sexta-feira, 23 de outubro de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “Jesus compadeceu-se das multidões”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Jesus, em seu ministério
de anunciar o Reino de Deus, quis associar a si discípulos que pudessem exercer sua missão e continuá-la. O discurso sobre a missão dos apóstolos inicia-se com o chamamento dos 12 discípulos. A seguir dá-lhes a instrução sobre como agir em sua missão. São eles continuadores de sua missão. 
A missão dos doze discípulos não nasce de um projeto feito em escritório. Nasce do olhar compassivo de Jesus que “ao ver a multidão, teve compaixão dela, porque estava cansada e abatida como ovelhas sem pastor”. Este olhar de quem ama e sabe se compadecer é a fonte, o móvel e a razão da missão. É este olhar compassivo que vai dar o modo de realizar esta obra redentora de Jesus. Junto à compaixão de Jesus, encontramos seu pedido: “pedi ao Senhor da colheita que envie operários para sua colheita. Por que Jesus pede que se reze para que Deus mande operários? Ele não sabe? Trata-se de um ato de fé que abre o coração para que a bondade de Deus continue sempre presente, mesmo nestas coisas que são, às vezes, claras. Deus é quem vai enviar. Nossa fraqueza continua lhe pedindo.
“Estes são os nomes dos doze apóstolos”. Trata-se personalização o fato de dizer os nomes. Cada apóstolo tem seu nome, sua característica pessoal pela qual Jesus o escolheu. O apóstolo não é um número, não é uma empresa, não é um funcionário. Ele é o homem concreto que assume com Jesus a missão. Por aí vemos como Jesus é pessoal nas suas relações com as pessoas. Cada um é único. O homem é chamado pelo nome e conhecido na sua realidade com seus dons e defeitos. É esta pessoa que é chamada. 
A missão do apóstolo é anunciar a proximidade do Reino. Deus está próximo de cada um de nós. O anúncio feito pelo discípulo é mostrar que o mundo que Deus está iniciando está perto, ao alcance de cada um. Isso será provado pelas curas que fazem os discípulos em nome de Jesus: curar os doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos expulsar os demônios. Ela atinge o homem completo, em todas as suas situações. O Reino só vai se tornar presente com nossa ajuda, pois a eliminação da dor, da doença, da morte e do mal são indícios da presença atuante do Reino de Deus, isto é, do mundo novo que Deus quer criar. Não basta uma pregação espiritualizada. É necessário que esta pregação renove a condição humana. Uma das condições fundamentais para ser discípulo é ter o olhar compassivo de Jesus, pois somente assim podemos fazer o que ele fazia. Não se trata do carreirismo, mas de ação apostólica que vai constituir ‘a porção escolhida dentre todos os povos...E vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa’. 
O que fortalece a fé dos discípulos é a certeza do amor de Deus. Amor de Deus é o Reino. Este Reino não é uma teoria mas um amor é um dom: “a prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores. Mais ainda ama agora que somos justificados pelo sangue de Cristo”. 
(Leituras: Êxodo 19,2-6; 
Romanos 5,6-11; Mateus 9,36-10,8) 
Homilia do 11º Domingo do Tempo Comum 
Em Junho de 2002

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