quarta-feira, 29 de agosto de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Cristo, Rei do Universo”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
Um rei diferente
            A festa de Cristo Rei foi instituída pelo Papa Pio XI dia 11.12.1925 para fazer frente à onda de secularismo e ódio à Igreja que ocorreram no início do século passado. Grandes inimigos perseguiam a Igreja: comunismo, fascismo, nazismo e o ateísmo. O mal usa os humanos para atingir o Senhor. Pode ser uma visão retrograda, mas o mal continua. A perseguição é um sinal muito bom para a Igreja. Ela é rejeitada porque reconhece em Cristo o Senhor para o qual se direciona todo o universo (Ef 1,10). A Verdade anunciada toca as consciências e exige conversão radical do ser humano para que corresponda mais à verdade. Somente em Cristo o homem atinge seu ideal. Vemos que os males que há nas pessoas e na sociedade são o resultado da ausência de Cristo. Por que temer Cristo? Ele é juiz, mas é o Bom Pastor que conduz a bons lugares (Sl 22). Ele cuida de todos e nos confia o Reino. Ele é o Ressuscitado, o Vivo, que quer dar vida em abundância. Cristo Rei não se iguala às realezas da história que se aproveitaram do sangue do povo e amontoaram riquezas. Na Escritura o rei devia ser aquele que estaria no lugar de Deus para cuidar dos necessitados. A liturgia de hoje mostra a finalidade da festa: “Deus que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho, Rei do universo…” (oração) … “Que conceda a paz e a união a todos os povos.” (oferendas)..” e “que possamos viver com ele eternamente no Reino dos Céus” (pós-comunhão). A realeza de Cristo se inaugura no trono da cruz onde, com o manto de sangue, coroa de espinhos e as perolas de suas chagas, se apresenta o Rei. Basta de Cristo fantasiado para um teatro sem resultados. É mais fácil adotar essa realeza que unir-se a Cristo sofredor que se oferece ao Pai pelo mundo.
Responsabilidades do Reino
            Infelizmente a festa se caracterizou pela coroa, manto, centro e esplendor. Era o momento. O que pode anima a nos unir a este Rei são os ministérios que nos confia para a vivência de seu Reino. As linhas de ação estão estampadas no texto do juizo final. Somos responsáveis pelos irmãos: Tudo o que fizestes ao menor dos seus, foi a Ele que fizestes. Seremos examinados sobre o que fizemos para melhorar a fome e a sede do mundo. Qual foi nossa atenção para resolver os problemas da migração. Como estabelecemos a solução dos graves problemas da doença e dos prisioneiros. Jesus Rei tem sua atenção voltada para os necessitados. Aqui temos que acusar a pregação da Igreja oficial e dos fiéis que procuraram uma espiritualidade e uma religião distante dos problemas esquecidos do homem caído à beira do caminho, como lemos na parábola do samaritano. O Juiz quer dignidade a todo homem e mulher, desde sua concepção. Não é política. É evangelho.
Submeter tudo a Deus
            Quando dizemos que Cristo é o centro, não pensamos em uma estrutura de comunidade, mas nas atitudes que devem penetrar as estruturas do mundo. Submeter a Cristo todas as coisas é fazer que sua missão de manifestar o amor do Pai atinja todas as pessoas para que se sintam amadas por Ele. Submeter é agir de acordo com o coração do Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas. Paulo diz que o mal nasce do pecado e traz a morte. Por Cristo nos veio a Vida que atingirá todas as pessoas e a natureza. Ele é o Rei da verdade e da vida, da santidade e da graça, da justiça, do amor e da paz (Prefácio).  Nós O faremos presente na atenção a todos, pois Ele vai apascentar suas ovelhas.
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