Evangelho segundo S. Mateus 22,1-14.
Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas,
disse-lhes: «O reino dos Céus pode comparar-se a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho.
Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram vir.
Mandou ainda outros servos, ordenando-lhes: "Dizei aos convidados: Preparei o meu banquete, os bois e cevados foram abatidos, tudo está pronto. Vinde às bodas".
Mas eles, sem fazerem caso, foram um para o seu campo e outro para o seu negócio;
os outros apoderaram-se dos servos, trataram-nos mal e mataram-nos.
O rei ficou muito indignado e enviou os seus exércitos, que acabaram com aqueles assassinos e incendiaram a cidade.
Disse então aos servos: "O banquete está pronto, mas os convidados não eram dignos.
Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas todos os que encontrardes".
Então os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala do banquete encheu-se de convidados.
O rei, quando entrou para ver os convidados, viu um homem que não estava vestido com o traje nupcial
e disse-lhe: "Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?". Mas ele ficou calado.
O rei disse então aos servos: "Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o às trevas exteriores; aí haverá choro e ranger de dentes".
Na verdade, muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos».
Tradução litúrgica da Bíblia
São Narsés Snorhali (1102-1173)
patriarca arménio
Jesus, Filho unigénito do Pai, §§ 683-687; SC 203
«Vinde às bodas»
Para vir às bodas
Que o Pai Te preparou, ó Filho unigénito,
Também a voz de teus servos me chamou,
Para me deliciar em alegrias inefáveis,
Já aqui na Terra, no mistério do teu altar,
E, um dia, nas alturas da cidade santa (Ap 21,2ss),
Num júbilo eterno,
Inexprimível e imutável.
Mas como não trago vestido o traje nupcial
Digno da sala do banquete,
Pois maculei as vestes da fonte sagrada do batismo
Com estes pecados negros da alma,
Peço-Te, ó Senhor insondável […],
Reveste-me de novo de Ti (cf Gal 3,27),
E devolve o antigo esplendor
Às minhas primeiras vestes, agora maculadas.
Para que eu não ouça a tua voz, Senhor,
Pronunciar a palavra «amigo» com expressão digna de piedade,
E que eu não seja, como aquele, lançado
Nas trevas para sempre.
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