quarta-feira, 22 de agosto de 2018

EVANGELHO DO DIA 22 DE AGOSTO

Evangelho segundo S. Mateus 20,1-16a. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a um proprietário, que saiu muito cedo a contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os para a sua vinha. Saiu a meia-manhã, viu outros que estavam na praça ociosos e disse-lhes: "Ide vós também para a minha vinha, e dar-vos-ei o que for justo". E eles foram. Voltou a sair, por volta do meio-dia e pelas três horas da tarde, e fez o mesmo. Saindo ao cair da tarde, encontrou ainda outros que estavam parados e disse-lhes: "Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?". Eles responderam-lhe: "Ninguém nos contratou". Ele disse-lhes: "Ide vós também para a minha vinha". Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao capataz: "Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, a começar pelos últimos e a acabar nos primeiros". Vieram os do entardecer e receberam um denário cada um. Quando vieram os primeiros, julgaram que iam receber mais, mas receberam também um denário cada um. Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo: "Estes últimos trabalharam só uma hora, e deste-lhes a mesma paga que a nós, que suportámos o peso do dia e o calor". Mas o proprietário respondeu a um deles: "Amigo, em nada te prejudico. Não foi um denário que ajustaste comigo? Leva o que é teu e segue o teu caminho. Eu quero dar a este último tanto como a ti. Não me será permitido fazer o que quero do que é meu? Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?". Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João Crisóstomo (c. 345-407) 
presbítero de Antioquia, 
bispo de Constantinopla, 
doutor da Igreja 
Homilia 64 Cada um à sua hora 
«Ide vós também para a minha vinha». 
Irmãos, talvez me pergunteis porque não foram todos esses operários convidados ao mesmo tempo para a vinha do Senhor. Ao que eu responderei que a intenção de Deus foi chamá-los a todos ao mesmo tempo; se não vieram à primeira hora foi porque recusaram. Por isso, o próprio Deus acaba por chamá-los em particular, à hora em que pensou que aceitariam e responderiam ao seu convite. É isto que o apóstolo Paulo significa quando diz: «Quando aprouve a Deus, que me escolheu desde o seio de minha mãe» (Gal 1,15). E quando Lhe aprouve, senão quando viu que Paulo corresponderia ao seu chamamento? Deus podia, evidentemente, tê-lo chamado no começo da sua vida; mas, porque Paulo não iria obedecer à sua voz, Deus preferiu não o chamar senão quando viu que ele iria corresponder. Do mesmo modo, Deus não teria chamado o bom ladrão só na última hora se tivesse previsto que esse homem responderia a um chamamento anterior. Portanto, se os operários da parábola dizem que ninguém os contratou, é preciso recordar a paciência de Deus. Ele fez tudo o que estava em seu poder para que todos pudessem vir desde a primeira hora do dia. Deste modo, a parábola de Jesus leva-nos a compreender que os homens se entregam a Deus em diferentes idades. E Deus quer a todo o custo impedir que os primeiros a ser chamados desprezem os últimos.

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