PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA-REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADOS 43 ANOS SACERDOTE |
1681. Ecologia integral
Continuamos a reflexão do Papa Francisco no documento “Cuidado com nossa Casa Comum” sobre a ecologia. Para ajudar nossa reflexão tomo as orientações de um trabalho de um colega. Nesse capítulo IV o Papa ensina sobre a ecologia integral. É preciso ter uma visão de conjunto. A crise que vivemos envolve “Aspectos ambientais, econômicos, sociais, culturais e da vida cotidiana”. Não é possível entender o mundo numa visão unilateral. Tudo está relacionado no mundo. Vamos nos preocupar com o Universo no seu todo e também com o frágil excluído até ao cuidado de uma abelha, pois sem ela se prejudica a polinização das frutas. Que saudades tenho das frutas do campo que desapareceram: guabiroba, cajuzinho, araçá, bacupari. Plantaram soja, cana ou fizeram pastagens. Tudo o que fizermos será para que ‘se possa restituir a dignidade dos pobres e excluidos e cuidar da natureza na multiplicidade dos eco-sistemas”. O desenvolvimento não seja sem limites, mas deve levar em conta o cuidado com a natureza e a sociedade. A economia globalizada não pode ignorar e destruir as culturas particulares e sua relação com a terra. Deve levar em conta as dificuldades das cidades grandes e do abandono dos trabalhadores do campo e suas culturas. “Nessas situações o amor tem força e surgem relações verdadeiramente humanas capazes de romper com o egoísmo”. O cuidado preferencial pelos pobres tem seu fundamento na ética social. Essa é a verdadeira política.
1682. “Que devemos fazer?”
No capítulo quinto o Papa Francisco propõe “linhas de ação que promovem o diálogo entre as religiões, ciência, movimentos ecológicos para redefinir o progresso para que surja um autêntico desenvolvimento sustentável e humano”. A primeira linha é terminar com a indiferença e a falta de decisões políticas para por em prática as propostas dos movimentos ecológicos. O Papa sugere a presença de uma autoridade política mundial. A segunda se refere à responsabilidade dos governos para a crise sócio-ambiental. O Papa pede que se faça pressão sobre os governos para a mudança a fim de que se crie uma política justa a serviço do desenvolvimento integral. A terceira linha é o convite a um diálogo com participação da população para decidir ou cancelar um projeto. A quarta linha é colocar fim à corrupção e fazer uma política sadia que não se submeta à economia para sair da crise. Na quinta linha insiste no diálogo das religiões com a ciência a fim de que a fé possa contribuir com seu patrimônio ético para o desenvolvimento integral. Por isso é preciso coerência. Não é aversão ao progresso, mas atenção à realidade sempre maior da pobreza e destruição da natureza. É fundamental a opção pelos pobres e os limites éticos. Tive professor há 42 anos que dizia: “Vamos deixar para o futuro um monte de lixo”.
1683. Educação e espiritualidade ecológica
Não basta, diz o Papa, tomar consciência da crise, mas ter novas atitudes. Afirma que o ser humano precisa de limites éticos, amadurecer as virtudes e a espiritualidade. Para isso oferece dois caminhos: educação e espiritualidade. O objetivo da educação é promover uma mudança cultural capaz de romper com o paradigma técnico-econômico que produz o consumismo; oferecer uma educação integral. A espiritualidade cristã é uma riqueza que pode contribuir para encontrar uma nova estrada que leva a um novo estilo de vida. A conversão vem da doação. O amor cristão deve chegar à esfera social. Ao homem foi dado o cuidado da terra e dos mais pobres e não a exploração de ambos. Maria e José são exemplos dos que cuidam dos outros e da natureza.
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