Como sabemos, um santo não nasce
pronto e demora para aprofundar seu relacionamento com Deus e no serviço aos
irmãos. Desde pequeno está em busca de servir a Deus. A vida espiritual depende
muito da família. Sem essa base é difícil o crescimento na fé cristã. Sto.
Afonso nasceu em uma cidade religiosa e de família cristã praticante. Sua mãe,
Ana Cavalieri, formada por religiosas, vivia o que aprendeu. As práticas
religiosas do tempo eram o Presépio, a Paixão, a Eucaristia e Nossa Senhora.
Ela deu um diretor espiritual muito bom para seus filhos, Padre Pagano, da
congregação de S. Felipe Neri, muito humano. Dona Ana lhe escreveu as primeiras
orações num caderninho que ele usou até o fim da vida. Não abandonou suas
devoções quando se formou, mas foi lhes dando sempre maior conteúdo.
Normalmente as pessoas abandonam a prática religiosa porque não lhes satisfaz sem
aprofundar seu conteúdo espiritual. Depois de mais adulto, todos os anos, na
Semana Santa, fazia retiro com os padres lazaristas, juntamente com seu pai,
Dom José de Liguori. Na semana santa de 1722 (29-03 a 05.04), tomou a decisão
de consagrar-se a Deus, o que faz a partir de julho de 1723, quando abandonou a
advocacia.
2071.
Comprometendo-se na ação
A Igreja tinha modelos diferentes no
tempo de Santo Afonso. Além das devoções populares, havia para as famílias
diversos tipos de agremiações que chamavam de “confraternità”. Era um meio de
espiritualidade e de ação social caritativa. Ele pertenceu a diversas: Como
advogado era membro da confraria dos advogados que tinham como compromisso de
ir ao Hospital dos Incuráveis para cuidar dos doentes. Imaginemos o que seria
no tempo. Fazia parte também da Confraria dos Brancos (porque vestiam uma capa
branca) que tinha como missão enterrar os condenados à morte e cuidar de suas
famílias. Era dedicado também aos padres pobres e peregrinos, dando acolhida e
sustento. No seu tempo havia muito padre ordenado sem condições que acabavam na
mendicância. Era chamada Misericordiella. Havia um grupo para padres bem
graduados que pregavam missões na cidade e fora dela. Ele era o nº 111. Desse
grupo foram escolhidos bispos e cardeais. Tinha um grupo de amigos padres
jovens que começaram a reunir o povo pobre e simples e ensinava o catecismo e
cantavam. A música faz parte da genética napolitana. Formavam os grupos e
colocavam os leigos mesmo como responsáveis e catequistas. Esses grupos se
desenvolveram muito até a Unificação Italiana em 1870. Vemos como ele vai se
transformando. A Congregação Redentorista não foi um acaso. Tem uma
pré-história.
2072. Crescer em
comunhão
Quanto chega à maturidade é movido a
dar uma resposta concreta às muitas situações que viu em sua experiência de
padre. Não era padre de ficar na sacristia, mas ia ao povo. Depois de descobrir
os pobres da cidade, descobre os pobres do campo. E, depois de muita reflexão,
decide reunir um grupo para a evangelização desse povo abandonado pelo Estado e
pela própria Igreja. A vida espiritual de Afonso se entrelaça com a sua vida
pastoral no meio do povo. Seus missionários deverão sempre trabalhar em comum,
como grupo, como corpo missionário, colocando em comum vida e dons humanos e
espirituais. O contato permanente com os abandonados e vivendo no meio deles
inspira sua pregação e seus escritos. Quando escreve, compõe músicas e pinta, é
para ajudar na evangelização dos pobres. A grande obra de ciência moral que
compõe é para ajudar na orientação do povo. E a escreve depois de 30 anos de
missões. Não é populista. É fiel ao seu modelo; Jesus.
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