terça-feira, 30 de julho de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “A Ressurreição do Senhor”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
Este é o dia que o Senhor fez 
A Ressurreição de Jesus é o primeiro dia da nova criação. Por isso o guardamos como o dia do Senhor Ressuscitado. João escreve no Apocalipse: “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5). É o começo de um novo mundo. Agora é o tempo de Deus inaugurado na Ressurreição do Senhor. Jesus é o Homem Novo ao receber o sopro de vida do Espírito que O ressuscitou. Com sua vitória sobre o pecado e a morte, carregou consigo todo o universo. A Ressurreição é fundamental para nossa vida. Participando da Vigília Pascal, pudemos viver esse mistério na celebração litúrgica. Os símbolos celebrados nos introduziram no mistério do Cristo Ressuscitado. Passamos da morte para a vida com Ele. Segundo o evangelho do dia, Maria Madalena é o símbolo da busca. Procura um corpo que desaparecera. Há um sepulcro vazio, com um pano dobrado, como um invólucro que se esvaziou. Dois discípulos correm. Pedro entrou no sepulcro e viu. João, entrou, viu e acreditou. “Eles não tinham compreendido a Escritura segundo a qual, Ele devia ressuscitar dos mortos” (Jo 20,9). Após a vinda do Espírito torna-se claro para eles a realidade da Ressurreição. Esse Cristo que vive é o mesmo que esteve com eles e passou por toda parte fazendo o bem. Ele esteve com eles na normalidade da vida. Sabem também que isso deve ser testemunhado para que se creia e tenha o perdão (At 10,34 ss). 
O véu que cobria o rosto 
Somente à luz do Espírito podemos compreender o mistério da Ressurreição. É preciso tirar o véu da incredulidade, para ver o Ressuscitado. Notamos que o evangelho acentua que o pano que cobria o rosto estava de lado. Seu rosto está descoberto. Ao judeu, ao ser enterrado, cobria-se-lhe o rosto. Em Jesus, sua natureza humana era como um pano que cobria sua divindade. Agora podemos ver Deus em Sua face. Em Cristo podemos contemplar a face do Pai: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,9). De agora em diante, “Todo aquele que crê em Jesus, recebe, em seu nome, o perdão dos pecados” (At 10,43). Há outro véu que não encobre a visão, mas nos une a Cristo como vida escondida na vida de Cristo. Só veremos face a face, como agora somos vistos. Só veremos completamente quando “Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com Ele revestidos de gloria”(Cl 3,4). Os discípulos foram os escolhidos para verem Cristo ressuscitado. 
Vida escondida com Cristo 
Rezamos nessa Eucaristia: “Concedei que, celebrando a Ressurreição do Senhor, renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos na luz da vida nova”. A vida nova é a união com Cristo e fazer o bem. Diz Pedro: “Ele andou por toda a parte fazendo o bem”. Por isso Paulo estimula os cristãos “a buscar a vida do alto onde está Cristo... pois nascestes de novo e vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus” (Cl 3,2-3). Na Eucaristia nos alimentamos desse mistério. Rezamos na oração das oferendas: “Oferecemos esse sacrifício pelo qual a vossa Igreja renasce e se alimenta”. O mesmo Espírito Santo pelo qual ressuscitou Jesus tem a mesma força de ressurreição em nós. A Ressurreição transforma a vida dos discípulos. O vigor com que anunciam Jesus só tem explicação na força da fé transmitida por Cristo Ressuscitado. Podemos interpretar nossa acomodação em não anunciar o evangelho com vigor com uma fé que não parte de Cristo Vivo Ressuscitado. Se creio anuncio.

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