Evangelho segundo S. Mateus 24,42-51.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Vigiai, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor.
Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a sua casa.
Por isso, estai vós também preparados, porque na hora em que menos pensais, virá o Filho do homem.
Quem é o servo fiel e prudente, que o senhor pôs à frente da sua casa, para lhe dar o alimento em tempo oportuno?
Feliz aquele servo que o senhor, ao chegar, encontrar procedendo assim.
Em verdade vos digo que lhe confiará a administração de todos os seus bens.
Mas se o servo for mau e disser consigo: "O meu senhor demora-se",
e começar a espancar os companheiros e a comer e beber com os ébrios,
quando o senhor daquele servo chegar, em dia que ele não espera e à hora que ele não pensa,
expulsá-lo-á e lhe dará a sorte dos hipócritas. Aí haverá choro e ranger de dentes».
Tradução litúrgica da Bíblia
São Clemente de Alexandria
(150-c. 215)
teólogo
«O Pedagogo», II, 9
«Por isso, estai vós também preparados»
No sono, temos de estar preparados para acordar facilmente. Com efeito, diz a Escritura: «Estejam cingidos os vossos rins e acesas as vossas lâmpadas. Sede semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, ao voltar do seu noivado, a fim de lhe abrirem a porta assim que ele chegar e bater» (Lc 12,35-36). Porque um homem adormecido serve para o mesmo que um homem morto. É por isso que devemos levantar-nos frequentemente durante a noite para bendizer a Deus.
Felizes aqueles que velam por Ele, pois se tornam semelhantes aos anjos a que chamamos da guarda. Um homem adormecido vale o mesmo que um homem sem vida. Mas o que tem a luz está acordado, e as trevas não têm poder sobre ele, nem as trevas nem o sono. Está, pois, acordado para Deus, aquele que foi iluminado, e esse vive, porque nele está a vida. «Feliz o homem que me ouve e que vela todos os dias à entrada da minha porta», diz a Sabedoria, «e que é assíduo no umbral da minha casa» (Prov 8, 34).
«Não durmamos, pois, como os outros, mas vigiemos e sejamos sóbrios», como diz a Escritura, «porque os que dormem, dormem de noite, e os que se embriagam, embriagam-se de noite», ou seja, na obscuridade da ignorância; «mas nós, que somos filhos do dia, sejamos sóbrios» (1Tess 5,6-8). «Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Nós não somos filhos da noite nem das trevas« (1Tess 5,5).
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