Evangelho segundo São Marcos 9,41-50.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus díscípulos: «Quem vos der a beber um copo de água por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa».
Se alguém escandalizar algum destes pequeninos que creem em Mim, melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma dessas mós movidas por um jumento e o lançassem ao mar.
Se a tua mão é para ti ocasião de pecado, corta-a; porque é melhor entrar mutilado na vida do que ter as duas mãos e ir para a Geena, para esse fogo que não se apaga.
onde o verme não morre e o fogo não se apaga.
E se o teu pé é para ti ocasião de pecado, corta-o; porque é melhor entrar coxo na vida do que ter os dois pés e ser lançado na Geena.
onde o verme não morre e o fogo não se apaga.
E se um dos teus olhos é para ti ocasião de pecado, deita-o fora; porque é melhor entrar no reino de Deus só com um dos olhos do que ter os dois olhos e ser lançado na Geena,
onde o verme não morre e o fogo nunca se apaga».
Na verdade, todos serão salgados com fogo.
O sal é coisa boa; mas se ele perder o sabor, com que haveis de temperá-lo? Tende sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros».
Tradução litúrgica da Bíblia
São Paulo VI (1897-1978)
papa de 1963 a 1978
Constituição apostólica «Paenitemini»
O sal da penitência
Todo o cristão deve seguir o Mestre renunciando a si mesmo, carregando a sua cruz e participando nos sofrimentos de Cristo (Mt 16,24). Assim, transfigurado à imagem da sua morte, torna-se capaz de meditar na glória da ressurreição. Seguirá igualmente o Mestre não vivendo já para si mesmo, mas para aquele que o amou e Se deu a Si mesmo por ele, e também pelos seus irmãos, completando «na sua carne o que falta aos padecimentos de Cristo pelo seu corpo que é a Igreja» (Gal 2,20; Col 1,24).
Por outro lado, estando a Igreja intimamente ligada a Cristo, a penitência de cada cristão tem igualmente uma relação própria e íntima com toda a comunidade eclesial. Com efeito, é apenas no seio da Igreja que, pelo batismo, ele recebe o dom fundamental da metanóia, quer dizer da mudança e da renovação do homem todo; mas este dom é restaurado e fortalecido pelo sacramento da penitência nos membros do corpo de Cristo que caíram em pecado. «Os que se aproximam do sacramento da penitência recebem da misericórdia de Deus o perdão da ofensa que Lhe fizeram, ao mesmo tempo que são reconciliados com a Igreja, que foi ferida pelo seu pecado e que, pela caridade, o exemplo e as orações, trabalha pela sua conversão» (Lumen Gentium, 11). É na Igreja que a pequena obra da penitência imposta a cada penitente no sacramento participa de uma maneira especial na expiação infinita de Cristo.
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