quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

EVANGELHO DO DIA 20 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo São Marcos 8,22-26. 
Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos chegaram a Betsaida. Trouxeram-Lhe então um cego, suplicando-Lhe que o tocasse. Jesus tomou o cego pela mão e levou-o para fora da localidade. Depois deitou-lhe saliva nos olhos, impôs-lhe as mãos e perguntou-lhe: «Vês alguma coisa?». Ele abriu os olhos e disse: «Vejo as pessoas, que parecem árvores a andar». Em seguida, Jesus impôs-lhe novamente as mãos sobre os olhos e ele começou a ver bem: ficou restabelecido e via tudo claramente. Então Jesus mandou-o para casa e disse-lhe: «Não entres sequer na povoação». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Gregório de Nissa(c. 335-395) 
monge, bispo 
Homilias sobre as Bem-Aventuranças, 6, 1
«Verão a Deus» (Mt 5,8) 
A impressão que se tem quando se olha a imensidão do mar é a mesma que o meu espírito sente quando, do alto das palavras escarpadas do Senhor, como do cimo de uma falésia, contemplo o seu abismo infinito. […] A minha alma sente vertigens diante destas palavras do Senhor: «Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5,8). Deus oferece-Se ao olhar daqueles que têm o coração puro. Ora, «ninguém jamais viu a Deus» (Jo 1,18), diz São João. E São Paulo confirma esta ideia, ao falar daquele «a quem nenhum homem viu, nem pode ver» (1Tim 6,16). Deus é o rochedo abrupto e afilado, que não oferece o menor amparo à imaginação. Também Moisés Lhe chamava inacessível […], pondo na boca de Deus as seguintes palavras: «O homem não pode contemplar-Me e continuar a viver» (Ex 33,20). Quer dizer que a vida eterna é a visão de Deus, e que estes pilares da fé nos afirmam que tal é impossível? […] Mas o Senhor estimula a nossa esperança, e deu-nos uma prova na pessoa de Pedro, tornando firmes as águas sob os pés deste discípulo que estava prestes a afogar-se(Mt 14,30). A mão do Verbo estender-se-á igualmente para nós, que estamos submersos nestes abismos, para nos devolver as forças. Ficaremos então mais seguros, porque seremos firmemente dirigidos pela mão do Verbo. «Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus»: semelhante promessa ultrapassa as nossas maiores alegrias; após tal felicidade, que mais podemos desejar? […] Aquele que vê a Deus possui, por via dessa visão, todos os bens imagináveis: uma vida sem fim, uma incorruptibilidade perpétua, uma alegria inesgotável, um poder invencível, delícias eternas, a luz verdadeira, as doces palavras do Espírito, uma glória incomparável, uma satisfação ininterrupta, enfim, todos os bens. Que tal beatitude seja para nós uma fonte de esperança!

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