PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
Celebrando a festa da Imaculada somos convidados a compreender este dogma. A Igreja não inventa o dogma, mas recebe-o das Escrituras, da Tradição, da fé do povo de Deus, dos antigos santos escritores, do estudo dos teólogos e das celebrações litúrgicas. O povo de Deus sempre creu que Maria, desde o primeiro instante foi imaculada. Não teve o pecado original que todos nós temos. Pelo Batismo somos libertados deste pecado.
O Papa Pio IX, proclamou este dogma em 1854 com estas palavras: “A Virgem Maria, desde o primeiro instante de sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus onipotente e em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha da culpa original...” (Bulla ineffabilis). Dogma é uma verdade que devemos aceitar na fé cristã. Maria, ao ser concebida no seio de Sant’Ana, foi libertada da culpa original e é assim redimida de todo mal pelos méritos da morte e ressurreição de Jesus. Mas Jesus não morrera ainda, como pode libertá-la? Sua redenção se estende a todos os tempos. Assim, como todos nós, ela, por primeiro, é salva.
Para nossa vida prática, o que este ensinamento vem orientar? Primeiramente, vemos uma criatura como nós, já salva. Sinal bom, pois há possibilidade para todos de se salvarem e serem libertados da culpa original pelo batismo e dos pecados atuais pela graça de Deus e colaboração de cada uma. Em segundo lugar, Maria recebeu um dom particular e único. Nós recebemos o estímulo a buscar uma vida imaculada. Com a intercessão de Maria podemos vencer e conquistar o que ela recebeu por bondade de Deus e por colaboração pessoal com a graça. Vemos a graça redentora vencendo o pecado antes que domine Maria. Assim pode vencer em nós também.
Em Maria, Deus abraça toda a humanidade e manifesta sua disposição e amor. Em certo sentido, como Cristo é o primogênito da nova humana, Maria é primogênita e a completa ação do mistério redentor de Cristo. É a retomada do ciclo da criação como nova. Ela é a garantia da fidelidade de Deus à promessa de redenção total. O corpo e alma de Maria, redimidos, realizam antecipadamente o novo céu e a nova terra animados pelo Espírito. Crer em Maria Imaculada, é crer em nossa possibilidade de sermos tocados pelo amor redentor de Jesus e vivê-lo como dom e conquista.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM DEZEMBRO DE 2002
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