PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
1690. Um caminho espiritual
Papa Francisco não faz somente uma explicação de um assunto importante, mas escreve aquilo que ele vive. Ele é um pastor do povo de Deus. Como pastor instituiu o Ano Santo da Misericórdia. Na Bula de proclamação do Jubileu, fez o convite para que «a Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus» (Misericordiӕ Vultus, 17). Deseja uma Quaresma propícia para celebrar e experimentar a Misericórdia, como diz. Assim teremos um caminho espiritual para preparar a Páscoa e é a finalidade da Quaresma. A primeira indicação que Papa Francisco dá é a escuta da Palavra. Sabemos que nesse tempo há uma grande riqueza de textos para nosso ensinamento e vivência. Mesmo que não participemos da Celebração Eucarística, podemos buscar esses textos nas indicações que aparecem em tantas folhinhas e agendas. Sua reflexão começa por Maria: “Maria, por ter acolhido a Boa Notícia que lhe fora dada pelo arcanjo Gabriel, canta profeticamente no Magnificat, a misericórdia com que Deus a predestinou. Desse modo a Virgem de Nazaré torna-se o ícone perfeito da Igreja que evangeliza porque foi e continua a ser evangelizada por obra do Espírito Santo que fecundou seu ventre virginal. Com efeito, na tradição profética, a misericórdia aparece ligada com as entranhas maternas (rahamim) e com uma bondade generosa, fiel e compassiva (hesed) que se vive no âmbito das relações conjugais e parentais”.
1690. Aliança, uma história de misericórdia
Na história do povo de Deus encontramos como que um estribilho: Deus foi bom, o povo pecou, sofreu o castigo do pecado. Deus sempre perdoou porque tem “entranhas de misericórdia”. Diz mesmo que não é como nós. Por que sempre perdoa? Porque é como uma mãe que sente no seio a comoção pelos filhos sofredores, mesmo tendo errado, mesmo sendo culpados. Mãe é mãe. Deus tem sentimentos de mãe, como diz o profeta. Deus está sempre presente no sofrimento como uma mãe que segue o filho. Com Jesus continua a misericórdia de Deus: “Este drama de amor alcança o seu ápice no Filho feito homem. N’Ele, Deus derrama a sua misericórdia sem limites até ao ponto de fazer d’Ele a Misericórdia encarnada” (Misericordiӕ Vultus, 8). Este modo de ser de Deus no Antigo Testamento, Jesus o continua em o Novo Testamento. Continua no anúncio que a Igreja faz através de seus membros. É o coração do povo de Deus que deve ser curado pela misericórdia.
1690. Obras de misericórdia
“A misericórdia de Deus transforma o coração do homem e o faz experimentar um amor fiel, capacitando-o através da misericórdia. É um milagre sempre novo que a misericórdia divina possa irradiar-se na vida de cada um de nós, estimulando-nos ao amor ao próximo e animando aquilo que a tradição da Igreja chama de obras de misericórdia corporal e espiritual”, afirma o Papa. Trata-se de ajudar o próximo nas necessidades espirituais e corporais. É do Cristo sofredor presente nos necessitados que cuidamos. Na verdade cuidamos de nós mesmos quando cuidamos do próximo, pois somos um só corpo em Cristo. O cuidado espiritual ajudará na formação e prática religiosa. Somos responsáveis também pelos poderosos que provocam o mal no mundo para que se convertam e assim se destruam as fontes do pecado. A descoberta de Jesus na fé não é som um caminho para Deus, mas um caminho ao próximo que prova que buscamos Deus.
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