PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO |
Um rei diferente
A
festa de Cristo Rei foi instituída pelo Papa Pio XI dia 11.12.1925 para fazer
frente à onda de secularismo e ódio à Igreja que ocorreram no início do século
passado. Grandes inimigos perseguiam a Igreja: comunismo, fascismo, nazismo e o
ateísmo. O mal usa os humanos para atingir o Senhor. Pode ser uma visão
retrograda, mas o mal continua. A perseguição é um sinal muito bom para a
Igreja. Ela é rejeitada porque reconhece em Cristo o Senhor para o qual se
direciona todo o universo (Ef 1,10). A Verdade anunciada toca as consciências e
exige conversão radical do ser humano para que corresponda mais à verdade.
Somente em Cristo o homem atinge seu ideal. Vemos que os males que há nas
pessoas e na sociedade são o resultado da ausência de Cristo. Por que temer
Cristo? Ele é juiz, mas é o Bom Pastor que conduz a bons lugares (Sl 22). Ele
cuida de todos e nos confia o Reino. Ele é o Ressuscitado, o Vivo, que quer dar
vida em abundância. Cristo Rei não se iguala às realezas da história que se
aproveitaram do sangue do povo e amontoaram riquezas. Na Escritura o rei devia
ser aquele que estaria no lugar de Deus para cuidar dos necessitados. A
liturgia de hoje mostra a finalidade da festa: “Deus que dispusestes restaurar
todas as coisas no vosso amado Filho, Rei do universo…” (oração) … “Que conceda
a paz e a união a todos os povos.” (oferendas)..” e “que possamos viver com ele
eternamente no Reino dos Céus” (pós-comunhão). A realeza de Cristo se inaugura
no trono da cruz onde, com o manto de sangue, coroa de espinhos e as perolas de
suas chagas, se apresenta o Rei. Basta de Cristo fantasiado para um teatro sem
resultados. É mais fácil adotar essa realeza que unir-se a Cristo sofredor que
se oferece ao Pai pelo mundo.
Responsabilidades do Reino
Infelizmente a festa se caracterizou pela coroa, manto, centro e
esplendor. Era o momento. O que pode anima a nos unir a este Rei são os
ministérios que nos confia para a vivência de seu Reino. As linhas de ação
estão estampadas no texto do juizo final. Somos responsáveis pelos irmãos: Tudo
o que fizestes ao menor dos seus, foi a Ele que fizestes. Seremos examinados
sobre o que fizemos para melhorar a fome e a sede do mundo. Qual foi nossa
atenção para resolver os problemas da migração. Como estabelecemos a solução
dos graves problemas da doença e dos prisioneiros. Jesus Rei tem sua atenção
voltada para os necessitados. Aqui temos que acusar a pregação da Igreja oficial
e dos fiéis que procuraram uma espiritualidade e uma religião distante dos
problemas esquecidos do homem caído à beira do caminho, como lemos na parábola
do samaritano. O Juiz quer dignidade a todo homem e mulher, desde sua
concepção. Não é política. É evangelho.
Submeter tudo a Deus
Quando dizemos que Cristo é o centro, não pensamos em uma estrutura de
comunidade, mas nas atitudes que devem penetrar as estruturas do mundo.
Submeter a Cristo todas as coisas é fazer que sua missão de manifestar o amor
do Pai atinja todas as pessoas para que se sintam amadas por Ele. Submeter é
agir de acordo com o coração do Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas. Paulo
diz que o mal nasce do pecado e traz a morte. Por Cristo nos veio a Vida que
atingirá todas as pessoas e a natureza. Ele é o Rei da verdade e da vida, da
santidade e da graça, da justiça, do amor e da paz (Prefácio). Nós O faremos presente na atenção a todos,
pois Ele vai apascentar suas ovelhas.
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