segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Alegria e o sentido de humor”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
49 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
2158. Um estado de Espírito 
Nosso Pontífice, em seu ministério de apascentar as ovelhas de Jesus, deu-nos uma bela orientação sobre a santidade em uma “Exortação apostólica” com o nome de “Gaudete et Exultate” (GE). Continuando nossa reflexão sobre esse documento encontramos o tema da alegria. Já existe o provérbio eclesiástico: “Um santo triste é um triste santo”. O Papa Francisco é uma expressão viva da alegria de servir o Senhor. É um homem do riso espontâneo. Ele diz que o tema anterior sobre a humilhação e humildade implicou certa tristeza. Mas “o santo é capaz de viver com alegria e sentido de humor. Sem perder o realismo, ilumina os outros com um espírito positivo e rico de esperança. Ser cristão é “alegria no Espírito Santo” (Rm 14,17), (GE 122). Os profetas anunciavam o tempo de Jesus, que estamos vivendo, como uma revelação da alegria: “exultai de alegria” (Is 12,6). “Sobe a um alto monte, arauto de Sião. Grita com voz forte, arauto de Jerusalém” (Is 40,9). Todas as ações de libertação que Deus fez com o seu povo sempre resultaram em exultante alegria. O povo reconhece que Deus se compadece e se manifesta de muitos modos. Lembramos o que diz o profeta Zacarias sobre a entrada do futuro Messias: “Exulta de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém! Eis que o teu Rei vem a ti” (Zac 9,9). Mais ainda:E diz Neemias: “não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é que é a vossa força” (8,10) (GE 123). A alegria é acompanhada de humor. O mau humor não é sinal de santidade. (GE126). 
2159. Meu espírito se alegra 
Maria sempre é aquela que levou à perfeição o evangelho de Jesus e se tornou o modelo de seguimento. Entre Jesus e Maria havia não somente uma união de sentimentos, mas uma identidade de temperamento. Nele dominava a tranqüilidade e a alegria. Diz o Papa Francisco: “Maria, que soube descobrir a novidade trazida por Jesus, cantava: ‘o meu espírito se alegra”’ (Lc 1,47) e o próprio Jesus “estremeceu de alegria sob a ação do Espírito Santo” (Lc 10,21) (GE 124). Maria, em seu cântico, transpira a alegria que a ação de Deus provou nela, pois a ação de Deus é de plena alegria. Não é uma alegria de um prazer puramente humano, mas plenamente Divino. Os prazeres espirituais, como ocorreu com Maria, são de outra categoria, mas não deixam de dar à alegria humana a capacidade de ser duradoura e consistente. Uma das experiências fabulosas de Deus é sentir a alegria de ser amado. O amor de Deus que gerou Jesus em Maria, gera em nós a vida de Jesus. Essa alegria está presente no sofrimento e na dor humana, tornando-a resistente e serena. Jesus afirmou: “Manifestei-vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa” (Jo 15,11). Existem tempos de cruz, mas nada pode destruir a alegria sobrenatural, que “se adapta e transforma, mas sempre permanece pelo menos como um feixe de luz que nasce da certeza pessoal de sermos infinitamente amados” (GE 125)
2160. Feliz em toda situação 
Assim nos convida o seu amor paterno: “Meu filho, se tens com quê viver, trata-te bem (...). Não te prives da felicidade presente” (Sir 14,11.14). Quer-nos positivos, agradecidos e não demasiado complicados: “No dia da felicidade, sê alegre (Ecl 7,14.29). Em cada situação, devemos manter um espírito flexível, fazendo como São Paulo: aprendi a adaptar-me ‘às situações em que me encontre’” (Fl 4,11) (GE 127). No amor fraterno podemos crescer nessa alegria em estar com o outro, em ser para o outro, em fazer bem a quem precisa, em viver em comunhão com as pessoas e com a natureza. A alegria espiritual nasce e se torna fonte.

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