quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

86. O INDUSTRIAL E O PESCADOR

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Um rico industrial admirou-se ao ver um pescador assentado junto da barca, fumando seu cigarro de palha: 
- Por que não vai pescar? 
- Porque já pesquei o suficiente para hoje. 
- Por que não pesca mais do que precisa, para ter de reserva? 
- O que faria com essa reserva? 
- Você ganharia mais dinheiro. Compraria um motor para seu barco. Pegaria mais peixes. Compraria mais barcos. Uma frota. E ficaria rico. 
- E... o que farei depois? 
- Poderia assentar-se e desfrutar a vida. 
- E o que senhor acha que estou fazendo neste exato momento?... 
Palavra de vida: Não devemos preocupar-nos com o dia de amanhã. “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”. (Lc 10,3)

REFLETINDO A PALAVRA - “Serei para vocês uma bênção”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Iniciando o Novo Ano com a celebração da Mãe de Deus
, queremos ouvir as palavras da liturgia que nos ensinam e nos dão a bênção preciosa como proclama a primeira leitura do livro dos Números: “Que o Senhor te abençoe e te guarde. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e se compadeça de ti. O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!” (Nm 6,22-26). É precioso iniciar o Ano Novo com toda a bênção de Deus. Esta bênção foi-nos dada principalmente pelo nascimento de Jesus que nos veio pela Virgem Maria, cuja festa celebramos hoje. 
Somos desejosos de receber bênçãos de Deus. Gostamos até de pedir que pessoas nos abençoem. Cremos que a bênção nos traz algo que vai nos ajudar, proteger, amparar e curar. Ou, ao menos, vamos nos sentir melhor. A bênção estabelece uma relação muito bonita entre nós e Deus: somos como que acariciados por Deus com um privilégio grande de receber sua presença que nos enriquece. A bênção é uma participação nas generosas riquezas de Deus. Deus manda as pessoas abençoar. Pudemos ver isso na bênção que Moisés manda os sacerdotes darem ao povo. Em minha casa, todos os filhos pedem a bênção aos pais e tios. É bonito escutar mamãe dizer: Deus te abençoe, meu filho. 
Mas, gostaria de mexer um pouco neste quadro devocional e encontrar um elemento mais rico para nossa espiritualidade. Não basta receber bênçãos, como a gente sempre quer; é preciso ser uma bênção. Você é uma bênção. Encontrei dois textos que falam de ser uma bênção: “Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção”.(Gen. 12,2). “E há de suceder, ó casa de Judá, e ó casa de Israel, que, assim como éreis uma maldição entre as nações, assim vos salvarei, e sereis uma bênção” (Zacarias 8,13). Sereis uma bênção. Aqui podemos contemplar Maria. que foi uma bênção para nós, trazendo-nos Jesus, como bem apresenta a cena dos pastores que “encontram Maria e José e o recém-nascido deitado numa manjedoura”! (Lc 2,16). Maria, dando-nos Jesus, deu-nos todas as imensas bênçãos que Deus prometera para o povo. 
O que é ser uma bênção? É tornar-se um irmão que abre o coração para que o outro se sinta acolhido e amado, como Maria faz na gruta aos pastores: acolher e ouvir suas palavras. Quanto as pessoas desejam ser ouvidas, sem preconceitos, sem esquemas feitos, sem pressa! É a capacidade de ter o rosto voltado para todos, como Deus faz brilhar sua face sobre nós. Fazer bilhar o rosto é estar voltado com carinho para com os outros, conhecendo-os, chamando pelo nome, tratando-os como pessoas. É ser misericordioso, Isto é, ter a capacidade de sentir com os outros a sua vida e tomar atitudes concretas para que vivam com segurança e alegria. Nossa vida é uma bênção, quando damos Jesus aos outros através de nossas palavras e ações. Isso é ser como Maria, uma bênção. Sê uma bênção. Em ti serão abençoadas todas as nações da terra” (Gn 12,30). (Isaias 60,1-6; Efésios 3,3-6; Mateus 2,1-12).
Homilia da Festa da Mãe de Deus
Em Janeiro de 2003

EVANGELHO DO DIA 31 DE DEZEMBRO

Evangelho segundo São João 1,1-18. 
No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio dele e sem Ele nada foi feito. Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho dele, exclamando: «Era deste que eu dizia: "O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim"». Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça. Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer. 
Tradução litúrgica da Bíblia  
Talássio o Africano, 
hegúmeno na Líbia 
Centúrias sobre o amor
I,95-100;II,94-95;IV,73 
Deus na Terra e o homem nos Céus 
Deus, que deu o ser às criaturas, ligou todas as coisas à sua providência. Ele, que é Senhor e Se fez escravo (cf Fil 2,6-7), revelou à criação o cume da sua providência. O Verbo de Deus, que encarnou sem Se alterar, uniu-Se a toda a criação na carne. Um estranho milagre tem lugar no Céu e na Terra: Deus está na Terra e o homem está nos Céus. Assim, depois de ter unido os homens aos anjos, Ele concede a divinização a todo o mundo criado. A santificação e a divinização dos anjos e dos homens consiste no conhecimento da santa e consubstancial Trindade. Quando o Verbo Se fez carne (cf Jo 1,14), no seu amor pelos homens, não mudou o que era nem modificou aquilo em que Se tornou. Assim como dizemos que o único e mesmo Cristo nasceu da divindade e da humanidade, e existe na sua divindade e na sua humanidade, assim também dizemos que nasceu com duas naturezas e que existe com duas naturezas. Jesus é o Cristo uno da Trindade, da qual também tu serás herdeiro (cf Rom 8,17).

SÃO SILVESTRE I, PAPA

Papa “na liberdade de culto”
 
São Silvestre foi o primeiro Papa de uma Igreja que não devia mais se esconder nas catacumbas, por causa das perseguições dos primeiros séculos. No ano 313, durante seu Papado, o africano Milzíades e os imperadores Constantino e Licínio deram plena liberdade de culto aos cristãos. No ano seguinte, foi precisamente Silvestre a ocupar o sólio de Pedro . Silvestre, sacerdote romano, cuja data de nascimento se ignora, - segundo o Liber Pontificalis – era filho de certo Rufino romano. Ele foi artífice da passagem da Roma pagã para a Roma cristã e aquele que presenciou à construção das grandes Basílicas, por obra de Constantino. Ainda segundo o Liber Pontificalis, por sugestão do Papa, Constantino fundou a Basílica de São Pedro, na Colina Vaticana, sobre um templo preexistente, dedicado a Apolo, onde sepultou o corpo do apóstolo Pedro. Graças às boas relações entre Silvestre e Constantino, surgiram a Basílica e o Batistério de São João em Latrão, perto do ex-palácio imperial, onde o Pontífice começou a morar; a Basílica do Sessorium (Basílica de Santa Cruz em Jerusalém) e a Basílica de São Paulo extra Muros. No entanto, a memória de Silvestre é ligada, principalmente, à igreja in titulus Equitii, que recebe o nome de um presbítero romano, que, se diz, tenha construído esta igreja sobre sua propriedade. Ela ainda existe nas proximidades das Termas de Trajano, ao lado da Domus Aurea.

São Silvestre I

São Silvestre I apagou-se ao lado de um Imperador culto e ousado como Constantino, o qual, mais que o servir teria antes servido-se dele, da sua simplicidade e humanidade, agindo por vezes como verdadeiro Bispo da Igreja, sobretudo no Oriente, onde recebeu o nome de Isapóstolo, isto é, igual aos apóstolos. Na realidade, nos assuntos externos da Igreja, o Imperador considerava-se acima dos próprios Bispos, o Bispo dos Bispos, com inevitáveis intromissões nos próprios assuntos internos, uma vez que, com a sua mentalidade ainda pagã, não estava capacitado para entender e aceitar um poder espiritual diferente e acima do civil ou político. E talvez São Silvestre, na sua simplicidade, tivesse sido o Papa ideal para a circunstância. Outro Papa mais exigente, mais cioso da sua autoridade, teria irritado a megalomania de Constantino, perdendo a sua proteção. Ainda estava muito viva a lembrança dos horrores por que passara a Igreja no reinado de Diocleciano, e São Silvestre, testemunha dessa perseguição que ameaçou subverter por completo a Igreja, terá preferido agradecer este dom inesperado da proteção imperial e agir com moderação e prudência.

Santa Melânia, a Romana (†410) , 31 de Dezembro

Santa Melania (a avó de Melania, a jovem) foi uma patriota, casada com Valério Máximo, prefeito de Roma no ano de 362. Aos 22 anos de idade ficou viúva e mudou-se para a Palestina, deixando seu filho Publicola aos cuidados de tutores. Na Palestina, fundou um monastério em Jerusalém com 50 moças que se consagraram ao serviço de Deus. No monastério, Melania se entregou a uma vida austera, de orações e de caridade. Tempos depois seu filho Publicola chegou a ocupar um posto no senado romano e se casou com Albina, uma cristã, filha de Albino, um sacerdote pagão. Do casamento de Albina com o filho de Melânia, Senador Publicola, nasceu Melania, a jovem, criada e educada na fé cristã por sua mãe, na luxuosa residência do senador Publicola, cristão também, mas demasiado ambicioso para ocupar-se de sua fé. Desejando ter um herdeiro varão a quem pudesse deixar toda a sua fortuna e para que perpetuasse o aristocrático nome de sua família, Publicola prometeu sua filha, a jovem Melania, em casamento a Valério Piniano, um parente seu que era filho de Valério Severo. Porém, a jovem Melania desejava conservar sua virgindade para consagrar-se por inteiro a Deus.

SÃO SILVESTRE Papa

O longo pontificado de São Silvestre (de 314 a 335) correu paralelo ao governo do imperador Constantino, numa época muito importante para a Igreja recém saída da clandestinidade e das perseguições. Foi nesse período que se formou uma organização eclesiástica que duraria por vários séculos. Nesta época, teve lugar de destaque o imperador Constantino. Este, de facto, herdeiro da grande tradição imperial romana, considerava-se o legítimo representante da tradição imperial romana, considerava-se o legítimo representante da divindade (nunca renunciou ao título pagão de “Pontífice Máximo”), e logo também do Deus dos cristãos e por isso encarregado de controlar a Igreja como qualquer outra organização religiosa. Foi ele, por isso, e não o Papa Silvestre, quem convocou no ano 314, um sínodo para sanar um cisma que irrompera em África e foi ele ainda quem, em 325 convocou o primeiro Concílio Ecuménico da história, em Nicéia, na Bitínia, residência de verão do imperador. Silvestre, enviou representantes ao importante acontecimento: o bispo Ósio de Córdoba e dois sacerdotes.

CATARINA LABOURÉ Religiosa Lazarista, Vidente, Santa 1806-1876

A VIDENTE DA MEDALHA MILAGROSA 
Por muitos anos ninguém soube como surgiu a Medalha Milagrosa. Apenas em 1876 tornou-se público que uma humilde religiosa, falecida naquele ano, é que recebera da Mãe de Deus a revelação dessa Medalha.  
***** 
Na pequena aldeia de Fain-les-Moutiers, na Borgonha, Catarina nasceu a 2 de maio de 1806, a nona dos onze filhos de Pedro e Luísa Labouré, honestos e religiosos agricultores. Quando tinha apenas nove anos, Catarina perdeu a mãe. Após o funeral, a menina subiu numa cadeira em seu quarto, tirou uma imagem de Nossa Senhora da parede, osculou-a e pediu-lhe que Ela se dignasse substituir sua mãe falecida. Três anos depois, sua irmã mais velha entrou para o convento das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo. Couberam a Catarina, então com 12 anos, e à sua irmã Tonete, com 10, todas as responsabilidades domésticas. Foi nessa época que ela recebeu a Primeira Comunhão.

Santa Melânia, a jovem – 31 de dezembro

      Melânia Valéria nasceu em 383, filha de nobilíssima família senatorial romana. Desejava se consagrar a Deus, mas, aos 14 anos seus pais casaram-na com Valério Piniano. Com esse casamento reuniam-se dois ramos de uma das maiores famílias do Império Romano (ela, filha de Valério Publicola, da família Valéria, e de Ceionia Albina, da família Ceionia; ele, seu primo, também da família Valéria), conservando-se também o patrimônio mais rico existente na aristocracia romana.    Depois de terem filhos que morreram em tenra idade, os dois esposos decidiram viver em castidade. Melânia resolveu desfazer-se de seus bens para se dedicar inteiramente à oração e ao estudo dos Livros Sagrados. Mas, foram precisos anos para que ela conseguisse doar sua fortuna, definida por um autor como mundial. De fato, além de joias, prataria e preciosidades artísticas, Melânia possuía bens na Itália, Sicília, Gália, Espanha, África Proconsular, Numídia, Mauritânia, Mesopotâmia, Síria, Palestina e Egito. Sua fortuna era tão grande, que um palácio em Roma ficou sem comprador por não se achar quem tivesse dinheiro para o adquirir. Ela deu liberdade a oito mil escravos que tinha herdado.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 31 DE DEZEMBRO

  
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Oração da manhã para todos os dias 

Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
31 – Quinta-feira – Santos: Silvestre I, Catarina Labouré, Melânia
Evangelho (Jo 1,1-18) “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. No princípio, estava ela com Deus.”
No último dia do ano, lemos o início de evangelho de João, que fala da eternidade do Filho de Deus, que veio viver neste nosso tempo, tão mutável e tão rápido. É sua presença em nós, em nossos dias que pode ajudar-nos a viver de modo a transformar esta vida transitória em gestação da vida na eternidade,  na plenitude da felicidade e da paz. Não deixemos passar alegria e esperança. Amém.
Oração
Senhor meu Deus, chegando ao fim do ano coloco diante de vós esses meus dias que passaram rápidos. Perdoai minhas falhas, consertai meus erros, e dai-me coragem para recomeçar. Agradeço esse ano. Pensando bem, tenho de dizer que foram dias abençoados e felizes, que nem minhas fraquezas conseguiram enevoar. Bendito sejais por cada passo, cada momento que me destes viver. Amém.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

85. DESAFIOU A DEUS, MAS...

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Napoleão foi um grande general, mas um cheio de presunção. 
Na invasão da Rússia teria dito: 
-“Nem Deus poderá fazer cair as armas das mãos dos meus soldados”. 
Veio o inverno russo com muitos graus abaixo de zero. 
Os rios transformaram-se em camadas de gelo. 
E as mãos dos soldados, endurecidas pelo frio, tiveram que soltar as armas.
Pouco antes da batalha de Waterloo, caiu uma chuvinha que molhou o campo de batalha, impedindo os soldados de locomoverem-se. 
Foi a derrota final. 
Depois o exílio. 
E também a conversão. 
Palavra de vida: Quem como Deus? – exclamou São Miguel Arcanjo ao enfrentar os anjos revoltosos.

REFLETINDO A PALAVRA - “A história do amor de Deus”!

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Neste quarto domingo do Advento
estamos no segundo tempo do Advento, isto é, a preparação imediata para o Natal. A liturgia desta “novena” quer fazer-nos conhecer a pessoa de Cristo pois os textos privilegiam os oráculos messiânicos. Ele é o mistério escondido durante séculos e agora revelado. O mistério de Deus não é para ficar escondido, mas proclamado através da pessoa de Jesus e também de nós que O acolhemos. 
Para iniciar a história da salvação Deus escolhe homens concretos: Escolhe um povo, escolhe uma família e escolhe Davi. Escolhe sua descendência e lhe garante um trono eterno que será ocupado por Jesus. Esse dom se concretiza em Maria, filha do povo de Israel, filha de Davi, também ela escolhida. Nela se concretizam as promessas na pessoa de seu Filho Jesus, Filho de Deus, Filho de Davi, como vemos no evangelho da Anunciação. Maria dá seu consentimento e realiza-se a encarnação do Verbo de Deus. É revelado o mistério oculto desde toda eternidade! Este mistério é a missão de Cristo de nos conduzir ao Pai, dando a salvação a todos. Começando por Davi, vai acabar em você. Todo o mistério da encarnação e nascimento de Cristo tem a ver comigo. Por isso Maria anuncia: faça-se em mim sua vontade! Este evangelho vivido quer indicar que a salvação se realiza em mim. E Deus promete no salmo 88: para sempre vou manter meu amor. 
Quando falamos de salvação vemos sempre nossa situação negativa e a situação desastrosa do mundo. É a mania que temos de ver o lado escuro. Mas há o lado brilhante: a presença de Deus que penetra nosso mundo para elevá-lo através de Jesus e a colaboração da humanidade realizada pelo povo de Israel, a família de Davi e concretamente por Maria. O sim de Maria é nosso sim. Maria se engravida por obra do Espírito. É a humanidade que se torna grávida de Deus. É a natureza humana que se une à divindade na pessoa de Jesus. E não se separa mais. Estamos comprometidos com Deus. É o mistério revelado. 
Faça-se em mim sua vontade! Jesus também disse estas palavras para iniciar sua missão no mundo: “Eis que venho fazer vossa vontade”. Para nós fazermos a vontade de Deus necessitamos viver o mistério da Encarnação e do Nascimento: Viver crendo que Jesus vive no meio de nós e participar, por Ele, da natureza divina. Viver como Filhos de Deus, como irmãos. A presença de Deus no mundo mostra o amor imenso que tem por nós. Isso é a salvação. Viver o amor é crer e viver o mistério. Daí decorre também que a piedade mariana tem a ver com a salvação e não somente com um belo sentimento. Assim viveremos a vontade de Deus, como Maria viveu. 
(Leituras: 2 Samuel 7,1-5.8-12.14.16 ; 
Romanos 16,25-27; Lucas 1,26-38)
Homilia do 4º domingo do Advento
EM DEZEMBRO DE 2002

EVANGELHO DO DIA 30 DE DEZEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 2,36-40. 
Quando os pais de Jesus levaram o Menino a Jerusalém, a fim de O apresentarem ao Senhor, estava no Templo uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do Templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações. Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Papa Francisco 
Encíclica «Lumen fidei/Luz da Fé»,§§50-51 
(trad. © Libreria Editrice Vaticana, rev.) 
«Começou a falar acerca do Menino a todos 
os que esperavam a libertação de Jerusalém» 
Ao apresentar a história dos patriarcas e dos justos do Antigo Testamento, a Carta aos Hebreus põe em relevo um aspeto essencial da sua fé; esta não se apresenta apenas como um caminho, mas também como edificação, preparação de um lugar onde os homens possam habitar uns com os outros. Se o homem de fé assenta no Deus-Ámen, no Deus fiel (cf Is 65,16), tornando-se por isso firme, podemos acrescentar que a firmeza da fé se refere também à cidade que Deus está a preparar para o homem. A fé revela quão firmes podem ser os vínculos entre os homens, quando Deus Se torna presente no meio deles. Não evoca apenas uma solidez interior, uma convicção firme do crente; a fé também ilumina as relações entre os homens, porque nasce do amor e segue a dinâmica do amor de Deus. O Deus fiável dá aos homens uma cidade fiável. Devido precisamente à sua ligação com o amor (cf Gal 5,6), a luz da fé coloca-se ao serviço concreto da justiça, do direito e da paz. A fé nasce do encontro com o amor gerador de Deus, que mostra o sentido e a bondade da nossa vida; esta é iluminada na medida em que entra no dinamismo aberto por este amor, isto é, enquanto se torna caminho e exercício para a plenitude do amor. A luz da fé é capaz de valorizar a riqueza das relações humanas, a sua capacidade de perdurarem, de serem fiáveis, de enriquecerem a vida comum. A fé não afasta do mundo, nem é alheia ao esforço concreto dos nossos contemporâneos. Sem um amor fiável, nada poderia manter verdadeiramente unidos os homens: a unidade entre eles seria concebível apenas enquanto fundada sobre a utilidade, a conjugação dos interesses, o medo, mas não sobre a beleza de viverem juntos, nem sobre a alegria que a simples presença do outro pode gerar. A fé é um bem para todos, um bem comum: a sua luz não ilumina apenas o âmbito da Igreja nem serve somente para construir uma cidade eterna no além, também ajuda a construir as nossas sociedades, de modo que caminhem para um futuro cheio de esperança.

SÃO FÉLIX I, PAPA

Félix, sacerdote romano e Papa, de 269 a 274, mandou celebrar Missas diante dos túmulos, que continham relíquias dos mártires cristãos. 
Defendeu com força a doutrina sobre a Trindade divina e a Encarnação do Verbo.

Sagrada Família - 30 de dezembro

A SAGRADA FAMÍLIA, IMAGEM MODELO DE TODA A FAMÍLIA HUMANA, AJUDA CADA UM A CAMINHAR NO ESPÍRITO DE NAZARÉ
Da alocução de Paulo VI, Papa, em Nazaré, 5.1.1964: 
O exemplo de Nazaré: Nazaré é a escola em que se começa a compreender a vida de Jesus, é a escola em que se inicia o conhecimento do Evangelho. Aqui se aprende a observar, a escutar, a meditar e a penetrar o significado tão profundo e misterioso desta manifestação do Filho de Deus, tão simples, tão humilde e tão bela. Talvez se aprenda também, quase sem dar por isso, a imitá-la. Aqui se aprende o método e o caminho que nos permitirá compreender facilmente quem é Cristo. Aqui se descobre a importância do ambiente que rodeou a sua vida, durante a sua permanência no meio de nós: os lugares, os tempos, os costumes, a linguagem, as práticas religiosas, tudo o que serviu a Jesus para Se revelar ao mundo. Aqui tudo fala, tudo tem sentido. Aqui, nesta escola, se compreende a necessidade de ter uma disciplina espiritual, se queremos seguir os ensinamentos do Evangelho e ser discípulos de Cristo. Quanto desejaríamos voltar a ser crianças e acudir a esta humilde e sublime escola de Nazaré!

Santa Anísia de Tessalônica, mon. e mártir (início do séc. IV) , 30 de Dezembro

Santa Anísia nasceu na cidade de Tessalônica, na Grécia, nos fins do século III. Seus pais eram pessoas bondosas, de muita fortuna e muito devotos. Educaram sua filha na fé cristã. Anísia tornou-se órfã muito cedo, e herdeira de muitos escravos, terras e jóias. Naquele tempo, persistiam ainda as perseguições aos cristãos. Havia um mandato do imperador Maximiano (284-305) determinando que os cristãos que não abjurassem sua fé e não oferecessem sacrifícios aos ídolos pagãos deveriam ser martirizados. Assim, qualquer pessoa poderia matar impunemente um cristão. Sabendo que era difícil os ricos entrarem no Reino dos Céus, Anísia libertou seus escravos, vendeu suas propriedades e ajudou os necessitados: viúvas, órfãos, mendigos e presos. Não os ajudava somente com dinheiro, como também cuidava dos doentes e consolava os aflitos.

RUGERO DE CANE - Bispo, Santo + 1129

Rugero nasceu entre 1060 e 1070, na célebre e antiga cidade italiana de Cane. O seu nome, de origem normanda, sugere que seja essa a sua origem. Além dessas poucas referências imprecisas, nada mais se sabe sobre sua vida na infância e juventude. Mas ele era respeitado, pelos habitantes da cidade, como um homem trabalhador, bom, caridoso e muito penitente. Quando o bispo de Cane morreu, os fiéis quiseram que Rugero ficasse no seu lugar de pastor. E foi o que aconteceu: aos trinta anos de idade, ele foi consagrado bispo de Cane. No século II, essa cidade havia sido destruída pelo imperador Aníbal, quando expulsou o exército romano. Depois, ela retomou sua importância no período medieval, sendo até mesmo uma sede episcopal. No século XI, mais precisamente em 1083, por causa da rivalidade entre o conde de Cane e o duque de Puglia, localidade vizinha, a cidade ficou nova-mente em ruínas. O bispo Rugero assumiu a direcção da diocese dentro de um clima de prostração geral.

Beata MARGARIDA COLONA

Margarida nasceu em 1255, no castelo de seus pais a 40 quilómetros de Roma. 
Perdeu o pai pouco depois de nascer e a mãe aos dez anos. 
Foi posta sob a tutela de seu irmão João. 
Quando atingiu dezoito anos e a quis casar, João verificou que, tanto Margarida como seu irmão Tiago, se tinham apaixonado pelos ideais franciscanos e nada os pôde demover. 
Tiago chegou a cardeal defensor da Ordem, enquanto Margarida se retirou para um pequeno convento, dizendo ter sido agraciada com uma aparição da Virgem Maria. 
Não estando sujeita a clausura, pôde entregar-se às obras de caridade, especialmente junto dos Irmãos Menores doentes e dos leprosos. 
cf. José Leite, s.j.

EUGÉNIA RAVASCO - Religiosa, Fundadora, Beata (1845-1900)

Eugénia Ravasco nasceu em Milão no dia 4 de Janeiro de 1845, terceira dos seis filhos do banqueiro genovês Francisco Mateus e da nobre senhora Carolina Mozzoni Frosconi. Foi baptizada na Basílica de Santa Maria da Paixão e recebeu o nome de Eugénia Maria. A família rica e religiosa, lhe ofereceu um ambiente cheio de afectos, de fé e uma fina educação. Depois da morte pre-matura de dois filhinhos e também da perda da jovem mulher, o pai retornou a Génova, levando con-sigo o primogénito Ambrósio e a última filha Elisa com apenas um ano e meio. Eugénia ficou em Milão com a irmãzinha Constância, entregue aos cuidados da tia Marieta Anselmi, que como uma verdadeira mãe, cuidou do seu cresci-mento, educando-a com amor, mas também com firmeza. Eugénia, vivaz e expansiva, na sua infância, a considerou sua mãe e se uniu a ela com grande afecto. No ano de 1852 se reuniu a sua família em Génova. O desapego da tia lhe causou uma dor fortíssima, que a fez adoecer. Em Génova, sua sede definitiva, reencontrou o pai e os dois irmãos. Conheceu o tio Luís Ravasco que tanto influenciou na sua formação. E também a tia Elisa Parodi e os seus dez filhos com os quais Eugénia viveu por algum tempo. Mas se afeiçoou particularmente a sua irmã menor, Elisa, que era reservada e sensível, estabelecendo com ela uma profunda sintonia espiritual. Após três anos, em marco de 1855, morreu também seu pai. O tio Luís Ravasco, banqueiro e cristão convicto, assumiu os seus sobrinhos órfãos. Providenciou a todos uma boa formação e confiou as duas irmãs a uma governanta qualificada.

JOÃO MARIA BOCCARDO - Sacerdote, Fundador, Beato 1848-1913

Em 1848, 20 de Novembro nasce o pequeno João Maria Boccardo, em Testona, município de Moncalieri. Família pobre com 8 irmãos mas muito religiosa, sentiu o chamado, entra no seminário e é ordenado sacer-dote em 3 de Junho de 1871. Trabalha no seminário como assistente e depois como reitor por vários anos. No dia 10 de Setembro de 1882 aos 34 anos de idade, recebe a proposta de assumir uma paróquia, no mo-mento sem pastor. Cidade pequena, 3000 habitan-tes: Pancalieri. Em junho de 1884 os seus paroquianos são atingidos por uma epidemia: A cólera. As providências sani-tárias são tomadas. Padre João Maria Boccardo e o grupo das Filhas de Maria redobram sua dedicação. Ninguém fica sem os sacramentos. E a epidemia de-sapareceu, tudo volta a normalidade. Mas o Pároco continua afligido por que tem muitas famílias enlu-tadas, dizimadas, atingidas pela miséria. Ele sente que a paróquia precisa continuar fazendo alguma coisa com campo da caridade.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE DEZEMBRO

  
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Oração da manhã para todos os dias 

Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 – Quarta-feira – Santos: Anísia, Libério, Sabino
Evangelho (Lc 2,36-40) Havia uma profetisa, chamada Ana..Era  de idade muito avançada; quando jovem, fora casada e vivera sete anos com o marido.”
Ana,  de oitenta e quatro anos, era considerada profetisa, que as pessoas procuravam para pedir conselhos e orientações na vida. Sua figura lembra-me tantas Anas que temos entre nós. Mulheres experientes, sábias e bondosas. Tias, avós, são uma bênção de Deus para nossas famílias. Nem sempre lhes prestamos atenção, mas ai estão elas, terço na mão, dando-nos apoio na caminhada.
Oração
Senhor Jesus, lembro-me agora que a tradição diz que vossa avó se chamava Ana. Sinto-me, por isso, à vontade para pedir que olheis por nossas “Anas”. Conservai-as entre nós, dai-lhes alegria e muita sabedoria, para que nos ajudem a acertar. Fazei que sua presença em nossa família, na vizinhança  ou na paróquia seja valorizada. Dai-lhes ainda nesta vida recompensa por seu amor. Amém.

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

84. O AVIÃO E OS MENINOS

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
O majestoso avião a jato ganhou rapidamente as alturas naquela tarde avermelhada. 
Lá em baixo, uma natureza rica de surpresas e cenários deslumbrantes. 
O horizonte esbanjava cores crepusculares. 
Os picos das serras erguiam-se acima das nuvens. 
E a vastidão imensa alargava-se cada vez mais, à medida que a aeronave estendia suas conquistas. 
Alguns passageiros esconderam-se atrás de jornais e revistas, outros pegaram no sono e alguns olhavam indiferentemente para as modernas instalações do avião. 
Ninguém estava ligando para aquelas belezas. 
Ninguém, não. 
Apenas duas crianças apertavam seus narizinhos contra a janela para apreciar melhor a paisagem lá fora. 
Estavam extasiadas. 
Seus olhinhos abriam-se desmesuradamente para ver mais. 
Palavra de vida: O mundo está cheio de belezas. 
Basta olhar para fora da janela. 
Basta caminhar de olhos abertos. 
Basta sacudir para longe a rotina do dia. 
“Céus e terra, louvai o Senhor”. (Sl 148,4)

REFLETINDO A PALAVRA - “Deus vem para a alegria dos pobres”!

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Este domingo tem a bela característica de alegria
. No meio do tempo mais sério da reflexão do Advento, começam a espocar alguns fogos anunciando a festa. É um raio de alegria que nos anima à alegria imensa pela salvação que recebemos. Com Maria dizemos: “minha alma se alegra no Senhor”! 
João diz que Jesus é a Luz. 
“Ele veio para dar testemunho da luz”. João não se põe no lugar de Cristo. Sua grandeza é reconhecer e testemunhar Aquele que Deus enviou para ser a Luz. João já exultara de alegria com a presença do Salvador, quando as duas mães se encontram, ainda grávidas. Paulo diz que estejamos sempre alegres. O humor cristão é a alegria. A tristeza é perder a Cristo! O profeta fala de revestir-se das vestes de salvação, que são as vestes da alegria. Esta alegria nasce nas obras do Espírito em nós, e nas obras do Espírito que realizamos no mundo: cuidar dos humildes, dando-lhes a notícia agradável que Deus vai cuidar deles, libertá-los e transformar seu mundo em justiça conforme a primeira leitura. 
Este texto de Isaias que Jesus proclamou na sinagoga de Nazaré é uma leitura da situação do mundo e da proposta evangélica de transformação de todas estas dores. Todo aquele que é de Cristo reveste-se de Cristo, como diz Paulo. E a veste de Cristo é sua entrega ao Pai no serviço aos irmãos. “O que o Pai quer eu faço”. O Pai “quer que todos vivam e tenham vida em abundância”. Fazer do Advento um tempo de preparação para o Natal é acolher a missão de Cristo e transformar-se, como Ele, em Luz para o mundo. O cristão, com sua caridade, faz parte do mundo, mas não é do mundo. O mundo ao qual não pertence é o mundo que não ama e que oprime. Mas onde há um pingo de amor, há um raio de luz e uma fonte de grande alegria. Deus aí nasce e cresce. 
Como vamos ser testemunhas da Luz como foi João Batista? Sendo luz no mundo, tendo o mesmo Espírito que está sobre Jesus e lhe dá um programa de vida: Enviou-me para anunciar aos pobres a boa notícia de sua libertação, da cura de suas feridas e o tempo da remissão total. Cristianismo sem o programa de Cristo é destruição da pureza do Evangelho. Assim muitos querem. Assim anulam a Igreja e destroem o Reino. Deixemo-nos revestir pelas vestes de salvação. O Senhor fará germinar sua justiça, quando nossas obras forem de justiça. A Igreja tem tentação de se esconder nas sacristias, falar de coisas somente espirituais e preocupar-se com exterioridades. Mas ela deve ser a portadora desta mensagem a custa de seu sangue. Jesus fez assim e por isso lhe foi custosa a vida. É o caminho do cristão! É caminho de alegria! 
(Leituras: Is 61,1-2.10-11; 
1Ts 5,16-24;Jo1,6-8.19-28) 
Homilia do 3º domingo do Advento 
EM DEZEMBRO DE 2002

EVANGELHO DO DIA 29 DE DEZEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 2,22-35. 
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor, como está escrito na Lei do Senhor: «Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor», e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor. Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele. O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor; e veio ao Templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito, Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo». O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que dele se dizia. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; e uma espada trespassará a tua alma - assim se revelarão os pensamentos de todos os corações». 
Tradução litúrgica da Bíblia
São Cipriano(200-258) 
Bispo de Cartago e mártir 
Sobre a morte, 2-3 
«Agora, Senhor, deixareis ir em paz 
o vosso servo» 
«O Reino de Deus está próximo» (Lc 21,31). Aproxima-se o Reino de Deus, irmãos muito queridos. Com o fim do mundo, anuncia-se já a recompensa da vida, a felicidade da salvação eterna, a segurança perpétua e a alegria do paraíso que outrora perdemos. E já as realidades do Céu se sucedem às realidades humanas, as grandes às pequenas, as eternas às temporais. Haverá lugar à inquietação, à apreensão pelo futuro? Está escrito que «o justo viverá da fé» (Rom 1,17). Se fordes justos e viverdes da fé, se acreditardes verdadeiramente em Jesus Cristo, é natural que vos alegreis ao ser chamados a Ele, uma vez que estais certos da promessa de Deus e destinados a estar com Cristo. Vede o exemplo de Simeão, o justo: era verdadeiramente justo e observou fielmente os mandamentos de Deus. Uma inspiração divina tinha-lhe dado a conhecer que não morreria sem primeiro ter visto a Cristo; e assim, quando Cristo, ainda criança, foi ao Templo com sua Mãe, percebeu, iluminado pelo Espírito Santo, que o Salvador tinha nascido, como lhe fora predito, e compreendeu que a sua morte estava iminente. Alegre com essa perspetiva, e certo de que seria em breve chamado para junto de Deus, tomou o Menino nos braços e exclamou, bendizendo o Senhor: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação». Demonstrava assim que a paz de Deus é para os que O servem, que gozam de doce quietude e liberdade quando, subtraídos aos tormentos do mundo, alcançam o refúgio e a segurança eternos. Só então a alma encontra a paz verdadeira, o repouso total, a segurança duradoura e perpétua.

SÃO TOMÁS BECKET, BISPO DE CANTUÁRIA, MÁRTIR

"Aceito a morte, em nome de Jesus 
e pela Igreja”. 
Tomás Becket pronunciou estas palavras pouco antes de morrer. Assim, cumpria-se uma parábola extraordinária do seu testemunho cristão. Aquele homem poderoso, acostumado a comandar, morreu como mártir e servo de Cristo, por não renegar à sua fé e por manter a liberdade da Igreja Católica.
Estadista Tomás nasceu em Londres, em 1118, em uma família de origem da Normandia. Desde a juventude, foi encaminhado à carreira eclesiástica. Formou-se na Abadia de Merton e, a seguir, estudou na França e frequentou a universidade de Bolonha, distinguindo-se sempre pelas suas qualidades intelectuais. Em 1154, foi arquidiácono na diocese de Cantuária; no ano seguinte, o novo Rei da Inglaterra, Henrique II, o nomeou Chanceler do seu reino. Tomás era o homem de maior confiança do monarca; vivia uma vida de bem-estar e não renunciava às insígnias e privilégios do poder. Não obstante, o nosso Santo nunca deixou de ser generoso com os pobres e demonstrou sua liberdade interior mesmo diante do soberano, do qual não só era conselheiro, mas também pessoa de confiança. 

Os Santos Meninos Inocentes, mártires, séc. I (cerca de 14.000) decapitados por Herodes , 29 de Dezembro

A Igreja honra como mártires este coro de crianças, vítimas do terrível e sanguinário rei Herodes, arrancadas dos braços das suas mães para escrever com o seu próprio sangue a primeira página do álbum de ouro dos mártires cristãos e merecer a glória eterna, segundo a promessa de Jesus: “Quem perder a vida por amor a mim há-de encontrará-la”.Herodes, chamado «o Grande», governava o povo judeu, dominado por Roma, na época do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Herodes era idumeo, isto é, não era um judeu pertencente à casa de David e Aarão, mas descendia de um povo que foi forçado a abraçar o judaísmo por um tal de João Hyrcan. Ocupava o trono da Judéia por um favor especial da casa Imperial de Roma. Portanto, desde que ouviu dizer que já estava no mundo um ser nascido como «rei dos judeus», a quem os três sábios magos do Oriente vieram adorar, Herodes ficou perturbado e vivia com medo de perder sua coroa.

CATARINA VOLPICELLI - Religiosa, Fundadora, Santa 1839-1894

Catarina Volpicelli, Fundadora das Servas do Sagrado Coração, pertence à classe dos «apóstolos, dos pobres e marginalizados», que no século XIX para Nápoles foram um luminoso sinal da presença de Cristo «Bom Samaritano», que se aproxima de cada homem que sofre no corpo e no espírito, para derramar sobre suas feridas, o óleo da consolação e o vinho da esperança (cf. Missal Romano, 2° ed. Italiana, Roma 1983, Prefácio comum VIII, p. 3752). Nascida em Nápoles, no dia 21 de janeiro de 1839, Catarina recebeu no seio de sua família de alta burguesia, uma sólida formação humana e religiosa. No colégio educandário San Marcelino, sob a guia sábia de Margarida Salatino (futura fundadora com o Beato Ludovico da Casoria das Irmãs Franciscanas Elisabetinas Bigie), aprendeu letras, línguas e música, o que não era frequente para as mulheres do seu tempo. Guiada então pelo Espírito do Senhor, que lhe reve-lava o projecto de Deus através da voz dos sábios e santos directores espirituais, Catarina que, no entanto, julgava-se mais importante que a sua irmã, a brilhar na sociedade frequentando teatros e espectáculos de danças, renunciou com prontidão os efémeros valores de uma vida elegante e despreocupada, para aderir com generosa decisão a uma vocação de perfeita santidade.

TOMÁS BECKET - Bispo, Mártir, Santo 1118-1170

Tomás Becket nasceu no dia 21 de dezembro de 1118, em Londres. Era filho de pai normando e cresceu na Corte ao lado do herdeiro do trono, Henrique. Era um dos jovens cortesãos da comitiva do futuro rei da Inglaterra, um dos amigos íntimos com que Henrique mais tinha afinidade. Era ambicioso, audacioso, gostava das diversões com belas mulheres, das caçadas e das disputas perigosas. Compartilharam os belos anos da adolescência e da juventude antes que as responsabilidades da Coroa os afastasse. Quando foi corado Henrique II, a amizade teve uma certa continuidade, porque o rei nomeou Tomás seu chanceler. Mas num dado momento Tomás voltou seus interesses para a vida religiosa. Passou a dedicar-se ao estudo da doutrina cristã e acabou se tornando amigo do arcebispo de Canterbury, Teobaldo. Tomás, por sua orientação, foi se entregando à fé de tal modo que deixou de ser o chanceler do rei para ser nomeado arcediácono do religioso. Quando o arcebispo Teobaldo morreu e o papa concedeu o privilégio ao rei de escolher e nomear o sucessor, Henrique II não vacilou em colocar no cargo o amigo. Mas o rei não sabia que o antigo amigo se tornara, de fato, um fervoroso pastor de almas para o Senhor e ferrenho defensor dos direitos da Igreja de Roma.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 29 DE DEZEMBRO

  
 flcastro22@gmail.com 

Oração da manhã para todos os dias 

Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
29 – Terça-feira – Santos: Tomás Becket, Segundo, Primiano
Evangelho (Lc 2,22-35) “Agora, Senhor, ... podes deixar teu servo partir em paz, porque meus olhos viram a tua salvação...
Apesar de o evangelho não o dizer, sempre imaginava Simeão como muito velho. Até perceber que, seja qual for minha idade, devo olhar para minha vida, para a salvação que Deus realiza em mim, e colocar-me em suas mãos, para o servir por muitos ou nem tantos anos. O importante é que viva o bem e a verdade, e que por amor me coloque a serviço de meus irmãos, para que sejam felizes.
Oração
Senhor meu Deus, hoje vos quero dizer: aqui estou. Fazei de mim o que bem quiseres. Estou em vossas mãos, acredito em vossas promessas; não vos peço vida longa, mas apenas uma vida cheia, toda a vosso serviço e ao de meus irmãos. Ajudai-me a querer sempre o que quereis, e tudo acontecerá como quero. E não permitais que azede com pessimismo os dias que me dais. Amém.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

83. TENTAÇÃO

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Rosa de Lima, ainda criança, brincava com o irmão no quintal. 
De repente o menino respinga de barro, sem querer, os longos e lindos cabelos que a menina cuidava com muita vaidade: 
- Onde viu isso, menino sem modos! 
Ele respondeu, muito sério: 
- Rosinha, o demônio aproveita o cabelo das mulheres como cordas para arrastá-las para a perdição. 
Ela aprendeu a lição. 
Hoje é Santa Rosa de Lima, Padroeira da América Latina. 
Palavra de vida: Não nos deixeis cair na tentação. (Lc 11,4)

REFLETINDO A PALAVRA - “Brotou a raiz de Jessé!”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Lendo o profeta Isaias
, ouvimos estas palavras: “Um broto sairá do tronco de Jessé e um rebento brotará de suas raízes” (Is, 11,1). Jessé o pai de Davi, o antepassado de Jesus. Maria é colocada na genealogia como aquela que dá a origem a Jesus dentro da família de Davi. Os antigos escritores dizem que este broto refere-se também a Maria. Uma mulher, Maria, é colocada entre Deus e a humanidade para a encarnação do Filho de Deus. Deus a preparou e lhe deu todos os dons para ser a Mãe de seu Filho Jesus. Nós a chamamos Virgem Mãe de Deus Imaculada, Assunta ao Céu em corpo e alma. 
Celebrando a festa da Imaculada somos convidados a compreender este dogma. A Igreja não inventa o dogma, mas recebe-o das Escrituras, da Tradição, da fé do povo de Deus, dos antigos santos escritores, do estudo dos teólogos e das celebrações litúrgicas. O povo de Deus sempre creu que Maria, desde o primeiro instante foi imaculada. Não teve o pecado original que todos nós temos. Pelo Batismo somos libertados deste pecado. 
O Papa Pio IX, proclamou este dogma em 1854 com estas palavras: “A Virgem Maria, desde o primeiro instante de sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus onipotente e em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha da culpa original...” (Bulla ineffabilis). Dogma é uma verdade que devemos aceitar na fé cristã. Maria, ao ser concebida no seio de Sant’Ana, foi libertada da culpa original e é assim redimida de todo mal pelos méritos da morte e ressurreição de Jesus. Mas Jesus não morrera ainda, como pode libertá-la? Sua redenção se estende a todos os tempos. Assim, como todos nós, ela, por primeiro, é salva. 
Para nossa vida prática, o que este ensinamento vem orientar? Primeiramente, vemos uma criatura como nós, já salva. Sinal bom, pois há possibilidade para todos de se salvarem e serem libertados da culpa original pelo batismo e dos pecados atuais pela graça de Deus e colaboração de cada uma. Em segundo lugar, Maria recebeu um dom particular e único. Nós recebemos o estímulo a buscar uma vida imaculada. Com a intercessão de Maria podemos vencer e conquistar o que ela recebeu por bondade de Deus e por colaboração pessoal com a graça. Vemos a graça redentora vencendo o pecado antes que domine Maria. Assim pode vencer em nós também. 
Em Maria, Deus abraça toda a humanidade e manifesta sua disposição e amor. Em certo sentido, como Cristo é o primogênito da nova humana, Maria é primogênita e a completa ação do mistério redentor de Cristo. É a retomada do ciclo da criação como nova. Ela é a garantia da fidelidade de Deus à promessa de redenção total. O corpo e alma de Maria, redimidos, realizam antecipadamente o novo céu e a nova terra animados pelo Espírito. Crer em Maria Imaculada, é crer em nossa possibilidade de sermos tocados pelo amor redentor de Jesus e vivê-lo como dom e conquista.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM DEZEMBRO DE 2002

EVANGELHO DO DIA 28 DE DEZEMBRO

Evangelho segundo São Mateus 2,13-18. 
Depois de os Magos partirem, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: «Levanta-te, toma contigo o Menino e sua Mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te diga, pois Herodes vai procurar o Menino para O matar». José levantou-se de noite, tomou consigo o Menino e sua Mãe e partiu para o Egito e ficou lá até à morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor anunciara pelo profeta: «Do Egito chamei o meu filho». Quando Herodes percebeu que fora iludido pelos Magos, encheu-se de grande furor e mandou matar em Belém e no seu território todos os meninos de dois anos ou menos, conforme o tempo que os Magos lhe tinham indicado. Cumpriu-se então o que o profeta Jeremias anunciara, ao dizer: «Ouviu-se uma voz em Ramá, lamentos e gemidos sem fim: Raquel chora seus filhos e não quer ser consolada, porque eles já não existem». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Cipriano (200-258) 
Bispo de Cartago e mártir 
Carta 58 
«O servo não é mais que o seu senhor» 
O apóstolo João escreveu: «Quem diz que permanece em Deus também deve caminhar como Ele caminhou» (1Jo 2,6); e São Paulo: «Somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos de Deus, somos também herdeiros: herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, pressupondo que com Ele sofremos, para também com Ele sermos glorificados» (Rom 8,16s). Irmãos caríssimos, imitemos Abel, o justo, que inaugurou o martírio sendo o primeiro a sofrer a morte pela justiça (Gn 4,8); imitemos os três jovens, Ananias, Azarias e Misael, que venceram um rei pelo valor da sua fé (Dn 3).Tanto os profetas a quem o Espírito Santo deu a conhecer o futuro, como os apóstolos que o Senhor escolheu nos ensinam, deixando-se matar, a morrermos, também nós, pela justiça. O nascimento de Cristo foi marcado pelo martírio de várias crianças de menos de dois anos, por causa do seu nome; incapazes de combater, elas conquistaram a coroa, para que ficasse bem claro que os que foram mortos por Cristo eram inocentes, crianças inocentes que foram mortas por causa do seu nome. O Filho de Deus sofreu para fazer de nós filhos de Deus e os filhos dos homens não querem sofrer para continuar a ser filhos de Deus? O Senhor do mundo lembra-nos: «Se o mundo vos odeia, reparai que, antes que a vós, Me odiou a Mim. Se viésseis do mundo, o mundo amaria o que é seu; mas, como não vindes do mundo, pois fui Eu que vos escolhi do meio do mundo, lembrai-vos da palavra que vos disse: o servo não é mais que o seu senhor» (Jo 15,18-20). Quando sustentamos o combate da fé, Deus olha para nós, os seus anjos olham para nós, Cristo olha para nós. Que glória, que sorte ter Deus a presidir à prova e ter Cristo como juiz, quando formos coroados! Armemo-nos, portanto, irmãos caríssimos, com todas as nossas forças, preparemo-nos para a luta de alma imaculada, fé plena e coragem generosa.

SANTOS INOCENTES - 28 de dezembro

A festa de hoje também é um convite a refletirmos sobre a situação atual desses milhões de “pequenos inocentes” 
A festa de hoje, instituída pelo Papa São Pio V, ajuda-nos a viver com profundidade este tempo da Oitava do Natal. 
Esta festa encontra o seu fundamento nas Sagradas Escrituras. Quando os Magos chegaram a Belém, guiados por uma estrela misteriosa, “encontraram o Menino com Maria e, prostrando-se, adoraram-No e, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes – ouro, incenso e mirra. E, tendo recebido aviso em sonhos para não tornarem a Herodes, voltaram por outro caminho para a sua terra. Tendo eles partido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: ‘Levanta-te, toma o Menino e sua mãe e foge para o Egito, e fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para o matar’. E ele, levantando-se de noite, tomou o Menino e sua mãe, e retirou-se para o Egito. E lá esteve até à morte de Herodes, cumprindo-se deste modo o que tinha sido dito pelo Senhor por meio do profeta, que disse: ‘Do Egito chamarei o meu filho’.

Santos Mártires de Nicomédia († 303) , 28 de Dezembro

No século VI, quando governava Diocleciano e Máximos, havia muitos cristãos na cidade de Nicomédia. O bispo da cidade era Antimos, homem digno que incansavelmente, noite e dia, rezava pelas almas dos fiéis. Este número expressivo de cristãos fez aumentar a inveja dos idólatras que desejavam eliminar as igrejas cristãs, principalmente as maiores e as centrais da cidade. Planejaram então na festa da Natividade fazer uma matança de cristãos. Os cristãos como nada sabiam, reuniram-se para celebrar o Nascimento de Cristo, normalmente. O bispo Antimos, ao saber que estavam rodeados por um exército e idólatras armados, ordenou que se celebrasse rapidamente o Sacramento da Eucaristia. Batizou os catecúmenos para lhes assegurar a salvação. Os idólatras atearam fogo na Igreja onde morreram muitos cristãos. Este trágico fato, no entanto, não diminuiu o número de membros da Igreja, pelo contrário, mais pessoas abraçaram a fé. Esta situação recorda as palavras de Jesus Cristo que disse: «edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela» (Mt 16,18) .