhão com a Trindade. Participamos da missão do Filho na evangelização, com todo o poder que lhe foi dado (Mt 28,18). Amar a Trindade não é uma devoção, mas uma vida e missão. Para a Trindade não temos devoção, mas acolhimento e compromisso.
Comunhão que acolhe
Aprendemos dessa nossa Família o modo de viver concretamente em nossa comunidade, pois Jesus nos quis comunidade. A união da Trindade se faz no mútuo acolhimento. O Pai ama o Filho (Jo 5,20). Em seu amor ao Pai nos dá o Espírito (Jo 15,26). Aquele que realiza o pleno amor entre o Pai e o Filho nos é dado para viver. O Espírito vem nos acolher porque com Ele se iniciou a vida da comunidade cristã, no dia de Pentecostes. A vivência da comunidade não é primeiramente social, é profundamente trinitária. Não nos acolhemos porque é bom, mas acolhemos porque vivemos a vida da Trindade. O que nos une não são gestos de boa vontade, mas gestos do Pai que acolhe o Filho no acolhimento do Espírito. Vivemos esse gesto para renovar o mundo. Aí sim, o social nos ajuda. Comunhão é para acolher. Quando comungamos, nós o fazemos para gerar comunhão com Deus e os irmãos. Comungar não é para gerar um momento espiritual, mas para deixar a Trindade Santa de continuar em nós, para o mundo, sua presença. Jesus veio para abrir para nós a comunhão com a vida de Deus. A Igreja não é, em primeiro lugar, uma instituição, mas a comunhão, Corpo de Cristo.
Anunciando a vida
Sair de si significa ter vida, como o ramo cresce, o rio se alarga, o sol se levanta. Como as águas que nascem do trono de Deus significando o Espírito Santo, participamos da vida da Trindade na missão do Filho que se encarnou para anunciar as maravilhas que conhecemos de sua Páscoa. Ele estourou os gonzos da morte para que a Vida reinasse para sempre entre nós. Anunciamos fortemente que o Pai nos amou e enviou seu Filho que nos dá o Espírito Santo para que a vida de Deus em nós se torne missão. Quem encontrou Jesus O leva aos outros. Sem isso não passamos de idólatras, adorando ficções e fantasias que nos levam ao egoísmo. Vivamos a liberdade que, no Espírito nos conduz ao Pai.
Leituras: Deuteronômio 4,32-34.39-40; Salmo 32;
Romanos 8,14-17; Mateus 28,16-20.
1. Amar a Trindade não é uma devoção, mas uma vida e uma missão.
2. Não nos acolhemos porque é bom, mas acolhemos porque vivemos a vida da Trindade.
3. Vivemos a liberdade que, no Espírito nos conduz ao Pai.
Quando três é um.
Quem não se dá bem com matemática, não tenha receio de estar errado ao dizer que o Pai, o Filho e o Espírito são Um, sem que cada um seja parte, mas que viva na união com as outras duas Pessoas.
Refletimos sobre essa nossa Família, aquela da qual fazemos parte, não por escolha nossa, mas por uma deferência do Pai, do Filho e do Espírito. Jesus sempre reflete o que Ele é: família, não como a nossa. A nossa que tem que ser como a Dele, sem diminuir a outro ou esgotá-lo, Se fazem Um. Cada um tem uma missão que é comum ao Outro.
Esse é o modelo para a Igreja. Seremos inteiramente Igreja quando somos uns para os outros.
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