sexta-feira, 23 de outubro de 2020

EVANGELHO DO DIA 23 DE OUTUBRO

Evangelho segundo São Lucas 12,54-59. 
Naquele tempo, dizia Jesus à multidão: «Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: "Vem chuva"; e assim acontece. E quando sopra o vento sul, dizeis: "Vai fazer muito calor"; e assim sucede. Hipócritas, se sabeis discernir o aspeto da terra e do céu, porque não sabeis discernir o tempo presente? Porque não julgais por vós mesmos o que é justo?». E acrescentou: «Quando fores com o teu adversário ao magistrado, esforça-te por te entenderes com ele no caminho, para que ele não te arraste ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça e o oficial de justiça te meta na prisão. Eu te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último centavo». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João Paulo II(1920-2005)papa 
Carta apostólica
«Novo millennio innuente»§33 
(trad. © Libreria Editrice Vaticana) 
Reconhecer o tempo presente 
Não será porventura um sinal dos tempos que se verifique hoje, não obstante os vastos processos de secularização, uma generalizada exigência de espiritualidade, que em grande parte se exprime precisamente numa renovada carência de oração? Também as outras religiões, já largamente presentes nos países de antiga cristianização, oferecem as suas respostas a tal necessidade, chegando às vezes a fazê-lo com modalidades cativantes. Nós, que temos a graça de acreditar em Cristo, revelador do Pai e Salvador do mundo, temos obrigação de mostrar a profundidade a que pode levar o relacionamento com Ele. A grande tradição mística da Igreja, tanto no Oriente como no Ocidente, é bem elucidativa a tal respeito, mostrando como a oração pode progredir, sob a forma dum verdadeiro e próprio diálogo de amor, até tornar a pessoa humana totalmente possuída pelo Amante divino, sensível ao toque do Espírito, abandonada filialmente no coração do Pai. Experimenta-se então ao vivo a promessa de Cristo: «Aquele que Me ama será amado por Meu Pai, e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele» (Jo 14,21). As nossas comunidades, amados irmãos e irmãs, devem tornar-se autênticas escolas de oração, onde o encontro com Cristo não se exprima apenas em pedidos de ajuda, mas também em ação de graças, louvor, adoração, contemplação, escuta, afetos de alma, até se chegar a um coração verdadeiramente apaixonado. Uma oração intensa, mas sem se afastar do compromisso na história; pois, ao abrir o coração ao amor de Deus, abre-o também ao amor dos irmãos, tornando-nos capazes de construir a história segundo o desígnio de Deus.

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