terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “Feliz quem teme o Senhor”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
Deus os fez homem e mulher 
Em sua caminhada para realizar a missão Lhe fora que dada pelo Pai, Jesus entrava em choque com os que não aceitavam sua palavra. É também um momento de formação que faz a seus discípulos. A temática do evangelho de hoje é a grave questão do divórcio. O divórcio é o problema, mas a questão é o ser humano na sua integralidade. Não podemos ver as realidades a partir dos problemas. Jesus já responde aos fariseus que perguntam se era permitido ao homem divorciar-se. Jesus responde que Moisés permitiu por causa da dureza do coração. “Mas, afirma Jesus, no começo não era assim”. E apresenta o projeto Divino sobre o matrimônio. O homem quando se casa, deixa a casa, quer dizer que continua sua família em outra condição, sendo ele casal. “Deixará a casa de seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher e serão os dois uma só carne”... Uma só carne significa uma única realidade visível e completa. É uma nova família com um processo de união na totalidade do ser humano. E acrescenta: “Não separe o homem, o que Deus fez uma coisa só” (Mc 10,5-9). A primeira leitura diz que Adão deu nome a todos os animais, mas não encontrou para si uma auxiliar semelhante a ele. Auxiliar indica a incapacidade de o homem ser só. Só o completa uma semelhante. Solidão é ser incompleto. Ser uma só carne e viver a total identidade de vida na liberdade de poder oferecer vida. É o segredo de Deus. O homem não viu como Deus fez a mulher. Significa um total complemento para uma total união. É entrega e acolhimento. No primeiro capítulo diz que Deus fez o ser humano e os fez homem e mulher. O ser humano é composto de masculino e feminino e formam um. 
Se nos amarmos 
A antífona de aclamação ao Evangelho explica e fundamenta a realidade sacramental do matrimônio e dá o sentido do amor humano que se torna Divino. É Divino porque carrega em si os sentimentos de Cristo em seu Mistério Pascal de entrega e em seu acolhimento. O ser humano na sua totalidade de pessoa tem no amor Divino seu sentido. É preciso distinguir, casar-se como humanos, e receber o matrimônio. Esse é a opção por Cristo como casal. É preciso superar a dureza de coração, como disse Jesus a respeito da permissão do divórcio que Moisés estabeleceu na lei. Toda união humana tem em si o fogo Divino. Mas o Sacramento eleva o casamento à condição de amor de santificação por se realizar no Mistério Pascal de Cristo. A união se faz pela entrega que Cristo faz de Si, como está na carta aos Hebreus dizendo que não se envergonha de nos chamar de irmãos. Estará assim Se unindo a nós também em nossas condições humanas. O adultério não é só uma falha humana, mas ofensa Aquele que os uniu no amor. 
Deixai vir a mim os pequeninos 
Esse texto colocado junto ao tema do matrimônio nos abre à condição fundamental para acolhermos o Reino de Deus na realidade humana. O amor Divino em nós está unido ao amor humano com sua natureza. Deus é amor (1Jo 4,8). Deus assume nosso amor e o torna Divino. Nós assumimos o amor de Deus e o fazemos humano. Jesus manda acolher o Reino como uma criança: “Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele” (Mc 10,15). A união matrimonial tem no amor sua primeira finalidade, pois os filhos não são fruto do acaso, mas do amor. E quem ama gera filhos. A criança tem direito ao Reino de Deus: “Deixai vir a mim as crianças porque o Reino de Deus é dos que são como elas” (id 14). Por isso, há uma necessidade de levar as crianças a Jesus. Para o mal tem quem leve.

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