Em S. Simão saudamos um parente próximo de Nosso Senhor Jesus Cristo. O pai, Cleófas, era irmão de São José, e sua mãe, Maria, parente muito chegada da Santíssima Virgem. Era irmã do Apóstolo São Tiago Menor, amigo muito dedicado de Nosso Senhor, testemunha ocular de sua Paixão e Ressurreição. Com os demais Apóstolos recebeu o Espírito Santo no dia de Pentecostes, e quando estes procuraram cada um o campo de sua acção evangélica, Simão ficou em Jerusalém, com seu irmão Tiago, primeiro Bispo daquela cidade. São Tiago sucumbiu à sanha feroz dos judeus e morreu mártir. São Simão, por ordem do Conselho dos Apóstolos, continuou a obra do irmão, sucedendo-lhe como Bispo de Jerusalém. Com um zelo verdadeiramente apostólico, pregou a doutrina de Cristo a judeus e pagãos, e pelo exemplo edificou a jovem Igreja jerusalemitana.
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Sob seu governo cumpriu-se a terrível profecia de Nosso Senhor sobre Jerusalém. Os judeus, em vez de ouvir os conselhos dos Apóstolos, correram atrás de falsos profetas e levantaram-se contra os romanos, o que foi sua perdição. Antes, porém, do imperador Vespasiano cercar e atacar a cidade, os cristãos, por um aviso que receberam do céu, tiveram tempo de providenciar o seu êxodo. Simão, obedecendo à voz de Deus, retirou-se para a cidade de Pela, onde, com toda a calma, pode dedicar- se ao múnus apostólico, enquanto em Jerusalém não ficou pedra sobre pedra. Mais de um milhão de homens morreram de fome, de miséria, vitimados por doenças, ou crucificados pelos romanos; cem mil judeus foram levados à escravidão. Tendo terminado o terrível castigo, com que Deus profligou a cidade deicida, os cristãos voltaram, e por entre os escombros e ruínas construíram casas e continuaram a viver em paz, servindo a Deus Nosso Senhor. Muitos judeus, vendo os grandes milagres que o Apóstolo fazia, converteram-se ao cristianismo. O demónio, inimigo de todo o bem, observou com maus olhos o progresso da religião de Cristo na Capital da Judeia. Não lhe sendo possível causar maiores males, semeou cizânia que medrou produzindo várias heresias, que S. Simão pode logo abafar. Trajano era imperador de Roma. Na perseguição que decretou contra os cristãos, visou principalmente evitar, que a família e os descendentes daquela estirpe pudessem conceber a ideia de restaurar o reino davídico ou de proclamar um novo Messias, e levar os judeus a uma grande rebelião. Foi bastante esta preocupação do monarca, para os judeus e hereges de Jerusalém lhe denunciarem o nome de Simão, que realmente era da família de Davi. Simão, ancião de 120 anos, recebeu ordem de prisão e intimação de prestar homenagem aos deuses. “Nunca, nunca – foi à resposta do venerável Apóstolo – nunca jamais farei tal coisa, negando e traindo assim meu Mestre e Senhor. Teus deuses têm sido entes infames e ímpios; Jesus Cristo, porém, é Deus verdadeiro”. – No meio da cruel flagelação, a que o desumano governador o sujeitou, Simão louvou e bendisse o nome de Deus e o de Jesus Cristo. Vendo que nada conseguia, o governador condenou-o à morte da cruz. Honra maior não lhe podia ser dispensada, e por isso Simão, ouvindo esta sentença, exultou de alegria. Ele próprio se estendeu sobre o instrumento do martírio e ofereceu aos algozes as mãos e os pés. Do alto da cruz ainda confessou o nome do divino Mestre, rezou pelos inimigos e entregou o espírito a Deus.
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Sob seu governo cumpriu-se a terrível profecia de Nosso Senhor sobre Jerusalém. Os judeus, em vez de ouvir os conselhos dos Apóstolos, correram atrás de falsos profetas e levantaram-se contra os romanos, o que foi sua perdição. Antes, porém, do imperador Vespasiano cercar e atacar a cidade, os cristãos, por um aviso que receberam do céu, tiveram tempo de providenciar o seu êxodo. Simão, obedecendo à voz de Deus, retirou-se para a cidade de Pela, onde, com toda a calma, pode dedicar- se ao múnus apostólico, enquanto em Jerusalém não ficou pedra sobre pedra. Mais de um milhão de homens morreram de fome, de miséria, vitimados por doenças, ou crucificados pelos romanos; cem mil judeus foram levados à escravidão. Tendo terminado o terrível castigo, com que Deus profligou a cidade deicida, os cristãos voltaram, e por entre os escombros e ruínas construíram casas e continuaram a viver em paz, servindo a Deus Nosso Senhor. Muitos judeus, vendo os grandes milagres que o Apóstolo fazia, converteram-se ao cristianismo. O demónio, inimigo de todo o bem, observou com maus olhos o progresso da religião de Cristo na Capital da Judeia. Não lhe sendo possível causar maiores males, semeou cizânia que medrou produzindo várias heresias, que S. Simão pode logo abafar. Trajano era imperador de Roma. Na perseguição que decretou contra os cristãos, visou principalmente evitar, que a família e os descendentes daquela estirpe pudessem conceber a ideia de restaurar o reino davídico ou de proclamar um novo Messias, e levar os judeus a uma grande rebelião. Foi bastante esta preocupação do monarca, para os judeus e hereges de Jerusalém lhe denunciarem o nome de Simão, que realmente era da família de Davi. Simão, ancião de 120 anos, recebeu ordem de prisão e intimação de prestar homenagem aos deuses. “Nunca, nunca – foi à resposta do venerável Apóstolo – nunca jamais farei tal coisa, negando e traindo assim meu Mestre e Senhor. Teus deuses têm sido entes infames e ímpios; Jesus Cristo, porém, é Deus verdadeiro”. – No meio da cruel flagelação, a que o desumano governador o sujeitou, Simão louvou e bendisse o nome de Deus e o de Jesus Cristo. Vendo que nada conseguia, o governador condenou-o à morte da cruz. Honra maior não lhe podia ser dispensada, e por isso Simão, ouvindo esta sentença, exultou de alegria. Ele próprio se estendeu sobre o instrumento do martírio e ofereceu aos algozes as mãos e os pés. Do alto da cruz ainda confessou o nome do divino Mestre, rezou pelos inimigos e entregou o espírito a Deus.
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