sexta-feira, 31 de agosto de 2018

EVANGELHO DO DIA 31 DE AGOSTO

Evangelho segundo S. Mateus 25,1-13. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a dez virgens, que, tomando as suas lâmpadas, foram ao encontro do esposo. Cinco eram insensatas e cinco eram prudentes. As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as prudentes, com as lâmpadas, levaram azeite nas almotolias. Como o esposo se demorava, começaram todas a dormitar e adormeceram. No meio da noite ouviu-se um brado: "Aí vem o esposo; ide ao seu encontro". Então, as virgens levantaram-se todas e começaram a preparar as lâmpadas. As insensatas disseram às prudentes: "Dai-nos do vosso azeite, que as nossas lâmpadas estão a apagar-se". Mas as prudentes responderam: "Talvez não chegue para nós e para vós. Ide antes comprá-lo aos vendedores". Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o esposo. As que estavam preparadas entraram com ele para o banquete nupcial; e a porta fechou-se. Mais tarde, chegaram também as outras virgens e disseram: "Senhor, senhor, abre-nos a porta". Mas ele respondeu: "Em verdade vos digo: Não vos conheço". Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora».
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo António de Lisboa (c. 1195-1231) 
franciscano, doutor da Igreja 
Sermões para Domingos e festas de santos 
«Aí vem o esposo» 
Entre Deus e nós reinava uma grave discórdia. Para a apaziguar, para refazer o bom entendimento, foi necessário que o Filho de Deus desposasse a nossa natureza. [...] O Pai consentiu e enviou o seu Filho. Este, no leito nupcial da bem-aventurada Virgem, uniu a nossa natureza à sua. Tais foram as bodas que o Pai preparou para seu Filho. O Verbo de Deus, diz São João Damasceno, tomou tudo o que Deus tinha colocado na nossa natureza: um corpo e uma alma racional. Ele tomou tudo isso para me salvar por inteiro, pela sua graça. A divindade humilhou-Se ao ponto de fazer este casamento; a carne não poderia ter contraído casamento mais glorioso. As bodas ainda hoje se celebram, quando sobrevém a graça do Espírito Santo para operar a conversão de uma alma pecadora. Lemos no profeta Oseias: «Voltarei ao meu primeiro marido, porque eu era outrora mais feliz do que agora» (2,9). E mais adiante: «Naquele dia – oráculo do Senhor – ela me chamará: "Meu marido" e nunca mais: "Meu Baal". Tirarei da sua boca os nomes de Baal. [...] Farei em favor dela, naquele dia, uma aliança [com eles]» (cf 18-20). O esposo da alma é o Espírito Santo, pela sua graça. Quando a sua inspiração interior convida a alma à penitência, são vãos todos os apelos dos vícios. O mestre que dominava e devastava a alma é o orgulho que quer comandar, são a gula e a luxúria que devoram tudo. Até os seus nomes são retirados da boca do penitente. [...] Quando a graça se derrama na alma e a ilumina, Deus faz uma aliança com os pecadores e reconcilia-Se com eles. [...] Nessa altura, celebram-se as bodas do esposo e da esposa, na paz de uma consciência pura. Por fim, celebrar-se-ão as bodas no dia do juízo, quando vier o Esposo, Jesus Cristo. «Aí vem o esposo», dir-se-á; «ide ao seu encontro!» Então, Ele tomará consigo a Igreja, sua esposa. «Vem cá», diz São João no Apocalipse, «vou mostrar-te a noiva, a esposa do Cordeiro. E mostrou-me a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu» (21,9-10). [...] Atualmente, não podemos viver no Céu senão pela fé e pela esperança; mas, dentro de algum tempo, a Igreja celebrará as bodas com o seu Esposo: «Felizes os convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro!» (Ap 19,9).

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