terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Santa Aldetrudes, Abadessa

Canon O' Hanlon traz um relato de uma abadessa belga no dia 25 de fevereiro, a quem o hagiologista do século XVII, o Padre John Colgan, dizia ser de ascendência irlandesa: Santa Aldetrudes, ou Aldetrudis, Virgem e abadessa de Malbod, ou Maubeuge, na Bélgica. Esta santa virgem é reivindicada com o pertencente aos santos da Irlanda pelo Padre João Colgan, porque do lado do pai seu sangue ancestral era irlandês, mesmo embora ela tivesse nascido na Bélgica e vivido lá. Os Bolandistas, depois de uma introdução escolástica, produziram uma breve Vida Latina da santa, adicionando algumas poucas notas, a título de esclarecimento. Estes atos são feitos a partir de um manuscrito Codex da Vida de Santa Aldetrudes encontrado no Mosteiro de Rubra Vallis, perto de Bruxelas, e inserido na primeira parte da Hagiologia Brabantina, a partir das lições do Breviário para a Igreja Colegiada de Mons, fundada por Santa Waldetrude.
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O pai de Santa Aldetrudes foi Maelceadar ou Maldegarius, também chamado Vicente, tendo recebido este último nome por conta das inúmeras vitórias que obteve; por esta razão também ele foi criado Conde de Hainault, nos Países Baixos, por Dagoberto, o famoso rei dos francos. Para aumentar essas honras, este monarca deu-lhe em casamento sua parente Santa Waldetrude (Waldetrudis ou Waudru). Esta feliz aliança deu quatro filhos santos à Igreja: São Landrico, bispo de Meaux; São Dentelino, Patrono de Rosensis, em Cleves; Santa Aldetrudes e Santa Madelberta. A irmã de Santa Waldetrude, Santa Aldegunda, tinha fundado uma instituição religiosa em Maubeuge, uma cidade nas Flandres francesa, e perto da fronteira sul da Bélgica. Desde sua mais tenra infância, Santa Aldetrudes, com sua irmã Santa Madelberta, foi distinguida por suas disposições piedosas. Ambas foram colocadas sob a proteção de sua santa tia Aldegunda, para receber uma formação religiosa e secular. A influência e os preceitos desta santa mulher logo levaram as sobrinhas a desprezar as vaidades deste mundo e a dedicar suas almas virgens para Cristo. Nossa santa especialmente gostava de ouvir as frases do Evangelho relativas às virgens prudentes e às insensatas. Ela vivia em oração fervorosa e constante, em vigílias contínuas, em abundantes esmolas. Um fato interessante lhe é relacionado. Certa de que a cera utilizada nas velas do altar não devia ir para o lixo, Aldetrudes reuniu os gotejamentos e os fragmentos de círios para colocá-los novamente na panela. Quando colocado sobre o fogo, no entanto, a cera derretida incendiou-se. Pensando que havia perigo de incêndio, e não querendo perder a cera, Aldetrudes corajosamente pegou a panela e levantou-a em suas mãos, levando-a para o chão de pedra. Embora parte da cera derretida atingisse suas mãos e os braços, ela milagrosamente escapou sem qualquer queimadura ou machucado como consequência dessa corajosa aventura. Isto foi de grande edificação para todos os servos do convento que estavam presentes. Quando sua santa tia, Aldegunda, foi levada da terra para o céu, nossa santa foi nomeada para sucedê-la na administração dos assuntos conventuais, em Maubeuge. Ela presidiu este convento por 12 anos. Durante este período, Santa Aldetrudes governou suas freiras com muito cuidado e caridade. Uma de suas filhas espirituais teve uma visão do Apóstolo São Pedro com Santa Aldetrudes. Eles apareciam de pé, no canto do altar e envolvidos numa conversa. Com um sorriso benévolo o Apóstolo, exclamava: "Tenha coragem, virgem amável, pois eu tenho a ti e aos teus servos sob a minha tutela constante, e eu vou reduzir a nada os esforços do velho inimigo". Olhando de novo, a freira viu um favo de mel nos lábios de sua abadessa e uma escada pela qual ela se esforçava para subir ao céu. A narração desta visão foi de grande consolo para comunidade religiosa de Aldetrudes. Numa outra ocasião, águias foram vistas voando em direção ao céu e levando para lá Santa Aldetrudes e suas orações. No entanto, ela tinha dúvidas em relação à eficácia de suas orações e aos seus próprios méritos, mas ela foi reconfortada por uma visão noturna quando ela viu um grande globo de cristal brilhante voar diante dela indo para o Oriente.  Poucos dias depois um santo sacerdote disse a ela que na noite da Epifania do Senhor ele viu um homem venerável de longos cabelos vindo como um rei oriental, com três varinhas, levando flores em sua mão. Estas ele apresentou a Aldetrudes, dizendo: "Tu regerás com uma varinha, e elas devem crescer em tuas mãos para as nuvens". A santa abadessa caiu de joelhos e orou com lágrimas a Deus. Uma das irmãs de religião de Santa Aldetrudes relacionada com São Dado ou Audeon, Bispo, fez um relato completo da vida de sua abadessa, sendo que uma cópia deste documento devia existir no Convento de Maubeuge, pois o Abade Sobnias, ou Sobinus, escreveu uma Vida de sua tia, Sta. Aldegunda para o Mosteiro de Nivelles. Santa Aldetrudes faleceu no dia 25 de fevereiro, o ano de sua morte sendo 676, embora os Bolandistas creem que ela sobreviveu a São Audeon, mas isto não é certo.
Fonte: http://heroinasdacristandade.blogspot.com.br/

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