PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE (Ao lado, o sempre estimado Padre Brandão diretor redentorista) |
Mas a pregação de Jesus não é feita somente de palavras ou de gestos. Ele é a Palavra. Ele é o gesto de Deus. Ele mostra quem é o Pai que o enviou. Podemos conhecê-lo e compreendê-lo através do episódio do banquete na casa de Mateus. Ele, para o escândalo dos fariseus, vai comer na casa de um pecador público. Jesus, ouvindo as críticas dos fariseus, responde simplesmente: “Aqueles que tem saúde não necessitam de médico, mas sim os doentes. Aprendei o que significa: quero misericórdia e não sacrifício. De fato eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”. Com estas palavras define sua missão e abre caminho para a missão da Igreja. Sua missão é ser a misericórdia do Pai.
Nas parábolas encontramos este modo de ser de Jesus, quando fala da ovelha perdida e do filho que sai de casa e encontra na volta um pai misericordioso. Ele cita o profeta Oseias 6,6, que diz estas palavras “quero amor e não sacrifícios”. Toda a mente de Jesus está voltada para os necessitados. Por isso faz milagres e acolhe os necessitados. Para isso Ele se faz um pobre e próximo ao pecador necessitado. Sua visão é de compaixão: “tenho pena deste povo”. Desta compaixão nascem os milagres. Este modo de agir chocou os chefes do tempo. Jesus é acusado de beberrão e comilão, pois estava misturado com o povinho. É acusado de viver com prostitutas e pecadores. Ali era o seu meio, o lugar onde ele poderia mostrar o rosto amoroso do Pai.
Deste seu modo de agir, nasce um modo de ser para a Igreja. Atualmente a Igreja é para os bons e sem defeitos. Mas na realidade ela é para os necessitados de carinho, amor e compreensão. Atitude de fé de Abraão torna-se modelo para quem quer se dedicar aos necessitados: é na fé que poderemos entender e compreender nossa atitude fundamental de buscar estar unido a Cristo nesta misericórdia. Do contrário faremos poesia e linguagem vazia. A Igreja vai ser expressão de Cristo quando se voltar completamente para os pobres e abandonados. Do contrário estaremos destruindo a missão de Jesus e a vontade do Pai: ser misericórdia e compaixão.
(Leituras: Oséias, 6,3-6;
Romanos 4,18-25; Mateus, 9,9-13)
Homilia do 10º Domingo do Tempo Comum
EM JUNHO DE 2002
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