PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
1867. A história do povo de Deus
A história do povo de Deus não termina com Jesus, mas continua fazendo seu caminho até a consumação dos tempos “quando Cristo entregar o Reino a Deus Pai” (1Cor 15,24). Nós fazemos parte dela. Damos nossa contribuição e recebemos seus ensinamentos. Celebrando os acontecimentos e pela memória sacramental, participamos da graça da salvação. Refazemos o caminho e o caminho nos refaz. As celebrações da Igreja começam com o domingo que é o dia da reunião da comunidade com o Senhor. Assim nos relatam os Atos dos Apóstolos narrando que as aparições do Ressuscitado que se davam no oitavo dia, o domingo. Depois, já no século II temos notícias da preparação da Páscoa com dias de jejum. Surgem a seguir os 40 dias de Jejum que chamamos Quaresma. Já pelo ano 380 temos o testemunho de uma monja espanhola, Etheria, que visitou todos os lugares bíblicos e narrou como eram as celebrações. A liturgia de Jerusalém inspira a liturgia da Igreja, sobretudo na Semana Santa. Jerusalém tem uma característica só sua de ser uma liturgia geográfica, isto é, celebra os acontecimentos nos lugares onde ocorreram. Estas se concluíam sempre na basílica da Ressurreição, chamada também Santo Sepulcro pelos cruzados. Esses ritos estão presentes em nossas celebrações desta Santa Semana. Basta ver a procissão do domingo de Ramos. Toda a celebração da Páscoa está preparada para a celebração dos batismos que eram realizados somente na Vigília Pascal. O Batismo é a passagem da morte para a vida, em Jesus que passou da morte para a Vida. Por isso a celebração da Vigília Pascal tem diversos ritos que explicitam a graça do Batismo.
1868. Ensinamento da Paixão
Não podemos falar mais de Semana Santa, mas sim, de Tríduo Pascal que são a Sexta-Feira Santa, começando com a Ceia do Senhor, o Sábado Santo, e o domingo da Páscoa que se encerra na tarde do domingo. São três momentos da mesma Páscoa. Notemos que o dia litúrgico inicia-se na véspera. A Vigília é o centro de toda vida da Igreja. Ali é que se dá o momento da celebração da Ressurreição. Começamos com a Ceia na qual Jesus institui a Eucaristia que torna presente sua Morte e Ressurreição. O Mistério Pascal de Cristo envolve toda a vida de Cristo, centrando-se em sua Paixão e Ressurreição. Lembrando sua Paixão na Sexta-Feira Santa podemos compreender como Deus quis nos remir. Precisava tanto sofrimento? Não. Aconteceu assim, porque o mal dominou o coração dos homens. E Jesus suportou porque quis amar até o extremo do amor. Sem nos unirmos aos sofrimentos de Cristo, através de nossos sofrimentos e também nossa participação litúrgica e espiritual, não podemos entender o que significa
1869. Glória da Ressurreição
A Ressurreição é o ponto máximo da vida da Igreja. Ali está a garantia total dos ensinamentos de Jesus e a certeza que também seremos ressuscitados. “Se Cristo não ressuscitou, vazia é nossa pregação, vazia também é vossa fé” (1Cor 15,14). Por isso celebramos com intensidade esse momento. A celebração não é só a lembrança de um fato, mas sua realização para nós. Não fatos em que lembramos, mas verdades das quais participamos recebendo toda a graça correspondente a esse mistério celebrado. A fé católica ensina que participamos e não assistimos a um teatro. As leituras proclamadas anunciam o acontecimento. Os ritos sacramentais realizam os acontecimentos para nós. Por isso dizemos: participamos. Quando dizemos memória, dizemos no sentido hebraico, como vemos na Ceia Pascal. Paulo ensina que fazemos memória (1Cor 11,24).
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