PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 49 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
2158. Um estado de Espírito
Nosso Pontífice, em seu ministério de apascentar as ovelhas de Jesus, deu-nos uma bela orientação sobre a santidade em uma “Exortação apostólica” com o nome de “Gaudete et Exultate” (GE). Continuando nossa reflexão sobre esse documento encontramos o tema da alegria. Já existe o provérbio eclesiástico: “Um santo triste é um triste santo”. O Papa Francisco é uma expressão viva da alegria de servir o Senhor. É um homem do riso espontâneo. Ele diz que o tema anterior sobre a humilhação e humildade implicou certa tristeza. Mas “o santo é capaz de viver com alegria e sentido de humor. Sem perder o realismo, ilumina os outros com um espírito positivo e rico de esperança. Ser cristão é “alegria no Espírito Santo” (Rm 14,17), (GE 122). Os profetas anunciavam o tempo de Jesus, que estamos vivendo, como uma revelação da alegria: “exultai de alegria” (Is 12,6). “Sobe a um alto monte, arauto de Sião. Grita com voz forte, arauto de Jerusalém” (Is 40,9). Todas as ações de libertação que Deus fez com o seu povo sempre resultaram em exultante alegria. O povo reconhece que Deus se compadece e se manifesta de muitos modos. Lembramos o que diz o profeta Zacarias sobre a entrada do futuro Messias: “Exulta de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém! Eis que o teu Rei vem a ti” (Zac 9,9). Mais ainda:E diz Neemias: “não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é que é a vossa força” (8,10) (GE 123). A alegria é acompanhada de humor. O mau humor não é sinal de santidade. (GE126).
2159. Meu espírito se alegra
Maria sempre é aquela que levou à perfeição o evangelho de Jesus e se tornou o modelo de seguimento. Entre Jesus e Maria havia não somente uma união de sentimentos, mas uma identidade de temperamento. Nele dominava a tranqüilidade e a alegria. Diz o Papa Francisco: “Maria, que soube descobrir a novidade trazida por Jesus, cantava: ‘o meu espírito se alegra”’ (Lc 1,47) e o próprio Jesus “estremeceu de alegria sob a ação do Espírito Santo” (Lc 10,21) (GE 124). Maria, em seu cântico, transpira a alegria que a ação de Deus provou nela, pois a ação de Deus é de plena alegria. Não é uma alegria de um prazer puramente humano, mas plenamente Divino. Os prazeres espirituais, como ocorreu com Maria, são de outra categoria, mas não deixam de dar à alegria humana a capacidade de ser duradoura e consistente. Uma das experiências fabulosas de Deus é sentir a alegria de ser amado. O amor de Deus que gerou Jesus em Maria, gera em nós a vida de Jesus. Essa alegria está presente no sofrimento e na dor humana, tornando-a resistente e serena. Jesus afirmou: “Manifestei-vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa” (Jo 15,11). Existem tempos de cruz, mas nada pode destruir a alegria sobrenatural, que “se adapta e transforma, mas sempre permanece pelo menos como um feixe de luz que nasce da certeza pessoal de sermos infinitamente amados” (GE 125)
2160. Feliz em toda situação
Assim nos convida o seu amor paterno: “Meu filho, se tens com quê viver, trata-te bem (...). Não te prives da felicidade presente” (Sir 14,11.14). Quer-nos positivos, agradecidos e não demasiado complicados: “No dia da felicidade, sê alegre (Ecl 7,14.29). Em cada situação, devemos manter um espírito flexível, fazendo como São Paulo: aprendi a adaptar-me ‘às situações em que me encontre’” (Fl 4,11) (GE 127). No amor fraterno podemos crescer nessa alegria em estar com o outro, em ser para o outro, em fazer bem a quem precisa, em viver em comunhão com as pessoas e com a natureza. A alegria espiritual nasce e se torna fonte.
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