PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
1684. Idéias fundamentais
“O fio condutor da Encíclica do Papa Francisco é a defesa da natureza e dos mais fracos diante do modelo de desenvolvimento que não tem limites e desconhece o crescimento da pobreza e da destruição de nossa casa comum”. O novo estilo baseado em S. Francisco se funda no respeito e na contemplação do mundo criado. A Encíclica Laudato Si de Papa Francisco gira em torno de três idéias fundamentais: Anota por primeiro que tudo no mundo está intimamente ligado. O ser humano e a natureza devem ser pensados juntos. A crise é sócio-ambiental. Não podemos ver as coisas só de um ângulo. O mundo é complexo e há muitos elementos que influem sobre a realidade e sobre as pessoas. Não podemos, afirma o Papa, tirar conclusões a partir só de um aspecto, sobretudo quando se trata de interesses pessoais financeiros, políticos e religiosos. Isso arrisca prejudicar as pessoas e a natureza. “Em segundo lugar constata que a crise moral da pessoa é a raiz do sistema no qual a política se submete aos interesses econômicos e não consegue orientar os povos para um desenvolvimento integral. A cultura do consumismo não vive a verdadeira solidariedade. Em terceiro lugar está a importância de um caminho de educação fundamental a partir da família. “Nela se aprende a importância dos pequenos gestos que são capazes de formar a pessoa para a relação respeitosa e responsável para com a natureza e para com as pessoas” São temas profundos e que exigirão muito esforço de renovação da mente. A base é a educação.
1685. Entrando em ação
“A Encíclica Laudato sí tem como finalidade ver a crise sócio-ambiental, convidando a refletir de modo conjunto e mais eficaz no cuidado de nossa casa comum”. Papa Francisco não quis fazer uma abordagem especificamente científica nem dar uma palavra final sobre o tema da ecologia. Recolhe estudos para mostrar que é fruto de uma crise ética profunda. O Papa recolheu as contribuições das igrejas locais, dos cientistas e de pessoas de outras religiões. A crítica aos países mais ricos e grupos de poder técnico, político e econômico coloca como argumento o grito da natureza e dos pobres. O modelo que há por aí não pode ser chamado de progresso. Alerta sobre o desperdício que atinge todos os níveis da população. O Papa Francisco acentua a necessidade de limites éticos. Leis não resolvem se não se têm o reconhecimento da dignidade de cada pessoa e de cada ser da natureza, por menor que seja. Diz: “A liberdade humana é capaz de limitar a técnica e orientá-la e de colocá-la a serviço de outro tipo de progresso mais sadio e mais integral”.
1686. Formação da consciência
No último capítulo, Papa Francisco salienta a importância da educação na formação da consciência. A pessoa humana só será capaz de tomar decisões coerentes se tem uma consciência livre e esclarecida. Por isso a necessidade da formação na família, na escola e na sociedade. E para isso deverá haver grande integração dessas instâncias formativas fundadas nos valores perenes. No momento atual vivemos situações difíceis. Não será atacando nem fugindo das situações, mas oferecendo caminhos que sejam atrativos e ao mesmo tempo ricos de ensinamentos numa metodologia de participação e comunhão. É necessário superar todo tipo de fundamentalismo, também católico. A Igreja necessita para ser ouvida, viver mais intensamente o evangelho e superar o que é pouco evangélico. O pietismo, conservadorismo, liberalismo e outras tendências, não podem ser o único critério.
Nenhum comentário:
Postar um comentário