PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 44 ANOS SACERDOTE |
“Sede santos”
Espiral do amor
São Mateus resume em um só texto os “ditos” de Jesus sobre diversos assuntos. Aqui quer dar a característica sobre o modo de viver o mandamento do amor. Como vivemos sempre em comunidade, com tipos diferentes de pessoas, Jesus dá uma regra única: Ir além da expectativa nas respostas que damos às situações concretas. Nota-se que é o catecismo do amor. Não fazer como fazem os malvados: “olho por olho, dente por dente”. Mas oferecer a face esquerda, dar o manto a quem toma a túnica, andar um quilometro a mais a quem força andar um, dar esmola ao que te pedir, amar os inimigos. Ser mais, não por vanglória, mas ultrapassar as barreiras da expectativa humana. O motivo desse amor que vai além, bloqueia a onda da maldade, e realiza o projeto de Jesus, é a razão porque o fazemos: “Assim vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus que faz nascer o sol sobre bons e maus e cair a chuva sobre justos e injustos”. É o modo de agir de Deus que não faz distinção de pessoas. Trata bem a todos, além do que as pessoas pedem ou precisam. O amor sempre adianta. Jesus dissera que não iria mudar a lei. Mas, sim os costumes. Já há no Antigo Testamento uma bela lei sobre o amor: “Não tenhas no coração ódio contra teu irmão... não procures vingança, nem guardes rancor... amarás a teu próximo como a ti mesmo”. Como a comunidade cristã não é uma religião individualista, como se estando bem com Deus não precisa se preocupar com mais nada, mas vive em comunidade que é o ninho do amor. Os relacionamentos exigem colocar o mandamento em prática.
Sede perfeitos
O Antigo Testamento coloca como razão da prática dessa santidade “porque vosso Pai Celeste é santo. A santidade de Deus é sua perfeição à qual somos chamados a buscar em nossa vida porque dela participamos da condição de humanos. Santidade não é primeiramente um acúmulo de coisas boas que fazemos, mas uma participação da santidade de Deus. Jesus nos abriu essa porta. No Antigo Testamento, só o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos, lugar da presença de Deus. Agora, por Jesus e pelo dom do Espírito, somos seu templo: “O santuário de Deus é santo e vós sois esse santuário” (1Cor 3,17). Jesus convida a ser perfeito como o Pai celeste é perfeito (Mt 5,48). Temos nesse texto uma indicação do caminho de santidade dos cristãos. Jesus é o modelo e diz que o que o Pai faz Eu faço. Seguir Jesus é seguir sua palavra e exemplo, fazer como Ele fazia. Era na união com o Pai que viva sua santidade. Vejamos bem o que consiste a santidade no momento: mais em coisas exteriores que não envolvem o coração com Deus. Falta em nossa nós ser como Deus é: bom para com todos. Ele não faz distinção.
Santuários de Deus
O santuário de Deus não é uma casa, uma edificação, é uma vida, pois o Espírito Santo é vida. O santuário de Deus é santo. Não será santo quando vive só a sabedoria do mundo. Essa é insensatez, diz Paulo. O que é ser sensato diante de Deus? Fazer como Deus faz: Ele perdoa toda culpa, cura a enfermidade, salva tua vida, te cerca com carinho e compaixão. Ele é indulgente, favorável, é paciente é bondoso e compassivo, não nos trata conforme merecem nossas faltas, não nos pune em proporção à nossas culpas. Como um pai se compadece de seus filhos, o Senhor tem compaixão dos que O temem (Sl 102). É esse o modelo que Jesus aplicava em sua vida. Por que ensinamos coisas que não levam para Deus, mas somente para uma dimensão somente humana?
Leituras: Levítico 1-2.17-18; salmo 102;
1 coríntios 3,16-23;Mateus 5,38-48.
1. Jesus oferece uma regra única: Ir além da expectativa nas respostas às situações humanas.
2. Santidade não é um acúmulo de coisas boas, mas participação da santidade de Deus.
3. Não será santo aquele que vive só sabedoria do mundo.
Tal pai, tal filho
A Palavra de Deus, refletida nesse domingo, nos oferece uma orientação para a vida cristã: viver e ser como o Pai. Ele sempre age com um amor maior do que esperamos. Assim fez Jesus. Assim ensina para que a gente viva integralmente a vida cristã.
Ser chamado a ser como o Pai Celeste questiona a espiritualidade que vivemos. A espiritualidade que vivemos corresponde ao que Deus quer? É boa uma espiritualidade que não nos comprometa, pelo amor, com o irmão, sobretudo os sofredores? Mas não é esse o modo como Jesus vivia. Então, nada como procurar ser como Jesus que estava o tempo todo voltado para seu Pai.
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